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O Gigante Adamastor
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escondidos da natureza e do mar, o que é vedado aos humanos, ouve os castigos que
reservo para o vosso atrevimento. Sabe que, daqui para a frente, todas as naus que
fizerem esta viagem me terão como inimigo e eu farei com que haja naufrágios,
perdições de toda a sorte/que o menor mal de todos seja a morte.
Será o caso da primeira armada que por aqui passar depois da vossa frota (a
armada de Pedro Álvares Cabral). Hei-de vingar-me de Bartolomeu Dias, que foi quem
primeiro me descobriu, fazendo-o naufragar aqui mesmo. O mesmo vai suceder a Dom
Francisco de Almeida, primeiro vice-rei da Índia, que aqui morrerá, no seu regresso à
pátria. E será o caso de Manuel de Sousa Sepúlveda, que naufragará por estes sítios,
com sua mulher amantíssima e com os filhos. Antes de morrerem abraçados, verão
morrer com grande sofrimento os seus filhos, gerados de tanto amor, e serão sujeitos a
maus-tratos pelos negros indígenas.
Mais ia a dizer o monstro horrendo, quando, de pé, o interpelei, perguntando,
sem mostrar receio:
- Quem és tu? que esse estupendo corpo, certo me tem maravilhado!
E então algo de estranho se passou. Dando um espantoso e grande brado,
respondeu-me, com voz amarga, como se a pergunta o tivesse magoado:
- Eu sou o Cabo que vós chamais de Tormentório ou das Tormentas, desco-
nhecido dos grandes geógrafos antigos. Aqui termino toda a costa africana. Fui um dos
Gigantes que defrontaram os deuses do Olimpo, em guerra sangrenta. O meu nome é
Adamastor e andei na luta contra o meu deus: Júpiter e, depois tornei-me capitão do
mar. No entanto, apaixonei-me por Tétis, a princesa das águas, e por ela desprezei
todas as restantes deusas. Aconteceu um dia em que a vi nua na praia, acompanhada das
Nereidas. A partir daí senti-me irremediavelmente preso. Tendo consciência de que
seria difícil alcançá-la, dado que sou muito feio, decidi tomá-la pela força das armas e
fiz saber isto a Dóris, sua mãe, para que ela pudesse convencê-la a aceitar-me. Dóris foi
então falar com ela e ela respondeu-lhe: - Qual será o amor bastante de ninfa, que
sustente o de um Gigante? No entanto, eu vou encontrar uma maneira de evitar a
guerra, sem ficar prejudicada ou desonrada.
Fiquei convencido e, ingenuamente, desisti da guerra. Numa noite, prometida
por Dóris, aparece-me o gesto lindo da branca Tétis, única, despida. Corro como louco
para ela, procurando abraçar aquela que era vida deste corpo e beijando-lhe as faces e
os cabelos.
Mas, eu nem sei como contá-lo, achei-me abraçado, não à minha amada, mas a
um duro monte, frente a um penedo, e eu próprio transformado em penedo!
- Ó Ninfa, a mais formosa do Oceano,/já que minha presença não te
agrada,/que te custava ter-me neste engano,/ou fosse monte, nuvem, sonho, ou
nada?
Por esta altura já todos os meus irmãos tinham sido
vencidos e transformados em montes e também eu comecei a sentir
que me transformava neste Cabo.
Mas o que mais me dói ainda é que, por mais dobradas
mágoas, /me anda Tétis cercando destas águas.
Assim contava o Gigante e, chorando, afastou-se de nós. Eu
então fiz uma prece a Deus, pedindo-lhe que as profecias do
Adamastor se não viessem a verificar.
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Síntese da 1.ª parte (est. 37 – 38)
Vasco da Gama narra ao rei de Melinde que, depois de ver uma nuvem escura e
carregada de tal forma que causava terror, perguntara a Deus que ameaça ou que
segredo seria aquele.
b) Numa noite em que estavam de vigia à proa, viram formar-se sobre as suas cabeças
uma nuvem que escurecia os céus.
e) Meu Deus - exclamou Vasco da Gama - que ameaça ou que segredo este mar nos
mostra, que parece ser coisa pior que um temporal?
O Colosso de Rodes
O Templo de
Artemisa em Éfaso
As sete Artemisa, na
mitologia grega, é a
deusa da castidade. Irmã
gémea de Apolo, era
adorada em centros de culto espalhados um pouco por
todo o mundo grego, sendo um dos maiores o que se
situava em Éfaso.
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O Farol de Alexandria
Situa-se
no Egipto,
é a única
maravilha
do Mundo
Antigo que ainda existe. Tem mais de 5 milhões de pedras
com mais de duas toneladas e meia cada uma.
O Mausoléu de Halicarnasso
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1. Relê com atenção as estrofes 39 e 40, que se seguem:
"Não acabava, quando uma figura “Tão grande era de membros, que bem posso
Se nos mostra no ar, robusta e válida, Certificar-te que este era o segundo
De disforme e grandíssima estatura, De Rodes estranhíssimo Colosso,
O rosto carregado, a barba esquálida, Que um dos sete milagres foi do mundo.
Os olhos encovados, e a postura Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso
Medonha e má, e a cor terrena e pálida, Que pareceu sais do mar profundo.
Cheios de terra e crespos os cabelos, Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A boca negra, os dentes amarelos. A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!
Descrição do Adamastor
Elementos observados Características
figura robusta e ________________
_________________ disforme e _____________________
_________________ carregado
barba ____________________
olhos ____________________
______________________ medonha e __________
cor __________________ e pálida
cabelos cheios de terra e _________________
______________________ negra
dentes ____________________
membros ______________
tom de voz _____________ e grosso
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Conjunções e locuções conjuncionais coordenativas
(1)
Que é conjunção copulativa quando equivale a e. Bate que bate.
(2)
Que é conjunção adversativa quando equivale a mas. O trabalho deves fazê-lo tu que (mas) não eu.
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Embora, neste caso, as duas formas tenham uma estrutura semelhante, estes
adjectivos apresentam algumas diferenças na sua flexão em grau. Compara-os:
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Comparativos e superlativos irregulares
Comparativo de Superlativo
Adjectivo
Superioridade Absoluto Relativo
bom melhor óptimo o melhor
mau pior péssimo o pior
grande maior máximo o maior
pequeno menor mínimo o menor
3. Atenta no verso:
“Fui dos filhos aspérrimos da Terra.” (est. 51)
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Adamastor continua a profetizar, mencionando que D. Francisco de Almeida
morrerá e o seu corpo jazerá no seu espaço territorial, que Manuel de Sousa Sepúlveda e
sua família sobreviverão a um naufrágio para sofrerem até à morte em terra maus-tratos
dos indígenas.
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3. Faz corresponder as profecias do Gigante às seguintes passagens do texto:
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Seus irmãos gigantes, filhos da Terra, já tinham sido vencidos e sepultados em
vários montes e, como contra a vontade divina, os homens nada podem, Adamastor
começou a sentir o castigo pelos seus atrevimentos, transformando-se no cabo das
Tormentas, rodeado por Tétis nas águas.
a) Paixão do Adamastor por Tétis 1. “De medo a Deusa então por mi lhe fala”
Discurso do Adamastor
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Intenção da 1.ª parte do discurso do gigante:
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Simbologia do Episódio
1. Atenta no verso “Bramindo o negro mar de longe brada” (est.38) e assinala com
V (verdadeira) ou F (falsa) as seguintes afirmações:
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3. Indica o recurso estilístico presente no verso “Contra o que vibra os raios de
Vulcano” (est. 51).
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"Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
O Mostrengo
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1. Assinala com V (verdadeira) ou F (falsa) as seguintes afirmações. Corrige as
falsas:
O Mostrengo O Adamastor
Sentimento Susto
dos homens susto
perante
o monstro
Medo medo
Atitude dos
homens face ao
desconhecido
ousadia
Ousadia
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Mostrengo
1. O discurso do Adamastor é constituído por duas partes distintas, unidas entre si por
uma pergunta de Vasco da Gama.
No primeiro momento, o Gigante faz um discurso de carácter profético e ameaçador
e assume duas posições: por um lado, o elogio épico dos Portugueses; por outro, a
atitude vingativa e consequentes profecias.
A partir da estrofe 49, estamos no segundo momento, em que o Adamastor faz a sua
auto-apresentação e conta a sua história.
2. No início, o Gigante, com um tom arrogante faz o elogio da ousadia dos Portugueses
e assume uma postura ameaçadora.
No entanto, a partir do momento em que Vasco da Gama o interroga sobre a sua
identidade, assiste-se a uma mudança da comportamento por parte do Adamastor. Este,
ao recordar o seu passado amoroso infeliz, revela a sua sensibilidade e fragilidade
psicológica.
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No entanto, apesar de todas as ameaças proferidas pelo Adamastor, Vasco da Gama,
numa atitude quase desafiadora, ousa enfrentá-lo, de cabeça erguida, perguntando-lhe
quem era ele.
Por fim, quando o Gigante desaparece, Vasco da Gama demonstra a sua fé em Deus,
pedindo-lhe que as profecias do Adamastor não se concretizassem.
Bom trabalho!
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