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JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. DIREITO PROCESSUAL PENAL |. Processo penal em geral Il, Da fase preliminar do processo pena I, Da agdo penal e aco civil derivada do ilicito criminal IV, Da jurisdigbo, competancia e questées e processos incidentes V. Partes esujeitos processus Vi Da prova. Vil. Medias cautelares reais e pessoais.... Vil. Comunicagéo dos atos processus. IX. Despachos, decis6es interlocutériase sentencas. X. Dos processos em espécie. XI. Defeitos processuais Xi. Sistema recursal criminal. Xill, Remédios Impugnativos auténomes. XIV. Execugdo criminal XV. Juizados Especiais Criminais e Violéncia Doméstica 002 003 o10 ona 028 033 039 057 060 063 o73 on 093 100 108 & Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. DIREITO PROCESSUAL PENAL I PROCESSO PENAL EM GERAL, 1. PRINCIPIOS 1) Principio da Dignidade da Pessoa Humana: é o micleo da ordem jusidica, conferindo Uunidade teleologica e axiologica a todas as normas juridicas. © Estado eo direito niio so fins, mas ‘meios para a realizagiio da dignidade de homem. 2) Prineipio da Legalidade: nio ha crime sem lei que defina o fato como infragao penal e nao hha pena sem cominagdo legal (também a pena deve ser prevista por lei), Portanto, pode-se fazer tudo desde que nio haja lei proibindo, O principio da legalidade esta expresso no art, 5°, I, da Constituigiio Federal: “ninguém sera obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seniio em virtude de lei 3) Prineipio da Anterioridade: a lei penal, via de regra, 86 6 aplicada a fatos posteriores & sua Vigéneia. Por isso, para que alguém responda por crime e pela respectiva pena ¢ necessirio que a lei, prevendo o crime e a pena, esteja em vigor na data em que o fito ¢ praticade. O principio da anterioridade esti expresso art. 5°, XXXIX da Constituigtio Federal eno Art.18 do Cédigo Penal Att. 5%, XXXIX, CF - no ha ctime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia ‘cominagao legal [Ait 1° CP — "Nao ha crime sem lel anterior que o defina, Nao ha pena sem prévia cominago legal. 4) Principio da Irretroatividade: decorre do principio da anterioridade, ou seja, @ let penal do alinge fatos preteritos. Contudo, a retroatividade & permitida quando for em beneficio do agente (etroatividade in mellius).O principio da iretroatividade esta expresso no art 5°, XL, da Constituigio Federal: “a lei penal no retroagivd, salvo para beneficiar oréu’ 5) Principio da Extra-Atividade da Lei Penal: extza-atividade ¢ a possibilidade de a lei penal, depois de revogads, continuar a regular fatos ocomridos durante a vigéneia (ultra-atividade) ou retrougir para aleangar fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor (retroatividade), 6) Principio da Alteridade: © principio da alteridade veda a incriminaglo de conduta ‘meramente subjetiva ou que ndo ofenda a nenhum bem juridico. Por exemplo: a tentativa de suividio ua autolesio nfo serdo considerados crimes se nlo provocarem outros danos materials a terceitos. & se ndo houver intengdo de faude contra seguradora 7) Principio da Intervensio Minima: por este principio o Dieito Penal s6 deve intervir quando nenhum outro ramo do Diteito puder dar resposta efetiva a sociedade (Principio da Subsidiaiedade), atuando, pois, como ultima ratio © principio da autervengie penal minima foi recepeionado pela Constituigao através da clausula geral prevista pelo § 2° do ast. 5°: “Os diteitos e arantias expressos nesta Constituigio no exchiem outros decorrentes do regime e dos prineipios por ela adotados, ou dos tratados intemacionais em que a Repiiblica Federativa do Brasil seja parte.” 8) Principio da Fragmentariedade: por forga do principio da intervengao minima, 0 Direito Penal somente ¢ chamado a tutelar as lesGes de maior gravidade para os bens juridicos, ou seja, apenas ° @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 9) Principio da Ofensividade ou Lesividade: para que haja crime & necessirio que haja lesdo ‘ow ameaga de lesfo a bem juridico. Sé ha crime se a conduta expuser a perigo de lest 0 bem juridico penalmente tutelado. Se a conduta nao provoca dano, nfo ha perturbayao da paz social, Portanto 0 ‘ordenamento juridico penal moderno deve exigit perigo conereto por forga da conduta. Sem se afetar um bem juridice nio ha porque criminalizar a conduta, No diteito penal modemno nio ha lugar para o crime de perigo abstrato. Este principio da ofensividade vem 2a lado dos prineipios da intervengao minima e da fagmentariedade. 10) Principio da Insignificdncia ou Bagatela (delitos de lesio minima): 36 pode ser punido ‘0 ato que causar lesio eletiva e relevante ao bem juridico, niio se podendo conferir atpicidade aos ‘casos de intima relevineia, Este principio se opse as condutas de escassa lesividade, Gera atipicxtade da conduta. Restringe o ambito de incidéncia do tipo penal ineriminador. Pauta-se na regra de que a inidéneia penal pressupée uma leso minima ao bem tutelado, Caso contrario no haverd fato tipico. 11) Principio da Individualizagio da Pena: a imposigao da sangao de cada agente deve ser analisada e graduada individualmente, 0 que nio quer dizer que um agente 24 retponder por uma infiagdo e outro por outra; todos respondem pela mesma infiagdo, mas a pena de cada um ¢ graduada individualmente 12) Principio da Responsabilidade Pessoal: os reflexos da pena s6 podem atingir a pessoa do condenado. Esta presente no art. S°, XLV da CF: “que nenhuma pena pastara da pessoa do ‘condenado” 13) Principio da Territorialidade: a lei penal brasileira s6 ¢ aplicada, em regra, a infiagdo penal cometida no territério nacional, I. DA FASE PRELIMINAR DO PROCESSO PENAL, 1. CONC] (TO DE INQU 3 ERITO POLICIAL Inquérito policial ¢ procedimento administrative informative de cariter investigatério, que visa auferir elementos (autoria © materialidade da mffagao penal) para que o titular da aggo penal possa propé-la. Por simplesmente informar, nfo esta submetido as garantias processuais do contraditério e da ampla defesa e, portanto, qualquer vieio apresentado no acarreta nulidade a posterior agiio penal 2. CARACTERISTICAS DO INQUERITO PENAL As principais caracteristicas do inquérito policial sio a dispensabilidade, a forma escrita, sigilo, a indispomibilidade e a forma inquisitorial a) Dispensabilidade: 0 inquérito policial por ter 0 cardter informativo e auxiliar na formagao da opinio delicti do titular da agio penal é importante, mas nio imprescindivel, Se 9 autor da agio ja possui os elementos suficiente para denunciar ou prestar queixa-crime pode dspensar o inquérito policial. Porém, se ago penal for baseada no inquérito policial, este deve fazer parte do processo (art 12 CPP) Att. 12. 0 inquérito policial acompanhara a deniincia ou queixa, sempre que servir de base a : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. b) Forma escrita (art. 9°, CPP): © inquétito policial objetiva a averiguagdo de elementos para amparar a propositura de agio penal e por isso no se admite a forma oral, Nos termos do Codigo, as poyas devem ser, portanto, escritas de proprio punho, ou datilografadas (atualmente leia-se igitadas). Neste caso, impie-se a rubrica da autoridade. Ait 9°, Todas as pecas do inquérito policial sero, num sé processado, reduzidas a escrito ‘0u datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. ©) Sigilo (art. 20, CPP): a autoridade policial deve assegurar o sigilo necessario i apuragio dos fatos ou exigido pelo interesse da sociedade. A restrigéo a publividade no se aplica ao uiz © 20 Ministerio Piblico, ja que aquele & quem analisa a legalidade dos atos em titima anilise ¢ este, na ago penal piblica Ja o advogado pode examinar em qualquer repartiggo policial, procuragdo, autos de flagrante e de IP, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar pegas e tomar aponlamentos (art, 7%, XIV da lei n° 8,096/94), Se o advogado for impedido, podera impetrar mandado de seguranga Att 20. A autoridade assegurara no inquérito 0 siglo necessatio a elucidagao do fato ou ‘exigido pelo interesse da sociedade. Paragrafo nico. Nos atestados de antecedentes que the forem solicitados, a autoridade policial nao podera mencionar quaisquer anotacdes referentes a instauragao de inquérto ‘contra 08 requerentes, salvo no caso de existir condenagao anterior 4) Indisponibilidade (art. 17, CPP): © inguérito policial ndo pode ser arquivado pela auloridade policial. Encerrada as investigagées, deve eneaminhar os aulos ao juiz, O arquivamento, inclusive, ¢ atribuigdo do juiz, apés manifestago do titular da ago penal Att. 17. A autoridade policial no poderé mandar arquivar autos de inquérito, ©) Forma inquisitorial: o inquérito policial tem natueza inquisitiva, ou seja, © procedimento se concentra nas mos de uma #6 autoridade, Nao ¢ ps ofendido e o indiciado podem requerer diligéncias (art sivel de contraditario e am 4. CPP) la e defesa, mas o Ait. 14. 0 ofendido, ou seu representante legal, © 0 indiciado poderdo requerer qualquer dligéncia, que sera realzada, ou no, a juizo da autordade, Nos termos do art. 4°, CPP, e do att, 144, § 4°, CF, compete & Policia Civil, ehefiada por delegados de carreva, a apuragio das infiagéet penais e de sua autoria, No ambito federal, tal incumbéncia é da Policia Federal (art. 144, § 1°, CF). A despeito de nao haver contraditério, podem 0 ofendido eo indiciado requerer diligéncias (art. 14, CPP), que, por sua vez, podem ser indeferidas pela ‘utoridade policial, salvo o exame de corpo de delito (art. 184, CPP) Ait 4° A policia judiciaria sera exercida pelas autordades policiais no terrtério de suas respectivas circunscrigdes e tera por fim a apuragao das infragées penais e da sua autoria, Paragrafo ‘nico. A competéncia definida neste artigo nao excluira @ de autoridades ‘adminstrativas, a quem por le! seja cometida a mesma funcdo. 3. NOTITIA CRIMINIS. Consiste no conhecimento, espontineo ou provocado, por parte da autoridade policial, de fato ‘que aparenta ser criminoso. A doutrina classifica-a em: a) de cognicdo direta ou imediata: o delegado de policia toma conhecimento do delito por meio do exercieio de suas atribuigSes. Nela se insere a deniiicia anénima, também denomiada apécrifa ou notitia criminis inqualificada, b) de cognieo indireta ou mediata: a autoridade policial toma conhecimento através de algum ato juridico, como comunisagdo de terceiro (art, 5°, § 3°, CPP — delatio criminis), requisigao do juiz ou do Manistério : % Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Piiblico (art 5°, Il, CPP), requisigdo do Ministro da Justiga, representagao do ofendido (art CEP), c) de cognigio coersitiva: ocorre nos casos de priséo em flagrante (art 8°, CPP) AAtt_5°, Nos crimes de a¢ao pilblica 0 inquérito policial sera iniciado: 1 de oficio; Il- mediante requisigo da autoridade judiciaria ou do Ministerio Piblico, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representé-t. § 1°. O requerimento a que se refere o no Il contera sempre que possive! a) a narragao do fato, com todas as circunstancias; b)a individualizagdo do indiciado ou seus sinais caracteristicos e as razbes de convicgéo ou de presuncao de ser ele 0 autor da infrago, ou os motivos de impossibiidade de o fazer; ¢) a nomeacdo das testeriunhas, com indicagdo de sua profissao e residéncia. § 2°. Do despacho que indeferir 0 tequerimento de abertura de inquérto caberé recurso para o chefe de Policia, § 3°. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existéncia de infragao penal em que caiba acao publica poderd, verbalmente ou por escrito, comunica-la @ autordade polical cesta, verificada a procedéncia das informagées, mandaré instaurar inquérto § 4°. 0 inquérto, nos crimes em que a a¢do piblica depender de representacdo, néo poderd Sem ela ser iniciado, §5°. Nos ciimes de aco privada, a autoridade policial somente poder proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intenta-la, Att 8°, Havendo prisdo em flagrante, sera observado o disposto no Capitulo Il do Titulo IX deste Livro. 4. FORMAS DE INICIO ©-CPP determina que o inquérito policial pode iniciar: 8) De oficio (art. 5*, I, CPP) ~ a pega investigativa ¢ instaurada por iniciativa exclusiva da autoridade. Deve fazer isso quando tomar conhecimento da pritica de alguma infragao penal, seja no desenvolver se duas atividades, seja através da comunicagio de algusm. O ato pelo qual o delegado de policia instaura o inquérito policial é chamado de portarsa b) Por requisigio do juiz ou do Ministério Pablico (art. §°, Il, CPP) - Se for requisitada a istauragio por juiz ou membro do Ministério Piiblico, esti o delegado obrigado a atender porque assim a lei determina a instauragio nessas hipoteses, ©) Por requerimento do ofendido (art. 5°, II, CPP, © § 4° art, 19) ~ a vitima solicita formalmente da autoridade a instauragéo do mquérito polical Em crime de ago pibliea o mquérito policial pode ser instaurado de oficio ou @ requerimento da vitima, Contudo, na agéo privada 0 requerimento ¢ necessitio para a instauragdo tendo em vista que ago fica & diaposiydio da vontade da propria vitima. O delegado de policia poder mdeferit o pedido, cabendo, neste caso, recurso ao Chele de Policia (Secretario de Seguranga Piiblica ou Delegado Geral de Policia, conforme entendimentos existentes) 4) Por representasdo do ofendide (art. 5, § 4°, CPP) — nos delitos que exigem representagio para o inicio da agio penal 6 imprescindivel que esta ocorta para que o inquérito policial seja instaurado, ©) Pelo auto de prisio em flagrante (art. 8°, CPP) — trata-se de instauragdo compulséria Quando alguém ¢ preso em flagrante, lavrado o auto respective, cousidera-se instaurado o inguérito policial : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 8. PROVIDENCTAS (ART. 6°, 11, 13 E15 DO CPP). Instaurado 0 inquérito policial, o delegado de policia deve 4) Dirigir-2e ao local dos fatos, providenciando para que nio se alferem o estado e conservagao ddas coisas, até a chegada dos peritos criminais. Trata-se da preservayao do local do crime para que nao haaja interferéncia que possa prejudicar a pericia. b) Apreender os objetos que tiverem relagdo com o fato, apés liberados pelos peritos criminais, Tais objetos devem acompanhar o inquénto policial enquanto anteressarem & periom (art. 11, CPP), ©) Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstineias. 8 a permissio legislativa para a produyéo de provas licitas, a fim de apurar o delito, como requisitar documentos e ouvir tantas testemunhas quantas sejam necessérias para a investigagdo, 4) Ouvir o ofendide porque a vitima, muitas vezes, pode trazer elementos importantes para a apuragao do delito, ©) Indiciamento: trata-se da imputagio a alguém, da pritica de um ilicito penal, por haver razoiveis indicios de sua autoria ‘Att 6". Logo que tiver conhecimento da pratica da infragéo penal, a autoridade policial devera: | dirigir-se ao local, providenciando para que ndo se alterem 0 estado © consewagao das coisas, até a chegada dos petitos criminais; Il apreender 08 objetos que tiverem relagdo com o fato, apés liberados pelos petitos criminals IIl-colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstancias; IV- owviro ofendide: V- ouvir 0 indiciado, com observancia, no que for aplicavel, do disposto no Capitulo Ill do Titulo Vil, deste Livro, devendo 0 respective terme ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura VI- proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareacées; VIL determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito © a quaisquer outras pericias; Vill -ordenar a identiicagao do indiciado pelo processo datiloscépico, se possivel, ¢ fazer juntar a0s autos sua folha de antecedentes; IX-- averiguar a vida pregressa do indiciado, sob 0 ponto de vista individual, familiar e social, ‘sua condicdo econ6mica, sua atitude e estado de animo antes e depois do crime e durante fle, € quaisquer outios elementos que contiibuirem para a apreciagdo do seu temperamento e carater. Ait. 11, Os instruments do crime, bem como os objetos que interessarem a prova, acompanharao os autos do inquérito, Att. 13, Incumbira ainda & autoridade policia | -fomecer as autoridades judiciarias as informacSes necessarias a insttucdo ¢ julgamento dos processos Il- realizar as dligéncias requisitadas pelo juiz ou pelo Ministerio Public: IIl-cumprir os mandados de priséo expedidos pelas autoridades juciciarias, IV - representar acerca da prisdo preventiva Att. 15. Seo indiciado for menor, serlhe-4 nomeado curador pela autoridade policial , y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 4) Sujeito passa de suspeito, investigado ou averiguado a indiciado; b) Anotagdo dos dados do inguérito na folha de antecedentes, ¢) Interrogatério do indiciado 4) Identificayao do indiciado — 0 CPP determina que, ao ser indiciado, o acusado deve ter feita ‘a sua identificago criminal, isto é, wlentificagéo pelo metodo datilosedpice, Com 0 advento da nova °F, §°, LVI) Constituigio da Repiiblica, a repra passow a ser a da identificagéo civ ©) Proceder a reprodugdo simulada dos fatos (art. 7°, CPP) ~ trata-se da reconstituigdo do crime ¢ tem lugar quando nao contrarie a moralidade e a ordem piblica, Interrogatério do indicindo 0) © interrogatorio do indiciado deve ser realizado nos mesmo: moldes do interrogatorie judicial, no que couber, a excegdo da obrigatoriedade do contuaditério, Art 7*. Para verticar a possibllidade de haver a infrac&o sido praticada de determinado modo, a autoridade policial podera proceder a reprodugao simulada dos fatos, desde que esta do contrarie a moralidade ou a ordem pubiica 7. CONCLUSAO (ARTS. 10, §1° E23, CPP). © inquérito policial finda-se com o relatério da autoridade policial. Nelo, o delegado deve descrever as providéncias adotadas durante o curso do procedimento, declarando formalmente o fim da fase mvestigatiria, Frise-se que a autoridade policial ndo deve manifestar-se a respeito do mérito das provas colhidas, nenhuma opinide a respeito do fato deve ser expressa por ele, A Lei n® 11 343/08 (Lei de Drogas), eriou uma exigéncia a mais para o relatério do inguétito policial nos crimes a ela relativos: deverd ele conter justificativa do delegado de policia a respeito dos mativos que o levaram a capitulagao do crime. Relatado, o inquérito policial é enviado ao Juizo competente, que abriré vistas ‘a0 Ministério Pablico, que pode 4) Oferecer dentineia (no prazo de 5 dias, se o indiciade estiver preso, ¢ 15 dias, e o indiciado cestiver solto}, 1b) Requerer o retorno dos autos de inquérto & delegacia, para novas diligéncias (att. 16, CP! ©) Requerer o arquivamento. Seo Ministério Publico requerer o arquivai determini-lo, o art 18 do Cédigo estabelece que se 2 autoridade policial tiver noticias de novas provas, poder retomar as investigagSes (art. 18 CPP).Contudo, a retomada do inguésito 36 é possivel ‘com © surgimento de novas provas, Eo que estabelece a Simula 524 do STF. © despacho de arquivamento é irrecorrivel, salvo nos erimes contra a economia popular, onde cabe recurso de oficio (art. 7, Lei n° 1.521/51). Caso © Ministério Pablico requeira o arquivamento e 0 juiz nio concorde, determina o art. 28 do Codigo que este deveri enviar os autos a0 Procurador Geral de Justiga para que ofereca denincia, designe outro promotor para oferecer a deniincia ou zatificara o pedido de arquivamento, caso em que o juiz esta obrigado a aceita-lo, Att 10. 0 inquétito devera terminar no prazo de 10 dias, se 0 indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o pazo, nesta hipétese, a partir do dia fem que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solt, mediante fanga ou sem ela. : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 181". A autoridade fara minucioso relatério do que tiver sido apurado e enviaré autos ao juiz ‘competente. '§ 2". No relatério podera a autoridade indicar testemunhas que néo tiverem sido inquirdas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. '§3* Quando 0 fato for de dificil elucidacdo, e o indictado estiver solto, a autoridade poder Tequeter ao juz a devolugao dos autos, para ulteriores diligéncias, que serao realizadas no prazo marcado pelo jul Ait. 16, © Ministério Piblico no poderd requerer a devolueao do inguérito a autoridade policial, sendo para novas dligéncias, imprescindiveis ao oferecimento da denuncia. Att 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérto pela autoridade judiciaria, por fata de base para a denuncia, a autoridade polcial podera proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver noticia Ait 23, Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiara ao Instituto de Identificagao e Estatistica, ou reparticao congénere, mencionando 0 juizo a que tiverem sido distribuldos, e os dados relativos & inftag3o penal e & pessoa do indiciado 8. PRAZO (ART. 10, CPP). Se o indiciado estiver em liberdade, o prazo para conclustio do inquérito policial seri de 30 dias. Se 0 caso for de dificil elucidagdo, podera ser promogado, sempre que nio estiver concluido dentro do prazo. Antes de conceder 0 prazo, o juiz deve ouvir 0 Ministério Pablico. Se o indiciado cestiver preso, o prazo para a conclusio do inquérito é de 10 dias, Em regra esse prazo é improrrogavel, ‘mas na maioria das vezes acaba sendo superado, em virtude das diligénetas imdispensaveis a forma do inquérito policial. Neste caso, a pega deve ser remetida antes do prazo estabelecido e as diligéncias faltantes conduzidas 4 parte, para posteriormente serem anexadas aos autos. Na Justiga Federal o prazo para conelusio ¢ de 15 dias para réu preso, podendo ser prosragado por gual periodo, conforme disposto no att. 66, Lei n® 5.010166. A lepislagao especial traz amda, alguns prazos diversos dos previstos no Cidigo de Processo a) Lein® 11 343/06 (Lei de Drogas): 90 dias indiciado solto ¢ 30 dias indicado preso; b) Lein® 1 521/51 (Crimes contra a Beonomia Popular): 10 dias indicado solto ou preso 9. A INCOMUNICABILIDADE E 0 SIGILO NO SISTEMA ATUAL Objetivando impedit prejudicar a apuragiio dos fatos na faze inquisitiva diante da comunicayio do preso com terceiros, pessoas amigas, comparsas do crime, parentes, etc, foi imposta a incomunicabilidade do preso, conforme estava prevendo o artigo 21 do Cédigo de Processo Penal Nao podendo exceder 0 prazo maximo de 3 (trés) dias, sendo decretada por meio do despacho judicial fundamentadoe a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Publico Essa incomunicabilidade ndo atinge a0 advogado, conforme © artigo 7°, Ill, do Estatuto da OAB, * Sdo digeitos do advogado: exercer, com Iiberdade, a profissdo em todo o tertitorio nacional”, que podera ies, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuragdo, quando se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares. Entretanto, segundo muitos doutrinadores, 2 Constituigao Federal proclamou durante o estado de defesa, que & vedada a incomunicabilidade do preso, revogando o artigo 21 do Cédigo de Processo Penal. ‘Ait 21 A incomunicabiidade do indiclado dependera sempre de despacho nos autos & ‘somente sera permitida quando 0 interesse da sociedade ou a conveniéncia da investigacao : y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Paragrafo Unico .A incomunicabilidade, que nao excedera de 3 (trés) dias, sera decretada por despacho fundamentado do juiz, @ requetimento da autoridade policial, ou do orgéo do Ministério Piblico, respeitado, em qualquer hipétese, 0 disposto no art. 89, II, do Estatuto da ‘Ordem dos Advogados do Brasil (Lei no4.215, de 27 de abril de 1963) (Redagao dada pela Lein® 5.010, de 30.5 1986) Para a possiilidade de uma completa elucidayéo dos fitos, sem oposiio, no caminho, de ‘empecilhos com o objetivo de impedir ou dificultar a colheita de informagses com a ocultagio ou estruigdo de provas, influéneia sobre testemunhas, ete. e também pela exigéncia de um interesse da sociedade, é obrigagio da autoridade aszegurar tm sigilo na sealizagio do nquérito, Esse sigilo necessinio tem agio benéfica, profiltica e preventiva, tudo em beneicio do Tistada e do eidadio. Por poder acompanhar of alos mvestigalérios o sigilo nio alinge o Srgio ministerial nem ao judieirio, Ja no caso do advogado, este somente poderi consullar e manuscar os autos do muérito, nalizado ou ‘em andamionto, no podondo, caso docretado o siglo, acompanhar a realizagao de atos procedimentais ) reperguntar as testemunhas, sempre apés as reperguntas do Ministério Piblico; ©) aditar as alegagdes finais do Ministério Publico, podendo fazer suas consideragées, ‘complementando aquelas do érgio ministerial, 4) participar dos debates orais, sempre aps © Ministério Piblico, ©) arrazoar 0s recursos do Ministério Pablico, ou dele proprio, contra decisao de impromineia, de extingo de punibilidade ou sentenga absolutoria, Trata-se, de possibilitar ao assistente a interposigio de recurso em sentido estrito e apelasiio supletivos, ainda que nao esteja habilitado nos autos, caso o Ministério Pablico nao recomra. (Os recursos supletivos poderio ser interpastas no prazo de 15 dias, cato no estejam o assistente habilitado, Se ja estiver, segue-se o prazo previsto normalmente, ou sea, 5 dias Se o assistente se mostrar desidioso em sua participagio na causa, o juizo esti desobrigado a intims-1o novamente, nos termos do art. 271, § 2°, do Cédigo. 6, AUXILIARES DA JUSTIA. (0s auniliaves da justiga sio responsiveis pela realizagdo de tarefas técnicas ou administuativas Em outras palavras, sio responsaveis pelo bom andamento da justiga. Ente eles encontram-se os escreventes, analistas, oficiais de justiga, peritos, intérpretes. Nos termos do art. 274 do Codigo de Proceso Penal, estendem-se aot serventuitios ¢ funcionérios da justiga, no que for aplivivel, a suspeigdo dos juizes, cujas hipoteses esto previstas no art 254 do mesmo Codigo Parte da doutrina entende inaplicavel © dispositive em questio, pois os serventuirios estio sujeitor as normas diseiplinares da Administzagio, bem como a correigdo do magistrada. Alem disso, ( serventuirios nilo praticam atos decisérios, o que nio justifica a suspeigao © Codigo de Processo também estabelece regras para a atuagao dos petitos ¢ interpretes, tendo ‘em vista arelevaneia da fango desempenhada por eles, de cunho essencialmente téenico. 0 perito pode ser oficial ou nomeado pelo juiz Oficial é aquele pertencente aos quadros do Estado, o outro é pessoa com conhecimen téenico na matéria, que vem a ser nomeado pelo magistrado, na falta daquele, Qualquer um deles esta sujeito a disciplina judiciéria, ou seja, cumprit fielmente seu encargo, nos termos do art. 275 do Cédigo de Processo Penal O perito nomeado sera obrigado, ainda, podendo incorrer em multa, a (art. 277, CPP) 2) aceitar o encargo, salvo motivo justificével, b)atende intimagao da autoridade, ©) comparecer no dia e local designades para o exame, sob pena de ser conduzide coercitivamente, * @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. ‘Aos peritos estendomse as causas de suspeigdo aplicaveis aos juizes (art. 252, CPP). Além disso, estio elencadas no art 279 as hipéteses que impedem de exercer a fungio de peritos 4) of que estiverem cumprindo pena restritiva de direitos (artigo 47, I II, do CP); 'b) os que tiverem prestado depoimento no pracesso ot opinado anteriormente sobre o objeto dda pericia; «) os analfabetos e menores de 21 anos de idade ‘Quanto a este iltimo dispositive, parte da douitrina entende que néo perdeu sua aplicagao, pois fj tengo do legislador estabelecer idade minima para a relevante fungio de perito. Por outro lado, hai quem sustente que a perda da eficécia, diante do novo regramento civil, como exposto no tépizo “eurador do réu menor” 0s intérpretes diante da relevante e essencial fungio exercida por eles, sto equiparades, para todos os efeitos, aos peritos, segundo dispSe o art 281 do Cédigo de Processo Penal VIL DAS PROVAS. Prova é tudo que visa esclarecer a existéncia e a verdade dos fatos B meio que auxilia o julgamento do magistrado. A prova no processo penal é ampla, apenas quanto sofrendo restrigao 20 estado de pessoa (ast. 155 do CPP), Alguns fatos independem de prova: a) fatos evidentes: Exemplo: acidente de automével onde a vitima tem © corpo dilacerado, © exame cadavérico intemo ¢ dispensado para provar a morte (parigrafo tinieo do art. 162, CPP), b) fatos notitios: so os de conhecimento geral, a “verdade sabida” Fxemplo: os feriados nacionais, ©) presungées legais: conclusées decorrentes da propria lei Exemplo: menor de 18 anos é inimputavel, d) fatos initeis: no se prestam a provar nada, Exemplo’ o time de futebol o qual a vitima ¢ torcedora Em regra, as normas que compée o ordenamento juridico no precisam ser provadas a0 jniz, pois presume-se que 0 juiz as conhera, Ha exceySes quanto a leis estaduais € municipais, normas administrativas, costumes e leis estrangeiras 0s fatos incontroversos (aceito por ambas as partes) necessitam ser provados em virtude do principio da busea da verdade real dos fatos 1. ONUS DA PROVA. ‘A parte tem o dever de provar os fatos que alega (art. 156 CPP) Portanto, cabe a0 autor da ago penal a existéncia do fito delituoso, sua autoria e os elementos subjetivos do crime (dolo ou cculpa). Ao réu cabe provar atos extintives, impeditivos ou modificatives do dirsito de punir. O juiz pode determinar a produsio de provas para suxiliar no seu convencimento, inclusive ordenar a produgdo antecipada de provas que entender urgente ¢ relevantes ou necessirias para dirimir diividas antes de proferit a sentenga (art 156, Le Il, CPP). As provas produzidas pela partes a todos se aproveita 33 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 2. SISTEMAS DE APRECIAGAO DA PROVA. © sistema adotado pela processualistica penal 0 do livre convencimento motivado ou persuasdo racional, aonde o juiz tem liberdade para valorar as provas, mas deve motivar suas decigSes (art. 155 do CPP). Contudo, excepeionalmente, utiliza-se o sistema tarifado que impde valor nas provas (art. 158, CPP - a confissdo nao podera suprir a falta de exame pericial nas infragdes que ) revogara as medidas restritivas provisoriamente decretadas; «©) impora, se for o caso, a medida de seguranga cabivel 69 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. § 10. Se hower desclasificagdo da infapio para outra, de competincia do juiz singular, 20 presidente do Tribunal do Firi cabert proferir sentenga em seguida, aplicando-se, quando 0 delito resultante da nova tipificasio for considerado pela lei como iniragao penal de’ menor potencial ofensivo, 0 disposto nos arts 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 20 Em caso de desclassificagao, o crime conexo que nao seja doloso contra a vida ser’ julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Ti, aplicando-se, no que couber, 0 disposto no § Lo deste artigo.” Entio sera lida a sentenga no encerramento da instrugio e sera lavrada, pelo escrivio, a ata dos trabalhos, assinada pelo presidente e pelas partes 4, PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 4.1. Crime de responsabilidade dos funcionsrios piblicos Nos crimes de responsabilidade de fincionairio piiblico, desde que sejam afiangaveis ¢ da competineia do juiz de primeiro grau, xegue-se o procedimento previsto nos arts. 513 a S18 do CPP. O- destaque dese procedimento € a possibilidade de ser apresentada uma defesa preliminar antes do recebimento da deninncia, Nesse sentido prevé o art. 514 do CPP que, em se tratando de erime de responsabilidade do funcionario piblico, o juiz autuara a deniincia ou a queixa e notificara o acusado para responder por escrito no prazo de quinze dias. Em sendo instruida a inicial com os documentos a que se refere o art 513 do CPP ou por inguérito policial, ndo ha necessidade de notificagao para resposta preliminar ~ Siimula 330 do STI. Apresentada a defesa preliminar, te o juiz se convencer da inexisténcia de crime ou da improcedéneia da agdo, ir rejeitar a pega acusatéria em despacho fuandamentado (art. 516, CPP). Nao sendo rejeitada a inicial, apés sou recebimento, sera observado 0 mesmo procedimento do rito ordinirio, Cumpre observar que, para a utilizago deste rito especial previsto para os funcionarios pilblicos, of delitos por eles praticados devem ter como sujeito passivo imediato a Administragiio Piblica em geral, como é previsto nos arts. 312 a 326 do CP. Se 0 autor do delito for fimcionario pilblico federal, o processo sera da competéncia da Justia Federal 4.2. Procedimento da lei de imprensa A partir da decisio do Supremo Imprensa, entende-se que esto sem aplicag procedimento previsto na Lei, sbunal Federal, que determinou a revogagio da Lei de (08 dispositivos relativos aos erimes, bem como todo © 43. Procedimento da nov: antidogras — lei 11.343/06 Encerrando de vez a confusio legislativa causada pelas antigas Leis 6368/76 (que cespecificava as figuras delitivas) © 10.409/02 (que especficava o procedimento penal), fi crinda, em 2006, uma nova lei antidrogas — Lei 11.343/06 -, regulando tanto os tipos penais quanto o procedimento processual penal a ser observado. 70 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Essa nova lei regula o procedimento penal da seguinte forma: 1) Fase de investigasao: Ocorrendo a priséo em flagrante, a autoridade policial comunicari, imediatamente, ao juz competente, remetendo-lhe cépia do auto lavrado, do qual seri dado vista a0 Gxp20 do Ministério Piblico, em 24 horas. Cumpre referir que para efeito de lavratura do auto de pprisdo em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o Iaudo de constatagao ‘da natureza e quantidade da droga, fixmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idénea, O prazo de conchuséo do inquérito policial sera de trinta dias, se 0 indiciado estiver solto, e de noventa dias, quando solto, Permanece, no entanlo, a necessidade de apresentagio do chamado laudo definitive para que se comprove a materialidade Dispde o ait. $3 da Lei 11.343/06 que, em qualquer fase da persecugdo criminal, 280 permitidos, mediante autorizagéo judicial © ouvide o Ministerio Piblico, os soguintes procedimentos investigatorios: a) infitragdo por agentes de policia, em tarefas de investigagéo b) a nio-atuacio policial sobre os portadores de drogas, seus precursores quimicos ou outros produtosuflizados em sua produgio, que te encontrem no teritirio brasileto, com 2 finalidade de identficar e responsabilizat maior niimero de integrantes de operagées de tafico e distibuigio, sem prejuizo da agio penal cabivel 2) Fase da instrugéo criminal: o Ministério Piblico, uma ver tendo recebido os autos do inguérito policial, teri o prazo de dez dias para requeter 0 seu arquivamento, requisitar diligéncias, ofertar a deniincia, arolando até cinco testemunhas e requerer as demait provas que entender pertinentes, oferecida a pega acusatéria, o juiz ordenara a notificagie do acusado para responder & acusagdo por escrito - defesa prévia - no prazo de dez dias, © pardgrafo 1.° do art 55 da Lei 11 343/06 especifica que nessa resposta, consistente em defesa preliminar e excegdes , o acusado podera arguir preliminares e invocar todas as razies de defesa, oferecer documentos e justificagdes, ‘especificar as provas que pretende produair e arvolar até cinco testemunhas Apretentada a defesa prévia, 0 juiz, dentro de cinco dias, ira decidir sobre o recebimento ou rio da dentincia, Sendo recebida, ‘o juiz designara din e hora para a audiéneia de instrugio © julgamento, ordenaré a eitagio pessoal do acusado, a intimagio do Ministério Piblico, do assistente, se for o caso, © requisitari os laudos periciais, Na audiéneia de instrugio e julgamento, apos 0 interrogatrio do acusado e a inquitigio das testernunhas, serdo realizados os debates orais ~ prazo de vinte minutos sucessivamente para cada parte, primeiro a acusagao e depois a defesa, podendo ser prorrogado por mais dez minutos a ertério do juiz, Encerrados os debates, o juiz proferird a sentenga de imediato ow no prazo de dez dias Por fim, especifica 0 art. $9 da Lei 11 343/06 “Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1°, © 34 a37 desta Let, o réu no podera apelar sem recolher-se a prisio, salvo se for primario e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentenga condenateria” 4.4. Procedimento dos crimes contra a honra Apresenta previsio nos arts, $19 a 523 do CPP. Embara o art. 519 do CPP se refira apenas aos crimes de calinia e injiria, esse procedimento também se aplica a difamagao . Cumpre observar que, ‘em razio da pena cominada para esses delitos nfo exceder a dois anos, o rito a ser observado, precipuamente, sera o sumarissimo, previsto na Lei 9,099/95. © procedimento dos erimes contra honra previsto no CPP, entretanto, sera aplicado quando, em virtude de uma causa de aumento da pena ou de concurso material de crimes, se extrapole, pela soma das penas maximas, o limite de dois anos ou quando for o caso de incidéncia da Lei Maria da Penha y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Dessa forma, esse procedimento especial regula-se da seguinte maneira: tem inicio pelo oferecimento da deniincia ou da queixa. Porém, antes do recebimento da pega acusatéria, 6 ‘oportimizada uma audiéneia de coneiliagao (com excegao da ago publica), sendo as partes notificadas para comparecerem em juizo, desacompanhadas de advogado, em que serio ouvidas separadamente (art, 520 do CPP). Se o querelante ndo comparecer 2 esta audiéncia, ndo seri declarada perempta a -a¢0 penal, nos termos do art 60, IIL, do Cédigo de Processo Penal, pois ainda nao se iniciou a a30 penal privada, Havendo conciliag4o, o querelante assinara termo de desisténcia e a queixa sera arquivada Nio sendo a conciliagdo obtida, ser dado prosseguimento ao processo, com o reeebimento da inioial, se for 0 caso, seguido da citaglo, interrogatsrio e defesa prévia, No prazo da defesa prévia (ow até final sentenga), sera possivel ao querelado arguir 2 excegao da verdade nos casos em que couber Sera concedido 20 querelante, entao, o prazo de dois dias para contestar a excegao, podendo indicar coutras testemunhas em substituigdo aquelas arroladas na micial ou complementar o mimero legal. ‘Ademais, 0 processo continuart com a mesma sequéncia de atos previstos pelo rito ordinério. Enuretanto, até a sentenga, € possivel ao querelado retratar-se, o que dari ensejo a extingio da punbbilidade 4.8. Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial 4.5.1 Procedimento para os crimes de asiio privada Ocomendo infiagio que deixa vestigios materia, estabelece o art. $25 do CPP que a queixa ‘i dentincia nio sera recebida se nao for instruida com o exame pericial dos objetos que constituam ‘9 corpo de delito. Da mesma forma, sendo privada a agio penal, estabelece o art, 526 do CPP que nao sera recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligéneia prelimmarmente requerida pelo ofendido, se teste nlo fizer prova do seu diteito de ago Respeitadas essas exigéncias iniciais, sera determinada pelo juiz a realizagio de busca & apreensio, Tal diligéneia sera empreendida por oficial de justiga acompanhado por dois peritos nomeados pelo juiz, que Verificardo a existéneia de fundamento para a apreensiio, Esta sendo realizada ou no , seri apresentado, em trés dias, laudo pericial elaborado pelos peritos. Encerradas as Jiligéneias, 0s autos serdo conclusos a0 juiz para homologagao do laudo 0 ofendido, no caso de ago privada, teri o prazo de trinta dias apos a homologagiio do laudo para ingressar com # queixa, conforme se extrai do art, 529 do CPP, O paragrafo tinico deste mesmo dispositivo legal, por sua ve7, estabelece que sera dada vista ao Ministério Publico dos autos de busca ‘e apreensio requeridas pelo ofendido, se o crime far de agio pliblica e nio tiver sido oferecida queixa no praza fixado neste artigo, Apés o recebimento da pega acusatoria, o processo seguira o rilo comum previsto nos arts. 395 e seguintes. 452 Procet jento para crime de aso piblica Autoridade policial, tomando conhecimento da ocorréncia de infiagdo que deixa vestigio material, age de oficio determinando a apreensdo dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos ¢ dos equipamentos, suportes e materias ligados & sua existéncia, Na ocasiio da apreeasio, dispSe 0 art 530-C do CPP que sera lavrado termo, assinado por duas ou mais testemunhas, com a descrigo de todos of bens apreendidos e informagies sobre suas otigens, o qual deverd integrar o inquérito policial ‘ou © processo. Ato seguinte, seri realizada, por perito oficial, ou na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, pericia sobre todos os bens apreendidos. 72 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Assovera 0 art, 530-E do CPP que os titulares de direito de autor ¢ os que Ihe so conexas serio os figis depositirios de todos os bens apreendidas, devendo colocé-los & dispasigio do juiz quando do ajuizamento da ago. B possivel, sendo do interesse da vitima e a seu requerimento, a destruigdo da produgdo ou reprodugdo apreendida, conforme estabelece 0 att. $30-F Por fim, o juiz, a0 prolatar a sentenga condenatéria, determinara 0 confisco dos bens & materials apreendidos, podendo ordenar a destruigio dos mesmos, de acordo com 0 att, $30-G do CPP. 1, ESPECIES DE ATOS JURIDICOS VICIADOS Ato Juridico Inexistente: Falta elemento exigido pela lei, desnaturando juridicamente o ato # umnio-ato. Ex.: Sentenga assinada pelo eserivao, Juiz sem jurisdigao Ato Irregular: aquele que nio aleta a eficicia do ato em razo da minima relevancia que presenta o defeito ou vieio existente neste ato, Existe a inobserviineia de formalidade que nio resulta ‘em nulidade, H um ato que, metmo praticado em contrariedade ao texto legal, atinge o fim previsto pela norma, Ex : Deniineia ofereeida fora do prazo, Ato Anulavel: Possui efeitos até sua anulagdo. Conforme Aramis Nassif®, 0 ato anulavel presenta uma condirdo resolutiva Ato Nulo: Nulo é 0 ato defeituoso, atipico, que softeu a sangio de nulidade, Nao produz efeito até ser convalidado, apresentando, pois, condigio suspensiva para fitura eficdeia™ 2. CLASSIFICACAO DAS NULIDADES 0s vicios processuais podem ser classificados em Irregularidades: Desatende a exigéncias formais sem qualquer relevinein. A desconformidade com @ lei é minima, nao acarretando prejuizos @ nenhuma das partes. Pelo disposto no art, 364, IV, do CPP, verifica-se que o ato irregular no é invalidado em raziio da formalidade desatendida nio lhe ser essencial. Nulidade Relativa: Ocorre quando hi descumprimento de formalidade essencial do ato, cestabelecida no interesse predominante das partes. Dessa forma, a nulidade do ato fica condicionada & domonstragio do prejuizo ¢ argiigio do vicio no momento processual oportuno Nulidade Absoluta: Ocorre quando ha descumprimento de formalidade essencial a0 ato, estabelecida no interesse predominantemente piblice. Em virtude da preponderdncia do interesse pitblico, a nulidade absoluta pode ser tanto arguida pelas partes como reconhecida ex officio pelo juiz ‘om qualquer fase do processo, © prejuizo é presumido, Dessa forma, a nulidade sera sempre absoluta quando houver violago @ principio constitucional do proceso, tal como a ampla defesa, 0 contraditorio, o juiz natural, entre outos 5 Assi Amis Coden Nad Pcie Pn Ll. Pot Alpe: Lina Adve, 203.529, Sasa Says ” & Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Inexisténcia: Atos inexistentes so 0s que néo possuem os elementos essenciais para seem considerados como atos juridicos. Sao 0s no-atos, como por exemplo: a sentenga assinada por quem io ¢ juiz de dieito. A inexisténcia nao necessita de declaragao judicial, bastando que se ignore 0 ato ‘e tudo o que foi praticado em sequéneia, 3. PRINCIPIOS BASICOS DA NULIDADE Principio do prejuizo (pas de nullité sans grief): Encontra-se previsto no art, 563 do CPP, dispondo que nenhum ato sera declarado nulo, se da nulidade nio resultar prejuizo para a acusagéo & para a defesa, Nesse sentido, para que seja declarada a nulidade de um ato, além da constatagio de sua imperfeigio com o modelo legal, deve ser demonstrado 0 prejuizo ao processo ou as partes. Como ji referido, no que tange & nulidade absoluta o prejuizo é presumido, Principio da instrumentalidade das formas (Economia Processual): Por esse principio, 0 ato sera considerado vilido ve foi atingide mesmo que realizado sem a forma legal. Com isso, disp3e 0 art 566 do CPP: “nao sera declarada a nulidade de ato processual que no houver induide na apurago decisdo da causa’ pl lade ou seqiiencialidade: De acordo com o art. 573, § 1°, do CPP, a nullidade de um ato, uma vez declarada, causara a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam ‘consequéncia. Por conseguinte, o juiz que pronuneiar a nulidade declarard os atos a que ela se estende, ‘Assim, somente os atos dependentes ou que sejam consequéncia do vieiado serio atingidos. Principio do interesse: Somente a parte que ndo deu causa ou no concorrett para o surgimento do vieio é que poder invocar a nulidade em seu favor. Como desdobramento desse principio, tem-se o art. $65 do CPP: “nenhuma das partes podera arguir nulidade a que haja dado ‘causa, ou para que tena concorrido, ou referente a formalidade cuja observanicia $6 a parte contraria intereste’ Prinei 0: Propée que as nilidades relativas serdo somadas, se no forem arguidos no momento oportune (art, $72, I, do CPP). Consagra-se a preclusio~ 0 art, ‘momento em que as nulidades relativas devam ser alegadas, sob pena de convalidagdo de ato vieiado. 1 estabelece o 4. NULIDADES EM ESPECTE, I= Por incompeténcia, suspeisio ou suborno do juiz: Tratando-se de incompeténcia em razio da materia, funcional ou por pretrogativa de fingiio a nulidade dos atos pratieados sera absoluta, seqiiente contaminagdo de todo 0 processo. Ao contririo, quando se estiver diante de uma incompeténew tervitorial, tem-se uma causa de nulidade relativa, que pode ser passivel de prorrogagio, ‘caso no alegada no momento oportizio, acarretande a convalidagdo dos atos decorrentes. O reconhecimento de incompeténcia relativa do juizo anula somente os atos decisérios, em consonancia como art. 567 do CPP. A suspeigio e 0 subomo — abrangendo a coneussiio, a cormupgio © a prevaricagiio do juiz subomado — sio causas de nuilidade absoluta do processo. Este inciso nada ref sobre o impedimento do juiz, uma vez que se estaria diante de um ato inexistente II ~ Por ilegitimidade das partes: Na ilegitimidade ad causam a nulidade sera sempre absoluta, enquanto que na ilegitimidade ad processum sera relativa. Nesse sentido, determina 0 art. 568 do CPP: “a nulidade por ilegitimidade do repretentante da parte poderi ter a tedo tempo sanada, ‘mediante ratificagao dos atos processuais”. 74 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. III Por falta das formulas ou dos termos seguintes: 4) A denincia ow a queixa e a representasio!! — a dentincia ou a queixa formulada sem os seus requisitor indispensaveis — art 41, do CPP — acameta em nulidade. Esta, por sua vez, sera absoluta se a pega for insuficiente para garantir a defesa do réu, ou relativa, quando a pega possibilita a defesa, embora necessite de correySes, podendo ser convalidada. A doutrina e a jurisprudéncia, por ‘conseguinte, apontam algumas hipéteses de vicios na dentincia ou na queixa que caracterizam mera iuvegularidades: erro no enderegamento do juizo - a mulidade s6 ocorrera se o Juiz incompetent receber a pega acuisatoria; falta de pedido de citagao e de condenagao (na hupétese da denimcia); nfo- indicagao do rito procedimental; falta de assmatura do promotor na denineia, desde que nao haja divida quanto a sua autoria, A falta de representagio pode gerar nulidade, tendo em vista que acaba provocando a ilegitimidade para a ayao do érpao acusatirio. Pode, todavia, ser convalidada, se dentro do prazo decadencial. A representagio nao exige formalidades especiais para sua elaborapao, bastando que fique claro a vontade da vitima em agir. 1) O exame do corpo de delifo nos crimes que deixam vestigios, ressalvado 0 disposte no art, 167 do CPP — A auséncia do exame do corpo de delito, seja o diveto ou o aidireto (aquele realizado por prova testemunhal), acarreta nulidade absoluta, Nesses termos, dispde o art, 158 do CPP: “quando a infragio deixar vestigios sera indispensivel 0 exame do corpo de delito, dizeto ou indireto, iio podendo supri-lo a configsio do acusado” ©) A nomeagao de defensor 20 réu presente, que 0 ndo tiver, ou ao ausente, de curador ao menor de 21 anos ~ A auséncia de defensor repercute ditetamente na vielagio ao principio da ampla defésa ~ de cariter constitucional - provocando nulidade absoluta Contudo o STF relativizou ‘essa violagio com a edigo da simula 523: “no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas 2 sua deficiéacia s6 o anulara se houver prova de prejuizo para o réu”. No que tange & nomeagio de curador ao menor de 21 anos, em que pese, com a edigio do Novo Codigo Civil, nio set mais necesséria, uma vez que a maioridade passou a ser de 18 anos, era prevista a stimula 352 do STF a0 tema: “nio ¢ nulo o processo penal por falta de nomeagéo de curador ao réu menor que teve a assistincia de defensor dativo” 4) A intervensio do MP em todos os termos da agio por ele intentada ¢ nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de agio piibliea — No que se refere a falta de intervengio do Ministério Piblico em todos os termos da agio por ele intentada, parte da doutrina centende tratar-se de nulidade absoluta (Nucci, Tourinho Filho © Mirabete), enquanto que outra, centende que seja hipatese da nulidade relativa (Capez.¢ Aramis Nassif), tendo em vista a literalidade do art, 572 do CPP. Pacifico é 0 entendimento que a falta de intervengio do MP no caso de agio penal privada subsidiiria da publica é hipétese de nulidade relativa 2) A citagdo do réu para ver-se processar, o seu interrogatério, quando presente, © 0s prazos concedidos a acusagio ¢ a defesa ~ 0 réu zo sendo citado ou, estando presente, nio for interrogado, ocasionari nulidade absoluta, como regra, No que tange aos prazos concedidos acusagiio ¢ defesa, trata-se de nulidade relativa, conforme estabelece o art, 572, do CPP, 1) A sentena de promineia, o libelo ¢ a entrega da respectiva copia, com 0 rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Jari —ovasionam nulidade absoluta £8) A intimasio do réu para a sessio de julgamento, pelo Tribunal do Jiri, quando a lei indo permitir o julgamento i revelia ~ Néo se admite o julgamento & revelia nos crimes inafiangaveis {at 451, §1°, da CPP), sob pena de nulidade absoluta. Nas demais hipdteses, a falta de intimagdo, nos termos do art 572 do CPP, pode ser sanada, sendo caso de nulidade relativa 9 Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 1h) A intimagao das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos ‘estabelecidos pela lei — A falta de intimagiio, nesses casos, pode ser sanada, nos termos do art $72 do CPP, configurando, entdo, hipotese de nulidade relativa!? 1) A presenca pelo menos de 15 (quinze) jurados para a constituigao do jiri —Trate-se de nulidade absoluta, © legislador cuidou de estabelecer o quorum minimo no dobro mais um da composigao do conselho de sentenga, que é formado por 7 (sete) jurados (art. 442 do CPP) ) © sorteio dos jurados do conselho de sentenca em mimero legal e sua incomunicabilidade ~ acarretam a nulidade absolut, K) Os quesitos ¢ as respectivas respostas — ocasiona nulidade absoluta, Nesse sentido, a Simula 156 do STF: “E absoluta a nulidade do julgamento, pelo jiri, por falta de quesito obrigatério”, 1) A acusagio ¢ a defesa, na sessio de julgamento - Configura hipstese de nulidade absoluta, 1m) A sentenga — A lei nifo esta se referindo, segundo Tourinho Filho, a auséncia material da sentenga, uma vez que se estaria diante de um ato inexistente Assim, o miso tala de mulidade da propria sentenga que apresenta vicios. Como regra, a sentenga viciada, que nio observa os requisitos formais dos arts. 381 © 387 do CPP, acarreta em nulidade absoluta, 2) O recurso de oficio, nos casos em que a lei o tena estabelecido — A nio observancia do recurso de oficio faz com que a sentenga no transite em julgado, ocasionando na nulidade absoluta dos atos que vierem a ser praticados apis a decisao ter sido proferida. Cumpre referir, que se a parte interessada apresentar recurso Voluntiio, supre-se a falta do recurso de oficio. A propésito, a Stimula 423, do STF: “no tansita em julgado a sentenga por haver omitide o recurso ex-officio, que se ‘considera interposto ex lege.” 9) A intimagio, nas condigses estabelecidas pela lei, para cifncia de sentengas € despachos de que eaiba recurso - Envolve questo de nulidade absoluta, uma vez que se trata de um ato estencial para a realizagio do principio do contraditério e que atsegura o duplo grau de jurssdigdo, 1p) No Supremo Tribunal Federal ¢ nos Tribunais de Apelagio, o quorum legal para 0 julgamento — Hipotese de nulidade absoluta IV — Por omissio de formalidade que constitua elemento essencial do ato: Configura hipdtese de nulidade relativa, reconhecido somente se houver prejuizo para alguma das partes Parigrafo é 0 do art. 864 do CPP — Nulidade, por deficiéncia dos quesitos ou respostas, e contradicGes entre estas —"Trata-se de nulidade absoluta Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. XI. SISTEMA RECURSAL CRIMINAL 1. CONCEITO: Segundo Ada Pelegrini Grinover"® os recursos podem ser caracterizados como “meio voluntirio de impugnagdo de decisoes, utilizado antes da preclusdo ¢ na mesma relagdo juridica processual, apto a propiciar 2 reforma, a invalidagdo, o esclarecimento ou a integragao da decisdo”. A. previsio recursal decorre da existéncia implicita, na Constituigao Federal, do duplo grau de jurisdigao Assim, hit um orgio jurisdicional contra o qual se recorre ~ juizo a quo — ¢ outro orgio jurisdicional para o qual se recorre —juizo ad quem. Conclu-se que a finalidade dos recursos é a possibilidade de reexame de uma decisio por orgie jurisdicional de superior instancia ou, em alguns casos, pelo jo que a prolatou 2. GARANTIA CONSTITUCIONAL: (0s recursos tém seu fandamento essencial de existéneia na garantia constitucional do duplo grau de jurisdigo, Hsta garantia € importante por proporcionar uma maior certeza & aplicagiio das normas juridicas, j4 que um segundo exame da relagdo posta em litigio oportuniza a restauragio do diveito que porventura tiver sido violade em 1° grau Deste modo, o duplo grau de jurisdigao relaciona-se diretamente com o corolério fundamental da ampla defesa, mediante a previsio dos recursos que sejam a ela inerentes (at. 5*, LV, da CF). 4. COMPETENCIA: ‘A sucumbénela consiste no pressuposto fundamental de todo e qualquer recurso, sendo repretentada pelo prejuizo enffentado pela parte em razio de uma decisio proferida pelo juiz. Os recursos possiem pressupostos de natureza objetiva e subjetiva, Entre os primeiros, destacam-se os seguintes: a) adequagio. decorréncia do cabimento, 0 recurso deve ser aquele correspondente a decisio que se quer atacar. Isso porque, para cada de prevé um recurso adequado. Excegiio a adequagio € o principio da fungibilidade, disposto no art, 79 do CPP, o qual estipula que “salvo a hnipstese de mé-fé, a parte néo sera prejudicada pela interposigao de um recurso por outro”; b) tempestividade: A interposiydo do recurso deve ser feita dentro do prazo previsto em lei. Os prazos recursais sio fatais, contintios e peremptérios, de acordo com o previsto no art 798 do CPP: e) auséncia de fatos impeditivos ¢ extintivos: so fatos impeditivos a reniincia (vide Siimula 705, STF) ‘sto a lei Os pressupostos recursais subjetives, por sua vez, referem-se a pessoa do recorrente, destacando-se os seguintes: a) interesse juridieo: relacionado com a necessidade de a parte obter uma situagdo processual mais vantajosa. Em regra, ¢ necessario que tenha havido sucumbéncia com relagdo 4 prelensio deduzida, Encontra previséo no art, 577, paragrafo tice, do CPP, dispondo que no se fadmitira recurso de parte que nao tiver interesse na reforma ou modificagio da decssio!, b) legitimidade: A interposigio de recurso, em principio, deve coincids com a posigdo processual da parte, Assim, aquele que soffer o gravame é quem poderd recorrer. Disciplina 0 ait. 577 do CPP que a iuresignagao poderé ser interposta pelo Ministério Piblico, querelante, réu, sew procurador ou defensor. eda dota sh sets poss uma sna cha ands ea ander, conf 7 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. A lei, de forma excepciona, possibilita o ofendio seus sucessores na ago penal (art 31 do CPP) oferecerem recurso, ainda que nio estejam habilitados nos autos como assistentes de acusagio, nas hipéteses de o juizjulgar extinta a punibilidade do réu, impronuneii-lo ou absolvé-lo, abservado isposto nos arts. $84, § 1° e 598, ambos do CPP. 5. PROCESSAMENTO: Uma vez interposto 0 recurso, cabe a0 Orgio Turisdicional a quo realizar o juizo de admissibilidade, ou seja, 0 proprio juizo que proferiu @ decisio recorrida deve verificar se 0 recurso poss os pressupostos objetivos e subjetivos necessarios para seu trimite Nao obstante, o recebimento do recurso pelo juiz a quo nfo impede que o exame de admissibilidade seja novamente realizado em segundo grau, de oficio ou a requerimento da parte adversa como questio preliminar Por outro lado, no cazo de nao recebimento ou nao conhecimento, 0 recorrente se tomar’ novamente sucumbente, mas agora perante um novo ato, podendo utilizar-se de ‘ute recurso para combater a decistio denegatoria, H o caso, por exemplo, do recurso em sentido ‘estrito que se interpde da decissio que nao receber o recurso de apelagao (art 581, XV, do CPP), ‘Tendo sido interposto e admitido pelo juizo a quo, o recurso sera encaminhado ao érgio ad quem Netse caso, se for conhecida, seri levado a julgamento, podendo ter ou niéo provimento, Existem fatos, contd, que extinguem de modo ansmalo o recurso no process: a falta de preparo nos ‘casos exigidos em lei (art. 806, §2°, do CPP) ¢ a desisténcia. Em regra, o recorrente, além de poder dispor acerca de sua interposigio, também pode desistir do recurso. Essa premogativa, entetanto, no se aplica a0 Ministério Pablico, o qual, tendo interposto a pega recursal, ndo poderd dela desistir (art. 516 do CPP). 0s recursos podem ainda ser classificados em voluntirios, quando at partes tém o poder de dispor acerca de sua interposigdo — sendo a regra no Processo Penal, e em necessirios, quando devem cobrigatoriamente ser aiterpostos pelo proprio juiz. O legislador brasileio previu as seguintes hipdteses de recurso necessario, também denominado de ex officio: das decisées que concederem habeas corpus (art. 574, I, do CPP); das decisées proferidas nos termos do art, 411 do CPP (art. 574, ID), das decisSes ‘que concederem reabilitago (art. 746), e nas hipéteses previstas no art. 7° da Lei 1.$21/51. Em todos estes casos, o recurso interposto de oficio consiste em condigio de eficacia da decisio recorrida Sio dois os efeitos principais proporcionados pelos recursos: 0 devolutive ¢ o suspensivo. © primeiro, que se aplica a todas as espécies de recursos, consiste na prerrogativa de se devolver a um ‘reo jurisdicional a possibilidade de (re)iseutir os fiandamentos da decisio combatida Ji o segundo, € representado pela suspensio da execugdo da decisio que se combate, sendo aplicado apenas a algumas espécies recursais, de acordo com a previo legal. 6. RECURSOS EM ESPECIE, 6 Recurso em Sentido Estrito Este tipo de recurso ¢ o meio processual adequado para impugnar decisées elencadas no att. 581 do CPP, ou, eventualmente, em outros casos expressos em lei (art. 6°, parigrafo tnico, da Lei 1.08/51, art 44, §2°, da Lei 5.250/67). As hipotetes previstas no ait. S81 do CPP no aio exemplificativas, mas taxativas, admitindo mterpretagio extensiva, Ex: no caso de rejeigio da deniincia ou de rejeigio de aditamento da dentincia, ® @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. SRSE pro et contra: o recurso é cabivel em ambas as hipoteses de sucumbéncia, Exemplos: artigo 581, inciso V, do Cédigo de Processo Penal ~ que conceder ou negar a fianga; artigo 581, inciso X, do Cédigo de Processo Penal ~ da decisio que concede ou nega habeas corpus, “RSE secundum eventum litis: o recs 36 ¢ admitido em uma das hipteses de sucumbéneia, Ex: artigo 581, inciso I, do Codigo de Process Penal - da decisio que rejeita a dentincia ou a queixa (ado cabe contra o recebimento) Prazo: Deve ser intxposto no prazo de 5 dias (at. 586 do CPP). Exceglo: art. 581, XIV, que tem o prazo de 20 dias (RSE contra a lista geral dos jurados) (art. 586, PU. do CPP), Quem eonhece © julga esse recurso é o Presidente do Tribunal (T7, TRF ou TIDF) a quem é dirigido, Art_ 584, $1° do CEP, 15 dias para o assistente de acusagéo nio babilitado, © prazo para oferecer razbes ¢ contra- razBes & de dois dns art. (S88 do CPP) Nao 6 possivel apresentago de razSes em 2° grau. Isso s6 6 possivel em relagdo é apelagdo (art. 600, §4° do CPP) Forma: Pode ser intesposto por escrito, por petigdo ou oral (art. $87 CPP), perante o Juiz de 1° grau, mas as razGes enderegadas ao Tribunal competente. Em regra, se processa em instrumento (autos apartados); nesses casos deve-se indicar pegas para formar os autos, Excepcionalmente nos ‘autos principais art, 583 do CPP. Por exemplo: quando nao recebida a deniincia, no ha necessidade de indivar pegas, Hipéteses de cabimento do RSE: art, $81 e incisos: 1D quando o juiz nao recebe a deniincia ou queixa. Majoritariamente, do ndo recebimento ou sejeigdo cabivel RSE pelo inciso I Se recebe, em tese caberia habeas corpus. Em caso de rejeigio parcial cabe recurso em sentido estrito. Da mesma forma, do ndo recebimento de aditamento da denincia, cabe RSE, Rejeitada a pega acusatéria, no momento de se processar o RSE, deve-se intimar o denunciado para constitu advogado para ofertar as suas contra-razées sob pena de nulidade no suprindo a nomeagio de defensor dative (Simula 707 do STF). Caso o Tribunal receba a pega acusatéria, dispensa-se qualquer outro ato de recebimento pelo juiz de primeiro grau, pois vale com recebimento da mesma (Simula 709 do STF). Do recebimento, regra geral, cabera HC se o crime for punido com prisio, stimula STF, salvo na lei de imprensa que sera RSE, art. 44, §2° da Lei 5 250/67. 3 do Ji om relagio & Lei dos Juizados Criminais, da rejeigio da denincia cabera apelagio (art. 82 4a Lei 9099/95), ¢ no caso do nio recebimento da pega inivial por interpretagdo extensiva cabera RSE (aut. $81, Ido CPP). Do secebimento cabe habeas corpus, em tese. Assim, da rejeigo na imprensa ¢ jnizados, cabivel éa apelagio No art 294 do Cédigo de Trinsito (Lei 9503/97) cabe RSE da medida cautelar que decretar a suspensio da permissio de dirigit Em se tratando de rejeiyfo de dentincia ou queixa nos crimes de competéncia originaria dos tribunais, sera o agravo regimental o recurso cabivel. 79 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. TI) coneluir pela incompeténcia do juizo: Quando o juiz declara a sua incompeténcia de oficio, sem a provoeagiio das partes. Quando 0 juiz te di por competente ndo cabe RSE em tese caberia HC ou alegada em preliminar de apelaglo, Por extensdo, quando o juiz da vara do jri singularmente desclassifica o crime do jri cabe RSE, IID) julga procedente as excesses, salvo a de suspeigio do juiz. No caso de suspeigio, se procedente, o juiz remete ao substituto; se improcedents, remetera a0 ‘Tribunal que julgara a suspeigdo, Se improcedente as exeeyies, cabivel habeas corpus. IV) quando o juiz pronuncia o réu. (impromiineia foi revogada pela Lei 11.689/2008) Com a nova Lei que altera o CPP, da decisio de impromincia cabera apelagio, art. 416 do PP. ‘V) quando o juiz profere qualquer decisio relacionada com a fianga (concede, nega, ‘cassa, arbitra ou julga iniddnea). © instituto da fianga é regulado nos artigos 322 e seguintes do CPP. As hipsteses de cassagiio dda flanga esto previstas nos artigos 338 e 339 do CPP. A quebra da fianga ocorre nas hipotetes dos arts, 328 e 341 do CPP. A perda do valor ge di quando o réu condeniado niio se recolhe a prisio (art. 344 do CPP). Quando a decisio for relacionada com prisio preventiva (indefere prisio preventiva on revoga, concede Iiberdade proviseria ou relaxa prisdo em flagrante). Ressalta-se que o recurso é apenas para a acusagio, logo em prejuizo do MP ou querelante. Se o prejuizo for do réu ou querelado, ceabivel € o habeas corpus. Vi) Em caso de absolvigio sumaria (revogado pela Lei 11.689/08) Ait. 416 do CPP. Contra a sentenga de impronincia ou de absolvigdo suméria caberd apelagdo No enlanto continua valendo a regra de teexame necessirio da decisio de absolvigio sumiria, nos termos do art $74, II do CPP. VIII e IX) quando 0 juiz decretar a prescrigio ou julgar extinta a pur indeferir 0 pedido de prescrisio ou de extingéo da punibilidade (recurso pré e contra). Cuidar © momento processual dessa decisio. Se for no curso do provesto de conhecimento serd RSE. Se declarado na sentenga, sera apelivel nos termos do art. 593, § 4° do CPP. Apelacdo residual Se for no curso do processo de execusiio sera agravo de execugio, at. 197 da Lei 7.210/84. X) concede ou denega o habeas corpus (em primeira instancia). Da denegago pode-se entrar com RSE ou habeas corpus juuito ao Tribunal pela defesa ou pelo MP a favor do réu. Da concessio de habeas corpus cabe RSE pelo MP ou querelante ¢ recurso ex officio (art. $74, I do CPP) Se a decisio denegatéria for de Tribunal podera ser Recurso Ordindrio Constitucional ou habeas substitutivo pela defesa, Se a decisdo for concessiva pelo Tribunal, a acusagdo podera entrar ‘com RESP ot REXT. 80 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. XII) quando o juiz anula o proceso. Devisdo desde o recebimento da deniineia até a sentenga, Se for declarada na sentenga sera ‘caso de apelagdo. Em sendo indeferido o requerimento de anulaydo nde cabe o RSE, podendo a ‘matéria ser aventada em preliminar de apelagio, ou por HC pelo acusado. XIV) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (prazo de 20 dias), © prazo de vinte dias aqui conta-se da publicagao da lista que é até 10 de novembro de cada ‘ano, nos termos do art, 426 e seguintes do CPP. A legitimidade é de qualquer do povo e do Ministério Piiblico, O drgéo competente para o julgamento ¢ o presidente do Tribunal de Apelagio (TJ ou TRF) XV) quando denega ou julga deserta a apelasio. © RSE ataca somente @ deciséo que julga ausente os pressupostos da apelagdo e nao propriamente a apelagio, Ocorre no caso de falta de preparo nos recursos das ages penais privadas. XVI quando o juiz suspende o processo. [Nos casos dos urts, 92.a 94 do CPP. A jurieprudéneia tem admitide por interpr no ease do art, 366 do CPP east. 89 da Lei 9.099195, tagiio extensiva XVID quando julga o incidente de falsidade, Nas hipdteses dos arts. 145 e seguintes do CPP. Procedente ou improcedente o incidente, assim, modalidade de recurso pro et contra e aplicayéo do art. 589, P.U. do CPP, por simples petigo se houver o uizo de retratagio (art. $89 do CPP), Sio legitimados o Ministério Public, o queselante e ‘oacusado, Ha decisio — definitiva ~ que julga o incidente de falsidade documental Inportante destacar que, nas hipsteses dos ines XI, XVI, XIX, XX, XI, XXII, XXII e XXIV, 0 recurso cabivel é o agravo em execugio, previsto no art. 197 da LEP. No caso do art. $81, XXIV, CPP. conversio da multa em detengdo ou em prisio simples. A hipstese deixou de subsistir apés a Lei 9.26896, que modificou o art. 51 do CP transformando em divida de valor A vitima pode interpor recurso em sentido estrito nas hipdteses de extingio da punibilidade ou decretagiio da preserigio (act, $84 §1° do CPP), Hum recurso supletivo ou subsidirio, pois @ vitima s6 poder interpor o recurso se © Ministerio Publica niio recarreu no prazo de 5 diag, se habilitada como assistente do Ministério Piblico, ou 15 dias se no habilitada Conta-se 0 prazo do transcurso de prazo do Ministério Publica Se indeferido o processamento do RSI, eabe carta testemunhavel 6.1.1 Efeitos Devolutivo: efeito comum a todos os recursos, a decisii é reapreciada Suspensivo: como regra, 0 RSH nio possui efeito suspensivo, salvo nas hipsteses do artigo at @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Regressivo: o juiz pode sustentar ou reformar a decisao (Juizo de retratagdo) art, $89 do CPP. Se reformar, cabe novo recurso pela parte prejudicada por simples petigao (se previsto em lei) art. 589, P.U. do CPP. (pro et contra) Extensivo: é 0 eftito que se depreende do art, $80 do CPP, ou seja, os motivos que ndo sejam de cariter pessoal aproveitam o co-réu 6.12 Praxo © prazo para interposigio sera de cinco dias, consoante dispSe o art, 586 do CPP. As razies recursais, por sua vez, devem ser oferecidas no prazo de dois dias (art. 588 do CPP), contados da intimagio da parte recorrente. Tratando-se do recurso previsto no art 581, XIV, do CPP — imelusio ou cexclusio de jurado da lista = seu prazo sera de vinte dias a partir da data em que houver a publicayio definitiva da lista de jurados. Para o caso de recurvo oferecido pelo assistente de acusagio, deve ser observado o disposto no art. 584, §1.°, do CPP, ou seja, assistente de acusago nie habilitado 9 prazo é de 15 dias. Assim, temos trés prazos distintos para a interposigio do RSE: regra geral, 05 dias, assistente de acusagio no habilitado, 15 dias; ¢ incluso ou exclusiio de lista de jurados, 20 dias, O prazo das razies ¢ contra-razies sera de 02 dias, 6.13 Processamento A interposigio do RSE é feita perante o juiz recomtide — para que possibilite o juizo de retzatagio -, contudo ¢ enderegado ao Tribunal competente pata apreci-lo, No easo do ine. XIV (que inclua jurado da lista geral ou desta o excluit), o recurso deve ser interposto para o Presidente do ‘Tribunal de Apelaglo (TT ou TRE), conforme estatui o parigyafo tinico do art, 582 do CPP. O RSE podera ser processado nos proprios autos ou por meio de instrumento, As hipoteses de subida do recurso nos proprios autos vémn apresentadas no art. 583 do CPP: a) quando interpostos de oficio, b) nos casos do art. 581, I (no recebimento da dentincia ou quena), HT (que julgar procedentes as ‘exceyées, salvo a de suspeigio), IV (que pronunciar o r6u), VILI (que julgar extinta a punibilidade) e X (que julgar o pedido de habeas corpus); ¢) quando o recurso niio prejudicar o andamento do provesso, © panigrafo tinico do referide artigo ressalva que o “recurso da prontincia subiri em traslado, quando, hhavendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisio ou todos no tiverem sido ainda intimados da prontmeia”. Nas demais hipéteses, © recurso subiri por instrument, devendo a parte indicar as pegas dos autos de que pretenda traslado, conforme o art, 587 e/cart, $83 do CPP. 6.2. Apelagio Apelagdo ¢ 0 recurso interposto da sentenga definitiva ou com forga de definitiva, para a segunda instancia, com o fim de que se proceda o reexame da matéria com a consequente modil parcial ou total da decisio [As hipéteses de cabimento da apelagio, segundo 0 estatuto processual penal, encontram-se elencadas em seu ait. 593, quais sejam: a) das sentengas definitivas de condenagio ou absolvigao proferidas por juiz singular, b) das decisSes definitivas, ou com forca de definitivas, no caso de nao cabimento do RSE (apelagdo residual), c) das decisées do Tribunal do Jiri se satisfeitos os pressupostos contides no ine III alineas “a”, “b", “e” ou “d” deste artigo. Em razio do disposto no art. 593, I, do CPP, pode-se afirmar que @ apelagao, nos casos de decisses definitivas ou com forga de definitivas no contempladas no rol taxativo do art, 581 do CPP, tem aplicagio subsidiiria ao RSE estas circunstincias, o recurso cabivel sempre sera o de apelagao, 82 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Deve-se também atentar para o disposto no art. 593, §4°, 0 qual refere que, quando cabivel a apelagio, nao podera ser utilizado o recurso em sentido estrito, sinda que somente de parte da decisto Ainda, segundo recente alterag3o legislativa (lei 11.689/08), cabera apelagdo contra a sentenga de improniincia ou de absolvigao sumiria, no procedimento do tribunal do jis, respeitando-se @ nova disposiggo contida no art. 416 do CPP, hipéteses que antes eram desafiadas por recurso em sentido cstrito, Hipoteses para intimagées partir de 11/08/08, periodo apés a vacatio legis © consequente ‘entrada em vigor do novo regramento, A lei entrou em vigor no dia 09/08/08, sébado, No juizado especial criminal tem cabimento 0 recurso de apelagio da decisio de rejeigio da demincia ou queixa da sentenga, conforme ait. 82 da lein® 9.099095, e também da decisio que acolhe a proposta de transayio do Ministerio Piblico, nos termos do art 76, 5°, da mesma les 4 na lei n® 5250/67 (imprensa) cabe apelagao contra a decisio que rejeitar a dentineia, como bem dispie o teu art. 44, $2° e da decisio que condenar ou absolver, nos termos do art. 47 da referida lei, 6.2.1, Apelagio Plena ¢ Limitada Quanto & extensio, a apelagdo pode ser plena ou limitada, falando-se, evidentemente, do principio do tantum devolutum quantum appellatum, em que o apelante deve circunscrever 0 objeto do Assim, é possivel a devolugo ao grau recursal de toda a matéria decidida pelo juizo a quo — apelagdo plena ~ ou de parte dela ~ apelagdo limitada -, delimitada pelo proprio recorrente, & o que dispe o art, $99 do CPP, Muito embora tais disposigées, ¢ importante lemibrar que quando se tratar deste mesmo recurso utilizado agora para combater as decisées do tribunal do ji (art. 595, II, e suas alineas, do CPP) a delimitagdo de tal de medida se da em relagéo @ alinea que for mvocada no momento da interposiso, conforme a Sémula 713 do STF. ‘A apelagdo também pode se distinguis entre principal ou subsididria (eupletiva). A principal é aquela apelagae interposia pelo Ministério Piblico. Jé a subsidiiria ou supletiva tem oconéncia quando, na inéreia do Ministério Piblico em oferecé-la no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pestoas enumeradas no art. 31 do CPP, habilitados ou néo como assistentes de acusagio, apresentam © recurso de apelay 6.22. Efeitos Devolutivo: a apelagio devolve ao tribunal © conhecimento da matéria recorrida. © tribunal pode apreciar matéria nio arguida pelas partes, reconhecendo, de oficio, nulidade absoluta. Nao pode reconhecé-la, entretaito, em desfavor do réu, quanido nio arguida pela acusago, pois do contrario cestaria ferindo o principio da ne reformatio in pejus Suspensivo & a regra (art 597, CPP), mas que comporta excegées, Assim, podera ter efeito suspensivo nos casos em que a execugio da sentenga sera retardada, tendo 0 acusado bons antecedentes e sendo © mesmo primario, ou quando puder livrar-se solto (art. 321, CPP), ou quando possivel fianga, ou ainda, em razio de entendimento jurisprudencial, quando respondeu o processo em Iiberdade, A sentenga absolutéria, por Sbvio, néo tem efeito suspensivo. 83 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Estensiva: quando a deciséo se vincular @ motivos que ndo sejam de cariter exclusivamente pessoal, beneficiar-se-é 0 co-réu, Regressivo: ndo ha juizo de retvatagio. Vale ressaltar que a apelagio nie possui o efeito regressivo, uma vez que findos os prazos os autos serdo remetidos ao juizo ad quem, munidos ou nao 623. Prazos Em segra, o prazo para interposigdo da apelagdo é de cinco dias a contar da intimayao. Para a defesa é necessaria a intimagao do réu e de seu defensor, iniciando-se o prazo apés esta tltima. No caso de intimasdo por edital, © prazo comega a correr a partir do decurso do periodo previsto no edital — sessenta dias para condenagéo a pena inferior a um ano e noventa dias para condenagio a pena igual ‘ou superior a um ano, O assistente de acusagio, nfo sendo habilitado, tera o prazo de quinze dias para recorrer, a contar do término do prazo para © Ministério Piblico (pardgrafo tinico do art. 598 do CPP), «, se jé habilitado, teré 0 prazo de cinco dias, com o mesmo marco inicial. No JECRIM, 0 prazo para interposieao e razdes de apelagdo conjuntamente sera de dez dias, conforme o disposto no att. 82, $1, dda Lei 9.099195 6.24, Processamento ‘A apelagio & interposta por termo ou petigdo, Recebido o recurso, © apelante sera intimado para que no prazo de oito dias apresente as razdes recursais, ressalvada a hipétere de contravenyio penal que, uma vez julgada pelo juizo comm (¢ nio pelo Iuizado Especial Criminal), tera o prazo de tués dias. Ato posterior, serdo as partes intimadas para, no mesmo prazo, contra-artazoarem 0 recurso. Sendo a agio penal movida pelo ofendido, © Ministério Pablico tera vista dos autos, no prazo de ts ddias, para arrazoar ou contra-arrazoar, consoante dispée 0 aut, 600 §2° do CPP. A apresentagio das razies fora do prazo ndo gera nulidade, pois o recurso pode subir com ou sem razées (art, 601 do CPP), Cmpre referr, da mesma forma, que, em se tratando de apelagio perante o Tuizado, a interposigao eas razées rocursais devem ser apresentadas no mesmo momento processtal Quando forem dois ou mais of apelantes ou apelados, of prizos serio comuns. F fucultado, pelo art 600, §4°, do CPP, que o apelante, uma vez tenha se manifestado na petiggo ou no termo de interposigo do recurso, apresente as razbes do seu apelo diretamente & superior instancia . Nesse caso, ‘8 autos sero remetidos ao Ministério Piblico atuante no primeiro grau para que oferega as contra razes recursais ou nomeado um integrante do MP pelo Procurador-Geral 6.3. Protesto por Nove Jiri © protesto por novo ji foi revogado pelo art. 4° da Lei n° 11.689/2008, de 10/06/2008, que tem uma vacatio legis de 60 dias. Assim, s6 terdo direito a este recwiso as decisdes que forem anteriores @ revogagao expressa, que vai se dar no dia 11/08/2008. Dessa forma, se a intimag3o for no dia 11/08/2008 ja nio ter mais direito, se for anterior ao dia 11/08, tera dizeilo a protesto por novo jj, pois ainda estava em vigor. Tempus regit actum, art. 2° do CPP. Frisa-se, foi revogado o cabimento desse recurso. Assim, 36 terdo direito a este recusso as decisdes que forem anteriores a revogagéo expressa, que vai se dar no dia 11/08/2008 84 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 6.4, Embargos Infringentes e de Nulidade Estes embargos so aqueles oponiveis conta decisiio no uninime (2 x 1) de segunda instincia — em julgamento de apelayao e RSE — desde que desfavoravel ao réu . Trata-se de recurso exclusive da defesa. Os embargos iningentes enfrentam matéria relacionada com 0 mérito da agao penal, enquanto que ot de nulidade versam sobre matéria de caniter provessual. Contude, so disciplinados pelos mesmos requisitos procedimentos. Os embargos poderiio ser opostos dentro de ) Julgar valida lei ou ato de govemno local contestado em face de lei federal. Conllito entre Lei Federal e ato de governo estadual ou municipal (portaria, decreto). (governo local: estadual ou municipal; Executivo, Legislativo ou Judiciério) ©) Der a lei federal interpretagio divergente da que Ihe haja atribuido outro tribunal. B preciso comprovar @ divergéncia, com transcrigo dos trechos conflitives (Simula 291 do STF) e juntar 0 acérdao que comprova a divergéncia jurisprudencial (acérdao paradigma) nos termos do art, 255 do RISTI. Também deve-se fazer um cotejo analitico entye a decisio recorrida e acérdio paradigma demonstrando a semelhanga e o porqué se deve decidir conforme 0 acérdao paradigma. Vale lembrar ‘que este avdrdio tem que ser de tribunal diverso do qual se esta recorrendo, assim no pode ser dois acérdaos do mesmo tribunal, TIRS, por exemplo. Nada impede que sejam de tibunais do mesmo cestado, por ex. Acérdio do TIRS ¢ do TRF 4" Regio, Pode ser acérdio paradigmas de Tribunal Superior, por exemplo, do STI. Nao cabe contra decisées de Turmas Recursais (Simula 203 do ST), bem como contra decisbes de justigas especializadas em matéria criminal (Justiga Militar e Justiga Eleitoral) para o STI Pressupostos: a) Bxaurimento das vias recursais no tibunal a quo. Nao cabe o REsp. enquanto hhouver cabimento de recurso da decisio impugnada na justia de origem. (Stimulas 207 o 211, STD) by) Prequestionamento da matéria. A matéria deve ter sido enfientada pelo wibunal e deve conitar no acérdio. e) Questio de dteto. O ST) nio examina matéria de prova, 36 questées de dieito (Simula 7 STI). Nao eabe contra questio juridica municipal ou estadual ~somente questo federal ‘A arguigéo de relevincia ou repercussio geral no & exigida como ocorre com 0 recurso extraordinario (art. 102, §3°, da CRF, acrescido pela BC 45/04), 89 @ Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. Procedimento: a petigio acompanhada das razies deve ser dirigida ao STI, mas mterposta perante o presidente ou vice-presidente do Tribunal Estadual ou Tribunal Regional Federal (depende do regimento interno), no prazo de 15 dias da intimagao da decisdo, Ressalta-se que deve conter as razies, sob pena de nio conhecimento. No TIRS , o recurso especial é disigido ao 1° vice-presidente (art. 44, VIII, “a” do Regimento Intemo). No TRF4* 0 recurso é dirigido ao presidente (ast. 237, do Regimento Interno; 0 mesmo ocorre no TIDF (art. 229, do Regimento Intemo). Protocolado 0 recurso, & aberta vista a0 Ministerio Pablico para parecer. O proximo paso & 0 juizo de admissibilidade, O primeiro juizo de admissibilidade ¢ feito pelo Presidente do Tribunal recomrido. Se © Presidente indefere o recurso, cabe Agravo de Instrumento (prazo de 5 dias, art. 28 da Lei 8038/90), Admitido o recurso, sobe ao Tribunal Superior. Tem seu regramento nos artigos 26 e seguintes da Lei 8.038/90, bem como nos arts, 255 a 257 do RISTI (Repimento Interno do Superior Tribunal de Tustiga), em que sd0 verificadas as regras procedimentais aplicaveis a esse recurso excepcional. ‘Cumpre referir que, se a decisio recorrida também comportar hipdtese de recurso extraordinario a0 STF, ambas iresignages devem ser mterpostas na mesma ocasifo; contudo, em petigées distintas, O Recurso Especial 6 julgado em primeiro lugar, salvo se o Recurso Extraordinério for prejudicial. Prazo: © prazo para a interposigdo do Recurso Especial ¢ de quinze dias contados da intimagdo da decis4o recomida, sendo sua interposiedo feita perante o presidente do Tribunal recorrido, © qual realiza © primeiro juizo de admissibilidade recursal_O recurso especial, da mesma forma que © extraordinirio, nio possi efeito suspensivo; logo, de regra, nfo impede a imediata execupdo da pena. Hxecuta-se imediatamente eventual mandado de prisio, no entanto, a questio niio & pacifica, pois vem crescendo 0 entendimento na doutrina e na jurisprudéacia do STF e STI que no poderia executar a pena antes do tansito em julgado da sentenga, poit ofenderia o principio da presungdo da novéncia. A 5! turma do STJ admite a execugdo provisoria, ao contvério da 6* Turma que ndo a admite, Assim, o STI confere excepcionalmente efeito suspensivo ao RESP. Jé em relagao 4 ‘execugdo proviséria de pena restritiva de direitos, enquanto pendente REXT ou RESP, é amplamente ‘majoritario que nio pode ser amparado no art. 147 da Lei 7.210/84, Legitimidade: Qualquer das partes pode interpor o RESP, inclusive o assistente da acusagao, ‘mas somente nas hipéteses em que ele pode recorrer restritivamente Recurso Especial repetitive: © STI, com a resolugdo n° 7, que entra em vigor em 8 de agosto de 2008, estabelece os procedimentos relativos ao processamento e julgamento de recursos especiais repetitivos regulamentando a Lei n. 11.672, de 8 de maio de 2008, em relagao 20 Superior Tribunal de Tustiga ¢ aos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Tustiga da seguinte forma Nos Tribunais Regionais Federais © nos Tribunais de Justiga, havendo multiplicidade de recursos especiais com fundamento em idéntica questio de dveito, tanto na jurisdigio civel quanto na criminal, caberé ao presidente, admit um ou mais recursos representatives da controvérsia, suspendendo por 180 dias a tramitagio dos demais, Poder presidente do tribunal, em devisio inrecortivel,estender a suspensio aos demais recursos, julgados ou nio, mesmo antes da distribuigao Determinada a suspensio, esta aleangari os processos em andamento no primeiro grau de jurisdigio ‘que apresentem igual matéria controvertida, independentemente da fase processual em que se encontrem, Suspender-se-io, igualmente, os agravos de instrumento interpostos contra decisio de inadmissao de recursos especiais. © julgamento do recurso especial afetado deverd se encerrar no prazo de 60 (sessenta) dias, Nao se encerrando o julgamento no prazo indicado, os Presidentes dos ‘Tribunais de segundo grau de jurisdigo poderdo autorizar prosseguimento dos recursos expeciais suspensos, remetendo ao Superior Tribunal de Tustira os que sejam admissiveis, Publicado o acérdio do recurso especial afetado, os Ministros que tenham determinado a suspensio de recursos fundados ‘em idéntica controvérsia poderao julgs-Ios nos termos do artigo 557 do Codigo de Processo Civil. Esta Resolugdo entra em vigor em 8 de agosto de 2008. Assim, no termos da resolugéo 07 do STJ, os pprocessos a partir de 08/08/08 sero afetados e apenas um subira ao STS e os demais ficardo suspensos y Verbo Juridico JUIZ DE DIREITO DO RIO GRANDE DO SUI. 6.10. Agravo ‘Cabe nas hipoteses de denegagio de recurso especial ou extvaordinirio, no prazo de cinco dias (art, 28 da Lei 8038/90), Slimula 699 do STF: "0 prazo para interposigdo de agravo, em processo penal, é de cinco dias, de acordo com a Lei 8038/1990, ndo se aplicando o disposto a respeito nas alteragdes da Lei 8950/1 994 a0 Codigo de Proceso Civil" # interposto perante o tribunal a quo com as razdes enderegadas ao STJ ou STF, no mesmo prazo de cinco dias. Possui juizo de retratagio; dessa forma, hit possibilidade que o presidente do tribunal modifique o seu entendimento e admita o Recurso Especial ou Recurso Extraordinario, Ainda, néo tem juizo de admissibilidade negativo pelo tribunal a quo. Sumula 727: "Nao pode ‘0 magistrado deixar de encaminhar a0 Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisio que niio admute recurso extraordinirio, ainda que referente @ causa instaurada no Ambito dos juizados especiais” No caso de provimento, o Recurso Especial ou Recurso Extraordinitio denegado seri julgado. 6.10.1. Agravo Regimental No caso de nao seguimento do agravo caberd agravo regimental no prazo de cinco dias, com fulero no art. 28, $5° da Lei 8.038/90, No hé contra-razées, Possui efeito regressivo, assim, 0 Ministro Relator pode se retratar da decisiio e conhecer do agravo de instrumento denegado. Vale lembrar que ¢ para hipéte: instramento,

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