Sei sulla pagina 1di 2

ENTRE CAMALEES E PAPAGAIOS: acerca do estado da arte da arte

16.10.13, Cinemateca Brasileira.


Boa noite. com prazer que em nome do
Elefante de Marfim, a convite de Sophia, venho
lhes dizer algumas palavras.
A obra que presenciaremos a seguir trata de questes talvez nem to evidentes para os
observadores desavisados. Ou antes, todos poderiam presencia-la de um modo em que no
nos prendssemos a nada que fosse interior ou exterior obra. Um modo desatento, sem
inteno alguma de compreenso ou apego aos sentidos ali expostos. Pois, talvez, s assim
conseguiremos sentir o que est em jogo nesses minutos em sua companhia.
O que acontece quando presenciamos algo que no compreendemos?
MARFIM e ELEFANTE podem se conceder a humildade e a soberania de nada
significarem para alm ou aqum dos seus prprios signos. Esto latentes todos os seus
sentidos: sairmos do registro do gostei ou no gostei por uma saturao de signos: uma
emergncia de um estado de indiferena, tanto da personalidade quanto do gosto de quem os
presencia. Alis, ambos, gosto e personalidade, escombros por onde se erram os sentidos.

Camaleo: uma grande mineradora cria uma


paraso artificial em meio a devastao da natureza que ela
prprio causou.
Papagaio: um grupo corporativo, entre empresrios
e especuladores da arte, convidam seus amigos artistas
para exibirem-se com financiamento pblico-privado.
Mas afinal, qual o sentido disso tudo?
Todos e cada um de ns encontramos um.
A quem se dirige tais signos?
A todos e a ningum.
Escutam-se os escombros, as angstias, o delrio.
Sentem-se os calafrios, os tdios, os delitos.
Partilha e dilacerao.
A busca pelo tesouro (a arte da salvao!), a morte do prximo (um objeto muito
valioso e cobiado...).
A proibio de ir e vir (sim, isso no uma luta por direitos...), a alegao de discrdia
(... est se fazendo cena e distraindo aqueles que querem apreciar um bom objeto de arte).
Uma linha tnue entre o percebido e o imperceptvel, permeando-se.
A que custos hediondos podem fazer o belo acontecer? (Entre patrocinadores e a
realizao da obra seu custeio, seu acontecimento).
At que ponto pode algum suportar a verdade, sem a qual enlouqueceria? (Entre a
realizao da obra e a vivncia dela entre o expectador e o ator que baila).
Ser que muito do que defendemos hoje, no ser o nosso inimigo de amanh? E isso,
mesmo assim, nos impediria de agir?...
A obra, como a culatra de tudo, est apontada para a nossa cara.
Boa sesso.
Podemos comear.

Potrebbero piacerti anche