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Grécia

1.1. Localização e Condições Geográficas

de Corinto, ligava-se à Grécia Central a


A Grécia Antiga ou Clássica ocupava a parte meridional (Lacônia, Messênia e
parte meridional da península dos Bálcãs, Argólida). A partir da Grécia Central,
as ilhas do mar Egeu e a costa da Ásia podemos observar as várias penínsulas que
surgem ao longo do litoral grego.
Menor.

Na parte insular, podemos destacar: Eubéia,


A Hélade, ou território grego, era
Lesbos, Samos, Rodes, Creta e Delos.
composta de três regiões diferentes: a
parte continental, a peninsular e a insular
(sul dos Bálcãs e ilhas do Egeu). No A Grécia é marcada pelo seu relevo
período de sua expansão colonizadora, a acidentado, sendo o interior montanhoso e o
Grécia anexou a costa do mar Egeu (Ásia litoral bastante recortado (golfos, enseadas e
Menor) e o sul da península Itálica. ilhas). O clima é temperado e muito
aprazível. Do solo pobre, os gregos tiraram
três produtos marcantes: o trigo, as uvas
A parte continental grega, por sua vez, era
(vinho) e azeitonas (oliva).
subdividida em: Grécia Setentrional,
Central e Meridional.
Todas essas condições geográficas (relevo
acidentado) explicam a tendência que os
Na Grécia Setentrional, o Épiro (oeste) e a
gregos apresentavam de se integrarem com
Tessália (sul) eram as regiões mais
o exterior como forma de superar as
importantes. Pelo desfiladeiro das
dificuldades geradas pela natureza e
Termópilas, chegava-se à parte central,
diferenças internas (povoamento/cidades-
onde se destacavam as regiões da Beócia
Estado).
e da Ática. Pelo istmo
1.2. Origens e Povoamento

Nas suas origens, a civilização grega está desenvolvimento do povoamento e a


intimamente relacionada à história de Creta, formação da Grécia e da própria
que desenvolveu uma brilhante civilização Antigüidade Clássica.
entre os séculos XX a XV a.C.
Contudo, o povoamento da Grécia, que
Tendo uma situação geográfica privilegiada, marcou sobremaneira o período conhecido
essa grande ilha do Egeu teve contatos como pré-Homérico (séculos XX – XII
marítimo-comerciais com as mais a.C.), tem provavelmente nos pelasgos, ou
importantes civilizações orientais e com a pelágios, os primeiros habitantes da
Grécia. Creta teve a mais plena hegemonia Grécia. Ao que tudo indica, esses povos
comercial sobre a orla do Mediterrâneo, de cultura primitiva e rudimentar, por volta
estendendo seus domínios à Grécia do século XX a.C., organizados em
Continental. comunidades primitivas, ocupavam a
porção litorânea e pontos isolados da
Porém, em meados do século XV a.C., os Grécia Continental. Foi por volta desse
aqueus, povos que habitavam grande parte período que tiveram início, na Grécia, as
da Grécia Continental, invadiram e migrações e invasões que se probugaram
dominaram Creta. Esse fato deu início à até o século XII a. C.
civilização creto-micênica que tanto
contribuiu para o
Os povos invasores, de origem euro-asiática
ou indo-européia (arianos), chegaram em Nessa época, esses povos estavam
vagas populacionais, assimilando e organizados e divididos em genos,
subjugando os primitivos pelasgos. unidades comunitário-familiares
constituídas por pessoas de origem
Os primeiros grupos indo-europeus que comum e lideradas por um "pater-família".
invadiram a Grécia foram os aqueus, ali se
estabelecendo entre os séculos XX e XVIII Com a chegada dos dórios (século XIII
a.C. Foram os aqueus os fundadores de a.C), os genos tornaram-se a forma mais
Micenas, cidade que, ao se expandir, comum de organização socioeconômica.
conquistou e constituiu o berço da Com isso, podemos afirmar que as
civilização creto-micênica. comunidades gentílicas caracterizaram os
tempos homéricos.
Entre os séculos XVIII e XV a.C., outros
povos chegaram à Grécia: os eólios, que se Os genos podem ser entendidos, de uma
fixaram na Tessália e região e os jônios forma mais ampla e genérica, como uma
ocuparam a Ática, onde posteriormente unidade econômica, social, política e
fundaram aquela que seria a mais religiosa da Grécia Homérica. Na verdade,
importante cidade-Estado grega: Atenas. essas pequenas unidades de produção
conseguiam, isoladamente, garantir a
Por volta do século XV a.C, com o declínio sobrevivência dessas populações com
cretense, Micenas passou a viver um uma economia natural, agrícola, coletiva e
intenso desenvolvimento, que teria seu final baseada na auto-suficiência. Os meios de
com as invasões dos dórios (século XIII produção (terra, instrumentos, sementes),
a.C.). assim como a produção (alimentos,
artesanato...), pertenciam a todos os
Povos notadamente guerreiros, os dórios indivíduos da comunidade, ou seja,
foram o último povo, de origem indo- inexistia um conceito de propriedade
européia, que migrou para a Grécia. Ao que privada. Na organização política dos
tudo indica, foram os responsáveis pela genos, predominava a rígida hierarquia
destruição da civilização micênica e familiar, em que o pater (patriarca) era o
posterior movimentação populacional da chefe e autoridade maior, exercendo o
Grécia Continental para a zona insular egéia papel de juiz, chefe familiar e espiritual
e costa da Ásia Menor. Esse processo ("culto religioso").
conhecido como "Primeira Diáspora" marcou
profundamente o processo histórico grego. O critério determinante para posicionar os
indivíduos na hierarquia era o seu grau de
Dentro do território grego, a população parentesco com o "pater-família".
passou a viver isoladamente em grupos
comunitário-familiares ou genos. Essa vida Os genos marcaram sua existência ao
reclusa nos "Cantões Gregos" marcou o final longo de todo período Homérico. Mas por
do período pré-Homérico e deu início ao volta do século VIII a.C, teve início o
período Homérico, assim chamado porque é processo de decomposição das estruturas
estudado à luz dos poemas épicos de gentílicas, que evoluíram de forma
Homero ("Ilíada" e "Odisséia"). heterogênea entre as várias regiões
gregas.
1.3. B. Tempos Homéricos (séculos XII
– VIII a.C.) Um conjunto de fatores contribuiu para a
Em busca de uma compreensão melhor do desintegração das comunidades gentílicas
processo de evolução histórica da Grécia no final do período Homérico, tais como: o
Antiga, é de fundamental importância crescimento demográfico e o aumento do
retroceder ao período pré-Homérico, quando consumo. Contudo, a produção limitada e
os povos indo-europeus para lá migraram. estática, resultante das técnicas
rudimentares e da escassez de terras
férteis, foi elemento crucial na crise
gentílica.
A partir desse momento, a luta pela promovendo a fundação de várias
sobrevivência, fundamental como vimos na colônias. Dessa forma, as cidades de
exploração da terra, gerou uma série de Siracusa (Sicília) e Tarento (península
atritos no interior e entre os vários genos. Itálica) se desenvolveram, impulsionadas
Para organizar a defesa contra inimigos pelos fluxos migratórios gregos ("Magna
comuns, algumas comunidades gentílicas Grécia").
uniram-se, formando unidades maiores
conhecidas como "fratrias". Podemos observar também que, da
reunião de várias tribos, surgiram
Ao longo do tempo, as fratrias reunidas pequenos Estados locais, chamados de
constituíram uma tribo liderada por um "cidades-Estado" (pólis). Mais de uma
filobasileu ("Comandante do Exército"). A centena surgiram na Grécia no mesmo
reunião de várias tribos deu origem ao período, estimuladas pela busca de
povoado (demos), que passou a reconhecer segurança e necessidade de organizar, ao
como líder supremo o basileu. final do período Homérico e início do
período Arcaico, a nova realidade grega.
A crise do modelo social gentílico mudou em
essência a estrutura dos genos. 1.4. Período Arcaico (Séculos VIII – VI
Lentamente, a terra perdeu seu caráter a.C.)
coletivo-comunitário, sendo dividida de
forma desigual entre determinados membros
dos genos. As melhores terras foram Com a desintegração das comunidades
entregues aos parentes mais próximos do gentílicas e o estabelecimento de modelos
patriarca ou "pater-família" sendo, a partir sociais baseados na propriedade privada
desse momento, chamados de "bem- da terra, na aristocracia e na pólis
nascidos" (eupátridas). As demais terras , de (cidades-Estado), ocorreram profundas
menor qualidade e tamanho, foram transformações nas estruturas da Grécia
distribuídas entre "agricultores" (georgóis), Antiga.
parentes mais distantes do "pater-família".
Por fim, nesse processo de divisão, surgiu Em um primeiro momento, ocorreu a lenta
um grupo de "marginalizados" (thetas), para e gradual passagem da economia
os quais nada restou. doméstica para uma economia de
mercado local, que, com o tempo, tornou-
A partir da crise e falência do modelo se externa, em virtude da expansão grega
gentílico, a Grécia Continental transformou- pelo Mediterrâneo.
se em cenário de um sem número de
disputas e tensões sociais, que redundaram Concomitantemente, as estruturas sociais
em uma segunda diáspora grega. e políticas sofreram profundas alterações:
o enriquecimento aristocrático e o aumento
Os principais fatores explicativos para essa das desigualdades sociais levaram a um
dispersão e deslocamento foram o processo de lutas e disputas pelo poder.
crescimento populacional e a limitada
quantidade de terras férteis e aráveis na Em decorrência desses processos de
Grécia transformação, surgiram variações que
fizeram das cidades gregas exemplos de
Continental, resultante da concentração tirania, oligarquia ou democracia.
fundiária gerada com a desintegração dos
genos e a formação de uma sociedade
aristocrática (eupátridas). Por esses Para compreender melhor esse universo
motivos, grande parte da população de possibilidades que foram as pólis
excedente formada, em maioria, pelos gregas, vamos tratar de dois maiores
menos favorecidos na divisão das terras, exemplos de cidades-Estado: Atenas e
emigraram para regiões do Mediterrâneo Esparta.
ocidental,
1.5. Atenas Em Atenas, como resultado dessa
expansão (séculos VIII – VI a.C.), as
A região da Ática, península onde estava classes ligadas à atividade comercial
situada a cidade-Estado de Atenas, localiza- buscavam, ao mesmo tempo que se
se na parte sudeste da Grécia central. Esta enriqueciam, aumentar seu domínio social
região, de relevo acidentado e clima ameno, e político.
surgiu da fusão de vários povos,
predominando os jônios. No final do período Nessa nova realidade, além dos
Homérico, as tribos uniram-se politicamente, eupátridas, georgóis e thetas, a sociedade
dando origem à pólis ateniense (século VIII ateniense sofreria novas importantes
a.C.). Segundo a tradição lendária, teria sido divisões a partir do século VIII a.C.
o herói Teseu seu fundador.
Dos georgóis que perderam as terras e
Atenas manteve, por muito tempo, o modelo dos thetas, que, apesar de marginalizados,
político monárquico, até que os aristocratas, permaneceram na pólis, dedicando-se ao
organizados oligarquicamente, tomaram o artesanato e aos trabalhos em geral
poder aos antigos reis (Basileu). ("jornaleiros"), surgiu a nova classe de
comerciantes, os demiurgos. Essa classe
intermediária sobrepôs, com o passar do
Substituída pelo arcontado, composto por tempo, a riqueza à tradição aristocrática.
nove arcontes, com mandatos anuais, a
Fruto das transformações geradas pela
estrutura monárquica deu lugar a um expansão econômico-territorial, surge a
modelo elitista e baseado nos eupátridas
grande massa de escravos que dará o
(aristocracia rural). perfil ao modo de produção ateniense.

Prisioneiros de guerra, sem cidadania ou


direito sobre a própria vida, os escravos
atuaram nas mais diversas atividades do
cotidiano da cidade-Estado de Atenas.
Com todas essas mudanças na estrutura
social ateniense, aceleraram-se os
conflitos de interesses que marcaram o
Foi também organizado um conselho de período Arcaico.
eupátridas, chamado areópago, com função
de regular a ação dos arcontes. Através Nesse contexto de rivalidades sociais,
dessas instituições, estabeleceu-se o pleno políticas e econômicas, podemos
domínio oligárquico (eupátridas) sobre o identificar vários grupos importantes.
resto do demos ou povo ateniense (georgóis Os eupátridas, proprietários das melhores
e thetas). e maiores terras do pédium (planície),
procuravam manter seus privilégios e o
No período Arcaico, a falta de terras férteis e poder político. Por outro lado, os
o crescimento demográfico continuaram a comerciantes controlavam a parália
impulsionar o estabelecimento de colônias, (litoral). E, num crescente enriquecimento,
entrepostos comerciais e povoamentos em procuravam mudar o status quo, a fim de
várias regiões da orla do Mediterrâneo. conquistar maior participação no poder
Cidades como Corinto, Mégara e político.
principalmente Atenas instalaram na
península Itálica e na Ásia Menor vários Por fim, encontramos os georgóis e thetas,
moradores de Diácria (montanha), que
pontos comerciais (Magna Grécia). viviam em péssimas condições e sem
direito à participação política. Grande parte
O comércio entre essas várias regiões desse grupo buscava recursos, para
fundamentava-se nas exportações de vinho, cultivar suas terras, entre os poderosos.
azeite e produtos artesanais gregos e na
importação de gêneros variados, como trigo,
metais (ouro, prata, cobre e ferro) e madeira
das regiões do Mediterrâneo
Endividados, ficavam sujeitos à manipulação
da elite aristocrática. Conseqüentemente,
aumentavam o desejo de mudanças e a Porém, as reformas de Sólon não
oposição das classes populares ao poder agradaram aos aristocratas, que as
oligárquico. consideravam excessivas e prejudiciais
aos seus interesses oligárquicos, como
A luta de classes, o crescimento da cidade e também ao povo que ansiava por
o progresso econômico-comercial foram os mudanças mais abrangentes e profundas.
principais fatores explicativos das reformas
feitas por legisladores, que representavam o A conjuntura da crise política que
anseio latente dos grupos sociais. caracterizou o período pós-Sólon permitiu
o estabelecimento de ditadores que
Dois legisladores foram incumbidos de usurpariam o poder (tiranos).
elaborar as reformas: Drácon e Sólon.
Drácon (621 a.C.) organizou e registrou por
escrito as leis que, até aquele momento, O primeiro deles foi Pisístrato (561-527
eram baseadas na tradição oral e eram de a.C.) que, ao governar Atenas, buscou
conhecimento exclusivo dos aristocratas diminuir os conflitos e tensões sociais
(eupátridas). através de uma política populista e de
O código draconiano ficou conhecido por estímulo às construções e obras públicas.
sua rigidez e severidade, além do que Tentou com isso diminuir o desemprego
manteve os privilégios sociopolíticos que atingia principalmente a massa popular
existentes. Dessa maneira, mesmo com leis (thetas e georgóis).
escritas, as diferenças foram mantidas,
reacendendo as questões políticas e os Com a morte de Pisístrato, sucederam-no
choques de interesses entre as classes seus filhos Hiparco e Hípias, que não
sociais. deram prosseguimento às reformas
colocadas em prática pelo pai. Novamente
Sólon (594 a.C.) tentou desenvolver reinavam em Atenas a insatisfação e a
reformas mais profundas e de maior crise política , o que causou o fim das
repercussão. tiranias e abriu caminho para as reformas
democráticas.
Suprimiu a escravidão por dívidas e
estabeleceu uma classificação das classes Liderada por Clístenes (510 a.C.), iniciou-
sociais de acordo com a riqueza (censitária). se uma fase de reformas que inauguraram
O critério de riqueza passou a permitir a a democracia ateniense.
ascensão política dos ricos comerciantes
(demiurgos). Uma das primeiras medidas tomadas por
ele foi a redistribuição de Atenas em dez
Criou e admitiu a participação de elementos tribos, substituindo o modelo anterior,
das classes inferiores no Conselho dos baseado em quatro tribos.
Quatrocentos (Bulé). A Assembléia Popular
(Eclésia) passou a aprovar as medidas da
Bulé e o Tribunal de Justiça (Helieu) abriu- Dessa maneira, foi ampliada a participação
se a todos os cidadãos. política e neutralizada a influência
aristocrata, baseada na tradição dos gens,
tribos e fratrias.
Organizou a Suprema Corte, da qual podiam
participar todos os cidadãos por sufrágio
universal masculino; combateu a ociosidade; Posteriormente, reestruturou as instituições
estimulou o comércio e o artesanato; políticas, a Bulé passou a contar com 50
concedeu privilégios de cidadania aos membros por tribo (500 representantes)
artesãos estrangeiros (metecos). que exerciam, através do revezamento, o
governo em Atenas.

A Eclésia, composta por cidadãos de todas


as classes sociais, era a Assembléia
Popular (6 mil cidadãos) que fiscalizava as
demais instituições políticas, tornando-se,
Foi criado também um Tribunal Popular com isso, o poder político da pólis.
(Hélia). Os arcontes tiveram seus poderes
gradativamente diminuídos, restringindo-se, Os dois reis (diarquia) representantes das
ao fim, às funções religiosas. Os estrategos famílias aristocratas, com poder
(chefes militares), eleitos para mandatos hereditário, exerciam um papel limitado
anuais, passaram a ter importante papel na pela oligarquia (governo da elite), tendo
política ateniense. um caráter sacerdotal e militar.

Clístenes criou ainda o ostracismo, que A Gerúsia (Senado), formada pelos dois
consistia na suspensão dos direitos políticos reis e 28 gerontes, sexagenários, eleitos
dos cidadãos considerados nocivos ao por aclamação para um mandato vitalício,
Estado. Os crimes sujeitos à pena do era o Conselho dos Anciãos e, portanto,
ostracismo eram votados na Assembléia. O de grande importância nas decisões
cidadão considerado culpado era exilado por políticas, jurídicas e administrativas da
10 anos, sem contudo perder o direito sobre pólis espartana.
seus bens.
O Conselho dos Éforos, formado por cinco
membros escolhidos pela Assembléia
Todavia, é importante lembrar que a
Popular (Apela), tinha um mandato anual e
democracia ateniense era uma forma de
poderes para fiscalizar os reis (diarquia) e
governo da qual participavam apenas os
os magistrados.
cidadãos atenienses (adultos, filhos de pai e
mãe atenienses), que, eram uma minoria da
qual estavam excluídos os estrangeiros, A Apela (Assembléia Popular), formada
escravos e mulheres. por cidadãos maiores de 30 anos, tinha
como função eleger os membros da
Gerúsia e do Eforato.
Toda essa evolução histórico-política deu a
Atenas uma surpreendente cultura de
educação. Diferente de Esparta, em Atenas Como podemos observar, diferente de
a liberdade e a formação humanística foram Atenas, a estrutura estática e auto-
marcas dessa pólis grega. suficiente da economia agrária, escravista
e espartana não evoluiu para a
democracia, mantendo-se sempre
1.6. Esparta oligárquica e militarista.

Esparta situava-se na península do A sociedade espartana compunha-se de


Peloponeso, no vale do rio Eurotas, planície cidadãos, periecos e hilotas.
da Lacônia.
Os cidadãos, descendentes dos antigos
Suas principais características, enquanto dórios guerreiros e conquistadores,
cidade-Estado, foram o laconismo, o detinham os principais postos militares e
militarismo, o perfil aristocrático conservador privilégios políticos. Podem ser chamados
e reacionário, e a vida provinciana marcada de espartanos ou espartíatas.
pelo retrocesso e atraso cultural.
Os periecos habitavam a periferia da pólis.
No plano político, o governo espartano era Eram homens livres que se dedicavam ao
fundamentado em uma diarquia oligárquica, artesanato e ao comércio local. Não
em que a aristocracia militarista preservou tinham direito à cidadania, podendo ser
as formas do antigo sistema do período convocados como soldados do exército
Homérico. espartano.

Os hilotas, descendentes dos antigos


Baseando suas instituições nas leis habitantes da Lacônia, foram reduzidos à
atribuídas ao legendário legislador Licurgo, condição de servos do Estado. Presos à
esses descendentes dos dórios invasores terra, eram a base do modo de produção
tinham como principal objetivo a espartano.
manutenção do status quo.
O modo de vida espartano era um reflexo
de sua rígida estrutura social. Visando à
manutenção do status quo, a educação
Como causa primordial das guerras entre
espartana tinha por objetivo formar apenas
os gregos e persas (greco-pérsicas ou
guerreiros. médicas), podemos apontar o choque
imperialista na região da Ásia Menor (mar
Buscando atender a esse objetivo, o Egeu). Os gregos buscavam a
manutenção das regiões asiáticas
cidadão espartano era condicionado à
dominadas, enquanto os persas, após
obediência e ao desenvolvimento das dominarem a região da Mesopotâmia
aptidões físicas. (Caldéia), estavam estendendo seus
domínios em direção ao Ocidente.
Nessas condições, a deficiência ou a
debilidade física não eram admitidas, sendo A primeira guerra (490 a.C.) ocorreu no
as crianças sacrificadas ao menor indício de tempo do rei Dario I. Após várias batalhas,
o exército persa, que conseguira invadir a
doença ou fragilidade. península Balcânica, foi vencido e
destruído pelos atenienses, liderados por
Os fortes permaneciam até a idade de 7 Milcíades, na batalha da Maratona (490
anos com a mãe (família), quando então a.C.).
eram entregues ao Estado (exército).
Na segunda guerra (480 – 479 a.C.), agora
Educadas para viver em condições sob o comando do rei Xerxes, os persas
invadiram os Bálcãs pelo norte; orientados
adversas, as crianças obtinham até os 18 por um traidor, alcançaram a retaguarda
anos uma rígida disciplina guerreira. dos espartanos, que tentavam barrar o
avanço persa no desfiladeiro das
Aos trinta anos, os espartanos tornavam-se Termópilas. Depois de muita resistência
dos espartanos, liderados pelo general
cidadãos, sendo-lhes permitido o casamento Leônidas, os persas venceram e
e a participação política. Quando prosseguiram para Atenas, que foi
sexagenários, os espartanos eram invadida e arrasada. Enquanto isso, os
dispensados do exército, podendo participar atenienses, comandados por Temístocles,
da Gerúsia (Conselho dos Anciãos). venciam a marinha persa na batalha de
Salamina (480 a.C.).

A mulher espartana vivia para a pátria. As


Por volta do ano de 479 a.C., os invasores
moças eram educadas com severidade pela
persas foram derrotados pelos espartanos
família e recebiam treinamentos para tornar na batalha de Platéia, abandonando o
o seu corpo forte e atlético. território grego.

Sua maior missão era dar filhos fortes ao


Em uma terceira e final guerra entre
Estado (fiéis cidadãos e bons
gregos e persas (477 – 468 a.C.), Atenas
soldados).Mas, diferente de Atenas, a
formou, sob seu comando, uma coligação
mulher espartana foi mais independente na
ou liga das cidades-Estado, conhecida
pólis.
como Confederação de Delos.
1.7. Período Clássico (séculos VI – IV
a.C.) Liderando a coligação, Atenas pôde
enfrentar os persas no seu principal reduto
regional, a Ásia Menor. A batalha
Foi a época de maior esplendor da cultura derradeira deu-se na foz do rio
grega. Nela, as instituições e a vida Eurimedonte (468 a.C.). Vencidos, os
intelectual alcançaram o mais alto nível. persas passaram a respeitar a presença e
Entretanto, essa época foi marcada pelas predominância grega na Ásia Menor
lutas entre as cidades-Estado e por grandes (Tratado de Susa – 448 a.C.).
guerras externas, principalmente contra os
persas.
Como principais conseqüências das
guerras médicas (greco-pérsicas) para a
Atenas foi desmobilizada militarmente, e
evolução da história grega no período Esparta passou a deter a hegemonia sobre
Clássico, podemos destacar: a decadência a Grécia.
do império persa; a formação e manutenção
da Confederação de Delos, o imperialismo e
Entretanto, o domínio espartano duraria
conseqüente hegemonia de Atenas sobre as
demais cidades gregas; o revigoramento da pouco tempo.
democracia ateniense (Péricles – século V
a.C.) e a inevitável rivalidade entre Atenas e A cidade de Tebas, situada no estreito de
Esparta.
Corinto, projetava-se como uma nova
potência militar grega. Tebas logo se opôs
Por volta do início do século V a.C. (Século
à hegemonia espartana e, contando com
de Ouro – Péricles), os atenienses vinham
impondo cada vez mais sua hegemonia dois grandes generais, Epaminondas e
sobre a Grécia. Um dos maiores sinais disso Pelópidas, os tebanos venceram a Batalha
era a manutenção da Confederação ou Liga de Leuctras (371 a.C.), iniciando a também
de Delos. efêmera hegemonia tebana.

A liderança político-econômica de Atenas, Nesse contexto, os estados gregos


após as guerras médicas, desagradava
continuaram hostilizando-se, o que deu
profundamente aos espartanos.
lugar à decadência geral da Grécia.
Estes, por sua vez, originaram a chamada
Liga do Peloponeso. Essa coligação de Podemos, com isso, concluir que os
cidades-Estado, sob a liderança espartana, fatores maiores da decadência da Grécia
iria confrontar-se, ao final do século, com Antiga foram: o isolamento e as diferenças
Atenas e suas aliadas. Esse conflito,
estruturais de suas várias pólis (cidades-
marcado por dois grandes períodos, ficou
conhecido como Guerra do Peloponeso (431 Estado); as constantes lutas internas
– 404 a.C.). (disputas hegemônicas); e a política
imperialista sucessiva que provocou uma
No primeiro período (431 – 421 a.C.) desse verdadeira guerra civil, gerando crises
conflito, Esparta e a Liga do Peloponeso econômicas e degeneração das estruturas
atacaram a região de Atenas defendida gregas.
pelos exércitos da Confederação de Delos e
comandada pelo grande líder Péricles.
Durante cerca de trinta anos (461 – 429
a.C.), Péricles governou Atenas,
1.8. Período Helenístico (Séculos IV
acentuando-lhe o caráter democrático,
cultural e consolidando o seu apogeu – II a.C.)
(embelezamento da pólis). A Expansão Macedônica e o Helenismo
(cultura helenística).
Mas, a partir da peste que assolou Atenas
(430 a.C.), quando morreu Péricles, os
Enfraquecidas pelas lutas internas e
atenienses e seus aliados passaram a
externas, as pólis gregas caíram sob a
perder terreno. Enfraquecidos e perdendo o
dominação dos macedônios, por volta da
apoio das cidades coligadas, os atenienses
segunda metade do séc. IV a.C. Esses
foram vencidos e obrigados a aceitar a "Paz
vizinhos dos gregos habitavam o norte da
de Nícias" (421 a.C.). Apesar de prever uma
península Balcânica e já haviam estado
trégua de 50 anos, Atenas reiniciou, sete
sob domínio oriental (persas), por algum
anos depois do tratado, as hostilidades
tempo.
contra Esparta. Liderados por Alcebíades,
os atenienses atacaram a Sicília, aliada de
Esparta. Em meio à campanha, inimigos de Em 359 a.C., Felipe II subiu ao trono na
Alcebíades acusaram-no de sacrilégio. Macedônia.
Fugindo à condenação, ele foi para Esparta,
ajudando-a a vencer as forças atenienses,
na batalha de Egos Pótamos (405 a.C.). 1.9. Religião e Cultura Gregas
Influenciado por sua formação grega,
helenizou o reino macedônio, No plano religioso, podemos dividir a
posteriormente organizando um forte evolução grega em três fases: a da magia
exército para a conquista da Grécia. Esta, e culto aos antepassados, a do culto à
por sua vez, foi unificada e anexada ao natureza e a do culto a ídolos de forma
nascente império macedônico humana (antropomórfica), que passaram a
representar os deuses. Estes, por sua vez,
Mais tarde, Alexandre Magno, filho de Filipe habitavam o monte Olimpo (“A Morada dos
II e discípulo de Aristóteles, prosseguiu a Deuses”), tendo, ao mesmo tempo, os
expansão imperial. No período entre 334 a vícios e virtudes humanas. A religião tinha
324 a.C., conquistou o Egito, o Império um caráter pan-helênico.
Persa e chegou a atravessar o rio Indo
(Índia), helenizando os “bárbaros”. Os gregos adoravam seus deuses,
dedicando-lhes oferendas e sacrifícios em
Morreu aos 32 anos, de malária, na troca de proteção e benefícios. Uma
Babilônia (Mesopotâmia, 323 a.C.). expressão dessa devoção eram os
oráculos e os jogos olímpicos.
Com sua morte, o espólio do extenso
império foi dividido entre seus generais: No politeísmo grego, destacavam-se Zeus,
Antígono (Macedônia e Grécia), Ptolomeu rei e pai dos vários deuses; Hera, irmã e
(Egito, Palestina e Fenícia) e Seleuco esposa de Zeus; Hélio, deus do Sol e das
(Pérsia, Mesopotâmia e Síria). Artes; Palas ou Atenas, deusa da
A conseqüência maior das conquistas de sabedoria e protetora da cidade-Estado de
Alexandre foi o surgimento da cultura Atenas; Démeter, deusa da agricultura;
helenística, que floresceu no Oriente Hermes, deus do comércio e mensageiro
Próximo (Médio), durante os últimos séculos dos outros deuses; Hefesto, deus do fogo
anteriores ao nascimento de Cristo (Império e do artesanato; Afrodite, deusa do amor e
Romano). Essa cultura resultou do contato e da beleza; Dionísio, deus do vinho e da
conseqüente fusão das culturas locais alegria; e Poseidon, deus do mar.
(orientais) com a cultura helênica (grega)
levada pelos conquistadores. As musas, as ninfas e os heróis também
eram cultuados, apesar de não serem
O helenismo, ou cultura helenística, marcou deuses, através da rica mitologia grega
o surgimento de novos centros culturais (mitos e lendas).
como Alexandria e Antioquia.
No plano das realizações intelectuais, os
As principais manifestações da cultura gregos foram realmente inovadores.
helenística se deram nas Artes, Arquitetura,
Filosofia e Astronomia (ciências). Na área filosófica, as principais realizações
se deveram a Sócrates (470 – 399 a.C.),
A Macedônia, tendo conquistado a Grécia e Platão (430 – 347 a.C.) e Aristóteles (384
o Oriente, destruiu as estruturas da Antiga – 322 a.C.). Suas idéias têm influenciado o
Grécia, abrindo caminho para a pensamento humano até a atualidade.
conseqüente expansão e hegemonia
romanas. Na área científica, podemos destacar:

a) Astronomia: Filolau (esferidade e


movimentos da Terra), Aristarco de Samos
(heliocentrismo) e Cláudio Ptolomeu
(geocentrismo);

b) Matemática: Tales de Mileto ("Pai da


Matemática"), Pitágoras e Arquimedes;
No estilo dórico, mais antigo, as colunas
c) Física: Demócrito, Aristóteles e não tinham base saliente e seu capitel era
Arquimedes; marcado pela simplicidade.

d) Biologia: Aristóteles ("classificação dos No estilo jônico, a base passou a ter anéis
animais"), Nicandro de Colofon e Discorides ao seu redor e "volutas" no capitel.
de Ana Zarba;
No estilo coríntio, característico do período
e) Medicina: Hipócrates de Cós. helenístico, conservaram-se os anéis na
base, mas o capitel assumiu um aspecto
O período clássico (“Século de Ouro” – V mais rebuscado, assemelhando-se a um
a.C.) foi a época mais importante das artes vaso ou arranjo de flores.
gregas. Entre os
Dos arquitetos gregos, devemos lembrar
fatores que contribuíram para o grande Ictinos e Calícrates, pois suas edificações
progresso artístico grego, podemos citar: o na Acrópole (“cidade alta”) ou cidadela
enriquecimento das pólis com o comércio e fortificada de Atenas, em especial o templo
a necessidade de reconstrução de muitas chamado Partenon, marcaram o estilo
delas, sobretudo Atenas, após as Guerras grego de edificar.
Médicas (greco-pérsicas).
Escultura também alcançou grande
Devemos considerar, além disso, que, em
quase todas as suas épocas, as artes expressão entre os gregos. Menos presa à
gregas apresentavam uma grande riqueza e Arquitetura que no Oriente, desenvolveu-
variedade temática, na medida em que, se principalmente no campo da estatuária.
diferente das civilizações orientais, o Estado Dentre os nomes mais importantes,
e a religião não subordinavam tanto a podemos destacar: Fídias, Praxiteles e
produção artística. Mirón.

A arquitetura da Grécia foi marcada pela A Pintura, em especial a do período


construção de colunas em três estilos: o clássico, chegou a conhecer técnicas e
dórico, o jônico e o coríntio. recursos como o uso da perspectiva e do
claro-escuro. Esses recursos são
utilizados para mostrar a profundidade das
cenas e o volume e dimensão dos objetos
representados.

Entre os principais representantes da


pintura grega, podemos citar: Parrásio e
Zêuxis

Em seqüência, da esquerda para a direita, exemplos de


colunas dória, jônia e coríntia.
Por fim, a Literatura grega foi vigorosa em
todos os seus aspectos e se dedicou às
mais variadas temáticas. Foi marcada pela
predominância da poesia sobre a prosa,
sendo esta última usada normalmente pelos
oradores e historiadores.

Nas poesias épica e lírica, tiveram grande


destaque: Homero (Ilíada e Odisséia),
Hesíodo, Safo e Píndaro. Na tragédia,
Ésquilo (Prometeu Acorrentado), Sófocles
(Édipo Rei, Electra e Antígona) e Eurípedes.
Na comédia, Aristófanes (As Rãs e
Assembléia de Mulheres) pirataria. Existia uma certa independência
econômica dos genos e a família era auto-
suficiente. O trabalho era coletivo e todas
Na prosa grega, notabilizaram-se, entre as tarefas eram valorizadas. A
outros, os oradores como Demóstenes propriedade estava centralizada no chefe;
(sobre a coroa e filípicas), Ésquines e a distribuição da produção era igualitária.
Isócrates , e os historiadores como Heródoto
(Histórias), Tucídides (História da Guerra do b) Os genos desagregaram-se porque:
Peloponeso), Políbio e Xenofonte. faziam uso de técnicas rudimentares que
não acompanhavam o crescimento da
O teatro grego teve origem nas população; passaram a utilizar terras
representações feitas nas festas para menos férteis e a usar mão-de-obra
Dionísio (deus protetor do teatro – mitologia suplementar; a terra começou a ser
grega). dividida em núcleos cada vez menores e
insuficientes para exploração.
Os principais autores teatrais (séc.V a.C.)
foram Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Além
de temas relativos às lutas humanas, os 02. A partilha das terras dos genos levou à
atenienses apreciavam a comédia, que teve desintegração do sistema genial e à
em Aristófanes seu grande autor. formação de novas unidades políticas, que
no século VIII reuniram-se sob a forma de
cidade-Estado. De uma maneira geral,
como se deram as transformações que, a
partir do século VIII, caracterizaram a
Exercícios Resolvidos cidade-Estado grega?

01. Sobre o período Homérico (XII a.c. – VIII Resposta: A partilha das terras provocou
a.C.) e os genos, responda: o aparecimento da propriedade privada, o
que corresponde à produção mercantil e
ao comércio de mercadorias relativamente
a) Quais as principais características sociais
desenvolvidos com a colonização de
e econômicas dos genos?
novas áreas. O uso de moedas cunhadas
b) Que fatores provocaram a desagregação
permitiu a passagem da economia
dos genos?
monetária. Estabeleceu-se uma diferença
de direitos entre as classes, e novos
Resposta: elementos sociais vão-se desenvolvendo
a) No aspecto social, os genos reuniam no na sociedade grega. Embora o nascimento
mesmo lar descendentes de um único e a terra conservassem o velho prestígio,
antepassado e cada membro dependia da a real escala de valores era constituída de
unidade familiar. Além disso, o chefe acordo com a riqueza. A economia
concentrava o poder, que passava para o monetária é incompatível com a
filho mais velho. A economia era constituição dos genos: auto-suficientes,
agropastoril, sem esquecer a guerra e a coletivistas e igualitários. A organização
pobreza. Mais tarde, porém, o Estado política era a mesma, mas gradualmente o
percebeu o potencial dessas expedições e poderio dos Baliseus foi declinando e suas
assumiu o controle delas, dirigindo os atribuições foram distribuídas pelos
colonos que partiam. Os colonizadores membros do conselho. A autoridade da
estabeleciam-se com ou sem o uso da aristocracia aumentava cada vez mais: o
força: primeiro ocupavam a costa; depois o regime aristocrático transformava-se
interior, dividindo as terras e mantendo rapidamente numa oligarquia.
laços culturais com a pólis.
03. Como foram organizadas as
04. Sobre a cidade-Estado de Esparta na expedições colonizadoras gregas?
Grécia Antiga, responda:
a) Explique por que Esparta era uma cidade Resposta:As primeiras expedições
oligárquica. consistiam de pessoas descontentes com
a vida na cidade e com sua situação de
Resposta: Esparta tornou-se uma cidade órgãos governamentais (Eforato, Gerúsia
oligárquica porque seus dois reis perderam e Apela). Em Atenas, as lutas sociais
poder e os cidadãos passaram a ser cada ampliaram significativamente a
vez menos representados. As decisões participação na política, atingindo o
eram tomadas pelos gerontes, de poder apogeu com as reformas de Clístenes e
vitálico. Eles eram escolhidos nas com o governo de Péricles. O êxito das
Assembléias, nas quais ainda restava lutas na participação, em Atenas, foi em
espaço para manifestação dos cidadãos, se grande parte possível pelo sucesso
bem que de forma restrita. agrícola e comercial da pólis, dinamizando
todos os aspectos de Atenas, inclusive o
político, democratizando-a.
b) Como era a educação espartana?
06. (Fuvest-SP) Analise, no processo
Resposta: A educação espartana era histórico da Grécia, a relação existente
bastante rígida porque visava a formar entre os elementos citados abaixo:
cidadãos dispostos a entregar a própria vida
por Esparta, servindo como soldado. Quem a) Confederação de Delos;
nascia sem condições de lutar era morto. Se b) Imperialismo ateniense;
nascia apto, ficava com a mãe durante sete
c) Guerra do Peloponeso.
anos; depois passava para as mãos do
Resposta: A confederação de Delos foi a
Estado. Aos 12 anos, para fortalecer o físico
união das várias cidades gregas, sob a
e desenvolver a destreza, o menino passava
liderança ateniense, para enfrentarem os
por provas de sobrevivência no campo. Aos
persas. Mas Atenas passou a liderar em
17 anos, os rapazes passavam por um rito
proveito próprio e acabou dominando as
de iniciação no qual, entre outras tarefas,
cidades anteriormente aliadas. Diante do
tinham de esconder-se nos campos e matar
fortalecimento de Atenas, Esparta, sua
quantos escravos conseguissem. Aos 30
tradicional rival, procurando contestar a
anos, o soldado tornava-se cidadão.
supremacia ateniense, promoveu uma
guerra entre elas: a Guerra do
Peloponeso.
05. (Fuvest-SP) Identifique e comente as
principais diferenças entre Esparta e Atenas
quanto à organização política.
07. (Unicamp-SP) Segundo Péricles, o
Resposta: Enquanto Esparta apresentava regime político de Atenas, no século V
governo oligárquico, Atenas era a pólis mais a.C., era democrático “porque não
democrática da Grécia. Em Esparta, a funciona no interesse de uma minoria, mas
participação na política restringia-se aos em beneficio do maior número”. Sabemos,
espartanos, aos descendentes dóricos, uma no entanto, que a condição da cidadania
minoria indisfarçada da população era assegurada aos que não trabalhavam,
espartana que detinha monopólio pela força. pois eram liberados para praticar a política
Eram os guerreiros preservando a e fazer a guerra. Mulheres menores de 18
supremacia dos anos, metecos (estrangeiros, geralmente
ali viviam dando o caráter progressista e comerciantes) e escravos não
participavam da vida pública. Como
hegemônico da cidade, sem vínculo de
explicar essa exclusão, caso por caso,
cidadania. Os escravos constituíam os pelos princípios democráticos atenienses,
vencidos de guerra, a força produtiva de se eram maiorias?
toda a estrutura econômica da pólis,
considerados apenas como instrumento de Resposta: A democracia ateniense era
produção e não com direitos à cidadania uma democracia de cidadãos, daí a
local. exclusão das mulheres, dos metecos e
08. Qual a importância do Império de dos escravos. A mulher não participava da
Alexandre para cultura grega? vida política e cultural, dado o caráter
patriarcal da sociedade helênica. Os
metecos eram os estrangeiros residentes
Resposta: Alexandre foi uma figura-chave em Atenas, que
para a cultura grega dessa época, que Resposta. As cerimônias religiosas eram
buscou espalhar. O rei promoveu uma importantes porque reuniam pessoas de
todas as cidades do mundo grego que
integração das culturas grega, persa,
peregrinavam até os santuários mais
egípcia e de outros povos e fundou pólos famosos. Dessa forma, preservava-se a
culturais como Alexandria, onde ficava a cultura, além de se incentivar o teatro, a
maior biblioteca da Antigüidade, com mais música e a arte nos concursos
de 400 mil volumes. No tempo de Alexandre organizados nas festas.
desenvolveram-se várias ciências, como a
matemática, a medicina, a geometria, a
filosofia. Incentivou a arquitetura, a escultura
e a literatura.
Arquitetura Grega

09. Sobre a religião grega na Antigüidade,


responda: O período mais importante da
civilização grega durou do século VIII
ao século IV a.C.. A Grécia antiga não
a) Explique os diversos rituais realizados em era um país unificado, mas formado
homenagem aos deuses. por cidades-Estados, como Atenas e
Esparta, ligadas por língua e cultura
comuns. Uma arquitetura elegante e
Resposta. Os deuses eram cultuados nas bem proporcionada foi criada em todo
casas e em cerimônias públicas, com o mundo grego. Havia três principais
orações, sacrifícios e oferendas ou libações. estilos arquitetônicos conhecidos
No templo, os sacrifícios podiam ser de como ordens. Estas eram as ordens
animais. A religião estava presente no dórica, jônica e coríntia, distinguidas,
cotidiano e todo momento da vida era principalmente, pelos tipos de capitel
motivo para rituais. Nascimento, funeral, de pedra no topo das colunas dos
casamento, homenagem aos mortos, festas, edifícios. Os capitéis dóricos eram
simples e fortes; os capitéis jônicos
procissões, jogos (como os olímpicos) eram
tinham rolos espirais chamados
oportunidades para celebrações religiosas. volutas e os capitéis coríntios eram
Alguns deuses eram homenageados em esculpidos com folhas de acanto.
determinadas regiões, enquanto outros
recebiam culto em toda a Hélade e tinham
As colunas eram, às vezes, substituídas
grandes e famosos santuários. Os mais por estátuas de suporte, conhecidas
conhecidos estavam em Delos, Olímpia e como cariátides. O exemplo
Delfos. apresentado aqui provém de um templo
na Acrópole (cidadela) de Atenas, que
era, também, o centro religioso da
b) Qual a importância das cerimônias cidade. Os estilos arquitetônicos eram
também usados pelos colonos gregos
religiosas no mundo grego no ultramar, e um dos templos gregos
mais bem preservados é o templo
dórico de Hera, em Pesto, na Itália. As
influências culturais gregas também
chegaram a outros povos como os
lícios da Turquia meridional, cujos
governantes construíram tumbas na
forma de templos gregos.

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