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‘05 conceitos, sempre que possivel, medida que surgem no decorrer dos textos. Foi recomendado aos autores, sempre que o temas comportasse ¢ visando a as questdes do poato de vista geral, a nfase fosse dada & realidade brasileira. Para faciltar as discusses em sala de aula, e tendo em vista o conjunto 08 colegas professores € acs alunos pera que colaborassem com sugestoes, baseadas nas suas expesiéaias pessoas no tralo com 0s textos. Nelson Carvalho Marcellin 8 CIENCIA, COISA BOA... Rube Alves* Femando Pessoa dizia que “pensar ¢ estar doente dos olhos". No que eu cconcordo.Eaté amptioum pouco; “pensar 6estar dente do corpo”. O pensamento ‘marca olugardaenfermidade, Ab! Vocé duvida. O meu palpte éque, neste preciso momento, Yoc€ no deva estar tendo pensamentos sobre os seus dentes, a menos ‘que um deles esteja doendo, Quando 0s deates estilo bons, no pensamos neles. ‘Como se eles no exisissem, O mesmo com os clhos. Vocé s6 tomar consciéncia ‘eles seestiver com problemas oculares, miopia ou outras atrapalhages. Quando ‘0s othos estio bema gentento pensaneles: eles se tomam transpareates.invisiveis, ‘tansparente, ¢a gente se coloca inteiramente, no nele, mas na coisa de fora: 0 «aqui, a frvore, o poema, o corpo do outro, a misica, Quando 0 corpo esté bem, ‘leno conhece. Claro que tem pensamentos; mas sto pensamentos de outro tipo, ‘& puro gozo, expressivos de uma harmonia que no deve ser perturbada por nechuma aividade epistemoligica. ‘Mas basta aparecer a dor para que tudo se altere. A dor indica que um problema apareceu, A vida nto vai bei logo a pergunta: “Que foi que ‘a linghiga frita? Pode ser, também, ‘+ iso, edvadr,dovr em loi pela Univeidade de Picton (New Jeney) trofescr Fcuade de Escape da Unica, aver, etre auras obras, de Filotfs ds 9 que tudo tenha sido provocado por aquela contratiedade que tive...” Essas Derguntas que fazemos, diante de um problema, so aquilo que, na linguagem ientifica, recebe 0 nome de hipSteses. HipStese € o conjunto de pegas imagi- ‘arias de um quebra-cabega, que acrescentamos Aquela que jé temos em mos Com 0 propésito de compreendt-la. Compreender, evidentermente, para evitar Que 0 incémodo se repita. Pensar para ndo softer. Deve haver, no universo, rmilbies ¢ milhdes de situagdes que nunca passaram pela nossa cabega: nunca tomamos consciéncia delas, nunca as conhecemos. £ que elas nunca nos incomodaram, no perturbaram 0 corpo, nfo the produziram dor, $6 conhece- ‘mos aquilo que incomoda. N3o, ndo estou dizendo toda a verdade. Nio € s6 da dor. Do prazer também. Voc8 vai almogar numa casa e lélhe oferecem um prato divino, que dé ao seu corpo sensages novas de gosto olfato, Vem logo idéia: “Que bom seria se, de vez em quando, eu pudesse renovar este prazer. B, te, nko posso pedir para continuar a ser convidado”. Usamos entio a classica: “Que delicia: quero a receita.... Traduzindo para os nossos receita tem a fungio do permit ‘quem pede a repeticdo nto €o: ‘odeia a repetigdo. Estd sempre atrés de novidades. Uma vez de posse de um eterminado conhecimento, ele nlo o fica repassando e repassando, “Id sei”, iz, € prossegue para coisas diferentes. Com 0 ¢ recusa um copo de vinho, dizendo que dague! uma mésica, dizendo que j& a ouviu antes, nem rejita fazer amor, sob 1 alegacio de jé ter feito uma vez. Uma vez s6 ndo chega. O corpo trabalha em (0 desejo de conhecer & um servo do desejo de prazer. Conhecer por conhecer & um contra-senso, Talvez que 0 caso mais gritante¢ mis patol6gico do que estamos dizendo (todas as coisas normais tém a sua patologia) se ‘se chama exames vestibulares: a mogada, pela alegria rrorace eowar in ores violéncias, armazena ‘mento indtil ¢ no digerfvel, tortura 0 Corpo, nega-The os prazeres mais Sines Pr qt Taotema vercom padre Goprae Haar CE LA LATA TT a! incrivel de no passar, de ser deixado para tris, de ver-se 20 espetho como incapaz (no espelho dos othos dos outros); ¢ hia fantasiadaalegria da condiéo de universitério, gente adult, num mundo de adultos. Claro, coisa de imagina- isciplina para fugir da dor e para ganhar 0 peazer.E logo © corpo, tiunfante, trata dese desvencilhar de todo ‘conhecimento init que armazenara, esquece quase tudo, sobram uns fragmen- tos porque agora a dor j fo ultrapassada e 0 prazer foi alcangado, A geate pensa para que 0 compo tena prazer. Alguns dirdo: “Absurdo. £ verdade que, em certas situagies, conheci- mento tem essa funcéo pritica. Mas, em outras, nfo existe nada disso. Na

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