A linguagem oral é característica de uma comunicação imediata, com
adequação constante ao ouvinte ou ouvintes. Aquilo que falamos depende da situação de comunicação, da natureza da mensagem, do local onde nos encontramos e da pessoa com quem falamos, o nosso interlocutor. Desta forma, se alguém com um vocabulário extremamente complexo se dirigir a uma pessoa que não o compreende, aquele, se quiser ser entendido, terá de usar um registo mais simples, ou seja, vocabulário mais fácil.
Conclui-se, desta forma, que existem diferentes registos ou níveis de
língua, a saber:
1. REGISTO CORRENTE – É o registo
utilizado, por exemplo, na comunicação social; é aquele que corresponde à norma linguística, a linguagem a ter como referência. Ex.: “Que autoridade tem o senhor para me falar nesse tom?”
2. REGISTO FAMILIAR – É mais simples do
que o corrente e usa-se entre amigos e familiares, dependendo do grau de intimidade. Ex.: “Maria, alguém te encomendou o sermão? Sou eu que cozinho hoje!”
3. REGISTO POPULAR – A falta de cultura linguística das classes pouco
alfabetizadas, os hábitos regionais, a educação, a actividade profissional, são factores que conduzem ao uso deste registo, de vocabulário muito simples, que se divide em três tipos: regionalismos (expressões próprias de uma região – “Uma bica, por favor.”); gíria (expressões específicas de um grupo – “Não foi um golo, foi um frango”, gíria do futebol) e calão (expressões grosseiras - “Pira- te daqui.”). ______________________________ 1 Prof. Carla Monteiro Português – 10º ano
4. REGISTO CUIDADO – Utiliza-se, frequentemente, na comunicação escrita,
em textos críticos, de opinião, cartas formais; na comunicação oral, em conferências, colóquios, etc. Ex.: “Venho por este meio solicitar a V. Ex.ª…”
5. REGISTO LITERÁRIO – É utilizado principalmente pelos poetas e escritores
que empregam ao seu registo musicalidade, rima e palavras com diferentes sentidos. Ex.: “Ervas trémulas dançavam à menor brisa.” (Sophia Andresen)
______________________________ 2 Prof. Carla Monteiro