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do Gato
Fico
Poncio Arrupe
Parte II
Poncio Arrupe
Parte II
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King
O King havia terminado. Os quatro estavam ainda
sentados pequena mesa circular de jogo, localizada na
varanda transformada em marquise, que dava para as
traseiras do prdio. Jos, interessado na polmica e, ao
mesmo tempo, provocador, havia-a relanado dando,
aparentemente, continuidade a conversas de dias anteriores.
Pressionado e constrangido pelo facto do tema ter sido
trazido baila naquele momento a propsito de nada,
procurava, agora, dar-lhe uma resposta que encerrasse o
assunto j ali.
- Bem, nessa situao extrema, uma vez que o beb na
barriga da me to ser humano como a prpria me e, uma
vez que provocar a morte de um para deixar viver o outro,
fosse qual deles fosse, seria eticamente reprovvel... Quer
dizer, uma vez que para salvar a me teramos que matar o
beb, e que para salvar o beb bastaria deixar os
acontecimentos seguirem o seu curso... e a me morreria...
Pondo a situao como tu pes, Jos, a me acabaria por
morrer e o beb salvar-se-ia.
E assim que acabou de dizer isto caiu em si, sentiu uma
sensao interior incmoda, de que tinha dado um passo em
falso e cado num abismo, num vazio sem fim, sem retorno.
Sensao
essa
acentuada
pela
expresso
de
desapontamento e tristeza de Paula, que desviou o olhar
quando ele a encarou instintivamente em busca de
acolhimento, e pelo silncio constrangedor a que Jos e sua
namorada se remeteram.
Sem retorno porque no descortinava minimamente
qualquer outra concluso alternativa que lhe possibilitasse
um recuo. Pela primeira vez na sua vida a coerncia estrita
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Poncio Arrupe
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