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As personagens “L.-] Nas personagens mostra-se imediatamente a mesma concentrac3o: sdo em nmero reduzido, Estao relacionadas umas com as outras de modo surpreendente e formam um todo fechado, ou seja, uma familia. Compde-se de pai, mae, filha, e criado que é parte integrante da familia. A nica figura. «técnica» de importéncia é ainda irmao de Manuel. Pode-se quase dizer: a familia é uma personagem, é a personagem do drama. iis] Nenhum membro desta familia (¢ esta, como todo, naturalmente também nao) é um herdi ativo, nenhum pretende defender ideias (a aparente excecao, «<0 desafio» langado por Manuel aos governadores ao deitar fogo ao palécio, [...)) Podemos, decerto, dizer que esta familia se quer conservar como familia, que estes seres humanos se pertencem e querem pertencer uns aos outros. A | familia esta construida como familia completa, viva. [..." | | ‘Wolfgang Kaiser, Andiise einterpretacéo da Obra Literéria Madalena de Vilhena | Mulher romantica, que age dominada pelos sentimentos. Vive atormentada pelos remorsos de ter amado Manuel Coutinho ainda em vida de D. Joao, situa- 40 que a impede de usufruir o momento presente. Como afirma Wolfgang Kaiser, na obra Andlise e Interpretacdo da Obra Literdria: “Madalena vive como | seu desassossego, 0 seu pavor, os seus pressentimentos, desde a primeira pala~ | vra, para 0 acontecimento que hé de vir [...]". Apesar de viver aterrorizada pela | ameaga do passado, nao é capaz de reconhecer o Romeiro como D. Joao de Portugal, como se algo a impedisse de ver a realidade. Maria de Noronha Jovem fragil, sonhadora, simultaneamente crianga e mulher. Tratam-na como um anjo, pela sua pureza, meiguice e bondade. Vitima inocente da tragé- dia que cai sobre a familia, Maria tomna-se filha legtima, o que aaniquila defini tivamente. Dona de uma grande inteligéncia, é muito precoce, culta e curiosa. Mostra-se decidida e, por vezes, rebelde e varonil, pois manifesta o seu idea-_ | lismo politico e © seu édio aos governantes castelhanos de forma veemente. Aparece na obra como simbolo do sebastianismo. | Manuel de Sousa Coutinho Homem determinado, pragmatico, corajoso e patriota. Tem um carater inte- gto e generoso. Defende a liberdade e a independéncia nacional. Embora de indole racional, no momento em que vé a sua filha a sucumbir a doenga e ao sofrimento, as emogées ganham intensidade. Opta pela entrada no convento como forma de superar o problema familiar. Telmo Criado fiel, amigo e confidente. Quase um membro da familia. Assume, com D. Madalena, apesar de todo o respeito e estima, uma atitude critica em relagao ao seu segundo casamento. Ele é 0 elemento que estabelece a ligacdo entre o passado e 0 presente. Vive atormentado por profecias e agouros. Tem uma ligagéo e um amor muito grandes a Maria, sentimentos que Ihe provocam um. conflito pungente, aquando do regresso de D. Jodo de Portugal, que para ele também fora como um filho. Funciona, por vezes, como coro* da tragédia. Apa- rece na obra como simbolo do sebastianismo. D. Jodo de Portugal Nobre que desapareceu na Batalha de Alcécer-Quibir. E referido na obra como um “honrado fidalgo e um valente cavaleiro". E um homem forte, austero, que suportou com firmeza e coragem um duro cativeiro. A sua dignidade e grandeza de carater sao tao grandes que sugere a Telmo, para salvar a mulher que tanto ama ea familia dela, que afirme que o Romeiro é um impostor. Sobre 0 Romeiro recai um olhar de acusa¢ao por parte das outras persona- gens que esquecem o seu drama — perdeu a mulher, os amigos, 0 seu espaco (6 um indesejado e um estranho na sua prépria casa) por isso ele se identifica como "Ninguém’ (final do ato Il). Frei Jorge Irmao de Manuel, tenta ser a voz do bom senso, da razao e do equilibrio. As suas palavras, eivadas de fé, servem de conforto a familia. Tal como Telmo, também ele funciona como o coro que faz apartes, que comenta, que explica, que anuncia.

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