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SAULO, O DISCÍPULO DE CRISTO 
Série Trilogia de Paulo  ⏐  Por Fabio Marchiori Machado 
 
 
1. NOTA INTRODUTÓRIA 
 
Alguns  assuntos  têm  um  comportamento  padrão  quando  se  trata  do  estudo  das 
Escrituras. Seguramente um dos maiores paradigmas neste sentido é o estudo acerca da vida 
de Paulo. Muito se fala da vida do apóstolo antes da sua conversão e do seu ministério como 
apóstolo dos gentios. Entretanto, um dos períodos mais ricos da vida deste servo de Deus foi, 
absolutamente,  aquele no  qual  foi  preparado  para  o  seu  trabalho  crucial  na  disseminação  do 
cristianismo.  

Nesta  parte  da  Trilogia  de  Paulo,  vamos  tratar  do  período  da  história  do  personagem  
que fica entre a sua conversão e o momento que as pessoas da sua época, de fato, começam a 
reconhecê‐lo como um apóstolo, como uma pessoa especial nos planos de Deus. 

Acredito  ser  muito  importante  conversarmos  sobre  este  tempo,  pois  ele  tem  muito  a 
nos  ensinar.  Tenho  plena  confiança  que  a  lição  mais  importante  é  o  que  o  nosso  tempo 
dedicado a uma comunhão intensa com Jesus, pode resultar em algo esplendoroso nas nossas 
vidas.  Nós  vamos  procurar  entender  como  Paulo  (ainda  nesta  parte  da  história  apenas  como 
Saulo)  travou  uma  batalha  pessoal  no  tratar  e  desenvolver  do  cristianismo  em  sua  vida.  É  a 
partir  daqui  que  passaremos  a  conhecer  uma  faceta  pouco  explorada  da  biografia  deste 
homem. Vamos buscar saber quem foi Saulo, o discípulo de Jesus. 

2. ANTES DE QUALQUER COISA 
 
Algo muito importante a ser levado em consideração é uma propriedade corriqueira do 
relato bíblico, mas que muitas vezes é ignorado nos estudos teológicos básicos, principalmente 
naqueles que têm maior ênfase de fatos históricos relatados na Bíblia. 

A tese aqui envolvida é chamar a atenção para dinâmica dos relatos nas Escrituras. Não 
é raro haver diferença de anos de história entre uma página e outra da Bíblia. Às vezes, temos 
um período grande de tempo entre apenas dois versículos sequenciais. Nos relatos da vida de 
Paulo,  esta  ocorrência  é  muito  acentuada.  Um  exemplo  é  o  texto  do  capítulo  9  de  Atos  dos 
Apóstolos. Muitos estudiosos da vida de Paulo afirmam que entre o versículo 20 e 22 existam, 

 
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pelo  menos,  três  anos  de  intervalo.  Esta  afirmação  é  defendida  usando  como  base  o  agir  de 
Saulo nesta porção bíblica. O versículo 20 diz o seguinte: 

“ E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus” 

Este verso diz que Saulo pregava a Cristo, ou seja, fazia algo que todo novo convertido é 
capaz  de  fazer.  Graças  a  sua  experiência  pessoal  com  Jesus,  falava  do  Cristo  e  da  salvação. 
Agora veja o versículo 22: 

“Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, 
demonstrando que Jesus é o Cristo” 

Neste verso existem três situações importantes para que entendamos esta questão que 
envolve  quantidade  de  tempo  (dias,  meses  ou  anos).  A  primeira  é  que  o  texto  diz  que  Saulo 
“...mais e mais se fortalecia...”. Esta expressão, por si só, já transmite a idéia de que o tempo ia 
passando. A segunda questão é que Saulo ainda estava em Damasco, não havia ido ainda para 
Jerusalém,  algo  que  ocorreu  após  três  ou  quatro  anos  depois  da  sua  conversão.  Todavia,  a 
princípio, existe uma dúvida nesta questão. Saulo ficou em Damasco depois da sua conversão, 
mas  antes  de  ir  para  Jerusalém  ele  passa  um  tempo  na  Arábia  (veremos  este  ponto  mais  a 
frente), onde se desenvolve no fé em Cristo. Logo, o tempo deste versículo ficaria incerto, pois 
este  momento  descrito  poderia  ter  ocorrido  antes,  ou  depois  da  sua  viagem  para  a  Arábia. 
Qualquer dúvida em relação a isso pode ser sanada, segundo os estudiosos, com a análise do 
terceiro,  e  mais  importante  fato  do  versículo  22.  Saulo  aqui  já  não  somente  pregava  a  Jesus, 
mas  demonstrava  que  Ele  era  o  Cristo,  o  Messias  prometido  de  Deus.  Com  isto  podemos 
acreditar que há uma evolução entre o vv. 20 e o vv. 22, por causa da mudança da abordagem 
de Saulo. Agora ele não somente dizia que Jesus era o Cristo, mas provava, certamente através 
das Escrituras, que Jesus assim o era. Este aptidão é creditada ao tempo  de exílio na Arábia. 

Muitas  pessoas  quando  lêem  a  história  de  Paulo  na  Bíblia,  acreditam  que  logo  após  a 
sua conversão ele se tornou tudo aquilo que temos conhecimento de virtude e apostolado, um 
grande  teólogo  do  cristianismo,  um  líder  e  um  plantador  de  igreja.  Só  que  entre  a  sua 
conversão  e  o  estágio  onde  Paulo  começa  a  se  destacar  entre  os  líderes  cristãos  da  igreja 
primitiva, temos algo em torno de dez anos. Isso mesmo, o tempo total do preparo de Paulo 
para o seu ministério foi de uma década. Nós vamos, a partir de agora, explorar este período, 
começando pela sua conversão. 

 
 
 

 
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3. A CONVERSÃO 
 
Uma grande quantidade de coisas são faladas a respeito da conversão de Saulo. Um dos 
pontos mais frenquente é que esta transformação foi súbita. Peço licença para discordar de tal 
afirmação. A decisão por Jesus e o reconhecimento dele como Cristo foi súbita, sem dúvida. A 
conversão, ou transformação, não.  

A conversão de Saulo foi algo que Deus trabalhou de forma gradativa. O trecho relatado 
em  seis  versículos  do  capítulo  nove  de  Atos  dos  Apóstolos  (At  9.1‐6)  mostra,  na  realidade,  a 
reta final da trajetória de Saulo ao encontro de Jesus, o Cristo. Deus tinha um grande propósito 
na vida de Saulo, e para isso foi trabalhando‐o por algum tempo.  

Há de se entender que Saulo teve contato com testemunhos de fé durante vasto tempo, 
enquanto  perseguia  os  crentes.  Alguns  até  acham  improvável  que  Saulo  não  tivesse  tido  um 
contato pessoal com Jesus, antes da sua crucificação. Dadas as circunstâncias da prisão e morte 
de Jesus, é mais provável ainda que Saulo estivesse presente em algum dos momentos finais da 
vida  terrena  de  Jesus.  Saulo  era  muito  ligado  as  pessoas  que  compunham  o  Sinédrio  e  aos 
principais dos fariseus, por isso a chance deste contato se torna extremamente plausível. 

Tudo  bem,  Saulo  ter  conhecido  Jesus  antes  da  sua  morte  é  apenas  uma  suposição.  A 
Bíblia não afirma este fato. No entanto, a mesma Bíblia relata por algumas vezes a experiência 
de  Saulo  na  morte  de  alguns  dos  primeiros  mártires  do  cristianismo.  Aqueles  testemunhos 
eram  fortes  demais  para  uma  pessoa  acostumada  a  viver  uma  religião  racionalizada  ao 
extremo, como era o caso do judaísmo praticado pelos fariseus.  

Saulo  resistia  ao  cristianismo,  mas  certamente  a  cada  cristão  que  morria  sereno, 
abençoando  seus  malfeitores  e  bendizendo  a  Cristo,  Deus  ia  incomodando  mais  e  mais  o 
coração duro daquele homem que perseguia os que eram de Jesus.  

Fico imaginando quão impactante foi assistir a morte de Estevão. Tudo que se espera de 
alguém  na  hora  de  sua  morte  inocente  é  o  mínimo  de  ódio  pelos  seus  malfeitores.  Mas  com 
Estevão  não  foi  assim  .  Ao  contrário,  ele  pedia  para  Deus  não  cobrar  daqueles  assassinos  o 
pecado  cometido  através  de  sua  morte.  Estevão  amou  o  perdido  até  nas  momentos  mais 
dolorosos do final de sua vida. Deus trabalhou neste sentido por alguns anos na vida de Saulo. 
Um pouco por dia, Deus começava a moldar o caráter daquele que viria a ser um dos maiores 
instrumentos Seus na história. 

A conversão de Saulo foi algo que Deus construiu com grande dose de paciência, no seu 
tempo, grão por grão, tijolinho por tijolinho. Toda a existência de Saulo foi assim. O Senhor ia 
lhe acrescentando um pouco por dia, como já discorremos um pouco antes neste texto. Porém, 

 
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havia  a  necessidade  do  encontro  pessoal  de  Saulo  com  Jesus,  e  o  fatídico  momento  da  sua 
decisão  em segui‐Lo.  Isso  acontece na  viagem  que  Saulo  faz  de  Jerusalém  para  Damasco,  um 
caminho de mais ou menos 240 km.  

Saulo  e  seus  companheiros  deviam  estar  a  cavalo,  como  era  costume  na  travessia  do 
deserto  da  Galiléia.  Provavelmente  se  encontravam  perto  de  Damasco.  Era  meio  dia,  o  sol 
estava  a  pino  (At  26.13).  De  repente  uma  luz,  mais  intensa  que  a  do  sol,  faz  com  que  todos 
caiam  em  terra.  Todos  que  haviam  caído  se  levantaram,  mas  Saulo  continuou  no  chão.  Não 
demora muito e se ouve uma voz, falando na língua hebraica, que dizia: “Saulo, Saulo, por que 
me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.” Saulo, então, indaga:  “Quem és 
tu,  Senhor?”.  A  voz  lhe  responde: “Eu  sou  Jesus,  a  quem tu  persegues.”  E  voz  diz  mais  ainda: 

Mas levanta‐te e firma‐te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro 
e  testemunha,  tanto  das  coisas  em  que  me  viste  como  daquelas  pelas  quais  te  aparecerei 
ainda”. Seus companheiros ouviam a voz, mas nada podiam ver (At 9.7), muito menos entender 
(At  22.9)  .  No  final  deste  momento  Saulo  percebe  que  estava  cego,  e  neste  estado  é  levado 
para  casa  de  um  homem  chamado  Judas,  em  Damasco,  onde  permanece  três  dias  recluso, 
orando e jejuando. 

Nesta conjuntura o Senhor manda que Ananias vá até a casa de Judas e ore, impondo as 
mãos sobre Saulo. Depois de hesitar, por causa da má fama de Saulo entre os cristãos, Ananias 
vai e faz exatamente como Deus havia lhe ordenado. Nesta hora Saulo é curado por Deus de 
sua cegueira. Uma parte daquilo que o Senhor havia começado há algum tempo, chega ao seu 
final: Saulo está restaurado pelo sangue de Jesus. Contudo, este não era o fim. Agora começava 
a  segunda  fase  do  trabalho  de  Deus  na  vida  deste  homem,  o  de  moldar  Saulo  para  o  Seu 
serviço. 

4. O SENHOR DISCIPULA SAULO 
 
O  Senhor  começa  a  discipular  Saulo  em  várias  frentes.  Para  ser  mais  preciso,  Deus 
trabalha  em  três  pontos  específicos  da  vida  dele.  Molda  o  conhecimento  em  relação  ao 
Evangelho, e ainda o coração e o caráter de Saulo, como veremos: 

a. No evangelho – Saulo pode ser chamado de apóstolo porque recebeu diretamente de 
Jesus  o  Evangelho.  Jesus  prometeu  que  apareceria  a  Saulo  outras  vezes,  além  daquela  na 
estrada de Jerusalém para Damasco. Veja o texto: 

At 26.15‐16 

 
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15"Então  perguntei:  Quem  és  tu,  Senhor?  "Respondeu  o  Senhor:  'Sou  Jesus,  a  quem  você  está 
perseguindo. 16Agora, levante‐se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí‐lo servo e testemunha 
do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. 

Jesus  garante  que  a  base  do  ministério  de  Saulo  era  aquilo  que  ele  já  havia  visto  de 
Jesus (como relatamos quando falamos da conversão gradativa de Saulo) e daquilo que Jesus 
ainda daria para ele. Mas quando isso ocorreu? Muitos acreditam que no tempo em que Saulo 
esteve recluso na Arábia. Veja o que diz Gl 1.15‐17: 

“15Mas  Deus  me  separou  desde  o  ventre  materno  e  me  chamou  por  sua  graça.  Quando  lhe 
agradou  16revelar  o  seu  Filho  em  mim  para  que  eu  o  anunciasse  entre  os  gentios  não  consultei 
pessoa alguma 17Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes de mim, mas 
de imediato parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.” 

Neste texto Saulo afirma que o conhecimento que recebeu, veio direto do Pai. Enfatiza 
ainda  que  este  mesmo  conhecimento  não  se  oriunda  de  ninguém  de  caráter  humano.  Nem 
mesmo dos discípulos ou apóstolos. Neste período de reclusão, Saulo certamente relê todo o 
Antigo  Testamento  e  começa  a  ser  confrontado  em  relação  ao  Evangelho.  Terminado  este 
tempo de discipulado direto com Jesus, Saulo retorna para Damasco. 

b.  No  seu  coração  –  Se  você  leu  o  nosso  artigo  anterior  a  esse  (Saulo  de  Tarso,  o 
Perseguidori), poderá perceber que para os padrões humanos Saulo era uma pessoa para lá de 
qualificada para  questões  religiosas.  Pode  perceber,  também,  que Saulo  era  o  tipo  de  pessoa 
que  nos  dias  de  hoje  seria  vista  como  detentora  de  “grande  auto‐estima”,  que  “sabia  do  seu 
valor”  e  que  “confiava  plenamente  em  seu  taco”.  Acredito  que  Saulo  não  foi  usado 
grandemente  por  Deus,  logo  após  a  sua  conversão  exatamente  por  causa  desta  sua 
característica.  Deus  precisava  fazer  com  que  Saulo  mudasse  o  seu  pensamento  da  “antiga 
aliança” para a  “nova aliança”. 

Na antiga aliança, Deus espera que o homem faça o melhor de si para  Ele. Esse era  o 
modo de operar de Saulo. Ele buscava sempre pensar naquilo que deveria ser feito, e como a 
sua capacidade pessoal atenderia a essa necessidade. 

Com a morte de Cristo é preciso entender que nada daquilo que façamos, por melhor 
que  sejamos,  é  algo  significativo  perto  do  que  Deus  fez  por  nós.  Deus  esperou  que  Saulo 
entendesse que  o  melhor  que  ele poderia  fazer,  não  chegava  aos  pés  do  que  o  Senhor  havia 
feito por ele, com o sacrifício de Jesus. A questão crucial é entender que Deus já fez tudo por 
nós.  

 
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O  resultado  aguardado  nesta  mudança  é  a  troca  da  auto‐suficiência  pela  total 


dependência de Deus, em todas as esferas da vida. Podemos ver o relato desta transformação 
na segunda epístola aos coríntios: 

2Co 2.14‐17 

“14Mas  graças  a  Deus,  que  sempre  nos  conduz  vitoriosamente  em  Cristo  e  por  nosso  intermédio 
exala  em  todo  lugar  a  fragrância  do  seu  conhecimento;  15porque  para  Deus  somos  o  aroma  de 
Cristo  entre  os  que  estão  sendo  salvos  e  os  que  estão  perecendo.  16Para  estes  somos  cheiro  de 
morte; para aqueles, fragrância de vida. Mas quem está capacitado para tanto? 17Ao contrário de 
muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus 
com sinceridade, como homens enviados por Deus” 

c.  No  seu  caráter  –  Neste  ponto,  depois  de  alinhar  o  coração  de  Saulo,  Deus  busca 
quebrar o orgulho existente naquela vida. Este processo foi uma continuação do anterior, como 
se  os  dois,  o  caráter  e  o  coração,  fossem  interdependente  em  si.  E  como  Deus  fez  isso? 
Trabalhando através das primeiras vivências de Saulo na sua nova fé.  

Depois  de  ser  capacitado  por  Jesus  na  Arábia,  Saulo  volta  para  Damasco  onde  tentam 
tirar‐lhe  a  vida.  Foge  de  lá  escondido  em  um  cesto  e  vai  para  Jerusalém.  Acontece  que 
chegando  a  Jerusalém,  ele  não  é  bem  recebido.  Somente  Barnabé  estende  a  sua  mão  de 
companhia.  

Mesmo gozando de desconfiança dos cristãos, Saulo começa a pregar na cidade. Em seu 
coração enxerga que lá era o seu lugar, o local perfeito para desenvolver seu ministério, pois 
conhecia  aquela  cidade  e  seu  povo  como  poucos,  e  ainda  cria  intensamente  que  o  seu 
testemunho de conversão seria poderoso demais, dado o seu passado de perseguidor. Mas algo 
inesperado acontece, o destino de Saulo não era esse. Veja que interessante este texto: 

At 22.17‐21 

17"Quando voltei a Jerusalém, estando eu a orar no templo, caí em êxtase e  18vi o Senhor que me 
dizia:  'Depressa!  Saia  de  Jerusalém  imediatamente,  pois  não  aceitarão  seu  testemunho  a  meu 
respeito'. 19"Eu respondi: Senhor, estes homens sabem que eu ia de uma sinagoga a outra, a fim 
de prender e açoitar os que crêem em ti. 20E quando foi derramado o sangue de tua testemunha 
Estêvão,  eu  estava  lá,  dando  minha  aprovação  e  cuidando  das  roupas  dos  que  o  matavam. 
21"Então o Senhor me disse: 'Vá, eu o enviarei para longe, aos gentios' ". 

 
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Não  sei  se  você  já  passou  pela  situação  de  não  lhe  quererem  em  um  lugar, 
principalmente  numa  igreja.  É  até  comum  nos  nossos  dias  pastores,  presbíteros,  líderes  em 
geral  saírem  das  igrejas  por  vontade  de  homens.  Mas  você  já  imaginou  Deus  não  querendo 
você no lugar que pensava ser o ideal para o seu ministério. Deve ter sido duro de mais para 
ele.  

Assim, Saulo é levado por alguns dos irmãos de Jerusalém para Tarso. Ele não foi para 
qualquer lugar. Acabou sendo levado para casa. Eu vejo um paralelo muito grande quando hoje 
alguém que comete um deslize grande, fica afastado em casa, esperando a “poeira abaixar”. E 
lá, em Tarso, ele ficou por um bom tempo. Este período é conhecido como os anos de silêncio 
de Paulo. 

Devemos nos lembrar que Deus estava no meio de um processo com Saulo. Mandá‐lo 
para casa não era o ponto final, mas a preparação para algo muito grandioso que estaria por 
vir.  

Naquela  época  existia  uma  igreja,  que  vinha  crescendo  muito,  e  os  discípulos  em 
Jerusalém  decidiram  mandar  para  lá  Barnabé.  Esta  igreja  ficava  em  Antioquia.  No  caminho, 
Barnabé lembra‐se de Saulo, e leva‐o consigo para ensinar aqueles irmãos. Curiosamente, esta 
igreja  fora  fundada  por  crentes  que  fugiram  de  Jerusalém  por  causa  da  grande  perseguição 
promovida por Saulo. 

Passado certo tempo, a igreja de Antioquia se torna uma igreja missionária. Resolvem 
que era momento de uma caravana evangelística. O líder escolhido? Barnabé. E aqui Deus dá o 
último retoque no caráter de Saulo. Aquele homem que sempre estava acostumado a liderar, 
deveria ser liderado e aprender sobre liderança com Barnabé. 

Já em caravana, na cidade de Pafos, Saulo tem a sua lição final quanto à dependência 
total de Deus. Ele entende que só faria algo se a sua confiança estivesse no Senhor, e que por si 
só  nada  faria  (At  14.27‐28).  Isso  se  traduz  em  um  momento  muito  importante  de  sua  vida. 
Saulo  amaldiçoa  um  mago,  chamado  Barjesus,  que  tentava  de  todas  as  maneiras  evitar  a 
conversão do pro cônsul Sérgio. Em nome do Senhor, Saulo diz que este homem deveria ficar 
cego, e é isso que aconteceu imediatamente.  

A  partir  deste  episódio,  termina  o  tempo  de  preparação  ministerial  de  Saulo, 
preparação promovida por Deus. Este dia faz com que Saulo tenha o reconhecimento da Igreja 
como grande homem de Deus. Seu nome é mudado para Paulo, e assim se inicia a fase mais 
preciosa da sua vida: O seu imenso ministério apostólico.  

Veremo‐nos em breve, no texto final da série a Trilogia de Paulo. Paulo, o apóstolo dos 
gentios. 

 
Fabio Marchiori Machado                                                                      www.BereiaBlog.com
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Deus o abençoe 

FICHA TÉCNICA 
1. Bíblia de Estudo Thompson 
2. Bíblia NVI 
3. Bíblia de Estudo Almeida Atualizada 
4. Dicionário Bíblico Almeida 
5. Dicionário da Bíblia John Davis 
6. Novo Testamento em Quadros ‐ Autor: H. Wayne House – Ed Vida 
7. A Bíblia e sua História – Autor: Stephen M. Miller & Robert V. Huber – SBB 
8. Descobrindo o Novo Testamento  –  Autor:  Walter  A.  Elwell  &  Robert  W.  Yarbrough  –  Ed  Cultura 
Cristã 
9.  Notas  do  sermão  A  vida  do  Apóstolo  Paulo,  de  Hernandez  Dias  Lopes,  pregado  no  dia 
08/08/2009 no encontro de lideranças do PLPA da IPI do Brasil. 
  

                                                            
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Fabio Marchiori Machado                                                                      www.BereiaBlog.com

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