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Racializagio ¢ cidadania no Império do Brasilt Hebe Mattos* + Pofowore Tul do Departament de Hida Ulirad ater Haine, essere JOGA. ‘Quando pela primeiea ver se defini a cidadania brasileira e 08 dicios 8 ela vineulados, na emancipagio poiten do pate, em 1822, 0 Brasil ‘comportava uma das maiores populagdes escravas das Américas © @ maior populagio lire negra do continents! Naquela osssio, quando © Brasil surgia como magio moderna no mundo ocidental, apesar da ‘ps0 por uma monarquia consteucional de bage liberals institiga0 sda excravidéo permaneceu inalterada, garantida gue era pelo disto de ropredade,reconhecido na nova Constituigio. Troquentemente, essa tem sido apontada como uma dstorgotipi- No conseguir eva to bm, que canes debates cheyassem, de um eo ou de outro, a0 conju t0 dos cidadaos brasilciros das cidades © de : s : lades edo campo, e's chamads otc gona yr orn do joo pln fp, commarse‘iam explosivas as tenatvas de mantengao dey Mearquing de cor, herdadas do Império portugués. Apesar disso, esses. ar Neliniolonsiw neeaiodam esc En rela questo eras, Balen mais geri do bral ro all do pode spare de mods tipcainent cleoem ‘igus dos movinentor enc com sor paras popu ede Seam i lid: Pv note de ma aa ea ‘08 balaios vlo priorizar a reivindicagio de dirctosiguals para 0 “puve de cor ano “eabras” quanto “cabocon, queen! explains ‘olocada as carte nar prolamagbes de Gomes um da ices do movimento, Do mesmo mado, acontced nev fe uma aproxinasae cxeeconte dos rebeldes do cul do Maranho com at tropas de Cosme, ‘ecescravo, natural do Cearé, que liderava um exéecito de até és mil ‘scravor rbelados, ara os quae obrigava os zenhores a assinar earns dle alforria, quando nfo as firmava por conta propria. Mesmo no ‘oma mas radical, poranto, nem a atuagso de Gomes [pedindo a igqualdade de direito entre as cores] nem a de Cosme [exigindo alforvia para on eaceavos que dcidissem Iutar a0 lado dos rebedes]fugieam dos ‘quadror mais gerais de partieipagko popular, eagados ao longo das Ts de independéncia eda liberalism radical do periodo, pois era 0 ‘umprimento da Constitsigio que se denuaciava, 20 se lute pela igualdade entre "os homens livres de todas as cores" e, do mesmo modo, era 8 adesio A causa rebelde que trazia 0 direito 2 alforsia 20s ‘ecravos das ropas de Cosme, e nZo uma ieitimidade genérca da pro: priedade exrava (Assungio, 1993). © mesmo fenmeno se repetira no ‘contexto da Sabinada (Kraay, 1992, 2003) "Na verdade, nor rode o conturbado periodo do Primeizo Reinado © dos regencns, a metifora da esravidlo, como imagem de opressio, fot ‘constanrementeacfonada — sea pelo discurso “patrira” da época da Independencia [Beni escravo de Portugal, sca pelo liberal exaltdo, ‘que clamava por igvaldede de dieios enee os baslezos livres — sert ‘ue ito implicate colocat em xeque odireito de propeiedade sobee os eres humanosexcravizados. 2? "Multas voues conservadoras, a exemplo do observador francs cita- «do aneriormente, denunciariam o perigo de que essaspalavras se espa- Ihasema comma rastilho de polvorspelas sonzalas. Contudo, isto nko se de. Else continuaram a see usados, espalharamse como ratio de pélvora entre camponeses« Livres poles das cidades, empolgaram ‘esmno escravs erioulos que tomaram a participaglo nas tas ‘somo passaporte para sise propria libeedades, Mas, em que pese a violents repeestdo que ce deseneadeou sobre as eebelides regenciais, epecalmente as de carder mals marcadamente popular, os significa ‘doe atribuidos tlberdade 3 igualdade pela qual se lutava pareciam ite, mes como contraponto nio-questionado, a legiti- 16 120 come ls midade da proprisdade escrava A igualdade de ditcitos entre popula- fo live estava contradicoriament informada pla distingio eoncteta © ‘otiiana entre eidados lives « escravos, As imagens da ercravidio podiam ser usadas com éxito nas lets do Ueralismo de elite ou populas, porque traziam em si uina efetividade

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