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1) O documento descreve a história do tratamento de doenças mentais no Brasil e a fundação do Hospício Pedro II no século XIX.
2) O terreno do Hospício Pedro II foi adquirido através da integração de várias propriedades compradas ao longo do tempo.
3) A fundação do hospício teve origem no decreto imperial de 1856 e visava fornecer um tratamento especializado para doentes mentais.
1) O documento descreve a história do tratamento de doenças mentais no Brasil e a fundação do Hospício Pedro II no século XIX.
2) O terreno do Hospício Pedro II foi adquirido através da integração de várias propriedades compradas ao longo do tempo.
3) A fundação do hospício teve origem no decreto imperial de 1856 e visava fornecer um tratamento especializado para doentes mentais.
1) O documento descreve a história do tratamento de doenças mentais no Brasil e a fundação do Hospício Pedro II no século XIX.
2) O terreno do Hospício Pedro II foi adquirido através da integração de várias propriedades compradas ao longo do tempo.
3) A fundação do hospício teve origem no decreto imperial de 1856 e visava fornecer um tratamento especializado para doentes mentais.
Na loucura como em tudo mais preciso comear pela Grcia. As primeiras descries de doenas mentais esto em Homero. No se esquea porm a !"lia pois a se encontra e#celente narrao de estados psquicos anormais. $m templos recolhia os sacerdotes %re%os os doentes da mente& 'a(iam)nos dormir na casa sa%rada e no outro dia como psicanalistas sem di* e sem +reud interpreta*am) lhes os sonhos e uma cura "als,mica tinha curso. Psicoterapia de "oa qualidade so" o cu a(ul e nos p-rticos de colunas estili(adas. Hip-crates o maior dos Asclepiades *iu certo que do cre"ro partem as desrre%ulaes que le*am os homens aos desmandos do delrio. Precedeu Griesin%er de cerca de *inte e quatro sculos. At certo ponto .cero pode ser apontado como pai da psiquiatria pois mostrou poder ocorrer melancolia em se%uida /s emoes dolorosas. A loucura como 'en0meno humano como uma das 'ronteiras do homem sempre teria de interessar preocupar e ocupar 'il-so'os mdicos %o*ernantes e artistas. 1 ecum2nica e permanente uma constante da hist-ria. No poderia e no de*eria 'altar sua cr0nica nesta srie de comemoraes quatricenten3rias. A reunio de doidos e seus pr-#imos parentes os de'icientes mentais e as personalidades anormais com conduta 'ortemente des*iada em esta"elecimentos 'echados de asilo e tratamento contudo um acontecimento de ori%em relati*amente recente. A perse%uio pelas $urneas ou a possesso pelo dem0nio indica*am antes a inter*eno sacerdotal que a sanit3ria ou administrati*a. No era s- em 45ta%ua6 como nos conta o seu 'amoso cronista Joaquim 7aria 7achado de Assis que uma idia de meter os loucos numa mesma casa *i*endo em comum 4pareceria em si mesma um sintoma de dem2ncia6. Henr8 nos in'orma que em 9:; !i(,nciao a"riu hospitais para os doentes mentais. .erto que no sculo <V em =ara%ossa de $spanha um hospcio usa*a a pra#iterapia que Pinel *iria a %a"ar tre(entos e tantos anos mais tarde e aponta)lo como modelo. =o Joo de >eus precedeu os rep-rteres sensacionalistas de nossos dias ao 'in%ir) se de louco e partir como um precursor de !eers a 'undar uma con%re%ao de padres destinadas a tratar dos insanos da mente. No sa"emos que re'le#os teriam aqui produ(ido a o"ra do =anto espanhol mas no di'cil acreditar que "em precisada era a .ol0nia de uma tal a?uda. A qualidade da imi%rao nos primeiros anos da nossa e#ist2ncia 'a( pensar que as personalidades des*iadas no seriam raras por estas terras. 1 o que 'a( pensar as laudas da Visitao do =anto @'cio /s partes do !rasil. H3 nelas uma mistura picante de Ara't)$""in% e Henr8 7iller. 7uitos desses tipos eram tolerados na sociedade de ento e nela encontra*am ati*idades pro'issionais condi(entes com seus des*ios instinti*os e de personalidade em ati*idades /quele tempo honesto como a de caador de ne%ro 'u%ido ou a%ente em casas correcionais de escra*os 'altosos. @s loucos propriamente ditos eram colocados nas cadeias com *a%a"undos criminosos ou indiciados. $ssa promiscuidade de nenhum modo 'oi pri*ati*a da .ol0nia do Vice)Beinado ou do Primeiro 5mprio. $ra uni*ersal. .ontra ela que se %ra*ou o arti%o CD da Lei +rancesa de :E9E que 'oi e continua a ser a matri( de toda a le%islao so"re alienados. 1 "om repeti)la 4$m caso al%um os alienados podero ser misturados com condenados ou indiciados nem depositados numa priso6. Na Be%2ncia a situao nesta cidade quanto ao cuidado e assist2ncia aos doentes mentais no era das melhores. A =anta .asa de 7iseric-rdia enquanto er%uia seu hospital que em :EEF mereceria do *isitante e cirur%io 'ranc2s J.B. +ort o elo%io de um dos mais "elos do mundo... Permitam)me a interrupo. $m :;CC era ainda um dos mais "elos do mundo.Gue saudades da Praia de =anta Lu(ia com o mar ali to pero& da som"ra acolhedora das *etustas 'i%ueiras que a "risa da "arra torna*a mais %ostosa& das primeiras entradas no p-rtico do %ranito que condu(ia ao lindo 3trio pa*imentado de m3rmore sem o atulhamento que o ho?e o des'i%ura. A =anta .asa continuo a%ora era o"ri%ado a %uardar em suas en'ermarias os doentes mentais ou tranca'ia)los quando a%itados em seus pores. $#perimentara colocar al%umas mulheres num pa*ilho ane#o / la*anderia %eral que construra na .h3cara do Vi%3rio Geral do .aminho das +ortale(as da Praia Vermelha. Parecera *anta?osa a e#peri2ncia a Jos .lemente Pereira que ?ul%a*a inadequado mais do que isso in?usto e impr-prio o sistema de recluso a que era o"ri%ada a =anta .asa tornando di'cil e mesmo imposs*el / cura de uma mente en'erma. .he%ara at aqui com um certo atraso o sopro reno*ador que so" a in'lu2ncia das medicinas da 'iloso'ia das lu(es se%uido pelo da medicina do romantismo se concreti(ara na doutrina 'amosa do tratamento moral no 'im do sc. <V555. >ois e#emplos dessa trans'ormaoH .onoll8 a"re IorJ Betreat e Philipe Pinel em !ic2tre desli%a as cadeias com que se imo"ili(a*am os doente mentais. No !rasil e no Bio de Janeiro 'oi esse mo*imento reno*ador e caritati*o que le*ou o .onselho do 5mprio a su%erir entre outras medidas que cele"ri(assem a maioridade do 5mperador a construo do Hospcio Pedro 55. No se pode incluir nessa deciso como querem al%uns intrpretes da hist-ria da psiquiatria como ndice de uma intoler,ncia da sociedade em trans'ormao pela re*oluo industrial em 'ace do alienado. Nos pases ho?e ditos desen*ol*idos e que ha*iam mecani(ado /quela poca sua produo de "ens de consumo hou*e na *erdade uma tend2ncia a construir %randes hospitais 'ora do permetro ur"ano para recolher os doentes mentais cu?o nKmero crescia especialmente em *irtude de uma no*a doena de massa o alcoolismo. $ramos ainda uma economia primiti*a "aseada no tra"alho escra*a a corte era uma medocre cidade de populao rala. @ Hospcio nasceu do corao no por ditames do corao no por ditames s-cios)econ0micos. @ >ecreto de EC de :E de a%osto de :ED: di(iaH 4Hei por "em 'undar um hospital destinado pri*ati*amente para o tratamento de alienados com a denominao de Hospcio Pedro 55. A iniciati*a %o*ernamental em sua ori%em emana da .oroa e de*er3 permanecer como estpula o documento princeps 4de"ai#o de minha imperial proteo6 em"ora se?a pre*ista sua ane#ao ao 4Hospital da =anta .asa de 7iseric-rdia desta .orte6. Vendera a idia da 'undao Jos .lemente pereira que 'orra*a as 'unes de 7inistro de $stado com as de Pro*edor da pia constituio. Num s- edi'cio se reuniam dois e pro*a*elmente mais pro*eitos a cele"rao do re%ime imperial na plenitude do so"erano e o es*a(iamento dos pores da 7iseric-rdia. Para dar corpo / iniciati*a precisos eram terreno risco construo e recursos. .omecemos pelo terreno. Guem se quiser deliciar c0a as %ra*uras que ilustram os li*ros de *ia%em e mais tarde com as 'oto%ra'ias que as su"stiturem na 'idelidade diminuda porm a poesia das aquarelas poder3 'acilmente *eri'icar que a orla da "aa de !ota'o%o na pro#imidade da Praia Vermelha e do Po de AKcar era o lu%ar ideal para um %rande hospital psiqui3trico e como lo%o depois se pensou por *olta de :EEF para uma %rande uni*ersidade. Ho?e sua praia L a da =audade L desapareceu e um cais pri*ati*o %uarda os "arcos de pra(er dos pri*ile%iados que no se contentaram em mudara a 'isionomia local sua*e e terna L Praia da =audade L com as %randes construes de %ara%es mas le*aram o esmero a plantarem as 3%uas so'isticadas de uma piscina entre palmeiras ha*aianas. Ainda me recordo do mar do outro lado da a*enida em toda a 'rente do Hospcio com as suas 3%uas calmas s- de le*e mo*idas e de um certo cheiro martimo que no se sente mais. $ neste *asto campo cu?o su")solo re*ela sua ori%em marinha ocupado por ch3caras e quintais al%uns de propriedade de %ente estran%eira de arre*e(ado nome que se escolheu o local do Hospcio. =e%undo Jos .arlos Mei#eira !rando o primeiro pro'essor "rasileiro de psiquiatria em resposta / inter*eno no =enado repu"licano de Leite e @iticica a ; de no*em"ro de :E;D a 3rea do Hospcio Pedro 55 resultou da inte%rao de de( 'raes de terrenos. Besumo dos dados recolhidos por Mei#eira !rando. :N$scritura das casas e "en'eitorias de 5sa"el .oJrane !irne& CN sentena de ad?udicao das "en'eitorias do terreno e casa de >. Meodora da =il*a de : de a"ril de :EDC& 9N idem de "en'eitorias da ch3cara de 7aria Lui(a da =il*eira em :; de a%osto de :EDC& DN translado de compra de dois terrenos com suas "en'eitorias de Hu%h Hutton e sua mulher& ON ch3cara dos $#postos *endida e transpassada / administrao do Hospcio Pedro 55& PN ch3cara da .apela de >. Jacinta Bosa de .astro& QN trinta e duas "raas de terras de terra sitas na $strada da +ortale(a da Praia Vermelha de Luis .arlos de =ou(a e sua mulher& ENtera parte de uma casa e "en'eitorias da ch3cara da A(inha%a de Antonio marques Lameira e sua mulher e :FN pequena ch3cara da rua de .opaca"ana de >. Nor"erta do $sprito =anto. >esculpem os ou*intes esta lon%a relao. Pensei em no a incluir. 7esmo em cart-rio quando temos interesses pessoais essas descries so maadoras. 7as preciso 'icar "em claro que o terreno do Hospcio 'oi adquirido para 'im espec'ico que sua incorporao como ho?e se di( resultou de iniciati*as sucessi*as coordenadas para pro*er / instituio a ser construda ao solo adequado e mais ainda que isso decorreu da iniciati*a imperial para se ter presente que essa %le"a pri*ile%iada da cidade constitue desde sua inte%rao num todo patrim0nio nacional. Na pol2mica que sustentou na imprensa e em seu li*ro o pro'essor Mei#eira !rando dei#ou claro que em momento al%um o Hospcio Pedro 55 era parte da =anta .asa da 7iseric-rdia. Apenas um dado esclarecedorH durante a construo do edi'cio a 7esa da instituio da Praia de =anta Lu(ia co"ra*a a pedra de al*enaria e cantaria 'ornecidas pela pedreira do Hospital Geral e as notas mensais 'oram em :EDP e :EDQ respecti*amente de :HFFFRFFF e :HOFFRFFF. $scolhido o terreno era preciso um plano para a o"ra @ risco 'oi calado nos in'orma Pedro .almon o historiador do =e%undo 5mprio no hospital criado pelos padres de =o Joo de >eus na *i(inhana de Paris que laici(ado pela Be*oluo +rancesa passou a chamar)se 7aison Nationale de .har2nton onde desde :;9: ponti'ica Henri !aruJ e no presente um dos 'ocos de maior ati*idade psiqui3trica na +rana. A planta "3sica de >omin%os 7onteiroH um %rande ret,n%ulo enquadrando quatro %randes p3tios internos separados por um corpo central da construo a de certo modo distanciar as alas masculinas e 'emininas do asilo. No "loco central esta*a a entrada Knica. Mr2s %randes portas condu(iam 4/s salas de respeito6 para usar a terminolo%ia do cronista de 4@ mundo 5lustrado6 em :EOE. Nesse corpo central ha*ia como 'oi dito no andar superior a .apela e so" ela no interior a 'arm3cia. No sei se 'oi parte do plano do diretor do pro?eto colocar no centro do hospital seus -r%os curati*os& o espiritual np plano mais ele*ado so"re o material como a indicar que naquela casa se de*eriam partir as demais ati*idades a ele su"ordinadas. No se conhecem com se%urana as *ariaes pela qual passou o risco primiti*o. Parece que a Joaquim .andido Guil)L"el se de*e ha*er sido que"rada a monotonia de m3rmore das tr2s sacadas centrais superiores so"repostas /s tr2s de um lado e outro do 'ontro neocl3ssico se sucedem *inte ?anelas terminadas em arco dispostas em %rupo a partir do centro de sete tr2s sete e tr2s delimitado cada %rupo por cantaria desco"erta em alinhamento que ascende at o teto. @ telhado dis'arado por uma plati"anda arrematada por est3tuas de louas e %randes *asos ornamentais que emprestam uma 'eio neocl3ssica ao %rande casaro. 1 na *erdade o p-rtico de %ranito com as suas quatros colunas de pedra no"re d-ricas no primeiro pa*imento ?0nicas no se%undo ao alto tmpano reto onde esta*am enquadradas as armas imperiais que d3 ao e#terior do edi'cio e sua "ele(a s-"ria e o coloca entre os quatros principais e#emplares de arquitetura imperial do Bio de Janeiro. No interior o ponto alto a escadaria que parece ter sido ideali(ada por Jos 7aria Jacinto Ba"elo o mesmo que resol*era o pro"lema 'undamental da canali(ao da 3%ua um pro"lema que tem sido nesta cidade pelo menos um centen3rio. .a"e ainda realar a ele%,ncia da .apela que compe com a escadaria e o con?unto de salas no"res do andar superior um con?unto harm0nico e de %rande di%nidade. @s corredores re*estidos de lindos a(ule?os a(ul e "ranco t2m uma perspecti*a pro'unda e circundam os p3tios que are?am re'rescam e ale%ram a construo. No entanto quantas mudanas tem so'rido esse mesmo quadro. >a u'ania da inau%urao / decad2ncia da primeira 'ase repu"licana da restaurao no %o*erno Bodri%ues Al*es ao a"andono do $stado No*o das runas sem destino certo ao renascimento como pal3cio uni*ersit3rio as %alerias e as salas do Hospcio Pedro 55 contam um sculo de hist-ria na cidade. Na eu'oria da instalao do asilo no 'oram poupadas medidas para seu em"ele(amento. Ao alemo Pettrich encomendaram)se sete est3tuas de m3rmore de .arraraH a da .i2ncia a da .aridade a do 5mperador com a para'ern3lia da sa%rao a de Jos .lemente Pereira com o "alandrau e a *ara do pro*edor a de =o Pedro de Alc,ntara padroeiro do 5mprio do pas e da capela central e as de Pinel e de $squirol os mestres da psiquiatria 'rancesa que seria durante todo o sculo <5< a inspiradora da incipiente medicina do esprito no !rasil. As m3s ln%uas disseram desde lo%o que a .i2ncia e a caridade no ha*iam entrado no Hospcio pois que suas est3tuas 'oram colocadas 'ora dos muros ao Aldo dos de%raus do p-rtico %rantico. Pinel e $squirol 'icaram no sa%uo de entrada a se entreolharem so"re um "elo piso com a sua ros3cea de m3rmore colorido. Guarda*am a entrada das duas sees principais que le*a*am tam"m seus nomes. A %ria psiqui3trica em que me 'ormei as desi%na*a L a Pinel a seo dos homens e a $squirol a das mulheres. .om a sada de'initi*a dos doentes em :;DD tam"m se 'oram dali as est3tuas dos %randes mestres da psiquiatria. $squirol est3 ho?e na .ol0nia Juliano 7oreira e Pinel postado / 'rente do 5nstituto de Psiquiatria Adauto !otelho no $n%enho de >entro. No ne%o que este?am em "om lu%ar mas em qualquer pas de tradio elas teriam *oltado aos seus stios de ori%em para continuarem a ensinar /s atuais e no*as %eraes as lies que seus tra"alhos e suas *idas ditaram e relem"ram que ali nascera a psiquiatria "rasileira so" inspirao dos %randes clnicos %auleses. Ainda mais testemunhariam na sua pl3cida perman2ncia a mudana 'undamental da casa de @rates em templo de 7iner*a. No '3cil recompor o quadro do primiti*o Hospcio tal como comeou a 'uncionar em E de de(em"ro de :EOC quando ha*ia hospitali(ados :DD pacientes so" os cuidados dos >rs. Jos Antonio Pereira das Ne*es e Lallemont. .ertamente naquele momento era dos melhores hospitais psiqui3tricos do mundo. Ha*ia %rades celas de isolamento quartos 'ortes mas e#istia um es"oo de tratamento ocupacional com instrumentos de mKsica o'icinas para tra"alho manuais e so"retudo espao claridade e p3tios ar"ori(ados. Ainda ho?e a se er%uem as mor3ceas e le%uminosas que Gla(iou esta"elecera como as plantas 'undamentais para seus parques e ?ardins cariocas. No seria apenas o *alor esttico do recorte de suas copas e do desenho de suas 'olhas que le*ou o %rande paisa%ista a pre'erir o +cus "rasiliensis o tamarindeiro e 3r*ore de 'ruta)po no campo da Aclamao e na quinta de =o .rist-*o. Sm papel 'uncional ca"ia)lhe desempenhar o de produo de %randes som"ras to preciosas no *ero %uana"arino. Num p3tio de hospcio duplica*a seu *alor. .a"e a%ora inda%ar o custo da o"ra. @ numer3rio 'oi conse%uido paulatinamente. As primeiras parcelas pro*ieram de uma su"scrio a%enciada pela comisso da praa do comrcio que rendera P.OFFRFFF e de uma entre%a do pro*edor da =anta .asa no montante de CHOPFRFFF. $m CP de ?aneiro de :EDD Jos .lemente Pereira Tpodia comunicar / 7esa da sua instituio que o 5mperador mandar3 ?untar PQHQOOREFF dinheiro apurado por uma su"scrio 'eita por ocasio de seu casamentoN. At :; de ?ulho de :EOF includos os lucros de duas loterias concedidas pela assem"lia pro*incial do Bio de Janeiro as doaes monta*am a OPQHFDDRC:9. Mei#eira !rando nos in'orma que at :EEC ha*iam sido %astos na edi'icao do asilo C.PQC.DCDRPE;. 7uito se 'alou em certa poca no imposto da *aidade que aos donati*os %enerosos tra(iam a recompensa de ttulos no"ili3rquicos mas Pedro .almon nos ensina que 'oi 4a %enerosidade an0nima6 que 4deu apoio su"stancial / o"ra6. 5niciada a construo em C de no*em"ro de :EDC a inau%urao se 'e( a 9F de no*em"ro de :EOC. Hou*e ponti'icial e "anquete com a presena de suas ma?estades imperiais se%undo re(am as 'olhas ento. Passaram)se os primeiros tempos e com o decorrer dos anos aumentaram os h-spedes do Hospcio. A populao crescia. A atrao da .orte sucedera o 'ascnio e mesmo a drena%em da .apital +ederal ainda *ir%em de "arracos e "iroscas. .erto no ha*ia na 3rea dependente do Bio de Janeiro qualquer outra instituio que cuidasse dos doentes mentais. Mei#eira !rando reclama*a e e#i%ia que o estado do Bio de Janeiro e o de 7inas Gerais pa%assem ao Mesouro Nacional na proporo dos doentes internados *indo daquelas unidades da 'ederao. =- mais tarde para remdio da superlotao *ieram as col0nias quando ha*ia mais doentes no cho sem uma simples en#er%a que nos leitos. 1 ainda Mei#eira !rando quem nos d3 conta das di'iculdades ad*indas na BepK"lica com a laici(ao do Hospcio. @ decreto :PC A de :: de ?aneiro de :;EF inspirado pelo 7inistro Aristides Lo"o determina*a a desane#ao do Hospcio e sua col0nias "em como a re*erso do patrim0nio a ele pertencente. =aram as irms de .aridade e as suas a%re%adas que e#erciam %rande parte dos ser*ios de administrao e en'erma%em. Sma crise %i%antesca sur%ia que s- *iria a ser solucionada al%uns anos ap-s quando J.J. =ea"ra chama aconselhado por A'r,nio Pei#oto um pro'essor su"stituto da +aculdade de 7edicina da !ahia de Alienados e re'ormar a assist2ncia aos doentes mentais com a criao da primeira lei "rasileira relati*a a esse ma%no pro"lema. Juliano 7oreira 'oi o re'ormador do *elho Hospcio Pedro 55 *elho no pelo tempo decorrido desde sua 'undao mas pelo des%aste pela incKria e pela aus2ncia de padres cient'icos e tnicos na sua direo. J3 ti*e a ocasio de estudar pormenori(adamente a personalidade e a o"ra do patrono da psiquiatria "rasileira em outra oportunidade. A%ora pedirei a 7aurcio de 7edeiros que nos descre*a o hospital em que iniciou como interno :m :;FD sua carreira psiqui3trica. Juliano esta*a ausente no momento na $uropa e era seu insi%ne cola"orador A'r,nio Pei#oto quem diri%ia a casa. 47inha impresso 'oi de deslum"ramento L di( 7edeiros. @ edi'cio esta*a admira*elmente conser*ado. Ha*ia como nota dominante a preocupao de eliminar do Hospital o aspecto de priso. Modas as %rades ha*iam sido retiradas. 45nterrompo a descrio para di(er que tal*e( na e#altao do recordar o tempo 'eli( de sua mocidade tenha 7edeiros e#a%erado. Grades ha*iam na dcada de CF quando 'reqUentei o Hospcio no s- na 'achada e#terna mas tam"m nas ?anelas do pa*imento superior e nos quartos de se%urana onde ainda em :;D9 .arrilho me le*ou para *er um rai*oso. .ontinuo com 7edeirosH 4@s quartos 'ortes trans'ormados em quartos de isolamento. Nas en'ermarias ha*ia ?arros de 'lores que se su"stituam todos os dias. =ales de leitura e ?o%os para doentes. P3tios de recreao. V3rias o'icinas de tra"alho para os doentes6. >e pre'er2ncia a esses par,metros e#trnsecos con*m 'risar que Juliano 7oreira a 'irmara o primado da ci2ncia apoiado na %rande re*oluo que a o"ra de Araepelin introdu(ira em 'ace das concepes mais empricas da psiquiatria anterior. $m torno de 7oreira se reKne uma pleidade de ?o*ens mdicos destes sairo mestres para a +aculdade e o primeiro %rupo aut2ntico de psiquiatras "rasileiros. No entanto o mesmo mal que Juliano 7oreira *iera sanar pletora de pacientes e mn%ua de recursos terap2uticos *iria le*a)lo de roldo na re*iso apressada e in?usta que o mo*imento re*olucion3rio *itorioso de :;9F trou#e / *ida administrati*a do pas. $ra ento o Hospcio L o 'amoso QF =ul L uma quase '-rmula 'amiliar de 'a(er calar os teimosos ou desa%rad3*eis contraditores de nossos pontos de *ista L uma casa roda pela rotina pela car2ncia de todos os meios L pessoal e material ) e so"retudo pelo e#cesso de doentes cr0nicos que as de'icientes condies sanit3rias no conse%uiram eliminar. =aiu Juliano num melanc-lico crepKsculo que no era s- o seu mas o da instituio. Nin%um 'oi encontrado capa( de repetir sua 'aanha no incio do sculo nin%um que ti*esse a capacidade de %al*ani(ar a psiquiatria "rasileira e o"ter da repK"lica as pro*idencias necess3rias para re*itali(ar o mais "elo hospital psiqui3trico do !rasil. $ntre :;DD quando os doentes 'oram tan%idos para o $n%enho de >entro e :;DE quando se iniciaram as o"ras para sua recuperao o casaro da Praia da saudade 'icou *a(io suas paredes manchadas pela lepra do mal uso e do desuso seus pisos es"uracados trans'ormados em tropelias para rata(anas uma runa. Apenas um homem *i%ilante do passado o colocara entre as instituies de *alor hist-rico e artstico e os inimi%os do Hospcio no o puderam demolir. Sm %rande pintor "rasileiro 5"er2 .amar%o conse%uiu em al%umas de suas telas admir3*eis 'i#ar a an%Kstia do *elho prdio a"andonado e em re'orma. Nelas sentimos como so'riam aquelas paredes que 'echa*am o nada. $ de repente a +2ni# ressur%iu de suas cin(as. $ra uma no*a 'ora que sur%ia na *ida "rasileira e se impunha a Sni*ersidade. Sm Beitor tomara a si com o amor que uma lon%a *ida em comum com a hist-ria 'omentara a tare'a de recompor a casa que Jos .lemente Pereira ideali(ara o 7onteiro Guillo"el e Be"ello construram e Juliano 7oreira en%randecera. Guatro anos de tra"alho. Primeiro a ala esquerda. A"riu)se a uma no*a entrada. 5nstalou)se a Beitoria e seus -r%os. Pouco a pouco o resto de edi'cio 'oi reparado com simplicidade com "om %osto& com o dese?o de 'a(er *oltar ao am"iente o clima de sua poca aparelharam)se as depend2ncias. A capela readquiriu seus dourados e o "rilho de seus lustres e pin%entes de cristal. No lu%ar onde A%assi( assistiu ao ser*io reli%ioso *espertino rece"endo das ?anelas a"ertas a *iso e a "risa da "aa ho?e a sociedade se encontra para as solenidades das %randes alianas. $ a *ida *oltou no na a%itao descontrolada dos manacos delirantes mas no passo 'irme da mocidade estudiosa nas suas discusses acaloradas e num dos p3tios h3 um teatro de arena. 7uitos per%untaroH como se 'e( este mila%reV A '-rmula simplesH deciso tra"alho pertin3cia e amor. Principalmente uma aplicao correta das *er"as orament3rias. >e :;DE a :;OC a Sni*ersidade do !rasil dispendeu nas o"ras de recuperao do Pal3cio da Praia Vermelha .rR :O.OFF.FF. @s montantes *ieram de suas dotaes orament3rias re%ulares. No hou*e outras 'ontes de 'inanciamento. +oi um macio in*estimento patrimonial nos moldes em que seu estatuto lhe 'aculta. No era mais poss*el como no tempo do pro*edor m3%ico recorrer / *aidade dos no*os ricos pois a Sni*ersidade no distri"ui "aronatos nem lanar mo de loterias& consi%ne)se tam"m que no rece"eu qualquer doao ou "enemer2ncia de particular ou instituio. A sociedade "rasileira ainda no aprendeu a *er em suas uni*ersidades or%anismos matri(es que de*em ser mantidos e ampliados pelos es'oros da comunidade em seu pr-prio pro*eito. No imprio a muni'ic2ncia da .oroa de muito concorreu para a criao do Hospcio Pedro 55 a%ora na BepK"lica o Go*erno o Knico a%ente que 'unda e mantm as uni*ersidades a quem outor%ou autonomia e de quem espera pelo "om uso dessa prerro%ati*a sai"am as mesmas ense?ar as condies para ampliao dessa mesma autonomia no campo econ0mico. 5sso 'e( de modo alto e e'iciente a Sni*ersidade do !rasil ao recuperar o Pal3cio da Praia Vermelha onde umas das "ases decisi*as da cultura "rasileira encontrou um quadro condi%no. A tradio se alia ali / e*oluo e dessa estrutura h3 de sair / re'orma indispens3*el para tornar a Sni*ersidade o instrumento de pro%resso social que a partir da ci2ncia e da tecnolo%ia crias as condies para o aumento do "em)estar social. >e Jos .lemente Pereira e Pedro .almon 7oni( de !ittencourt o Pal3cio da Praia Vermelha tem tido um esplendido destino. Nascido para a assist2ncia e os cuidados dos doentes mentais ressur%iu para centro de estudos e de 'ormao das elites. Atra*s da cultura mais lar%a e mais pro'unda a mocidade encontra a as condies para *encer as de'ici2ncias inerentes as condies hist-ricas polticas e econ0micas.@r%anismo a"erto para a comunidade dela rece"e seu sustento e sua matria)primaH o seu oramento e seus alunos para de*ol*er)lhe em tcnicos em cientistas em homens maduros para a *ida pK"lica e pro'issional com a reta consci2ncia democr3tica& ao mesmo tempo 'orma e ar%amassa um ca"edal de conhecimentos e de atitudes humanas que dar3 ao homem "rasileiro a %rande(a que sua terra e#i%e. >e Hospcio / Sni*ersidade L uma tra?et-ria que poder3 ser*ir de lema a outras campanhas. Gualquer que se?a seu 'uturo destino um sculo de esperanas de lutas de passa%eiras derrotas e de %l-rias contm a hist-ria do $di'cio Bosa onde no tmpano que encima o 'ronto de seu p-rtico a ca"ea de 7iner*a su"stituiu as armas imperiais e onde na tra*e superior de seu porto principal so"re a anti%a inscrio L Hospcio Nacional de Alienados L ho?e est3 'i#ado a Sni*ersidade do !rasil. Sm sculo uma densidade de *ida que prepara o desenrolar de no*as perspecti*as onde o 'uturo da casa %rande do caminho da +ortale(a da Praia Vermelha ter3 estou certo um rele*o maior.5ncorporada / *ida quatricenten3ria desta mui leal e her-ica cidade de =o =e"astio do Bio de ?aneiro ela o castelo da ci2ncia a 'a"rica de "rasilidade uma arca de tradio e uma das plata'ormas para a decola%em do !rasil maior.