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Belo Horizonte
2007
3
Dedicatória
Dedico este trabalho as minhas filhinhas Jéssica e Ana Vitória, presentes de Deus, frutos do
meu amor, continuidade da Igreja de Cristo.
4
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 7
1 VAIDADE ........................................................................................................................ 9
1.1 Conceito moral da palavra “vaidade”....................................................................... 10
1.2 A palavra “vaidade” no texto grego ......................................................................... 11
1.3 A palavra “vaidade” no texto hebraico..................................................................... 12
1.4 Hebel nas traduções das Bíblias católicas e protestantes ......................................... 13
1.5 O sentido de hebel na Tanak .................................................................................... 15
1.6 O sentido de hebel em Eclesiastes............................................................................ 15
CONCLUSÃO.......................................................................................................................... 39
ANEXO .................................................................................................................................... 41
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 42
6
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
Vaidade; hebel; Coélet; João Alexandre; Igreja; valores.
7
INTRODUÇÃO
“Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” (Ec 1:2).
Essa expressão é a marca registrada do livro de Eclesiastes. Alguns teólogos descrevem a
mensagem deste livro como pessimista, fatalista, cética, materialista, existencialista entre
outras definições1. Tais descrições contribuem para que leitores da Bíblia se afastem do livro,
ou realizem leitura superficial. Apesar dessas dificuldades, mesmo assim, teólogos e leigos
aproximam-se do texto, aprofundam-se e trazem para a Igreja uma leitura atualizada e
saudável de Eclesiastes. Um exemplo desta vertente é a música Tudo é vaidade do compositor
João Alexandre.
Em sua discografia, João Alexandre tem optado pela composição de músicas que
discutem a postura da fé cristã frente os problemas do cotidiano e da Igreja como: Tudo é
Vaidade, Coração de Pedra, Justiça Social, Casa Grande, Deixa que eu Deixo, Pra Cima,
Brasil e Em Nome da Justiça2. A canção Tudo é Vaidade remete a uma nova leitura do texto
de Eclesiastes, além de suscitar a seguinte pergunta: Qual é o papel da arte, em especial a
música, na interpretação do texto bíblico?
Esta monografia tem como objetivo geral verificar a relação dos textos de Eclesiastes e
da música Tudo é vaidade. No decorrer do trabalho, também se verificará a significação de
“vaidade” em Eclesiastes e na canção Tudo é Vaidade. Também serão avaliados as
aproximações e os distanciamentos do vocábulo nestes textos, por fim, haverá uma reflexão
sobre a exegese e a hermenêutica do texto de Eclesiastes a partir da composição de João
Alexandre. Assim sendo, este trabalho é uma pequena incursão sobre “arte e hermenêutica”.
O marco teórico desta monografia é o bíblico-exegético e da semiótica do texto. Para a
pesquisa bibliográfica, serão utilizados textos que tratam da exegese de Eclesiastes, textos
introdutórios de semiótica e da prática pastoral nas Igrejas protestantes no Brasil a partir da
década de 80 do século passado. Adotar-se-a palavra “vaidade” como recorte para o início da
abordagem de “arte e hermenêutica”. Portanto, esta pesquisa se concentrará nas semelhanças
e diferenças de “vaidade” e sua colaboração na interpretação de Eclesiastes e Tudo é vaidade.
Sendo apenas uma incursão sobre “arte e hermenêutica”, e devido às limitações de
uma monografia, não se constituem como objetivos deste trabalho: 1) o estudo aprofundado
da história da interpretação de Eclesiastes; 2) estudo de outras composições de João
Alexandre; 3) estudo sobre os fenômenos sócio-religiosos da Igreja protestante brasileira; 4) o
1
FISCHER, 1999. p.273.
2
Essas músicas encontram-se nos CD’s (Compact Disk): Acústico, Voz e violão, e, Voz e violão e algo mais.
8
1 VAIDADE
3
MICHAELIS, 1998. s/n.
4
FERREIRA, 1998. p.663.
5
HOUAISS, 2001. p.2823.
6
GRANDE, 1999. p.902.
7
SARAIVA, 1927. p.1254.
8
CUNHA, 1982. p.809.
10
9
São chamados capitais porque geram outros pecados, ou vícios. Os vícios podem ser classificados segundo as
virtudes que contrariam.
10
Apud CASTRO, 2007. s/n.
11
CATECISMO, 2007. s/n.
12
Possivelmente ocorrida em Roma, no ano de 1266 a 1267, ou em Paris, no ano de 1269 a 1270.
13
AQUINO, Tomás apud LAUAND, 2007. s/n.
14
AQUINO, Tomás apud LAUAND, 2007. s/n.
11
então, que a teologia expande o sentido da palavra colocando-a como um problema de ordem
espiritual.
A leitura do Novo Testamento também apresenta “vaidade” como atitude contrária a
Deus. A palavra utilizada no texto grego é mataiotes que, posteriormente, seria traduzida para
a palavra latina vanitas15. Torna-se necessário, conhecer a palavra mataiotes para identificar
sua contribuição na expansão de sentidos de “vaidade”.
15
Língua da versão popular da Bíblia a partir do ano 400, denominada Vulgata.
16
BIBLE, 2003. s/n.
17
TIEDTKE, 2000. p.2585.
18
Versão grega do Antigo Testamento.
19
TIEDTKE, 2000. p.2586.
20
BIBLE, 2003. s/n.
21
TIEDTKE, 2000. p.2585
12
22
HARRIS, 1998. p.336.
13
23
RAVASI, 1993. p.16.
24
Ibidem. p.17.
14
25
RAVASI, 1993. p.17.
26
Texto consultado (Bible Works 6.0) BHS Hebrew OT
27
GUTIÉRREZ, 1996. p.34.
15
Cap. 1 2 4 5 6 7 8 11 12
vv 2-14 1-15-21-23-26 4-8-16 9 2-9 7 10-14 8-10 8
28
Tanak é a palavra formada pelas letras das três partes que compõem a Bíblia Hebraica: Torá (cinco livros da
Lei), Neviim (Profetas) e Ketuvim (escritos).
29
HARRIS, 1998. p.336.
30
FESTORAZZI, 1993. p.213.
16
As línguas semíticas guardam entre si um significado comum: hebraico tardio (sopro quente,
vapor, fumo, hálito); siríaco (pó); árabe (sopro, fumo, vento); egípcio tardio (vento); mandeu
(hálito)31.
Lindez32 vê como natural o deslizamento do significado da palavra (evolução
semântica) em uma língua falada, como era o hebraico. Assim, hebel caminha do concreto
(sopro, brisa) para o abstrato (efêmero). Abandonando o significado primitivo, o termo hebel
é conduzido para o campo simbólico em uma esfera derivada da significação33. No contexto
do livro, hebel, também se torna o estandarte de uma corrente teológica contrária às receitas
de felicidade oferecidas pela sabedoria tradicional de Israel34.
Hebel está associado à amal “fatigar” ou a yitrôn, “ganho”, demonstrando a
inconsistência dos resultados da obra humana35. A reflexão sobre o vazio, na expressão de
hebel, remete a palavra para a esfera filosófica. Hebel qualifica a realidade das coisas em si
mesma 36. É um absurdo, hebel, a pretensão de se chegar ao conhecimento. O cotidiano, sem
um sentido lógico, conduz o ser humano a um vazio, hebel, a uma decepção, hebel. Assim, o
sentido de hebel é exclusivamente existencial37.
Em Eclesiastes, hebel transcende sua significação. As ações humanas “debaixo do sol”
não fazem sentido. O escritor do Eclesiastes vê sua religião secularizada38, os
empreendimentos ocorrem como fim em si mesmo. Diferente do profeta Amós, que se
indigna com o povo de Judá por vender “o justo por dinheiro e o necessitado por um par de
sandálias” (Am 2:6) e de Habacuque, que espera por uma intervenção divina, uma vez que “os
olhos do Senhor são puros e não podem contemplar a opressão” (Hb 1:13), o escritor, como
sábio e mestre, encerra toda existência e o trabalho humano sob o manto da nulidade. Por que
explorar? Por que ser explorado? Por que se prender ao efêmero? Por que se enfadar? Em Mt
6:34, Jesus recomenda não se inquietar: “basta a cada dia o seu mal”. Antes dessa
recomendação (Mt 6:28-29), cita a glória de Salomão, não como modelo de sucesso que os
fiéis a Yahweh deveriam seguir, mas, como algo inferior à fragilíssima beleza dos lírios dos
campos. De certa forma, os apontamentos do Eclesiastes continuaram ressoando na sociedade
judaica sob o domínio romano no início do primeiro século da era cristã.
31
RAVASI, 1993. p.17.
32
LINDEZ, 1999. p.432.
33
Ibidem. p.433.
34
GUTIÉRREZ, 1996. p.41.
35
RAVASI, 1993. p.19.
36
LINDEZ, 1999. p.434.
37
Ibidem. p.435.
38
HENDRY, 1990. p.657
17
2 HEBEL EM ECLESIASTES
O livro de Eclesiastes concentra a maior presença da palavra hebraica hebel no texto
hebraico do Antigo Testamento. Sendo assim, é necessário o conhecimento prévio da sua
autoria, de seu contexto histórico, social e teológico para situar hebel no pensamento hebraico
e obter a significação correta da palavra. Após esta incursão, pode-se avaliar a relação
existente entre hebel e “vaidade”.
39
HALLEY, 1993. p.248.
40
NELSON, 2003. p.98.
41
FESTORAZZI, 1993. p.207.
42
FERNÁNDEZ, 1990. p.107.
43
FISCHER, 1999. p.273.
44
BÍBLIA, 1995.
45
HALLEY, 1993. p.248.
19
seja bom, quer seja mau”. Sobre a relação de Salomão e Jeroboão, há uma citação em Ec 4.13
que parece lembrar esse conflito: “Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e
insensato, que se não deixa mais admoestar”.
Outro fato a considerar é que, no livro de Eclesiastes, não há nenhum destaque para a
obra, à qual o nome de Salomão é associado46. A construção do Templo de Jerusalém não
serve de lembrança ou orgulho, em sua contabilidade final em Eclesiastes.
Fischer cogita que o verso 1.1 possa ser uma adição futura47. O aramaísmo e os termos
persas presentes em Ec 2:5 (parDës - Ct 4:13 e Ne 2:8) e Ec 12:11 (ásuPPôt – Ne 12:25 e 1Cr
26:15-17) apontam para um período pós-exílico48. Frye alega que era uma prática primitiva da
literatura de “ocultismo”, religiosa, atribuir a uma figura lendária a revelação inicial de um
segredo. De modo que a citação “eu pregador era Rei em Jerusalém” encontra-se próxima da
região da fantasia. O pseudônimo torna-se um instrumento de legitimação do segredo ou
conhecimento revelado49.
Outro aspecto importante é que o texto de Eclesiastes põe em discussão a prosperidade
e o sucesso intelectual de Salomão. A imagem do rei bem sucedido é questionada e seus
valores colocados à prova. Assim, a citação de seu nome soa mais como uma ironia50 ao
personagem, do que um fato histórico. Denominarem o autor de Eclesiastes a partir deste
ponto de Coélet.
A palavra Coélet51 designa um cargo, assim como o de Esdras e Neemias, referindo à
ação de reunir uma assembléia e lhe dirigir um discurso. Coélet comporta-se como um mestre
experiente que procura refletir com a platéia presente, ou discípulos, as suas reflexões.
Diante das proposições apresentadas optou-se pela composição pós-exílica, uma vez
que a autoria tradicional deixa lacunas para a compreensão do personagem Coélet. Adotar-se-
a o período de 250 a 300 a.C, sob o domínio dos Ptolomeus, para a composição do livro. A
partir destas proposições, será avaliado o ambiente histórico e social e as contribuições desse
contexto para o pensamento do Coélet.
46
GALAZZI, 2000. p.66.
47
FISCHER, 1999. p.274.
48
KLEIN, 1997. p.60.
49
FRYE, 2004. p.242-243.
50
GALAZZI, 2000. p.65.
51
Esta palavra também é grafada como Qohélet que significa homem da assembléia, o que reúne, em grego
ekklesia. Portanto, Coélet, Qohélet e Eclesiastes possuem o mesmo significado. A tradição cristã associou
ekklesisates a “alguém da Igreja”, e assim, algumas versões traduziram Qohélet como pregador.
20
52
KLEIN, 1997. p.60.
53
TAMEZ, 1995. p.55.
54
Ibidem. p.55.
55
FERNÁNDEZ, 1990. p.112.
56
Ibidem. p.106.
57
Ibidem. p.107
21
as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que
ninguém os consolasse [...]”.
Ao observar essas questões, Coélet inicia diálogo com a sabedoria tradicional,
procurando rever os temas teológicos que norteiam o dia a dia do seu povo. Esses temas serão
tratados para elucidar a instrumentalização de hebel dentro do mundo de Coélet.
2.3 Temas teológicos
Pode se pensar que o propósito de Eclesiastes seja demonstrar a tese de que “tudo é
vaidade”58. Porém, a sabedoria tradicional ensinava ao povo que uma vida virtuosa traria
recompensas materiais e emocionais em detrimento dos injustos e maus59. O livro de
Provérbios representava bem a teologia da retribuição: escolhas e atitudes sábias produzem
bons resultados. Diante desta posição, Eclesiastes faz a opção de subverter a mensagem de
Provérbios60.
Coélet se inquieta pelo enrijecimento e os excessos da aplicação da causalidade da
retribuição, em especial, oriundos do livro de Provérbios, em clara oposição ao cotidiano
observado e vivido pelo povo judeu sob o domínio grego. O simplismo adotado pela
sabedoria tradicional, onde via a prosperidade como uma evidência da graça divina, era
utilizado como um mecanismo opressor para garantir a passividade e o empenho na produção
pelos trabalhadores judeus61.
O sentido da vida para Coélet é algo complexo62. As incongruências encontradas não
abalam sua fé, mas o deixam perdido. O trabalho é visto por Coélet como um pedaço de
felicidade: 2:24 “Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que
sua alma goze do bem do seu trabalho. [...]”. A vida humana, o sofrimento, a dor, o trabalho,
o bom nome, os filhos, a herança, a relação com Deus e a morte passam a ser avaliados por
63
Coélet. O método hermenêutico de Coélet é da “subversão dos princípios” utilizados que
não expressavam o cotidiano. Coélet, ao dizer: 9:3 “Este é o mal que há entre tudo quanto se
faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; [...]” revela a falta de qualquer consistência
aparente na justiça sugerida pela teologia da retribuição 64.
Não se pode esquecer que o princípio da retribuição coletiva prometida a Israel não é
invalidada por Coélet “Dt 7:12 Será, pois, que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e
58
NELSON, 2003. p.159.
59
FISCHER, 1999. p.275.
60
MILES, 1997. p.396.
61
TAMEZ, 1995. p.55.
62
LINDEZ, 1999. p.446.
63
GASS, 1996. p.24.
64
FISCHER, 1999. p.278.
22
cumprirdes, o SENHOR teu Deus te guardará a aliança e a misericórdia que jurou a teus
pais”, mas sua aplicação irrestrita ao destino individual; e “Pv 24:12 [...] Não o saberá aquele
que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?”. Para Coélet, o ser
humano deve aceitar o que lhe ocorre sem vincular às ações às recompensas para o indivíduo,
como em “Ec 7:14 No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera;
porque também Deus fez a este em oposição àquele, [...]”. Ecoa assim, a citação de Jó 41:11 e
40:8 “quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir- lhe? Pois o que está debaixo de
todos os céus é meu.”, “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para
te justificares?”. O retribuir e o tempo da retribuição não estão sob o domínio do ser humano,
mas, são prerrogativas de Deus que não permite juízo sobre tais coisas “Jó 40:2 Porventura o
contender contra o Todo-Poderoso é sabedoria? [...]”.
Estes temas estão distribuídos no livro de Eclesiastes, no qual Coélet exercita sua
retórica. Em seguida, será vista a estrutura geral do livro e suas implicações para a
compreensão do seu discurso.
2.4 Estrutura
A estrutura literária do livro é complexa. Há ditos de sabedoria, seções reflexivas e
meditativas. Um terço do mesmo é poesia, mas com passagens narrativas. De uma forma
superficial pode se dividir o livro em três partes65: a tese de que tudo é vaidade (1.1-11); a
prova de que tudo é vaidade (1.12-6.12); o conselho para viver com a vaidade (7.1-12.14).
Halley também divide o livro em três partes66. Porém, agrupa os textos de forma
diferente: tudo é vaidade (1-4); provérbios vários (5-10); a resposta de Salomão (11-12).
Scofield concorda com a divisão em três partes, mas, altera os enunciados67: a experiência do
pregador com a vaidade das coisas terrenas (1-4); exortação à luz desta experiência (5-10); a
conclusão do assunto (11-12).
Fischer divide o livro em quatro partes68: reflexões sobre a vida (1,1-3,15);
observações sobre temas enigmáticos (3,16-11,8); o jovem e seu destino (11,9-12,8); o
epílogo do redator (12,9-14). Hendry considera que o livro desafia qualquer análise lógica,
não permitindo assim nenhum esboço de conteúdo69.
65
NELSON, 2003. p. 159.
66
HALLEY, 1993. p. 248.
67
BÍBLIA, 1987, p. 662.
68
FISCHER, 1999. p. 274.
69
HENDRY, 1990. p. 659.
23
De modo geral, o livro procura refletir sobre o que o Coélet está indagando; ou seja, o
sentido da vida e a retribuição dos atos humanos. Assim, a estrutura do mesmo se baseia na
exposição, reflexão e conclusão do problema exposto: a impossibilidade da rígida aplicação
do princípio da retribuição individual como justificativa para o sucesso ou fracasso do ser
humano no transcorrer de sua breve existência.
Festorazzi admite haver unidade na autoria do livro, mesmo que não ocorra tal unidade
em sua estrutura. A melhor solução seria deixar o problema em aberto, chegando ao máximo
ao seguinte guia: pensamentos expressos; reflexões múltiplas sobre o objeto; re-exposição dos
pensamentos, como num procedimento espiral (tipo A B A’)70.
Logo, a divisão ternária torna-se plausível, mesmo tratando de uma obra complexa,
como o Eclesiastes: exposição dos argumentos (1.1-11); reflexão (1.12-6.12); conclusão (7.1-
12.14). A separação entre os versículos para cada parte é flexível cabendo maleabilidade
conforme a versão adotada e da precisão desejada.
Adotar-se-a proposição de Festorazzi, pressupondo que Coélet, enquanto mestre insta
seus discípulos a avaliarem os temas levantados através do discurso. Os argumentos são
apresentados a partir de presunções acordadas entre o público e a sabedoria tradicional. Esses
argumentos, que parecem lógicos, ao serem contrapostos à realidade se contradizem e perdem
sua validade. Assim, Coélet desperta em seus ouvintes a necessidade da revisão do
argumento. Veja-se o exemplo em Ec 2:14-15: Argumento: “O sábio tem olhos abertos o
insensato caminha nas trevas”; Contradição: “... compreendi que ambos terão a mesma sorte”;
Revisão do argumento: “... para que então tornei-me sábio”.
Festorazzi destaca para o uso de palavras recorrentes, em especial hebel, como
característica do livro.
Agora, deve-se aprofundar um pouco mais sobre a relação do ser humano com Deus,
sob a óptica de Coélet, e como hebel é usado nesse diálogo.
70
FESTORAZZI, 1993. p. 208.
71
RAURELL, 1992. p.322.
24
72
RAURELL, 1992. p.323.
73
LINDEZ, 1999. p. 447.
74
OLIVEIRA, 2006. p. 36.
75
RAVASI, 1993. p. 20.
76
OLIVEIRA, 2006. p. 49.
77
Ibidem. p. 9.
25
“deus” em suas relações tornava-se aceitável. Porém, no final do livro (Ec 12:13), Coélet
apresenta uma alternativa: teme a Deus, pois ele julgará todas as coisas. Mesmo não
compreendendo as dificuldades que o cercam, Coélet deposita esperança na ação e presença
de Deus. Coélet utiliza-se de hebel para inserir todos os sonhos e ações humanas em um
“vazio” insustentável. Criando então a necessidade de uma releitura da teologia vigente.
Viu-se até o momento que hebel transita todo o tempo no âmbito existencial, não
havendo carga moral nessa palavra, o que não ocorre com o vocábulo “vaidade” utilizado em
algumas traduções. A seguir, tratar-se-a desse distanciamento de significados.
2.6 Hebel e a ética
Sabe-se que a palavra grega mataiotes contribuiu para a construção do conceito ético e
moral de “vaidade”. Os gregos utilizavam esta palavra em um contexto teatral.
Nas instituições mencionadas temos já todos os componentes de
visão do mundo profundo e pessimista e com eles, ao mesmo tempo,
a doutrina da tragédia que está nos mistérios. O conhecimento
fundamental do mal, a arte como alegre esperança de que o exílio da
individuação pode ser rompido, como o pressentimento de unidade
restaurada78.
78
NIETZCHE, 1999. p.32.
79
Em 6 a.C.
80
A platéia interpelava os atores, cantando.
81
Cidade-Estado.
82
CHAUI, 2002. p.343.
83
Ibidem. p.344.
26
Como se viu anteriormente, em Eclesiastes, hebel não aponta para uma esfera ética e
84
moral . A neutralidade do vocábulo é necessária para a compreensão da mensagem de
Eclesiastes. A raiz moralizante do termo é encontrada na versão grega do Antigo
Testamento85. A Septuaginta traduz hebel para mataiotes, mataios, alterando o sentido de
“absurdo”, “efêmero” para “pecaminoso”. A partir desta leitura, Eclesiastes passa a tratar da
insuficiência moral do ser humano.
Assim, a Septuaginta traz para a leitura de Eclesiastes o juízo ético sobre a maldade. A
Vulgata segue a linha ética da Septuaginta e utiliza a palavra vanitas, correlata de mataiotes.
Alguns exegetas fundamentam a doutrina cristã sobre o “desprezo do mundo” a partir do Ec
1:2. Mas é importante ressaltar que a citação vanitas vanitatum et ommia vanitas – “vaidades
das vaidades tudo é vaidade”, está longe de ser uma implicação moral para o contexto de
Eclesiastes. A tradução alemã de Lutero segue a influência da Vulgata ao traduzir hebel para
eitel (vão)86. Assim, teólogos católicos e protestantes dão continuidade ao significado ético de
hebel em detrimento do sentido existencial proposto em Eclesiastes.
O sentido moral ao Eclesiastes se estabelece na opção por mataiotes, termo presente
nas tragédias gregas. Quando a Igreja Cristã traduz mataiotes para vanitas, acentua-se o
verniz moralizante. No Novo Testamento, o vocábulo está associado à arrogância e à
presunção da humanidade frente ao Criador. Agostinho afirmava que a vaidade opunha-se à
verdade, assim como ao efêmero ao duradouro, o nada ao ser87. A palavra vaidade se distancia
de hebel, principalmente, quando subtrai de sua essência a idéia de nulidade, da incapacidade
do ser de compreender o que lhe cerca.
Além do significado moral de mataiotes, há também a questão da interpretação do
Antigo Testamento, como um todo, no período pós-apostólico. O valor do Antigo
Testamento, para alguns cristãos, estava no testemunho do que fora prometido e cumprido no
Novo Testamento ou do que iria se cumprir na vida da Igreja. Não se consideravam as
condições e as particularidades em que cada texto que compunha o Antigo Testamento foi
escrito88 e Eclesiastes não fugiu a este princípio de interpretação. Assim, o sentido de
mataiotes, como degeneração do comportamento humano em relação a Deus, presente no
Novo Testamento, foi “transplantado” para o vocábulo hebel, no ato de sua tradução, uma
84
LINDEZ, 1999. p.435.
85
Ibidem. p.436.
86
LINDEZ, 1999. p.436.
87
Ibidem. p.436..
88
DYCK, 2001. p.41.
27
vez, que sob essa ótica, o Antigo Testamento tinha apenas a função de suporte para as
verdades do Novo Testamento.
O Eclesiastes é profundamente alterado quando hebel é traduzido para “vaidade”,
tradução de mataiotes. O texto perde sua clareza suscitando interpretações equivocadas como
será visto a seguir.
Nos textos anteriores, a palavra “vaidade” é substituída pela expressão ”não faz o
menor sentido” e pela palavra “absurdo”. O texto da Nova Versão Internacional procura
reconstruir o sentido existencial de hebel. A Bíblia de Jerusalém adiciona informações nos
rodapés de sua edição para auxiliar o leitor na elucidação do texto. Entretanto, sem este
auxílio, o entendimento dos textos anteriores torna-se difícil, utilizando-se apenas o
significado geral de “vaidade”. Assim, traduções que adotem o vocábulo “vaidade” sem
comentários e informações adicionais colaboram para o desvirtuamento do sentido do texto de
Eclesiastes.
28
89
SILVEIRA, 2006. s/n.
90
Grupo vocal e instrumental evangélico formado na década de 80, do século passado, por Davi Kerr, João
Alexandre, Luciano Garruti, Rogério L. Boccato e Rosa M. Gomes.
91
Grupo vocal e instrumental formado em 1978 por Maurício Maestro, Zé Renato, Cláudio Nucci e David Tygel.
Cf. dicionariompb.
92
AGITO, 2006. s/n.
30
Tudo é Vaidade
1 Vaidade no comprimento da saia, no cumprimento da Lei.
2 Vaidade exigindo prosperidade, por ser o filho do Rei.
3 Vaidade se achando a Igreja da História, vaidade Pentecostal.
4 Vivendo e correndo atrás do vento, Tudo é Vaidade!
93
Trecho da música Palácios, adaptação bíblica de Pedro Braconot Machado, gravada pelo grupo Rebanhão.
94
O conjunto de notas utilizadas na composição não pertence às tonalidades de Lá maior ou Lá menor.
95
Exceto alguns ornamentos (notas com o objetivo de embelezar a melodia) utilizados pelo intérprete.
96
É um som articulado sobre o tempo ou parte fraca que produz o deslocamento das acentuações naturais das
notas.
31
97
Palavras de significados diferentes, mas com som e escrita semelhantes.
98
OLIVEIRA, 2006. p. 49.
99
REILY, 1982. p. 379.
32
O verso dois é uma crítica à teologia da prosperidade, presentes nas igrejas neo-
pentecostais, advinda da teologia da retribuição: “Vaidade exigindo prosperidade por ser o
filho do Rei”. O comportamento desses cristãos lembra a personagem da parábola do filho
pródigo: Lc 15:12 “E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me
pertence. E ele repartiu por eles a fazenda”.
Estas igrejas iniciaram suas atividades nas décadas de 50 e 60, a partir do movimento
de cura divina, trazido por missionários norte-americanos. Com o crescimento deste
movimento, ocorreram cisões nas primeiras igrejas pentecostais, surgindo as neopentecostais
como Igreja Evangélica Pentecostal Deus é Amor, em 1961 e a Igreja Universal do Reino de
Deus (IURD)100.
A teologia da retribuição firma-se na lógica mecanicista de causa e efeito, em que as
ações do mundo humano são prontamente respondidas pela intervenção do sagrado101. A
teologia da prosperidade apoia-se no sucesso, na saúde física e emocional e na posse de bens
como resultados visíveis e comprobatórios de uma fé viva em Deus102. A frase “Vivendo e
correndo atrás do vento” demonstra a inutilidade dessas opções. A corrida pelas “bênçãos”
acaba não levando a lugar algum. Apropriando-se da expressão Tudo é vaidade, o compositor
denuncia esses comportamentos.
Os versos cinco, “Vaidade juntando a fé e vergonha, chamando todos de irmãos”, seis
“Vaidade de quem esconde a Verdade, por ter o povo nas mãos” e, sete, “Vaidade buscando
Deus em si mesmo, querendo fugir da Cruz” chamam a atenção para os líderes e membros
que não assumem os valores cristãos, que os diferenciariam da sociedade. Tendo o sucesso
pessoal como a base do relacionamento com Deus, a teologia da prosperidade não lida com a
formação do caráter, a construção ética da responsabilidade pelo outro ou com a pedagogia da
esperança103. Assim, expressão Tudo é vaidade, no verso oito, assume o significado de
futilidade.
O verso nove, “Falsos, chamados, apostolados, do lado oposto da fé”, denuncia os
pregadores do anti-evangelho. O verso dez, “Dinheiro, saúde, felicidade... Aquele que tem
contra aquele que é”, e, o onze, “Rádios, TV`s, auditórios lotados, ouvindo o Evangelho da
marcha ré” retratam os líderes de igrejas que fazem a opção por um evangelho que atraia
número cada vez maior de fiéis, não pela mensagem da cruz ou pelos valores cristãos, mas
pela oferta de uma prosperidade financeira imediata e leviana, através da mídia e do
100
OLIVEIRA, 2006. p. 47.
101
Ibidem. p. 14.
102
Ibidem. p. 44.
103
Ibidem. p. 44.
33
104
OLIVEIRA, 2006. p.144.
105
Ibidem. p.55.
106
RODRIGUES, 2000. p.19.
34
No texto acima, pode-se extrair alguns princípios que Coélet considera importante
para a relação do seu povo com Deus: guarda o teu pé; ouvir é melhor que sacrificar; não se
precipite e fale moderadamente; ao prometer, cumpra; muitos sonhos (projetos, desejos)
levam ao “vazio”; teme a Deus. A religião, para Coélet, não se baseia apenas no ritual de
sacrifícios. Sua mensagem encontra-se em conformidade com os profetas: Mq 6:7 “Agradar-
se-a o Senhor de milhares de carneiros, ou de dez mil ribeiros de azeite? [...]”, Am 5:22 “E
ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas [...]” e Os
6:6 “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do
que os holocaustos”. Coélet entende que as más intenções e a falta de temor do povo
invalidavam os holocaustos. Em Mt 5:24, Jesus declara que uma oferta só poderia ser
apresentada se primeiro, o ofertante reconcilia-se com o irmão ofendido “Deixa ali diante do
107
RICOEUR, 2000. p.24.
108
O Compositor não foi consultado sobre os comentários e conclusões deste trabalho.
35
altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua
oferta”. Quanto ao juramento, adverte: Mt 5:34 e 37 “Eu, porém, vos digo que de maneira
nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; [...] Seja, porém, o vosso falar: Sim,
sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”. O ato, em si, não tem
valor quando não há coração contrito. O texto de Tg 4:3 declara que o ser humano não sabe
pedir: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Os
muitos projetos e sonhos do ser humano o impulsionam a “correr atrás do vento”, a buscar o
vazio. A frase “teme a Deus” é a síntese da verdadeira religião para Coélet. Sua crença está
apoiada nos escritos dos profetas e posteriormente ratificada no Novo Testamento.
Na canção Tudo é vaidade, João Alexandre considera que os usos e costumes, a busca
desenfreada pela prosperidade, a falta de identidade cristã, as lideranças egocêntricas, as
fórmulas de felicidade e os movimentos de crescimento da Igreja desconectados do evangelho
não representam um cristianismo legítimo. O contexto religioso retratado por João Alexandre
apresenta cristãos preocupados com o externo, o aparente e que buscam a Deus para atender
seus próprios interesses.
Como foi visto, a sociedade de Coélet se distanciava de Deus, através do legalismo e
da visão equivocada da retribuição divina. Os cristãos, descritos por João Alexandre,
assemelham-se a tal sociedade, por alterarem os valores que deveriam guiá-los à relação
permanente com Deus. Coélet e João Alexandre denunciam pessoas, que mesmo inseridas em
um contexto religioso encontram-se afastadas de Deus. Os ritos, por serem palpáveis e
visíveis, substituem o “temor do Senhor”. A religião secularizada distancia o ser humano de
Deus e seus frutos são a hipocrisia e a ilusão de manipular o divino.
Os discursos de sabedoria não ensinam como evitar o sofrimento, mas, ensinam como
sofrê-lo, colocando o sofrimento em um contexto significativo109. Coélet após investigar as
obras humanas não apresenta forma de evitar o sofrimento e o cansaço, mas aponta o “temor
do Senhor” como a âncora para suportar os reveses da existência humana.
Tudo é vaidade indica a sabedoria, proveniente da humildade, como a resposta aos
desvios denunciados. No Novo Testamento, sabedoria é dom concedido por Deus aos fiéis
que lhe pedem, Tg 1:5, 3:17.
E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente [...]. Mas a sabedoria que do alto vem é,
primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
109
RICOEUR, 2000. p.80.
110
Do italiano “teimoso”. Frase musical persistente, repetida tornando um padrão rítmico.
37
111
WILLIAMS, 1997. p.299.
112
LINDEZ, 1999. p.437.
113
RAURELL, 1992. p.315.
114
Ibidem. p.319.
115
O termo hermenêutica provém do verbo grego hermēneuein e significa: declarar, anunciar, interpretar,
esclarecer e traduzir e é utilizado aqui no sentido de prática interpretativa.
116
MOSCONI, 1997. p.108.
117
Ibidem. p.147.
118
Ibidem. p.151.
119
Ibidem. p.152
38
mora com gente humilde”. O fim da atualização dessa leitura conduz, ao que Mosconi
denomina de conversão ética120. Assim, o ouvinte é convidado a uma nova prática, uma práxis
cristã.
Tudo é vaidade atende aos quesitos enunciados por Mosconi: levar em conta a
realidade, acolher a palavra de Deus, a conversão existencial e a conversão ética. Logo, Tudo
é vaidade cumpre seu papel hermenêutico expandindo e atualizando a mensagem de Coélet.
Como foi visto, a religião para Coélet e João Alexandre está distante do formalismo. O
ato de servir a Deus não pode ser avaliado pelas ações superficiais e aparentes do ser humano.
É esperado algo mais desta relação como em Mt 5:20 “Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”. O
formalismo e a secularização não permitem o religare.
As expressões de Coélet se misturam ao método de exposição. Tudo é vaidade mesmo
não se apropriando do método, expressa os valores de Ec 5:1-7, além de fazer uma releitura e
uma aplicação para o cotidiano da Igreja.
120
MOSCONI, 1997. p.154.
39
CONCLUSÃO
121
WILLIANS, 1997. p. 299.
40
ANEXO
42
BIBLIOGRAFIA
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