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quem afirme que, tais acidentes, tanto nas rodovias como no perímetro urbano de
precedentes.
de Trânsito (Lei 5.108, de 21/09/66) foi substituído pelo atual Código de Trânsito
singela e mais freqüente é a da aplicação da teoria da culpa, seja por fato próprio,
com
incidência do artigo 159 do Código Civil Brasileiro combinado, se for o caso, com o
artigo 1.521, III , que se trata de fato do empregado ou preposto, ou com o artigo
1.521, I e II, respectivamente, fato do menor sob pátrio poder ou tutela, ou, ainda,
absolvição no juízo criminal, salvo nas hipóteses previstas no artigo 1.525 do Código
Civil, ou seja, a discussão em torno da existência do fato ou quem seja o seu autor,
Deve-se ter em mente que as leis do tráfego não vão ao ponto de prever
quer dizer que pelo fato de agir rigorosamente dentro das normas regulamentares e
abarcam menos do que deveriam, pois não alcançam todas as causas possíveis ou
respeito à indenização por dano moral puro, sem reflexos na lesão patrimonial. Na
a reparação desde que a vítima, figurando como solteira, não tenha ultrapassado os
vinte e cinco anos. Presume-se que a pessoa venha a casar nesta idade, quando
possibilidade de uma situação futura que imponha a presença do filho para socorrer
os progenitores.
também nas hipóteses de morte em uma idade superior a vinte e cinco anos.
Incontáveis são os casos de filhos de qualquer idade serem chamados a dar amparo
cinco anos, mesmo que nenhum prejuízo patrimonial ocorra, está assente,
filho solteiro, com idade superior àquela, vier a morrer. Obviamente padecem, assim
como todos os parentes. Daí que há dano moral, e pelos mesmos argumentos que
viabilizam a reparação quando o morto for menor de vinte e cinco anos, dever-se-ia
admitir a pretensão em favor dos que perderam uma pessoa com idade superior.
Se é dada indenização por dano moral aos herdeiros daquele que não
atingiu os vinte e cinco anos, mesmo que nenhum dano econômico advenha, por
que afastar do direito quem teve o descendente desaparecido com idade superior a
esta?
Brasileiro.
CAPÍTULO I
ou prejuízo a outrem. Pode ter como causa a própria ação ou ato ilícito, como,
também, o fato ilícito de outrem, por quem, em virtude de regra legal, se responde
ou se é responsável.
litigiada e decidida.
máxima romana inserta no neminem laedere (não lesar a ninguém). Por vezes,
reparação civil, que é pena imposta ao agente ou responsável pelo ato ilícito.
da qual é aplicado ao agente do delito, por seu ato doloso, o castigo ou a punição
determinada em lei.
coisa.
mal pelo mal, que se fixava na Lei das XII Tábuas, encontra os fundamentos na Lex
Aquilia.
1.1. A CULPA
7
vastas e que nasceu com o próprio direito. Constitui o assunto que absorveu a
atenção dos maiores juristas, sem dúvida, tendo merecido o exame que notabilizou
temem dar um conceito e a maioria sustenta nem existir uma definição legal. E
Savatier, outro grande francês, parte do dever para caracterizá-la. A culpa (faute ,
palavra que os franceses não deram um significado exato, e que é tida igualmente
manifestado no erro da conduta. E erro de conduta ocorre toda vez que se afasta do
jurídicas.
dolo e culpa, cuja noção se assemelha à de Savatier, e diz que o direito brasileiro
na vida das pessoas. Não aconteceria o evento ilícito se o agente procedesse com
objetivo, sustenta-se que o ato ilícito é reconhecido mesmo sem ter o agente
conduta. Mas emerge uma lesão não proposital ou prevista na mente do causador.
romano.
3
PEREIRA, Instituições de Direito Civil, p. 566.
9
Nem definiu o conceito de culpa, no que agiu com prudência. Mas o texto
Norma de conduta.
4
MIRANDA, Tratado de Direito Privado, p. 72.
5
MONTEIRO, Curso de Direito Civil, Direito das Obrigações, p. 408.
10
teve em vista mais o ato ilícito. Previu uma ação contrária ao direito, como doutrina
Aguiar Dias. É o resultado danoso que interessa. Conclui-se que não se deixa de
que regem a conduta humana. Não são seguidas as normas que ordenam operar
revisíveis, embora não pretendidas, o que, aliás, sucede também nas demais
modalidades de culpa.
quem conhece a língua pátria, não é difícil chegar ao sentido que as palavras
envolvem.
seus elementos. Sem ela, não se revela, vindo a formar o seu elemento anímico.
Surge porque preexistiu a transgressão de uma Norma. Mas, nota-se, como afirma
com autoridade Aguiar Dias 6, “ele surge quando a culpa traz efeito material, ou
6
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 136.
12
obrigação.
ignição ligada, em local freqüentado por crianças; não são vistoriados os veículos
pelo dono; dirige-se um carro com defeitos nos freios e com pneus gastos.
atividade, mas nada faz. Depara-se o culpado com a responsabilidade dada a sua
facilmente verificável em relação aos animais, que ficam soltos pelas estradas.
dolo civil. Envolve uma total desatenção e a violação de dever comum de cuidado
A culpa leve se expressa na falta que poderia ser evitada com uma
veículo que acontece por causa da falta de capacidade para manobrar quando o
7
MIRANDA, Tratado de Direito Privado, p. 72.
15
alheios e as prerrogativas da pessoa. Por isso, diz-se que são vulneradas as fontes
direito romano, pelo qual o dever de reparar o dano por fato culposo se fundava
alemão.
16
culpa, aquele que praticou o fato culposo possível de ser evitado. Não há
responsabilidade quando o agente não pretendeu e nem podia prever, tendo agido
ao passo que o ato ilícito é lesivo ao direito de outrem. Daí que impõe-se a
terceiro.
descuido ou imprudência. Vale afirmar que o ato ilícito nasce da culpa, no sentido
todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
8
PEREIRA, Istituições de Direito Civil, p. 561-562.
17
Diz-se por fato de terceiro, se existe vínculo jurídico causal com o terceiro;
e denomina-se pelo fato das coisas quando o dano é causado por um animal, cuja
segurança alheia.
18
estranhos. Com maior razão, quando o bem é instrumento que oferece perigo.
na teoria da culpa subjetiva. O artigo 159 do Código Civil reza que aquele que, por
reparação do dano tem como pressuposto a prática do ato ilícito. Ele gera a
danos. Observa-se que ações lesivas a terceiros podem ser cometidas por aqueles,
sem possibilidade de cominar-se a menor culpa aos pais. Daí por que há
9
MARTON, Les Fondaments de la Responsabilite Civile, p. 151.
19
argumenta que é mais eqüitativo e mais conforme à dignidade humana que cada
provocador.
10
LIMA, Da Culpa ao Risco, São Paulo, p. 101.
11
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 70.
20
O Código Civil Brasileiro tem em conta o ato ilícito em si, como fator de
dela dependendo a responsabilidade. Para que o ato seja reputado ilícito, urge que
a transgressão deliberada das regras impostas pela ordem social e jurídica. Tal
ou imprudência. Em outras palavras, urge que o fato lesivo seja voluntário, que se
impute ao agente por meio de uma ação ou omissão voluntária, ou então apresente
negligência ou imprudência.
12
LOPES, Curso de Direito Civil, p. 227.
21
dano, mas se estende àquele que deve responder pelo comportamento de outrem,
como nos prejuízos causados por menores, débeis mentais, filhos, entre outros.
por aquela, visto que não pode atribuir a alguém uma obrigação sem a configuração
13
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 435.
14
LOPES, Curso de Direito Civil, p. 191.
22
CAPÍTULO II
2. DANO
ação, mas os danos provocados devem ser reparados. A lesão determinada por
23
responsabilidade objetiva.
inserida na convenção.
mandamentos legais, mas não atingem a esfera do delito. Se a culpa macula o ato,
ESPÉCIES DE DANO
Deve ser idôneo para satisfazer uma necessidade econômica e apto de ser
usufruível.
seus negócios.
momento, e uma frustação dos resultados positivos decorrentes pelo uso do bem
25
transporte.
moral é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o seu
patrimônio.
Alvim, um dos mais práticos na análise do assunto, que existe uma corrente na
montante a pagar: “As dificuldades que os juízes encontram para decidir sem uma
1
DIAS, Dano e Indenização, p.6.
26
situações ou exemplos.
de ordem econômica.
lucros, isto é, porque deixou de trabalhar. A profunda dor moral sofrida com a morte
de trabalhar por certo espaço de tempo; aquela criança não concorrerá para o
2
ALVIM, Da Inexecução das Obrigações e suas Conseqüências, p. 225.
27
pelo tempo que faltava, com o pagamento das custas em dobro. O que pleiteia
ocasionados refletem nas atividades e nos interesses do requerido. Há, pois, lesão
O artigo 1.547 e seu parágrafo único da lei substantiva civil sugerem uma
das hipóteses bastante evidentes de indenização por dano moral puro. Eis os textos:
reparação do dano que delas resulte ao ofendido. E seu parágrafo argumenta que
se este não puder provar prejuízo material, pagar-lhe-á o ofensor o dobro da multa
mesmo que não surja o menor reflexo patrimonial. Mas admite-se mais a concessão
das mais importantes: a morte do filho menor. Com freqüência, mormente nas
dor trazidas pela perda do familiar. A reparação busca compensar este estado de
espírito.
De modo geral, todo filho é uma expectativa de amparo aos pais. Embora
não exerça e nem venha a praticar uma profissão lucrativa, diante de compromissos
boa situação econômica dos pais afasta a menor necessidade de amparo, ninguém
morte.
por morte encontra como maior base, para justificá-la, fundamentos de ordem
puramente moral.
os dois ou mais sujeitos, que tem por objeto uma prestação determinada. O credor
obrigação.
CAPÍTULO III
liame da causa e do efeito entre as culpas e o dano. É preciso que o mal sofrido seja
ultrapassagens, derrapa ao frear, fato este que leva o veículo que vem atrás a colidir
condutor manter uma distância regulamentar entre o seu caro e o que seguia na
indenização.
incompatível, provocar danos juntamente com outro proprietário que não respeita o
veículo que provocou a colisão. Mas isto em virtude da intensidade da culpa, que na
Como se vê, quem paga tem garantido o direito de regresso contra os co-
evento lesivo?
doutrina.
vítima direito à reparação integral, mas em parte somente, pode reclamá-la por
velocidade repentinamente, e o carro que está atrás não aguarda uma distância
regulamentar.
da indenização. Aquele que paga dois terços, por exemplo, das despesas, por não
mal foi agravado por sua descura e imprudência, é de todo viável uma perícia, que
CAPÍTULO IV
PROVOCOU O ACIDENTE
contrato, e esta não interessa muito ao tema abordado; o que interessa, no caso, é a
1
LIMA, A Responsabilidade Civil pelo Fato de Outrem, p. 22-23.
36
entrega do veículo ao autor material. Sua atitude poderá estar revestida de todos os
no caso do artigo 160, II, não for culpado do perigo, assistir-lhe-á direito à
artigo 129, §7, da Lei Dos Registros Públicos (Lei nº 6.015/73). Não basta o ato
automóvel não prevalece contra terceiros de boa-fé, se o contrato não for transcrito
de Títulos e Documentos.
competente.
2
RT 439/222.
3
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 34/157
39
recibo é válido para gerar o certificado, é válido por si mesmo, ou subsiste pelo seu
próprio conteúdo, e não em razão do outro documento que ele origina. De suma
4
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 35/310.
40
jurisprudência” 5.
5
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 62/303.
41
CAPÍTULO V
relação aos sinistros, com força suficiente para afastar o nexo de causalidade,
caracterizando o fortuito.
6
SILVA, Da Responsabilidade Civil Automobilística, p. 288-289.
42
respeito daquela e desse fossem diferentes” 3 , o que não se verifica, pois o Código
são inevitáveis.
causalidade.
1
FONSECA,Caso Fortuito e Teoria da Imprevisão, p. 147.
2
MIRANDA, Tratado, p. 78.
3
MIRANDA, Tratado, p. 79.
4
DIAS, Op. cit. , p. 273.
43
necessário, “cujos efeitos não seria dado a nenhum homem prudente prevenir ou
obstar” 5, no que se coaduna com o Código Civil Brasileiro, cujo artigo 1.058
segunda que tem por força maior a completa ausência de culpa, reconhecendo
5
FONSECA, Responsabilidade Civil, p. 147.
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automóvel não é responsável por dano causado quando esse veículo foi furtado e
6
LIMA, A Responsabilidade Civil por Fato de Outrem, p. 203.
7
RT 505/41.
8
RT 414/144.
9
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 39/384.
10
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 16/297, 24/219 e 36/478.
45
do trânsito.
ação, a tal ponto que ao motorista não resta qualquer manobra salvadora do evento.
nenhuma opção ao causador direto da lesão, como quando seu carro é impelido ou
lançado contra o veículo da vítima por um terceiro carro que o abalroa. O Código
11
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 16/297.
46
não exclui a responsabilidade civil daquele a quem cumpre zelar pelo seu bom
funcionamento” 12.
que tem quebrada a ponta de eixo, porque fatos assim soem acontecer, e quem
12
RT 421/317.
13
RJTJRS 17/245.
14
RJTJRS 18/304.
15
MAZEAUD E TUNC, Tratado Teórico Y Práctico de la Responsabilidad Civil, p. 214.
47
tratar
solo do qual o condutor teria o dever de desconfiar, seja o ofuscamento, pelos faróis
de outro veículo, incidente muito freqüentemente por não ser previsível, e que se
deve ter como inofensivo, diminuindo a marcha ou parando, seja, com mais forte
veículo circula.
5.2.5. Derrapagem
Constituem também fatores que influem para a eclosão de acidentes por força de
resultado diferente.
5.2.6. Ofuscamento
1
6 RF 134/172; 173/269; RT 461/183
49
controlável.
por outros veículos, que demandam em sentido contrário, à noite. Ao condutor cabe
responsabilidade objetiva.
17
Julgados do Tribunal de Alçada do RGS 17/372, 19/406.
50
argumento de ser impossível evitar o fato. Está, aí, mais uma razão para se concluir
responsabilidade.
desgovernado.
18
SILVA, Das Indenizações por Acidentes, p. 38.
51
torna-se exigível por imposição da justiça e pela eqüidade. Mas não é fora de
que comportam o perigo. Basta que se demonstre que o mal causado era
imprevisível e inevitável.
obrigação por parte deste. Percebe-se que o evento natural é uma causa estranha,
CAPÍTULO VI
se, no desencadeamento dos fatos, culpa de terceiro, não libera o autor direto do
acidente, não só para haver a reparação do dano que sofreu, como, ainda, para o
exercício da ação regressiva. Para Aguiar Dias, a culpa de terceiro emerge como
1
RT 416/345.
2
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 251.
54
reposição da soma gasta junto ao terceiro culpado que, com seu procedimento,
como causa que levou o fato. Eis os termos incisivos do artigo 1.520 do Código Civil
Brasileiro: “Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este ficará com ação
regressiva, no caso do artigo 160, II, o autor do dano, para haver a importância, que
tiver ressarcido ao dono da coisa”. De acordo com a maioria das doutrinas, o autor
do dano responde pelo prejuízo que causou, ainda que o seu procedimento venha
A solução vem proposta no art. 70, III do Código de Processo Civil (CPC),
mais alta conta a vítima, prevalecendo o seu direito perante o causador imediato da
lesão.
artigo 50 do CPC. Tem interesse jurídico na vitória dele, mas não como litisconsorte.
outros sistemas. Duas relações distintas são apreciadas pela mesma sentença: a do
3
RJTJS 60/399
56
adversário? Absolutamente.
Uma vez esgotados os meios para haver o crédito, não é justo se impeça
sentenciado.
fica decidido quem indenizará. Evita-se a lide posterior do autor do evento contra o
responsável mediato.
poderá voltar-se o titular do direito, sempre que o primeiro não dispuser de meios
para ressarcir a dívida. Não é coerente fique o credor sem receber o que lhe é
devido.
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contra o terceiro, em novo litígio, para definir a obrigação deste, ou livrá-lo do dever
denunciado.
58
unânime.
causados só podem ser excluídos “nas hipóteses do artigo 1.527 do CC, cabendo ao
a última.
fuga
I, do CC, já é por demais sabido, não é o cuidado normal, mas o necessário para
é que ditarão se a vigilância foi ou não atenta no fato ocorrido. O direito alemão
culpa do lesado somente exclui a responsabilidade quando pode ser tida como
salvadora.
serve do animal, o que poderá suceder por comodato, usufruto, locação, ou pelo
do artigo 1.521 do CC, pelos danos oriundos, que, aliás, abrange outras categorias
possuírem animais;
Sob este item, também, chama-se a ressarcir o que tem estabelecimento apropriado
eligendo.
chamado a indenizar.
do animal que se projetou contra o veículo, evidentemente, pois não lhe era
CAPÍTULO VII
criminal correspondente.
normal.
pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua
hipótese” 1.
qualidade e intensidade, o dano precisa ser ressarcido, eis que a limitação para as
1
SANTOS, Código Civil Brasileiro Interpretado, p. 141.
64
que resulte a impossibilidade para a admissão em outro que propicie igual padrão de
rendimentos.
equivalente aos ganhos pelo exercício da atividade que foi obrigada a abandonar.
2
RTJ 73/849
3
RT 502/239
4
RT 479/82
65
outro lado, da expectativa normal de que para tanto todos estão capacitados.
CAPÍTULO VIII
ser humano vem ao mundo envolvido na forma de seu corpo; ele será julgado, em
grande parte, conforme a sua aparência física, que lhe pode atrair, à primeira vista, a
simpatia ou a antipatia; é por sua aparência física que uma pessoa marca desde o
existencial.
amparam o prejudicado:
1
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 783.
67
ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua o valor do
regulada pelos mesmos princípios que disciplinam a reparação por dano físico
CAPÍTULO IX
vítima, seu funeral e o luto da família; e em seu inciso II, na prestação de alimentos
tempo após a morte do parente. Mas não consiste o luto apenas as roupas e
íntimo das pessoas, ou a profunda tristeza causada pela perda do ente querido, não
lucros cessantes, que se deixa de auferir durante o período que se segue à morte.
Indaga-se qual a duração deste lapso de tempo. Não há uma previsão legal, mas,
por analogia a alguns preceitos de lei, como ao artigo 217, III do CPC, tratando-se
luto até o sétimo dia seguinte ao falecimento, tempo em que é proibida a citação.
Rebater-se-á que o artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho concede dois
o defunto os devia.
partir dos quatorze anos, pois a Constituição Federal, nos artigos 7º, XXXIII, e 227, §
desde que não provada a dependência econômica daqueles que alinhavam-se como
econômica. Daí prolongar-se até quando a vítima atingiria 65 anos ou mais anos.
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se por base a idade provável de sessenta e cinco anos, haja vista não se poder
presumir que a vítima, aos vinte e cinco anos, deixaria de ajudar seus familiares,
prestando-lhes alimentos.
decisões que elevam o termo aos 70 anos. Se a vítima revelava excelente saúde,
sem qualquer sintoma de moléstias, é coerente que se suba para esta idade, ou até
mais.
72
CAPÍTULO X
veículos, sem conseqüências físicas nas pessoas envolvidas. Por isso, a maior parte
das lides pendentes nos juízos dizem respeito a prejuízos materiais verificados nos
permitem volver as coisas ao seu estado anterior, como sucede nos homicídios, em
destruídas e que não se encontram mais na mesma espécie. Para reparar, nestes
situações.
atual.
acontecimento.
produzidas nos bens materiais. Não exige seja feita através de perícia porque
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dos gastos nos serviços de recuperação, diz respeito à fonte que forneceu os
Mesmo um já é suficiente, desde que não seja impugnado pelo litigante contrário e
valores, principalmente quando não discrepam muito entre si. Mas, seja qual for a
valor, dentre os que instruem o feito. A lei prevê unicamente a reparação, e não que
conserto tenha sido consumado por outra oficina, a condenação será com base no
75
pode prevalecer o orçamento de valor acima do estabelecido, pois a vítima não pode
ficar no prejuízo.
VEÍCULO
necessária a isso, desde que não superior ao valor estimado do bem lesado” 1. Na
prática, tantos são os exageros das oficinas mecânicas na avaliação dos danos que
Mas, os danos emergentes não devem ser maiores do próprio valor da coisa lesada.
em substituí-lo por outro com os mesmos característicos, o que vem sendo admitido
de modo que, através dela, o bem danificado adquira o seu estado anterior, e venha
credor, é natural que seja devolvida a parte do preço que exceder o valor do carro
sucata. Seu valor será abatido da soma total a que esse obrigou a pagar o
responsável.
1
MIRANDA, Tratado, p. 209.
77
CAPÍTULO XI
A reparação pode ser requerida pela própria vítima, ou seja, pela pessoa
que suportou o prejuízo ou foi lesada no relacionamento com outra, seja patrimonial,
direito à ação.
prejuízo se presume, de modo que o dano, tanto material como moral, dispensa
1
DIAS, Da responsabilidade Civil, p. 837.
78
judicialmente. Incluem-se como titulares os pais, ainda que o filho morto seja menor
e incapaz de trabalhar.
econômico. Resumindo, a ação cabe não somente ao lesado, mas a todos quantos
Toda pessoa que prove um prejuízo ou uma injustiça em um ato ilícito tem
convívio, no lar, com a esposa e, fora, Ter encontros amorosos com outra mulher.
ambiente social onde passaram parte da vida, forma o direito à indenização em favor
da mulher” 3.
Assevera Aguiar Dias: “Toda pessoa lesada pelo dano tem direito à
indenização, desde que seu interesse possa ser protegido pela lei... A proteção de
mensal da vítima, calculada até a época em que atingisse a idade de 65 anos, limite
2
MONTEIRO, Curso de Direito Civil, Direito de Família, p. 15.
3
RTJ 82/930.
4
DIAS, Da Responsabilidade Civil, p. 851.
80
estão legitimadas para obter o ressarcimento do dano que têm sofrido. Mas nem só
herança, exceto nos casos que este Código excluir. Usando as palavras de Aguiar
Dias, afirma-se que “a ação de indenização se transmite como qualquer outra ação
ou direito aos sucessores da vítima” 5. O filho, a mulher ou outros herdeiros farão jus
irmão.
5
Da Responsabilidade Civil, op. cit., p. 854.
6
LOPES,Curso de Direito Civil, p. 376.
81
pai, e falecendo posteriomente este, bem como, mais tarde, a mãe, eles continuarão
transmissão hereditária.
não é justo que fique ela de fora da sucessão. O ressarcimento diz respeito ao dano
legitimidade para acionar por dano moral porque este é de natureza puramente
pessoal. Se existe ou não dor moral é a vítima que poderá determinar, transmitindo-
CAPÍTULO XII
12. CONCLUSÃO
se que os acidentes de trânsito ocorrem, em quase sua totalidade, por culpa ou dolo
dos condutores.
acidentes de trânsito não acontecem por acaso, havendo, portanto sempre uma
mesmo os responsáveis pelos animais soltos, que não muito raras às vezes, ficam
caso fortuito ou força maior, sendo que nesses casos, o condutor do veículo se
esforça, agindo dentro das cautelas exigíveis, normalmente, para que o dano seja
evitado.
está sendo cada vez mais veloz e sofisticado, e quando entregue nas mãos de
pessoas que se encontram nas vias públicas, principalmente, nas rodovias onde
eventual).
exigíveis para que seja evitado o acidente. Isto é, o elemento humano é sempre o
automobilísticos, porém estes têm de ser vigiados pelos seus donos para evitar tais
acidentes.
frações de segundos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Aguiar. Da Responsabilidade Civil. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1967, p. 760-
841.
FONSECA, Arnoldo Medeiros da. Caso Fortuito e Teoria da Imprevisão. 3ª ed. Rio:
Forense, p. 147.
LIMA, Alvino. A Responsabilidade Civil por Fato de Outrem. 1ª ed. Rio: Forense,
1973, p. 303.
MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. São Paulo: RT, 1980, p. 122 e
segs.
PEREIRA, Caio Mário da silva. Instituições de Direito Civil. 4ª ed. Rio: Forense,
1974, p. 561-567.
SILVA, Wilson Melo da. Responsabilidade Civil Automobilística. 3ª ed. São Paulo:
Saraiva, 1980, p.104-127.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................1
CAPÍTULO I.............................................................................................................................................................5
1. CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL..............................................................................................5
1.1. A CULPA.....................................................................................................................................................6
................................................................................................................................................................9
1.2. FORMAS DE CULPA.................................................................................................................................9
1.3. CULPA E ATO ILÍCITO............................................................................................................................11
1.4. CLASSIFICAÇÃO DA CULPA.................................................................................................................12
1.4.1. Culpa In eligendo....................................................................................................12
1.4.2. Culpa in vigilando.................................................................................................12
1.4.3. Culpa in comitendo..................................................................................................13
1.4.4. Culpa in omitendo..................................................................................................13
1.4.5. Culpa in custodiendo...............................................................................................13
1.4.6. Culpa grave ou lata, leve e levíssima....................................................................14
1.5. CULPA, ATO ILÍCITO E RESPONSABILIDADE..................................................................................15
1.6. APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA................................................18
1.7. RESPONSABILIDADE E IMPUTABILIDADE........................................................................................20
CAPÍTULO II.........................................................................................................................................................22
2. DANO................................................................................................................................................................22
ESPÉCIES DE DANO........................................................................................................................................23
2.1.1. Dano patrimonial.....................................................................................................23
2.1.2. Dano moral.............................................................................................................25
2.1.3. Dano contratual e extracontratual..........................................................................28
CAPÍTULO III........................................................................................................................................................30
3. CONCORRÊNCIA DE CULPAS E CAUSALIDADE......................................................................................30
CAPÍTULO IV........................................................................................................................................................34
4. A RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO PELO ACIDENTE PROVOCADO POR
TERCEIRO.............................................................................................................................................................34
4.1. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO E DO TERCEIRO QUE PROVOCOU O ACIDENTE . 34
4.2. RAZÕES QUE IMPÕEM A RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO..........................................35
4.3. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO E AUSÊNCIA DE CULPA NO FATO DA ENTREGA
DO VEÍCULO AO CAUSADOR DIRETO.......................................................................................................36
4.4. RESPONSABILIDADE E VENDA DO VEÍCULO NÃO TRANSCRITA NO REGISTRO DE
TÍTULOS E DOCUMENTOS............................................................................................................................36
CAPÍTULO V ........................................................................................................................................................41
5. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR............................................................................................................41
5.1. CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS......................................................................................................41
5.2. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO........................................43
5.2.1. Furto de veículos.....................................................................................................44
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