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http://jn.sapo.pt/2008/04/06/opiniao/a_qualidade_democracia.html
A qualidade da democracia

Fernando Marques , Jornalista

AAmérica olha para o mundo e não vê fronteiras. Vê


caminhos. Por terra, por mar ou pelo ar, é tudo do Tio
Sam. Já sabíamos que os aviões da CIA, com
prisioneiros para Guantánamo, tinham "violado" o
espaço aéreo português. Agora sabe-se que também
os seus barcos passaram incólumes pelas nossas
águas territoriais. O Governo não deu por nada? Os
serviços secretos não deram por nada? Os radares
não assinalaram nada de estranho? Onde estavam,
nesses dias, os altos responsáveis pela segurança
nacional? Entretidos com um cheeseburger num
restaurante McDonald's? Só queria que alguém me
explicasse uma coisa isto foi assim porque os barcos
e os aviões eram da CIA ou teria sido igual se fossem
da Al Qaeda? A primeira hipótese deixava-me
descansado, embora descobrisse a careca a um
Governo (à época presidido por Durão Barroso) sem
espinha dorsal e sem vergonha. A segunda, além de
possivelmente trágica, convertia Portugal num país de
faz-de-conta. Mas não é possível ocultar coisa
nenhuma para sempre, como dizia S. Lucas. Um dia -
espero que ainda a tempo de causar alguma mossa -,
a verdade sobre este escândalo será conhecida. E
receio que, então, venha a saber-se que os aviões e
os barcos da CIA não violaram a integridade nacional.
Que o acto, afinal, foi consentido...

2 - Esta história dos aviões e dos barcos da CIA diz


muito sobre a qualidade da democracia portuguesa,
tema de uma interpelação do PSD ao Governo na
Assembleia da República. Foi, como era de esperar,
um acto falhado. Acusações mútuas, vozes eriçadas,
o passatempo do costume. Todos sabemos que a
qualidade da nossa democracia não é grande coisa -
e o assunto merece bem um debate sério e
construtivo -, mas creio que seria mais urgente neste
momento discutir a qualidade do Parlamento. Se pego
neste assunto é só para assinalar que, enquanto
Santana Lopes, líder da bancada do PSD, lamentava
as tentativas do Governo PS para controlar a
comunicação social, Alberto João Jardim, seu ilustre
colega de partido, impedia os jornalistas de assistir às
sessões produtivas do Congresso do PSD-Madeira.
Alguns "empregados da comunicação social" não
mereciam a sua confiança e, por isso, pagavam todos.
E eu a pensar que os elogios de Jaime Gama - um
socialista histórico que, em tempos, considerou a
Madeira uma república das bananas e João Jardim
um ditador tipo Bokassa, mas que agora está rendido
ao génio e à obra do senhor das ilhas - tinham
adoçado o coração do homem... E que tal um debate
sobre a qualidade dos políticos?

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Fernando Marques escreve no JN, quinzenalmente,


aos domingos

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