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2 CONCEITO PRELIMINAR E TIPOS DE MOEDA No Brasil, lid sana yrande puleuriea subie o significado de unveda. Pode-se co- mecar a discussao a partir das fungdes que a moeda desempenha: (a) meio ou ins- trumento de troca, por ter aceitagao generalizada e garantida por le; (b) reserva de valor, dado que representa liquidez imediata para quem a possui, (c) unidade de conta, dado que possibilita que todos os bens e servicos sejam expressos num, mesmo denominador; ¢ (d) padrao para pagamentos diferidos, isto ¢, pagamento om diferentes perfodos de tempo (por exeniplo, pasa definis une divida futaa, uma promisséria a vencer etc.) Existem trés tipos de moeda: as moedas metdlicas, emitidas pelo Banco Cen- tral, normalmente de pequeno valor e que visam facilitar as operagGes fraciona- das; o papel-moeda, que sao as cédulas emitidas pelo Banco Central, que represen- ‘tam parcela importante do volume de dinheiro utilizado pelo puiblico e, finalmen- te, a moeda escritural, que é representada pelos depésitos a vista efetuados nos bancos comereiais. Asoma das moedas metdlicas, o papel-moeda (que juntos compdem a moeda manual) € a moeda escritural correspondem ao conceito tradicional de meios de pagamento. Os meios de pagamento apresentam duas caracterfsticas peculiares: tém liquide imediata (isto & podem ser utilizados imediatamente para efetuar transag6es) e ndo rendem juros. ‘A sociedade demanda moeda por trés raz6es: a demanda para transagio, que se refere a necessidade que os agentes tém de possufrem moeda para efetuar suas transagoes; a demanda para precaucao, que se refere a pracura de moeda fOr par- te da sociedade para fazer frente a eventuais compromissos nao previstos; e, final- mente, a demanda para especulacio, que se verifica quando o agente econdmico fica esperando uma oportunidade de aplicacdo interessante. Enquanto essa opor- tunidade néo se verifica, o agente fica “posicionado” em moeda. Por outro lado, pode-se identificar um conjunto de varidveis que influenciamo comportamento da demanda de moeda. Em primeiro lugar, nao é dificil perceber que a medida que o pais se desenvolve e a produgao de bens e servigos aumenta, a necessidade de moeda eleva-se na mesma proporcao. Jé quando as taxas de juros sao muito elevadas, ha uma tendéncia a reducéio da demanda de moeda por especu- Jagdo, uma vez que a possibilidade de surgir novas e boas aplicacées fica reduzida (na rgalidade, aboa alternativa de aplicacio jé esta existindo). Além disso, a propria demanda para transagio e precaucio tende a reduzir-se com juros elevados, uma ‘vez que os agentes trabalhartio com menor volume de dinheiro (tanto manual como escritural) para poder aplicar seus recursos em ativos que rendem juros, Uma terceira varidvel importante refere-se aos efeitos da inflagao. De um lado, verifica-se que, A medida que os precos aumentam, a necessidade de moeda para transagio também aumenta em termos nominais. De outro lado, porém, quando a inflacao é elevada, “carregar dinheiro no bolso” significa perda, uma vez que os precos esto aumentando € 0 dinheiro fica parado, comprando um volume cada vez menor de bens. Para entender essa tarefa do Banco Central, é importante observar que ha dois agentes na economia em condigées de ofertar moeda: o préprio Banco Cen- tral, que detém 0 monopélio da moeda manual, e os bancos comerciais, por meio da multiplicacéio dos depésitos a vista (0 Banco Central, como se verd, tem condi- Ges de atuar nessa capacidade de multiplicacéio dos depésitos pelos bancos). 1 etapa: + obanco ferecebe um depésito de RS 100,00; + retém 30% para fazer frente As necessidades de saques e empresta RS 70,00. 22 etapa: + o cliente que tomou emprestado R$ 70,00, deposita esse valor no Banco B; + © banco B retém 30% (Ri 21,00) c emprestara o restante (Re 49,00) a+ etapa: + 0 cliente que tomou emprestado Rf 49,00, deposita esse montante no ban- co; + © banco G retém 30% (RS 14,70) € empresta RS 34,30. Demais etapas: = como 0 depésito esta se reduzindo em cada etapa, 0 processo continua até © efeito final seri dado por um multiplicador igual ao inverso da percenta~ gem das reservas banedrias. Como, no exemplo, as reservas bancarias represen- fam 30% (0,30), o multiplicador final sera de 1/0,30 — 3,33.., isto €, o deposito inicial de R$ 100,00 transforma-se num acréscimo de meios de pagamento de RE 333,33. Como ja fol destacado, o Banco Central tem capacidade de influenciar esse poder de multiplicar, por meio de um dos instrumentos de politica monetaria que ser discutido adiante (o depésito compulsério). As mudangas continuas que ocorreram na economia brasileira nos tiltimos anos tém levado & utilizagéo de outros indicadores monetéios,além do conceito tradicional de meios de pagamento. Como jése discutiu, em periodos de inflagzo clevada, a sociedade tende a reduzic a demanda por moeda manual e esritural, substituindo-as por tivos que rendem juros (ou mesmo moedaestrangeita). Nes- se quadro, fica diffi efetuar uma avaliagao mais precisa sobre areal situagio mo netéria do pais, o que acaba conduzindo a utilizagdo de outros indicadores, apre- sentados a seguir. 5.2 Meios de pagamento (M,) 53 (OM, €oconceito de meios de pagamento definido antriormente,incluindo, 5.1 Base monetaria ‘Abase monetiriareferese 3 emissio primar de moeda, Emais abrangemte «que d moeda manual uilizada no canceito de mci de pagament, una vee que incu, além da moeda em poder do piblio, as reservas dos bancos comerias Base monetéria: papel-moeda em poder do piblico + reservas dos bancos comerciais Meios de pagamento (M,) OW, um conceito mais amplo de meios de pagamentojéqueinel,além do postanto, 0 papel-moeda em poder do puiblico e os depésitos a vistanosbancosco- jy,, os fundos do mercado monetério (como os fundos de renda fia, fundos Dl metas. ‘mas ostulos do governo em poder do piblio, iso & ‘M, = Papel-moeda em poder do pico + Depésitos a vista MM, = M, + Fundos do mercado monetitio + Titulos piblicos 5.4 Meios de pagamento (M,) (OM, agrega ao M, os dep6sitos em caderneta de poupanga. Vale lembrar« 0 depésitos em cademneta de poupanca, embora possam ser sacados a qualq ‘momento, para gerar rentabilidade, precisam ficar inalterados durante 30 dia ‘que dé uma caracteristica, em termos de liquide, diferente dos fundos do mer do monetétio e dos ttulos piblicos. MM, = M, + Depésitos de poupanca 5.5 Meios de pagamento (M,) (01, incorporaosttulos privades, que incluem certificados de depSsito ban- fro (CBDS), outs depésits a prazo ¢ letras de clmbio -M, + Titulos privados 6 INSTRUMENTOS DE POLITICA MONETARIA Sao trés os instrumentos cléssicos de politica monetaria: controle da base monetaria, depdsito compulsério e politica de redesconto. 6.1 Controle da base monetiria Por determinagao legal, o Banco Central controla o volume de moeda manual da economia, Para entender como o governo controla a base monetéria, ¢necessd- tio verificar quais 0s fatores que, tradicionalmente, levam a uma expansao ou con- tragio de base moneréria Independentemente da politica monetiria, existem trés fatores que podem. evar a oscilagies na base monetiria. O primeiro deles ¢o resultado das contas pti- blicas. Se o governo registrar déficit em suas contas, uma das formas de “bancar” esse déficit € por meio da emissao de moeda, ampliando a base monetaria. Na hi- pétese de superdvit ptiblico, ocorre o contrario, o governo retira mais dinheiro da sociedadle (por meio de tributos) do que injeta (por meio dos gastos), gerando re~ dugao da base. A segunda possibilidade de flutuacio da base monetéria refere-se ao resulta- do liquido das operagies do setor externo. Sempre que ocorre entrada de délares no Brasil, hd pressao para a emissio de moeda, para fazer a conversio dos délares, {que entraram para reais. Quando os délares saem ocorre o contrario, Para facilitar © entendimento desse processo, basta imaginar que o Banco Central fosse como uma caixa tniea, Quando uma empresa exportadora recebe délares (ou qualquer Uma terceira fonte de oscilacdo da base monetéria refere-se as operagées de crédito do setor pitblico. Quando o saldo de tais operacoes € positivo ha uma pres- séo para encolher a base, o inversa ocorrendo na hipdtese delicitria. 6.2 Depésito compulsério Além dos recursos necesséirios para fazer frente as parcelas dos depésitos a vista que sao sacados, os bancos comerciais s4o obrigados a depositar uma poreen- tagem dos depésitos no Banco Central, Esse percentual, que € fixado pelo Banco Central, refere-se ao depésito compulsério e permite atuar sobre a capacidade de criagao de moeda escritural por parte dos bancos. Um exemplo simples ajuda a es- clarecer 9 mecanismo supondo duas situacées: a primeira com compulsério de 25% e a segunda de 50%, ¢, em ambos os casos, os bancos retém 10% para enfren- tar os saques ¢ partem de um depésito inicial de R$ 100,00. Como se pode observar, enquanto na hipstese de compulsério de 25% os meios de pagamento passam de um depésito inicial de RS 100,00 para um volume total de RS 285,71, na hipdtese de 50% ce compulsorio, o volume total de deposi tosatinge apenas RS 166,66. Ou seja, para umn compulsorio de 25%, 0 muliplica- dor é de 2.8571, e para o compulsdrio de 50%, € de 1,666. A partir desses nime- ros, pode-se, inclusive, determinar © valor do multiplicador dos meios de pasa mento, a partir do compulsdrio # do encalxe dos bancos: 6.3 Taxa de redesconto ‘As taxag de redesconto so as taxas cobradas pelo Banco Central para et srestar rectirsos aos bancos em caso de emergéncia. No caso do banco acusar débi- Rona compensagao de cheques, ele pode recorrer ao Banco Cental, por meio do Chamado redesconto de liquide. Quando o Banco Central deseja que os bancos fa- fam menos empréstimos, eleva a taxa de redesconto, tentando evitar assim que 08 $ancos corram 0 risco de ficarem descobertos. Além disso, o Banco Central pode jncentivar determinados setares por meio do redesconto seletivo, que permita aos ‘pancos obterem recursos junto ao Banco Central para emprestarem aos setores in- ccontivados, ‘Além dos instrumentos classicos de politica monetirla, o Banco Central pode afetar as condigées de liquide. da economia por meio da regulamentaciio e contro Te do crédito, como, por exemplo, fixando o limite do mimero de prestagbes no fi- nanciamento de automéveis Cou qualquer outro bem de consumo duravel), con- aaeenciando o crédito, fixando as taxas de juros ete. 7.1 Papel das taxas de juros ‘Sempre que o governo reduz. (aumenta) os meios de pagamento, hé uma ten- déncia de elevagéo (redugio) das taxas de juros, porque a oferta de empréstimos se contrai (se expande). Na realidade, a taxa de juros tem tm papel fundamental nas decisdes dos agentes econémicos. No Ambito familiar, afeta suas decisdes de consumo de duas formas: na dis- posigio de adquirir um bem a prazo (se a taxa de juros sobe, as prestacées aumen- tam) e na decisio entre consumir © poupar (juros mais elevados levam a urn su- ‘mento da poupanca e reducao do consumo). 7.2 Taxas nominais e taxas reais de juras A taxa nominal de juros refere-se & taxa de juros que é cobrada (ou paga) in- dependentemente da taxa de inflacio. Jé a taxa real € a taxa, apés “descontada” a inflagdo. Assim, se a taxa nominal de juros é de 20%, e a inflagao também de 20%, a taxa real de juros & 0%. & relacio entre a taxa real de juros ¢ a taxa nominal & dada pela formula: 7.3 Juros e ativos financeiros 0s ativos financeiros correspondem ao conjunto de alternativas que a socie~ dade dispée para aplicar seus recursos. Os ativos financeiros s8o divididos em: 2D -tivas monatérion:sioaquces que nfo rendem urs, eque corres Fondo ao pepekmocda cos dpbekes avn ») ives no monetirios:raguls neji como ot Sou pubicon ne cerneas de poupaneac os corfcndo de topsteo bancario etc. me 7.4 Juros: o lado do aplicador e do tomador ‘Embora fale-se genericamente em taxas de juros, existe na realidade uma s rie de taxas de juros que convivem simultaneamente. Entre essas taxas, cabe desta- car inicialmente, aquelas definidas pelo prdprio governo. 7.4.1 Taxa Referencial (TR) ATR, inicialmente, foi calculada a partir da média ponderada das taxas de cDB's de 30 instituigdes finaneeiras selecionadas, com a aplicacdo de um redutor. ‘A partir de dezembro de 1997, apés a crise da Asia, a TR passou a ter valor determinado por comunicadas do Banco Central. ATR é utilizada para remunerar as cadernetas de poupanca e comrigir os saldos do Sistema Financeiro da Habitacéo (SFH). Um aumento na remuneragao das cadernetas de poupanca leva, da mesma forma, a uma elevacéo nas prestagdes do SFE. 7.4.2. Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ATTILP foi criada para ser aplicada nos finaneiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econémico ¢ Social (BNDES). Para nao “descolar” ativo © passivo, os fundos compulsdrios (que so 05 recursos com os quais 0 BNDES trabalha) foram também remunerados pela TILP, como é 0 caso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do PIS/Pasep. O cdlculo da TILP é feito a partir da média ponderada de tftulos da divida externa federal (peso maximo de 75%) titulos da divida piiblica mobiliéria interna federal. # fixada trimescralmente pelo BNDES. 7.4.3 Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidagiio e Custédia) fa taxa que regula as operacées didrias com titulos puiblicos. f utilizada como “taxa basica” da economia e fixada mensalmente pelo Conselho de Politica ‘Monetaria, 0 Copom. A partir de 1999, a taxa Selie passou a ser divulgada acompanhada ce um “viés”, que pode ser neutro, de baixa ou de alta. Oviés de bai- xa, por exemplo, significa que os juros poderdo cair antes mesmo da préxima reuniao do Copom, o inverso ocorrendo com o viés de alta. Outra distingfio importante refere-se As taxas de juros recebidas pelo apli- cador eas taxas de juros cobradas pelos baneos para financiar o tomador, que pode ser um consumidor (geralmente para financiamento de bens de consumo duravel) ‘ou uma empresa (para financiamento do capital de giro). ‘O que chama a atencao a grande diferenca existente entre as duas “pontas”. No inicio do ano 2000, por exemplo, enquanto um aplicador em fundos de renda fixa reeebia, de forma liquida, juros de 1,2% ao més, as empresas pagavam entre 3% e 5% ao més ¢ 0 consumidor entre 7% e 10% ao més. Essa diferenca entre as taxas recebidas pelo aplicador e as cobradas pelos bancos ao tomador de recursos pode ser explicada por trés elementos basicos: 7.5 Juros internos x juros externos Em tempos de globalizagio, as politicas monetirias dos paises ficam cada vez mais interdependentes. No caso brasileiro, tem sido comum, ao longo dos siltimas anos, o pais acompanhar as decisées do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) no que tange a fixagao das taxas de juros no mercado norte-ame ricano, Essa taxa é importante para verificar o grau de liberdade que o governo brasileiro terd para operar a politica monetéria interna. Voltando a discussao sobre a questao do risco, poder-se-ia dividit, a titulo de simplificagéo, o mercado financeiro internacional em dois grandes grupos: o pri- meiro, relere-se ao mercado dos titulos emitidos pelos paises desenvolvidos (Estados Unidos e Europa), cujas caracteristicas essenciais so de papéis com reduzido grau de riseo e, por conseqiiéncia, baixa rentabilidade. O outro grapo refere-se aos emergentes (Amériea Latina Asia), em que o grau de risco é maior, 0 ‘mesmo ocorrendo com as taxas de juros. Os palses eo classificados, em termos de grau de riseo, pelas empresas de rating. Além de varidveis como a estabilidade polities, uma questo que “pesa” muito na evaliagao € a situagdo dos chamados “fundamentos da economia”, 7.6 Questdo do controle dos juros Uma aberrac&o da Constituicdo foi o tabelamento das taxas de juros. Alias, muitos que desconhecem os principios basicos de uma economic tém defendido o tabelamento das taxas de juros, levando inclusive a Constituicio de 1988 a estabelecer o limite de 12% ao ano para os juros. Felizmente, esse artigo nunca foi regulamentado (e nem deve ser) ¢ 0 governo continuou operando livremente as taxas de juros. A discussao efetuada ao longo deste capitulo parece ser suficiente pata mostrar a inviabilidade de tal pratica. De qualquer forma, a titulo de reforeo, vale destacar algumas dificuldades de um eventual tabelamento das taxas de juros, como estabelece a Constituigio. Nesse sentido, cabe destacar: a) qual a taxa de juros que seria tabelada? a nominal ou a real?; para 0 aplicador ou o tomador?; b) a total inviabilidade de se operar a politica monetéria; ora, se © governo precisa colocar titulos para retirar moeda, tera que elevar as taxas de juros: como faria se néo pudesse?; ©} como impedir o surgimento do mercado paralelo?; d) com aexigéncia de reciprocidade, é possivel elevar as taxas efetivas de Jjuros; ©) muito provavelmente ocorreria uma fuga de recursos da economia brasileira na busea de alternativas mais interessantess

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