Sei sulla pagina 1di 8
MAYUMI SOUZA LIMA. (a Cootdlenadoria Gera de Planejamanto 0 Preteitura de Sio Paula, A CRIANCA E A PERCEPCAO DO ESPACO FOTOS: RINE SUCAHARA SUMMARY RRelato de experiéncias realizades om duas escola, ums es tadual, sitveds na zona central da cidade e outra particular, em bolero ecol6gice afastao do contro, quando uma equips consti- ‘tute por 5 arqutetor, uma sociéloge © um estudante de jorns- lismo, pracurou captar como as criancas percebem o espaco em {que viver, Na escola estadusl 0 trabalho scompanhou a desu ‘80 do prédio antigo @ 2 construeso do novo, sendo que oF alu: ‘ot participaram inclusive ne escolha dos elementos da antiga ca 2 que seriam sproveitados no ambiente destinado a0 lazer, cons trulda 20 lado do novo précio, RESUMO. This papor is report of projacts developed in two schools, in Sé0 Paulo by a team formed by five architects, a sociologist and a journalism student, interested in understanding how chi ‘en perceive the space where they live. One of the schools is 2 public one, located downtown; the other one is private, in a Suburban area. Inthe public school the development of the Project followed the destruction of the old building end the Construction of the new one. inthis school the student participat fed in the choice of the old house's elements that would be used Inthe reereation are to be bud close to the new house. CADERNOS DE PESQUISA * FUNDACAO CARLOS CHAGAS 73 O iintrme sept pre 2 XV sc: Gc or cogs conpatota © amor Bo Sidecar a cronnssibmetrselvceade ole iene 17 Ns ses, ener do resent desenvolvimento das teorias psico-pedagégicas que fun- damentam a aco das escolas, poucas alteracbes apare- ‘cem ao longo dos anos, na organizaglo do espaco, fa zendo crer numa simples defasagem entre o setor educa tivo e 0 de arquitetura. Mas no existe esta defasagem. De fato, se examinarmos as plantas das escolas construi. das até 1930, hé uma coeréncia entre os espagos cons- ‘truidos e os conceitos educacionais entdo vigentes: a or- sganizacdo desses espacos deixava clara a hierarquia exis- tente entre os membros daquela comunidade, definiam formas cristalizadas de relacionamento e em conseqiién- cia, ambientes, dimensdes ‘estiticas, Esta mesma hierarquia continuaria aparecendo nos anos seguintes, jé com um padréo definido: as salas de aula teriam 6m x 8m, luz natural & esquerda e quadro negro a frente das carteiras. ‘Ainda em 1966, 0 Estado fornecia aos arquitetos, & quisa de orientacgo para os projetos de prédios escolares, uma relacéo mais ou menos extensa de ambientes e suas dimensdes, na qual ndo faltariam as mesmas indicagdes para as salas de aula, explicitando a colocacio de 40 car- teiras, em fil A localizacio relative da administrago continuava, ‘como ainda continua, numa situacdo estratégica de vi so sobre 0 conjunto, para cumprir a funco antes cha- ‘mada de fiscalizacdo e controle, @ hoje de coordenacio. a EE | As alteragées introduzidas ficaram mais no plano tecnolégico, permanecendo as relacdes de autoridade e hierarquia entre administradores e professores, e entre professores @ alunos, e praticamente firmes os mesmos conteddos curriculares. As variSveis iyadas as atividades, a0 relacionamento democratico entre os participantes, 's necessidades da crianga nas diferentes faixas etdrias @ fem diferentes condigdes sécio-econémicas permanece- ram como informagées supérfluas para a obra, preocupa- dda a Administragdo mais com a eficiéncia do cumprimen- +o de prazos e custos do que com a finalidade da prépria ‘construcéo. Oo cris ecuonores nes vase iseguos no cvtesinom ans nsec tor dessus de dun mid que rtm fa tetzrem on stu lores porn» wo pene fo mesmo tempo om aue defends» exiiiden compote ds arose ro papal ena do por Stes Wore ale ola ester, ruro ato e Sosouleseente pre mon oer, permit do meta ante dpa 7 pusilgede apeentod, em uns cas, ar a coride Ge uo mab tno de antlers» crete Sonsrtvor ena resstenc por parte de profr sorts miiovaores eames Taraolo ocr Sor odie que protease sina ores om bam nl prim dos dae us ervole eo tranes Jo dservoNimen eacsdoral, oor ae SComctede ects ccna um lured po at corse sta ce sre aor protease wa sper porto desmotinents de un propane {aban fut oo slur, lo proviso rex oder a sue otis pl ec ' Um programe desenvolvido pole FECE — Fundocio Esta ‘dual de Construgses Escolares — em 1967 contou com a par Cipaeio de uma equine de arquitetos — Markien Landa, Flivio Mindlin da Siveira e Raberto Loeb — que eladorou um projet ara a exccuedo répide de sales, anoxas prédios oxistontes, ut Uiandose de cores vivase elementos wstruturais de tubos mets Nios. As eriangae descobriram as possibilidades \idicas do mate tial, mat 9 resisténcia doe profesvoes fo; total, sob as mais dite renies alogacdes Entre 1971 @ 1975 foram construldas quase trezentas uni ddades escolaes nos Estados paticioantes do programma PREMEN — Programa de Expansio ¢ Methoria do Ensino — © as salas po: diam ser interigadas, ssqundo conveniéneis de agruparcoletvos maiores, por simples abertura de portas/peredes. Por ocasiGo da ‘valiafo, em 1978, nBo se constaiou um Unico caso em que os fepagos tivessem sido usados diferentemente dae salas Ge Sula ieoladas 14 CADERNOS DE PESQUISA ¢ FUNDAGAO CARLOS CHAGAS Az exseéncas que dearvove mos em duas escolas procuraram iniciar um trabalho conistante junto as erianeas para se captar 2 percepeso ‘que elas tém do espaco que ocupam e vivem e para 33: ber como se daria a apropriag3o desse espaco pelas pr6 pris criangas, caso tal apropriacdo Ihes fosse permitida.? Uma outre questdo se colocava: como a crianca manipula 105 elementos construtivos do espaco como instrumento de aprendizado As experiéncias, todas lddicas, feitas em horérios wes das aulas, foram desenvolvidas com trés grupos de aproximadamente vinte criancas cada um: dois grupos de 7. 11 anos e de 12a 15 anos, numa escola publica freqilentada por uma populago de média e baixa renda; lum grupo de 7 a 12 anos de uma escola particular, cujos alunos provém de familias de alta renda, Para melhor compreensio, descreve'se a situacSo das duas escolas consideradas: a escola publica funciona- va em uma casa, construida para a moradia de uma se: ‘hora de familia tradicional, no auge da economia ca- feeira. A construgdo, embora comparativamente a ou: ‘tras casas da época nao fosse das mais faustosas, ostenta- , ainda assim, 0 luxo dos materiais importados e prin: cipalmente 0 cuidado artesanal das pecas de ferro, das lumindrias de cobre, das rosetas e macanetas que orna: vam as altas portas (foto 1). Certamente, ainda quando o prédio foi cedido para (0 Estado para que nele funcionasse uma escola, a client Ja do bairro se aproximava, enquanto origem familiar, a da antiga proprietéria. Em 1978, contudo, do antigo cconforto @ Iuxo, poucos sinais permaneciam, perdendo o ‘ardter inicial e 05 detalhes construtivos mais significat vos nas sucessivas adaptacées e reformas pelas quais a escola passaria. Num bairro jd deterioredo, ocupado prin- cipaimente por uma populacéo de baixa renda, consti ‘tuida por pequenos comerciantes, empregados e sub-em- pregados do setor terciério, a escola convive hoje como bbarulho constante de Snibus, trens e caminhées, © mais ‘ainda, com a prostituigdo eas drogas. ‘A populacdo matriculada ~ 1.300 alunos em trés perfodos — ocupava quase a mesma érea da casa unifa- miliar, divididos os ambientes por tabiques precérios, uti lizando-se de instalagdes sanitérias deficientes em nme- ro e em manutengéo. A possibilidade de uma construcdo nova para a escola estava estreitamente vinculada a viabi- lidace de realizagio paralela de aulas e de obras, quase Ro mesmo espaco, face a limitacdo do terreno. Esta tuacéo, que criaria problemas para qualquer escola, tor- nava-se mais grave porque as criancas daquela escola, de ‘um modo geral, no tém condigées de estudo e de lazer ‘em suas casas. Ao mesmo tempo, esta mesma situacso Parecia criar uma oportunidade de sensibilizar a maquina ‘administrativa ¢ técnica do Estado a dedicar uma parte do espago construtivo na identificago das solugées que melhor atendessem aquelas criangas.. N cotati pare dtr ‘com as criancas 0 programa arquiteténico da nova esco- fa.3 No entanto, seria possivl integré-las no programa através de outras formas de participaggo. Vislumbrou-se, entio, a possibilidade de se trabalhar na apropriacéo dos espacos que fossem construidos, desde qu 2A equipe que dosanvolveu ot trabalhos foi constituida po los sequnces profisionss: Roberto Melzi Agune, arquiteo: Iringo Vostisk! Supphare,arquiteto: Raudynay Jorge Angelo, resorforalista: Marina Xavior Rabell, arquiteta, Auth do Couto Foss Viel, arquteta; Mitam Glia do Game Botelho, socisiog: Mayumi Watanabe de Souza Line, equitet, Parti: Popo esecial de Ana Vera Macedo, professors 30 razo dado entre a aprovacdo do Programa Anual de Construgdes © a enroga do prio # de soroximadamente 12 me: S23, por imposicSo cantabil dos fontes de recurso, invablizon. do consultase pesauisas junto populace. CADERNOS DE PESQUISA ¢ FUNDACAO CARLOS CHAGAS 75 mente, seria também vidvel propor uma pequena cons: trucdo, exclusiva das criangas, que se destinasse a ser {rea de lazer fora do horério escolar. © projeto lddico foi montado em torno destes dois objetivos, prevendo-se um certo nimero de reunides quinzenais, com duragdo unitéria de uma hora, e que se estenderiam desde decisdo da construcio até a entrega do conjunto prédio e areas esportivas e de lazer, 0 que le varia a extensdo dos encontros para o periodo de dez a doze meses. Levou'se &s criancas e aos professores os problemas de ocupacéo do terreno, barulho, trepidagio e outros in ‘comodos e a proposta de nova construcdo que gradative mente ria derrubando parte da escola existente, até completar a substituicdo. Havia na proposta, a ideia de que construcdo e destruicio so faces indissoliveis de uma mesma realidade que se transforma. Propunha-se a0 ‘grupo que todos participassem dosse processo, conquis: tando cada novo espaco, sabendo o que se destruia, o {que se conservaria e principalmente como se apropriaria, através do uso, do estabelecimento de novas relagées en. tre pessoas — alunos, professores e funcionarios. © pro: jeto terminaria, portanto, numa grande festa de destrui i simbélica do velho prédio, por todos 0s usudrios da escola que assistiriam logo depois 8 derrubada final de suas paredes, dando lugar & construc da drea de lazer & da quadra de esportes (foto 4}. A receptividade desse projeto junto 20s adultos foi minima, Quanto 20s alunos, 05 menores, no canjunto, participaram mais; 0s maiores no tiveram uma participa ¢80 conjunta to grande, mas alguns destacaram-se indi Vidualmente de tal maneira que chegaram a ultrapassar a prépria proposta inicial ‘A. segunda escola escolhida localiza-se num dos pri meiros bairros ecolégicos de Sdo Paulo e, apesar da ex: ppansio recente que se verificou como nova linha da espe culscS0 imobilidria, continua sendo basicamente ocupa. do por profissionais de nivel universitério, de salérios al tos. Contudo, 0s loteamentos da regio avizinham-se de bairros operérios de Carapicuiba e Cotia, apresentando uma diferenga média de 1/100 no tamanho dos lotes en- tre um bairro e outro. Todos constituem bairros novos € as construges so igualmente recentes. A escola, neste contexto, 6 freqiientada por uma populagdo que pratica mente 6 conhece o espaco amplo, aberto e sempre em construgo, ‘A este grupo de criancas propdsse 0 projeto da construgio coletiva de um objeto, com material determi: nado, e pecas que, elaboradas polos participantes indi vidualmente, deveriam encaixar-se para formar o todo. Em todos os trés grupos procurava-se, inicialmente, captar sua leitura do espaco (da escola, da habitagio ¢ do entorno}, sua perceprdo dos condicionantes desse espaco e de sua transformaggo; a concepcfo do espaco 76 CADERNOS DE PESQUISA « FUNDAGAO CARLOS CHAGAS desejado para 0 estudar e para 0 viver com os demais: amigos, familiares © outros. Partindo se de situaglo, forma, ocupagio e constru: eH no mundo animal e vegetal pediu-se &s criangas que deserevessem o espago que elas definiam como necessé rio para o viver e que identificassem com quem viviar. Utilizou-se, em primeiro lugar, a linguagem falada — en- trevistas gravadas — seguida de sua tradugao grética, va Fiando conforme facilidade técnica no uso do material, em colagens ou desenhos.* Constatou-se, nessa primeira atividade, que as crian: ‘gas dos diferentes grupos manifestaram-se oralmente de modo muito similar: todos desejavam espacos amplos, com muito verde, construcdes simples e pequenas, onde pudessem ter os amigos para festas e um lugar seu, sem a intromissio de irmSos. Foi na comunicagao grética que apareceram as diferencas entre as experiéncias vividas pelos grupos, com a incorporaco de informagées con: ‘cretas sobre a forma do viver cotidiano de cada crianca. ‘Assim € que, na primeira escole, surgiram espacos como “eorredor onde minha irmé brinca’” ou “debaixo da es- cada onde fico quando quero brincar” em confront com “a piscina”, “a casa dos empregados”, “o bosque”, "a case do cavalo" da segunda escola. Outro dado interessante, que surgi ainda nesta pri meira indagagio, foi a ocupago do espaco através da pergunta “quem vive com vocé, em sua casa”, na se ‘gunda escola que aparecem com clareza e com insistén- cia a difecenga entre "“ocupar © mesmo espaco" "viver junto”, Assim, 0 caseiro, a empregada e os demais servi ais foram esquecidos no rol das pessoas que “morem com vocé, apareceram na descricao dos ambientes da casa e reforceram 0 seu cardter diferenciado nas respos- tas “eles entram e ficam em casa, mas no moram ld; é diferente". J6 na primeira escola, as pessoas estranhas 30 Clroulo familiar foram citadas desde © primeiro momen- to, mas geralmente com poucos detalhes como “tras mo- ‘625 que moram com a gente” ou “o marido ea prima do meu pai” A idéia da escala © da proporc#o mostrou-se bastan- te confusa em todos 0s grupos, principalmente quando 4 esta se associa a dimenséo linear. A correlagio entre es paco @ 0 seu uso, 0 condicionamento do espago aos ma: terials e as técnicas construtivas e, principalmente, a in- ‘errelagio entre o espaco e as condicses de sua producso foram totalmente ignorados, mesmo pelos adolescentes. Verificou-se, ainda, que as criengas consumiam, com, rapider e facilidade, os mesmos conceitos e preconceitos dos adultos, introduzindo como necessidades suas, valo- res e necessidades dos adultos, principalmente aqueles que sio transmitidos pela televisio. Dessa maneira, tanto {as criangas que moram nos bairros ecolégicos, quanto aquelas que moram num quarto do centro, afirmavam ser “impossivel viver sem 0 verde”, assim como a maioria desenhava a casa com o telhado de duas éguas, janelas ‘com esquadrias em cruz, cerca com jardim e érvores, ‘numa paisagem lluminada pelo sol. ‘A inibieo causada pelos adultos nas criancas que freqilentam a escola publica é bastante acentuada em ‘confronto com as criancas da escola particular. Esta ‘eonstatagio ficou reatirmada na reacdo das criancas da primeira escola; quando rompida a distribuicso tradicio- Posteriorments, os aspectos ignorados ra primeira etepa ‘oram retomados através de novas format de expresso, inclusive da fotogratia, Para tanto, ae erangas recsberam maquinas foto srificas gue foram utilizadas em rodiaio e depois devalvides ps ‘aequipe som que tivesseRavide qualquer aroblera. CADERNOS DE PESQUISA * FUNDAGAO CARLOS CHAGAS 7 fal de carteiras percebeu-se, com surpresa, que as cartei: ras, para elas, constitufam uma linha de protecio, de se ‘guranga, sem a qual ticavam inibidas e 8 mercé dos adu! tos. Tal inibi¢do desaparecia quando podiam manifesta se sem receio de punico, como nos bilhetes colocados has urnas.5 Somente aos poucos aceitaram a invasdo des s@ territorio até a mudanca de uso da sala para um dest le de madas, com as carteiras encobertas por jornais fun- cionando como passarelas, isso quase seis meses depois. Este ultimo fato traz 3 lembranca a experiéncia de senvolvida por arquitetos franceses que em 1968, utili- zaram blocos rigidos de espuma de borracha para que Ccriangas com idade variével entre 8 e 13 anos construis sem diversos ambientes. O resultado parcial apontava, por exemplo, @ preferéncia das crianeas por espacos aconchegantes, de aberturas pequenas, considerando as janelas grandes, como um excesso de luz que as violentava (Boris e Hischler, 1971).° Permanece presente a pergunta se estas criangas te- riam construido os mesmos espagos se 0 material for- necido fosse outro e que lhes permitisse vencer um v3o maior ou propor espacos muito diferentes. O certo é que ‘0s ambientes criados pelas criancas francesas assemelham- se, grandemente, aos das proprias casas antigas da Franca e, principalmente, com as casas das éreas rurais. Na primeira escola, ap6s a fase de identificacéo de ambientes e numa iniciacdo de leitura da cidade, no en- torno da escola e do proprio prédio da escola, as crian- cas selecionaram os elementos construtivos que gosta riam de ver preservados nas éreas de lazer e escolheram ‘0s ambientes que desejariam para suas atividades de re creacdo extra-escolares. Em ordem de freqiéncia, sur- giram a discoteca e a piscina que tivemos de discutir pa- a mostrar a inviabilidade e a inconveniéncia de atendi mento, Decidido, finalmente, que seria um teatro de arena para apresentacdo de sons e uma sala de jogos, as, criangas demonstraram grande sensibilidade 20 escolhe- rem exatamente aqueles elementos construtivos que d ram significado & casa, na época de sua construcdo (fotos 16 € 17). Da relaggo total foram ainda selecionados aqueles que dariam unidade 20 novo conjunto, passando 4 integrar 0 projeto do prédio novo, ora em constru: lo,” No projeto final da segunda escola, a discussio do. grupo para a tomada de decisdo sobre o objeto a ser construfdo recaiu sempre em brinquedos conhecidos em que cada participante poderia executar a sua peca sem a interferéncia ou a colaboragdo do outro. Sugeriase “ae roporto com avides”, “uma garagem com carro” e ape: nas uma erianga percebeu a possibilidade de uma cons: trugo coletiva em que cada elemento tem necessaria mente de completar 0 outro. A sugesto — ndo aceita pe- lo grupo — foi a de um quebra-cabegas tridimensional. O grupo, finalmente, decidiu pela construcao de uma casa © © produto resultante apresentava mais uma vez 0 telhe: do em duas aguas e janelas com floreira (foto 18). 78 CADERNOS DE PESQUISA * FUNDAGAO CARLOS CHAGAS PLANTA 5 Alguns exomplos do to0r dos bilhetes! “Estou adorando pecas. $6 a confusio jd me agrada, mora’; "Eu acho que va sr Sempre a mesma porcaria se to afastarem esta rodovsria dog assinado ninguém’”; “Eu acho que voots eetio todos loucos, E tude montira’ 6 Gs mesmos arquitetos ~ Jean Boris ¢ Geneviéwe Hisehler — realizaram em 1968 um estudo sobre ambientes pintados a co: res, 3 influgncia da forma des sala eas condiedes de etiiéncia da {omunicaedo oral. Uiilizaram ainda ur questionsrio junto cra ‘98! para estabelecer ae formas de relacio des criancys comm 0 {Pu habitat real eo seu habitat imagindri, 7” "Projeto Sérgio Pileggi ~CONESP/1978 —, elaborado a partir da docisio coletiva do grupo do exiangat@ adolescent, utiliza. {0 ainda elementos construtivosselacionados por elas mesmnos O sarod eaproxinuament i Cont rane ter corel ar sums eftmostes poder sr ascaes¢» mois importante do € dee Aevneas se nab sche rants prs 0 tex io wnbém at que mab fasinates nan va palon putts pocrclos ds aon & de sss tituicdes, sem fa resisténcia face 4 autoridade. E, 2 tower ua tase veer ce queer Ger connpam permance ssocraties quando fd Sta rafters = po toe 8h Wa rar = too Saquome Ge apn de avtortarioma edo dvs Sec om qv ov autor vom o ut ale ra eo Meno ques einen fos av, eogar oe tom, na corer doo nage aa gus Soom CADERNOS DE PESQUISA * FUNDAGAO CARLOS CHAGAS 79 realizadas por um dos membros da nossa equipe num acampamento cigano em Sao Paulo. As fotos mostram que as criangas ciganas cons- troem tendas, distribuidas no terreno, na proporcdo de ‘ocupagéo das tendas dos pais e incorporam os mesmos espagos que as verdadeiras, repetindo as mesmas solu Ges de abrigo e de moradia. Repetindo Mendel, diriamos que a diferenca reat que existe entre o adulto e a crianga esté na desigualdade da forca entre ambos, material ou financeira. Esta dife- renga faz com que, desde a primeira inféncia, a crianca vi sendo subjugada por diferentes formas de autoridade ‘que a impede, principalmente na fase escolar, de mani- festar-se livremente ou de conceber outros padrdes que rndo sejam aqueles adotados pelos adultos. Mas se esta situago ocorre, as experiéncias sugerem, também, que as criangas mostram uma capacidade maior para respon- der positivamente aos estimulos novos, transformando (5 espacos através de um uso que thes é préprio, desde ‘que se assegurem condigées para a sua participagio. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BORIS, JEAN e HISCHLER, GENEVIEVE. 1971. Lienfant architect, Architecture d“Aujourahui, a8 184, fev/mar. MENDEL, GERARD. 1974. La descolonizacion del nif, Edito- "ial Arie, Borcelona, 80 CADERNOS DE PESQUISA * FUNDAGAO CARLOS CHAGAS

Potrebbero piacerti anche