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OSCULUM PACIS

Odeio. Perguntaram por qu, se te odeio, te beijo a boca. Respondo que beijo a boc
a de quem odeio. Ele um demnio, foi o que disseram. Um anjo cado?
A pele em que habita suja. Turva. Assim. Eu disse que gosto de subverses. O qu? Su
bverses. Mas no to subversivas. Voc subversivo e gosto de voc. E te odeio. Como no o
ar algum subversivo? Quando te odiar um prazer que mantenho submerso em vrios tdios
e sofrimentos. Seus dentes lasceram o ar e o seu canto anglico recai sobre meus o
uvidos como o retumbar dos fogos do inferno. Admiro sua elocuo, lcida, de to lcida qu
ase que demente. Ou o contrrio. Dubius: meu desejo efmero.
A cor avermelhada, castanha, profana. Entretanto, bem servida na branquido da sua
existncia. Notria, sua no-existncia, que evidencia a minha tambm; o universo infinit
o, a vida como vida infinita, porm, s o universo no abstrato. Acha que ns usaramos
ogas se fossemos felizes? Se na sociedade houvesse paz? No, no acho, como diria aq
uele autor que tanto gosto, queremos aventuras reais e s a encontramos nas drogas
ou na morte, e a morte muito controladora. Voc uma aventura real, no abstrata, no
entanto, mortal... E a morte muito controladora. E sua existncia, fugaz(mente fi
nita). Estamos sentados, aqui, no concreto, um meteoro colossal atinge a Terra e
acaba. Mas... no, quieta, acabou. Sua sentena acabou antes que pudesse ser acabad
a, pois tudo acabou, acabou, acabou. A fome de viver, e o que voc faz da sua ampu
lheta para no ser esquecido jamais, acabam. A morte, que j no controladora: at mesmo
ela se acaba.
O arqutipo contemporneo das profundezas de servido ao gozo. Das profundezas da sua r
is. Estou sendo imediatista? Se imediatismo for um porvir? Se fugir do imediatis
mo for um porvir que te cabe? Liberdade igualmente subversiva, e se insinua.
Gosto de subverses.
"Eu, que tinha a ateno toda embebida,/ Vi sombras, nesse pntano, lodosas,/ Desnudas,
de face enfurecida./ No s coas mos batiam-se raivosas; / Peitos, cabeas, ps armas lhe
s sendo, / Com dentes laceravam-se espantosas." (Divina Comdia, Dante)

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