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Gerencial e Financeira
ANÁLISE FINANCEIRA DE
BALANÇOS
OBJETIVO
O objetivo da análise de balanços é produzir
informações sobre a situação econômica e financeira de
uma empresa para a tomada de decisões.
SUMÁRIO
REVISÃO GERAL DE CONTABILIDADE –
RELEMBRANDO... ..............................................................
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS .......................
PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
REVISÃO GERAL DE
CONTABILIDADE –
RELEMBRANDO...
03) represente graficamente e apure a Situação Líquida
indicando se é positiva, negativa ou nula:
01) Preencha as palavras-cruzadas:
Caixa .......................................................... 1000
Duplicata à pagar ....................................... 2500
5 6 Salários à pagar ......................................... 900
4 Equipamentos de informática .................... 4000
1 Financiamentos Bancários ......................... 2000
Duplicatas a receber .................................. 800
BALANÇO PATRIMONIAL
2 ATIVO PASSIVO
A situação líquida é
1. Capital de terceiros
2. Origem de recursos
3. Aplicação de recursos
4. Caixa, máquinas, veículos são sinônimos de ...
5. Dupl. a receber, depósitos bancários, marcas e patentes
são sinônimos de ...
6. Capital próprio
7. Investimento inicial
ATIVO PASSIVO
CONTAS EM MIL
INFORMAÇÕES PARA
TOMADA DE DECISÕES
de depreciação, qual será sua classificação no balanço e sua apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas
atualização monetária? explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal
O contador procura captar, organizar e compilar ponto que permitem freqüentemente manipulações e
dados. Sua matéria-prima são fatos de significado acobertamentos. Assim, a Análise de Balanços deve assumir
econômico-financeiro expressos em moeda. Seu produto também o papel de tradução dos elementos contidos nas
final são as demonstrações financeiras. demonstrações financeiras.
Um relatório de análise de balanços que apresentasse
dados em vez de informações não poderia ser considerado
um bom relatório que se estendem em frases como:
“O índice de endividamento é de 220%; isto significa
que para cada $100 de capital próprio existem $ 220 de
terceiros. Esse índice mostra um crescimento de 10 % em
relação ao ano anterior que, por sua vez, já crescera 18%.
Os recursos de terceiros são predominantes de curto prazo
(85%).
O analista de balanços preocupa-se com as Esse tipo de relatório transforma um tipo de dado
demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam ser encontrado nas demonstrações financeiras em outros dados,
transformadas em informações que permitam concluir se a o que para o leitor pouco ou nada vale.
empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal
administrada, se tem ou não condições de pagar suas
dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou O QUE INCLUIR NO RELATÓRIO
regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou se
continuará operando. Em linhas gerais, podem-se listar as seguintes
informações produzidas pela Análise de Balanços:
O grau de excelência da Análise de Balanços é dado • Situação financeira.
exatamente pela qualidade e extensão das informações que • Situação econômica.
conseguir gerar. • Desempenho.
• Eficiência na utilização dos recursos.
LINGUAGEM DESCOMPLICADA • Pontos fortes e fracos.
• Tendências e perspectivas.
O produto da Análise de Balanços são relatórios
escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, • Quadro evolutivo.
recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para • Adequação das fontes às aplicações de recursos.
simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das
• Causas das alterações na situação financeira.
demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem
ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que • Causas das alterações na rentabilidade.
não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível para • Evidência de erros da administração.
qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco • Providências que deveriam ser tomadas e não foram.
ou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com as
demonstrações financeiras, que, aliás, não têm nenhuma • Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
preocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras
METODOLOGIA DE ANÁLISE
A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio científico.
Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisões obedece mais ou menos a seqüência da Figura abaixo:
Etapas: 1 2 3
4
Escolha de Comparação Diagnóstico ou Decisões
indicadores com padrões conclusões
ANÁLISE
• Existem limitações na análise das demonstrações PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS
financeiras decorrentes da própria fonte de que se VISANDO OBTER MELHORES CONCLUSÕES DA
utiliza. ANÁLISE
• Para extrair informações confiáveis dos balanços é
imprescindível conhecer os procedimentos contábeis, a
a. Relatório da Diretoria:
EXERCÍCIOS
Através desse relatório, a Diretoria presta informações
Colar, no espaço a seguir, as Demonstrações
aos acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e de
Financeiras de uma empresa, publicadas em jornal de
perspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas,
circulação local, que contenham todos os itens estudados.
compras, produtos, expansão, efeitos conjunturais,
legislação, política financeira, de recursos humanos,
resultados alcançados, planos, previsões etc.
É uma forma de manter os acionistas e terceiros a par do
que se realiza na empresa. O Relatório da Diretoria é uma
peça em que se relata livremente aquilo que julga
importante.
b. Demonstrações Financeiras:
• Balanço Patrimonial
• Demonstração ao Resultado do Exercício
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,
que poderá ser substituída pela Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (visto que esta
contém aquela).
PASSIVO CIRCULANTE
• Obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
a aquisição de direitos do Ativo Permanente quando
vencerem no exercício seguinte.
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício
seguinte.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PARA ANÁLISE DAS • Receitas de exercícios futuros diminuídas dos custos e
despesas correspondentes.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
1.1 BALANÇO PATRIMONIAL • Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela
É a demonstração que apresenta todos os bens e não realizada.
direitos da empresa – Ativo – assim como as obrigações – Reservas de Capital
• Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e ( =) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda e
partes beneficiárias. contribuição social
• Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de (-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações de Debêntures
subscrição. (-) Participação dos Empregados
• Prêmios recebidos na emissão de debêntures (-) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias
• Correção monetária do capital realizado, enquanto não (-) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência ou
capitalizada. Previdência de Empregados
Reservas de Reavaliações ( =) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
( =) Lucro ou Prejuízo por Ação
• Contrapartida do aumento de elementos do Ativo em
virtude de novas avaliações, documentadas por laudo
técnico.
Reservas de Lucros CAPÍTULO II
• Contas constituídas a partir de lucros gerados pela
companhia.
Lucros ou Prejuízos Acumulados AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
• Lucros gerados pela companhia, que ainda não EMPRESARIAL
receberam destinação específica.
TÉCNICAS DE ANÁLISE
1.2 DEMONSTRAÇÃO DO
2.1 Análise Vertical e Horizontal
RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E) 2.2 Análise Através de Índices
2.3 Análise do Capital de Giro.
A Demonstração do Resultado do Exercício é uma 2.4 Modelos de Análise e Rentabilidade
demonstração dos aumentos e reduções causados no 2.4.1 Análise do ROl (Retorno Operacional dos
Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas Investimentos)
representam normalmente aumento do Ativo, através de 2.4.2 Análise da “Alavanca Financeira”
ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou 2.5 Análise da Demonstração das Origens e Aplicações de
dinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo, Recursos e do Fluxo de Caixa.
aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam
redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois Abordaremos, em nossos estudos, basicamente as
caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do técnicas de Análise Vertical, Horizontal e Análise através
Passivo Exigível. de Incides.
Enfim, todas as receitas e despesas se acham
compreendidas na Demonstração do Resultado, segundo
uma forma de apresentação que as ordena de acordo com a
PADRONIZAÇÃO DAS
sua natureza; fornecendo informações significativas sobre a DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
empresa.
Segundo a Lei nº 6.404/76, a Demonstração do Antes de iniciar a análise, deve-se examinar
Resultado do Exercício discriminará os seguintes detalhadamente as demonstrações financeiras.
elementos: Este trabalho é chamado Padronização e consiste
numa crítica às contas das demonstrações financeiras, bem
Demonstração do Resultado do Exercício como na transcrição delas para um modelo previamente
definido como se acha reproduzido adiante.
RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS
(-) Devoluções
(-) Abatimentos A Padronização é feita pelos seguintes motivos:
(-) Impostos
( =) Receita Líquida das Vendas e Serviços • Simplificação: um balanço apresentado segundo a Lei
(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas.
(CPV/CMV/CSP) Isso dificulta a visualização do balanço como um todo.
( =) Lucro Bruto Quando se colocam lado a lado três balanços com 60
(-) Despesas com Vendas
valores cada um se calculam os percentuais de variação
(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)
(-) Despesas Gerais e Administrativas
de um ano para outro, bem como a composição
(-) Outras Despesas Operacionais percentual de cada balanço (que é chamada análise
( +) Outras Receitas Operacionais vertical e horizontal), chega-se a 540 números, o que
( =) Lucro ou Prejuízo Operacional complica enormemente o trabalho de um analista. O
( +) Receitas não Operacionais modelo de balanço do quadro adiante reduz para cerca
(-) Despesas não Operacionais de 20 o número de contas do balanço.
( +) Saldo da Correção Monetária
• Comparabilidade: com exceção das companhias que embelezar os balanços. Uma padronização rigorosa
operam em ramo onde existe um plano de contas legal deve corrigir isso.
obrigatório (como acontece com bancos, seguradoras
etc.), toda empresa tem seu próprio plano de contas, Se o analista conhecer os principais itens de
com maior ou menor grau de detalhes e com títulos de manipulação dos balanços, desconfiará das
contas em que é difícil descobrir a origem. Como a rubricas citadas e solicitará esclarecimentos à
análise se baseia em comparação, só faz sentido empresa em análise. Na dúvida, deverá
analisar um balanço após o seu enquadramento num
reclassificá-las.
modelo que permita comparação com outros balanços.
• Descoberta de erros: há casos de erros, intencionais ou
• Adequação aos objetivos da análise: há pelo menos
não, verificados nas demonstrações financeiras.
uma conta que deve sempre ser reclassificada:
Exemplo:
Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, é
uma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto de
a) Estoques finais ou iniciais da Demonstração do
vista de financiamentos, porém, é um recurso tomado
Resultado do Exercício não coincidem com os estoques
pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência
dos balanços.
de recursos próprios. Em nada se distingue de
empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro.
b) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com os
Por isso, as Duplicatas Descontadas devem figurar no
resultados do exercício mais o Patrimônio Líquido
Passivo Circulante.
Inicial.
• Precisão nas classificações de contas: é freqüente
encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das
com falhas nas classificações de contas, como, por demonstrações financeiras e suspender a análise até que se
exemplo, certos investimentos de caráter permanente esclareçam as dúvidas.
que aparecem no Ativo Circulante, despesas do próprio
exercício que figuram como Despesas do Exercício
Seguinte, gastos indevidamente lançados como Ativo
Diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou
perdas do exercício, empréstimos de curto prazo que
aparecem no Exigível a Longo Prazo; tudo isso visa
Modelo de Padronização
Acha-se a seguir um modelo de padronização que serve aos propósitos deste livro:
BALANÇOS EM:
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
VA AV % AH% VA AV% AH% VA AV% AH%
ATIVO
CIRCULANTE
♦ Disponível
♦ Aplicações Financeiras
♦ Clientes
♦ Estoque
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE
♦ Investimentos
♦ Imobilizado
♦ Diferido
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE
TOTAL DO ATIVO
Passivo
CIRCULANTE
♦ Fornecedores
♦ Outras Obrigações
♦ Empréstimo Bancário
♦ Duplicatas Descontadas
TOTAL DO PASSIVO
CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
♦ Empréstimo
♦ Financiamentos
TOTAL DO EXIGÍVEL A LONGO
PRAZO
CAPITAIS DE TERCEIROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
♦ Capital e Reservas
♦ Lucros Acumulados
TOTAL DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO
Balanço Patrimonial
Ativo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V Passivo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V
Circulante 520 45% 612 40% Circulante 285 25% 330 22%
Realizável LP 100 9% 80 5% Exigível LP 250 21% 220 14%
Permanente 530 46% 840 55% R.E.F. - 20 1%
P.L. 615 54% 962 63%
TOTAIS 1.150 100% 1.532 100% TOTAIS 1.150 100% 1.532 100%
a) O grupo no ativo que tem maior participação percentual
AV = Análise Vertical é o permanente com (46% e 55%) enquanto no passivo é
o Patrimônio Líquido (54% e 63%).
NOTAS:
b) em 19X0 a empresa trabalha com 46% (25% +21%) de
capital de terceiros e 54% de capital próprio. No ano de
AV
Receita de Vendas......................................................................................................................... 3.000 100,0%
( - ) Custo das Vendas .................................................................................................................. (1.800) 60,0%
NOTAS:
a) o lucro líquido do exercício corresponde a 4% das receitas, logo 96% das vendas foram consumidas por custos e
despesas;
b) o lucro bruto corresponde a 40% das vendas, enquanto as despesas operacionais consumiram 31% do total das
vendas;
c) o lucro operacional líquido corresponde a 6% das vendas.
• Análise Vertical – Resumo
9 É a participação relativa de cada item no total, ou seja, a “composição” percentual de uma demonstração financeira
decorrentes da própria fonte de que se utiliza.
9 Mostra a importância percentual de cada conta em relação a demonstração financeira analisada.
No Balanço
- base no valor total do Ativo Total para o valor do Ativo Circulante, Realizável Longo Prazo e Ativo
Permanente.
- Verifica-se o percentual do Passivo Circulante, Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido em relação ao
Passivo Total.
Na Demonstração do Resultado
- base no valor das Vendas Líquidas, para a proporção nos principais itens da demonstração, como lucro bruto,
despesas administrativas, e gerais, vendas, financeiras, depreciações, lucro operacional, receitas e despesas
não operacionais, etc. e lucro antes de impostos e lucro líquido.
P E R Í O D O S
DADOS X1 X2 X3 X4
Valores 1,00 1,50 3,00 4,50
- % (participação) 100% 150% 300% 450%
- crescimento em relação a X1 (variação) - 50% 200% 350%
Circulante 520 100% 612 118% 18% Circulante 285 100% 330 116% 16%
Realizável LP 100 100% 80 (80%) (20%) Exigível LP 250 100% 220 88% (12%)
Permanente 530 100% 840 158% 58% R.E.F. - 100% 20 (*)
P.L. 615 100% 962 156% 56%
TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33% TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33%
AH = Análise Horizontal
∆ = Variação (crescimento)
NOTAS:
9 Representa o comportamento dos valores das demonstrações financeiras. É a comparação das Demonstrações
Financeiras de dois ou mais períodos, mostrando a evolução, ou seja, os aumentos ou diminuições que ocorrem nos
valores.
9 Apresentam a indicação do rumo que a empresa está tomando, bem como, políticas financeiras que estão sendo
utilizadas, ou seja, as possíveis tendências da empresa.
Repara-se que na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices em
que no primeiro ano, todos os valores são considerados iguais a 100. Através da regra de três, obtêm-se os valores dos anos
seguintes; a variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.
Por exemplo: os estoques apresentam índices 389 em 19X3; isto significa que cresceram 289%.
EXERCÍCIOS
01) Faça os cálculos da Análise Vertical (AV) e Análise Horizontal (AH) da Cia TCN, e auxilie o Analista a concluir a Análise
dos Balanços abaixo:
ATIVO
Circulante
• Disponível 34.665 100 26.309 25.000
• Aplicações Financeiras 128.969 100 80.915 62.000
• Clientes 1.045.640 100 1.122.512 1.529.061
Total do Circulante 1.960.480 100 2.269.171 2.933.575
PERMANENTE
• Investimento 72.250 100 156.475 228.075
• Imobilizado 693.448 100 1.517.508 2.401.648
• Diferido -.- 100 40.896 90.037
Total do Ativo Permanente 765.698 100 1.714.879 2.719.760
TOTAL DO ATIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100
PASSIVO
CIRCULANTE
• Fornecedores 708.536 100 639.065 688.791
• Outras Obrigações 275.623 100 289.698 433.743
• Empréstimo Bancários 66.165 100 83.429 158.044
• Dupls. Descontadas 290.633 100 393.885 676.699
Total do Passivo Circulante 1.340.957 100 1.406.077 1.927.277
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Empréstimos 314.360 100 792.716 1.494.240
• Financiamentos -.- 100 378.072 533.991
Total do Exigível a Longo Prazo 314.360 100 1.170.788 2.028.231
TOTAL CAPITAL TERCEIROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Capital e Reservas 657.083 100 1.194.157 1.350.830
• Lucros Acumulados 413.778 100 213.028 316.997
Total do Patrimônio Líquido 1.070.861 100 1.407.185 1.667.827
TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100
CIA TCN
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Exercício Findo em 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
Valor AV AH Valor AV AH Valor AV AH
Absoluto Absoluto Absoluto
RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100 100 4.425.866 100 5.851.586 100
Custo dos Produtos Vendidos 3.621.530 100 3.273.530 4.218.671
LUCRO BRUTO 1.171.593 100 1.152.336 1.632.915
Despesas Operacionais 495.993 100 427.225 498.025
Outras Rec./Desp. Operacionais 8.394 - - 17.581 - - 27.777 -
LUCRO OPERACIONAL 683.994 100 742.692 1.162.671
(antes dos Resultados Financeiros)
Receitas Financeiras 10.860 - - 7.562 - - 5.935 -
Despesas Financeiras 284.308 100 442.816 863.296
LUCRO OPERACIONAL 410.546 100 307.438 305.304
Resultado não Operacional 1.058 - - -.- - - -.- -
LUCRO ANTES DO I.R. 411.604 100 307.438 305.304
LUCRO LÍQUIDO 223.741 100 167.116 165.956
EXEMPLO DAS CONCLUSÕES DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA CIA. TCN.
O ativo total da empresa cresceu _____% de 31.12.X1 a 31.12.X3 em termos reais. Esse crescimento deveu-se
principalmente ao Ativo Permanente que teve expansão de _____%. Já o Ativo Circulante apresentou crescimento de apenas
_____%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 19X1, _____% dos recursos achavam-se investidos no
Ativo Circulante, percentual esse que caiu para _____% em 19X3. Esse crescimento foi financiado basicamente por Capitais
de Terceiros de Longo Prazo que passaram, em 19X1, de _____% do Passivo Total para _____%, em 19X3, constituindo-se no
principal grupo de financiamento neste último ano. O Patrimônio Líquido, que fornecia _____% dos recursos em 19X1, caiu
para _____% em 19X3, enquanto o Passivo Circulante caiu nesse mesmo período de _____% para _____%. Tendo o Passivo
Circulante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte deste último com Exigível a Longo Prazo (o que,
diga-se de passagem, é correto). Os Capitais de Terceiros tiveram crescimento superior ao do Ativo – ou seja, _____% contra
_____% do Ativo – em virtude do terreno cedido pelo Patrimônio Líquido. Outro aspecto que se destaca é a alteração havida
em “Fornecedores”. Essa era a principal fonte de recursos da empresa, em 19X1, representando _____% do Passivo. Nesse
ano, “Fornecedores” financiavam quase totalmente os Estoques. Em 19X3 o percentual de “Fornecedores”sobre o Passivo
Total caiu para _____%, cobrindo apenas metade dos estoques mantidos pela empresa. Essa alteração é desfavorável, pois
normalmente “Fornecedores” representam uma fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata.
Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Permanente, fez ainda algum investimento no Ativo Circulante,
financiou a maior parte dessa expansão com Capitais de Terceiros e aumentou o risco global. A situação financeira não ficou
sacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo, tendo o Passivo Circulante crescido menos que o
Ativo Circulante.
Enquanto os investimentos tiveram grande impulso no período analisado, as vendas apresentaram pequena expansão. O
crescimento real foi de _____% no período. A empresa teve bom desempenho no Custo dos Produtos Vendidos, os quais
passaram de _____% para _____% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava _____% das vendas
subiu para _____%. Esse acréscimo de 4 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido
representar _____% das vendas em 19X1. Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa poderia alcançar a invejável
percentagem de 8,66 % de Lucro Líquido sobre Vendas.
Infelizmente para a empresa, porém , suas despesas financeiras explodiram, crescendo 204% e, portanto, muito mais do que as
vendas. Essas despesas que consumiram _____% da Receita em 19X1 passaram a consumir _____% em 19X3, fazendo a
empresa perder 9 pontos percentuais. Ao final o percentual de Lucro Líquido/Vendas desceu para _____%, ou seja, quase
metade daquele que havia alcançado em 19X1. As Despesas Operacionais mantiveram-se em proporções aceitáveis para a
empresa.
• Assim, se uma empresa tiver um Ativo Circulante de $396.420 e um Passivo Circulante de $ 198.210, fica um tanto difícil
analisar a exata capacidade de pagamento da empresa.
Todavia, se dividirmos o AC pelo PC encontraremos um índice geral igual a 2,00, ou seja, para cada
$1,00 de obrigação, há 2,00 de ativo circulante.
• Entretanto, deve-se tomar uma série de precauções quanto à interpretação dos índices. Muitas vezes, podem dar falsa
imagem de uma situação
1. Índices de Liquidez
2. Índices de Estrutura de Capitais figura
3. Índices de Atividade
4. Índices de Lucratividade (ou Rentabilidade)
1. LIQUIDEZ OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo
1.1. LIQUIDEZ GERAL Prazo p/ cada $1,00 de Dívida Total.
1.2. LIQUIDEZ OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Dívidas
CORRENTE a Curto Prazo.
1.3. LIQUIDEZ SECA OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui no Ativo Circulante Líquido para cada
$1,00 de Passivo Circulante.
2. ENDIVIDAMENTO
2.1. PART. CAPITAL DE TERCEIROS OBJETIVO: Indicar quanto a empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada
(PC + E.L.P) $100 de Capital Próprio investido.
2.2. COMPOSIÇÃO DO OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui de Obrigações a Curto Prazo
ENDIVIDAMENTO para cada $100 de Obrigações Totais (curto e longo prazo)
2.3. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS OBJETIVO: Indicar quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada
PERMANENTES $100 de Patrimônio Líquido (PL).
3. ATIVIDADE
3.1. PERÍODO MÉDIO DE OBJETIVO: Apresentar a Prazo Médio que a empresa financias as Vendas
COBRANÇA
INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor
Clientes x 360 dias
Vendas Brutas
3.2. PERÍODO MÉDIO DOS OBJETIVO: indicar o Giro dos Estoques da empresa.
ESTOQUES Separar por tipo de Estoque
3.3. PERÍODO MÉDIO DE OBJETIVO: Indicar Prazo Médio de Financiamento obtido nas Compras
PAGAMENTO
3.4. GIRO DOS ATIVOS MÉDIO OBJETIVO: Determinar quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de
Investimento total nos Ativos (médio)
V.L.
A.T. INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor
4. LUCRATIVIDADE
4.1. MARGEM BRUTA OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Bruto para cada $100 de
Vendas Líquidas.
4.2. MARGEM OPERACIONAL OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Operacional para cada
$100 de Vendas Líquidas.
4.3. MARGEM LÍQUIDA OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $100
de Vendas Líquidas.
4.4. RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $ 100
LÍQUIDO de Capital Próprio investido (médio).
L.L. x 100
P.L. IMTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor
4.5. RETORNO SOBRE OBJETIVO: Indicar a Taxa de Retorno obtida nos Investimentos Totais da
INVESTIMENTOS Empresa (ativo médios).
LEGENDA:
EXERCÍCIOS
01) Faça a Análise através de Índices para a Cia TCN para os anos de 19 x 1 a 19 x 3. Obs.: O Analista iniciou mas não conclui
as análises. Ajude-o.
3. LIQUIDEZ
• Indica: Quanto a empresa possui no AC e ARLP para cada $ 1,00 de dívida total.
•Cálculo:
•Análise:
O índice de Liquidez Geral de 19X1, igual a 1,18, indica que para cada $1,00 de dívida a empresa tem $1,18 de
investimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de uma folga, excedente
ou margem, de 18% (ou de $0,18 para cada $1 de dívida). Esses 18% ocorrem graças ao Capital Circulante Próprio, como se
pode ver no gráfico seguinte.
CIA TCN
19X1
1. os recursos do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo foram investidos no Ativo Circulante;
2. o Ativo Circulante é maior do que a soma do Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo;
3. esse excesso do Ativo Circulante (hachurado no gráfico) provém do Patrimônio Líquido e é justamente o Capital
Circulante Próprio, conforme já foi visto. Essa parte hachurada do Ativo Circulante representa os 18%.
• Indica:
CIA TCN
• Análise
Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, e isto significa que os investimentos
no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma folga, respectivamente, em 19X1
e 19X2.
Veja-se a seguir por que o ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante.
Todos os recursos do Passivo Circulante foram investidos no Ativo Circulante. Além disso, acha-se investido no
Ativo Circulante o Capital Circulante Líquido que, em 19X1, é constituído de todo o Exigível a Longo Prazo + Capital
Circulante Próprio; em 19X2, o Capital Líquido Circulante Líquido é formado com apenas uma parte do Exigível a Longo
Prazo, já que a outra parte está investida no Ativo Permanente (devido à insuficiência do Patrimônio Líquido).
• Fórmula: ________________
• Análise:
4. ESTRUTURA DE CAPITAL
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de
recursos.
• Cálculo:
19X1 19X2 19X3
Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185
Índice de Participação de Capitais de Terceiros 1.655.317 =___ % 2.576.665 = ___ %
1.070.861 1.407.185
• Análise:
Esses dois índices mostram que, em 19X1, para cada $100 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a empresa
tomou $___ de Capitais de Terceiros e que, em 19X2, para cada $100 próprios, tomou $ ___ emprestados.
• Indica: Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais, ou seja em relação ao total das
dívidas para com terceiros (PC + PELP).
• Cálculo:
• Análise:
Tais índices indicam que em 19X1 a empresa tinha ___1% (mais de ¾) de sua dívidas vencíveis a curto prazo e
que em 19X2 este percentual caiu para ___% (quase metade), melhorando aquilo que se pode chamar perfil de dívida.
• Graficamente, tem-se:
PL
• Fórmula: Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido
• Indica: Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido (Capital Próprio)
• Cálculo:
• Análise:
Estes índices mostram que, em 19X1 a empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a ___% do
Patrimônio Líquido, em 19X2 esse percentual subiu para ___%.
O índice de imobilização em 19X2 é de ___%. Isto significa que para cada $100 existentes de Patrimônio Líquido a
empresa aplicou $___ no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a
21% do Patrimônio Líquido. (Mesmo que o Patrimônio Líquido crescesse 21 %, ainda assim o Permanente o teria absorvido
inteiramente.)
Nesse caso, o Ativo Circulante é totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais financiam ainda uma parte do
Ativo Permanente. Assim, a empresa está em mãos de terceiros para o financiamento de seu giro comercial (Ativo Circulante)
e depende ainda desses mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial (Ativo Permanente).
5. ATIVIDADE
Esse grupo objetiva medir a dinâmica da empresa. Os índices de prazos médios não devem ser analisados
individualmente, mas sempre em conjunto. Tal conjugação leva à análise do ciclo operacional, geralmente vital para a
determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.
• Análise:
• Análise:
• Indica: O tempo médio de estocagem de mercadorias. Para quantos dias é suficiente o estoque.
• Análise:
• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada $ 100,00 vendidos
• Análise:
• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Operacional para cada $ 100,00 vendidos.
• Análise:
• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Líquido para cada $ 100,00 vendidos.
• Análise:
• Indica: Quanto a empresa obteve de lucro para cada $ 100,00 de Capital Próprio (P.L.) investido.
• Análise:
Para cada $100,00 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu $___ de lucro em 19x1. A taxa de ___% é superior ao
que oferecem os títulos de mercado, que oscilam em torno de 6%. Normalmente, espera-se das empresas rentabilidade superior
à dos títulos de renda fixa, possui o investimento na empresa representa um capital de risco, ou seja, nada garante sua
rentabilidade, que poderá ser inclusive negativa.
Em 19x2, entretanto, ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa.
A rentabilidade empresarial, porém, é assim mesmo. Num ano acima das taxas de mercado, noutro abaixo e noutro em
torno delas.
• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro líquido para cada $ 100 de investimento total ( ou seja, em relação ao Ativo ). É
uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se.
• Análise:
Para cada $100 investimentos, a empresa ganhou $ ___ em 19x1 e $ ___ em 19x2. Houve, portanto, apreciável
queda na rentabilidade do Ativo de um exercício para outro.
• No Brasil, o Prof. Stephen Kanitz, desenvolveu um modelo de como prever falências, por meio de tratamento estatístico de
índices financeiros de algumas empresas que realmente faliram.
• O modelo consiste, em primeiro lugar, em encontrar o Fator de Insolvência da empresa em análise. A fórmula do Fator de
Insolvência, nunca foi explicada pelo Prof. Kanitz, e é a seguinte:
• Em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o Fator de Insolvência no termômetro de insolvência, de acordo com
a figura a seguir:
7
INTERVALO DE SOLVÊNCIA
(Reduzidas possibilidades de falências)
0 PENUMBRA Situação
(Situação indefinida) Crítica
-3
INSOLVÊNCIA
(propensão à falência)
-7
EXEMPLO:
Cia Falimentar apresenta os seguintes índices em se último balanço:
FATOR DE INSOLVÊNCIA
X1 LL -0,20 -0,20 x 0,05 = (0,01)
PL
• O modelo é claramente destinado à Indústria e ao Comércio, não devendo ser aplicado indiscriminadamente em
qualquer outro tipo. Ao contrário do que muitos analistas fazem, não devemos utilizá-lo para Bancos, Construtoras, etc.
• Há necessidade de que as Demonstrações Financeiras reflitam a realidade financeira da empresa. Isto nem sempre
ocorre nas pequenas empresas, até em médias. Nos casos em que a falência realmente ocorre após a previsão, constatou-
se as demonstrações eram fidedignas.
• O modelo não deve ser considerado isolado, mas sim com outros indicadores que também deverão ser tomados em
consideração, para que haja maior eficiência da análise.
EXERCÍCIOS
01) Calcular o Fator de Insolvência e aplicar o termômetro de Kanitz para o exercício da Cia TCN.
8. ÍNDICES-PADRÃO
A Análise de Balanços através de índices só adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados
com padrões.
- Como avaliar se os índices analisados são bons? Como estão os índices dos concorrentes? O endividamento da empresa em
análise é maior que o das outras empresas do mesmo ramos de atividade?
- Sem dúvida, só poderemos avaliar bem os índices de uma empresa se os compararmos com os índices de empresas do
mesmo ramo de atividade.
- Quando calculamos índices de demonstrações financeiras de empresas do mesmo ramo de atividade para servir de base de
comparação para outras empresas daquele mesmo ramo, estamos calculando índices-padrão.
• do SERASA;
• publicados na Revista Exame: “as Melhores e Maiores” (que são publicados anualmente);
• publicados através de estudos universitários (Livro Contabilidade Empresarial de José Carlos Marion), que, para fins
didáticos, serão apresentados, conforme tabela abaixo:
empírica, baseadas em dados e informações históricas ou agregam valor sob a ótica do cliente, também não deveria
subjetivas, apenas com alguma base científica. impactar negativamente os resultados.
Este tipo de análise e decisão não mais atende as Este impacto negativo fará com que as empresas
necessidades que a competitividade trouxe, principalmente tentem obter mais recursos (lucros) através das operações
em períodos recessivos e de crise, quando a demanda cai de comerciais, fato que poderá influenciar na busca de
forma relevante, passando a dominar o ambiente a chamada vantagem competitiva através de preços considerados
“briga de preços”, fato que permite, por exemplo, a baixos para o mercado que atua.
existência de duas empresas com a mesma estrutura física e Para compreender como estes elementos impactam,
de recursos financeiros, praticando preços muito diferentes. será apresentada a estrutura genérica dos preços de vendas.
Percebe-se então que o preço de venda não pode mais
ser objeto de decisões empíricas, mas, sobretudo, objeto de
estudo, o que torna necessário conhecer todos os elementos
que o compõem, sejam internos ou externos. 9.3 ESTRUTURA DO PREÇO
Para conhecer esses elementos que compõem o preço
de venda, são necessários procedimentos organizacionais Entende-se como preço de venda o valor monetário
que informem sobre a estrutura patrimonial, assim como os que a empresa cobra de seus clientes em uma transação
relacionamentos sistêmicos que as empresas estabelecem comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a
com o ambiente no qual estão inseridas, pois, qualquer empresa cubra todos os gastos que foram necessários para
decisão sobre preço de venda poderá provocar alterações em colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do
todas as áreas das empresas e, conseqüentemente, neste mercado, até a transferência da propriedade e da posse
relacionamento. destes, incluindo o lucro desejado ou possível.
Santos (1999, p.21) também acentua a importância, Estes gastos normalmente incluem a aquisição de
quando considera que “a formação do preço de venda dos matérias primas, mercadorias, serviços, como a mão-de-bra
produtos e serviços nas empresas constitui-se numa direta e indireta, além dos gastos com estocagem,
estratégia competitiva de grande relevância para as financeiros, tributos e outros.
organizações”. Para aglutinar estes gastos pode-se utilizar os seguintes
Em razão desses aspectos apresentados e, entretanto a elementos: preço de venda, custo, despesas variáveis,
necessidade de contribuir para uma melhor clareza por parte despesas fixas e margem de lucro.
das empresas na análise dos custos e na formação do preço Até decorrente da quantidade de estudos sobre o tema,
de venda, este artigo busca comentar sobre cada elemento, o custo pode ser o principal elemento que impacta a
conceituando-o e buscando compreender seu formação do preço de venda, por isso no item 6 será
comportamento nas operações comerciais. realizada a análise deste.
De forma mais específica, são apresentados os Despesas variáveis são entendidas como os gatos
diferentes critérios utilizados na formação do preço de decorrentes das vendas. Por exemplo: tributos diretos e
venda, a partir das diferentes ópticas de custos, e também indiretos, comissões, fretes, propagandas etc.
aqueles baseados nos preços praticados pelo mercado e no Despesas fixas são conceituadas como os gastos
retorno dos investimentos. que obrigatoriamente existirão, mesmo que não haja vendas.
Juntamente com estes, são apresentados os conceitos e Por exemplo: aluguéis das edificações, parte fixa dos
elementos básicos para a formação do preço de venda, tais salários dos vendedores, remuneração dos sócios gerentes,
como: mark-up, parâmetros externos, efeitos tributários salários administrativos etc.
sobre as vendas e sobre a margem de lucro líquida desejada Margem de lucro é o valor que a empresa entende ser
de tributos sobre o lucro. suficiente para atender as seguintes finalidades:
Não é objetivo construir modelos de formação de remuneração do capital investido, revestimento na própria
preço de venda a serem praticados em regimes empresa, outros investimentos de curto e longo prazo,
inflacionários ou mesmo na opção de compra ou venda a distribuição aos sócios e empregados, a remuneração pelo
prazo. risco do empreendimento, e também para compor o
patrimônio da empresa.
9.2 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA Normalmente apenas os sócios, ou a alta
administração, e quem define esta margem de lucro.
Os preços atuam mais diretamente sobre Como custo poderá ser o primeiro elemento que
determinadas áreas, quais sejam: compras, estoque, custos, impacta o preço de venda, são apresentadas a seguir
marketing, vendas e finanças. algumas óticas e formas de influências.
A capacidade em adquirir mercadorias, ou matérias
primas, com preços menores; na gestação dos estoques; a
eficiência nos processos produtivos; as políticas na
formação dos preços; os procedimentos para a colaboração
dos produtos no mercado e a gerência dos recursos 9.4 MÉTODOS DE CUSTEIO
financeiros, são elementos/processos/atividades que, se não
Os métodos do custeio objetivam identificar os gastos 4. Projeção das vendas esperadas dos demais produtos da
inerentes ao processo produtivo, acumulando-os de forma empresa;
organizada aos produtos. 5. Identificação dos objetivos globais e funcionais da
Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos empresa e estabelecimento dos objetivos de preço;
tais como produtos, departamentos, atividades, processos, 6. Identificação das políticas e diretrizes da empresa e
ordem de produção, ou outras formas que o gestor possa estabelecimento das políticas e diretrizes de preço;
demonstrar interesse. 7. Identificação das estratégias de globais e funcionais da
Os métodos existentes são: pleno, absorção, empresa e estabelecimento das estratégias de preço;
variável/direto e por atividade. 8. Projeção da estrutura de custos e despesas da empresa;
O custeio pleno, ou integral, é aquele que se 9. Apuração do capital investido no negócio e do
caracteriza pela apropriação de todos os custos e despesas respectivo custo de oportunidade;
aos objetos. 10. Aplicação do preço de simulação mais adequado;
O custeio por absorção objetiva a apropriação de todos 11. Obtenção da demonstração do resultado econômico;
os gastos decorrentes somente do processo produtivo aos 12. Avaliação e adequação do preço referencial às
produtos, identificando os fixos, variáveis, diretos e condições de comercialização.
indiretos. O autor entende que os preços de vendas deverão
O custeio variável, ou direto, tem o propósito de alocar buscar a otimização da relação preço/custo/volume, a qual a
aos produtos somente os custos identificados como empresa poderá obter do (1) fluxo de lucros contínuos a
varáveis, normalmente compostos pela matéria-prima e longo prazo, permitindo a otimização no uso da capacidade
mão-de-obra direta, consumidos no processo produtivo. instalada, e (2) garantir um retorno satisfatório sobre os
O Custeio Baseado em atividades (ABC – Activity capitais investidos no negócio.
Basead Costing) procura identificar quais os custos das Para Bernardi (1996, p.219), os preços de vendas
atividades e não dos produtos, pois defende a óptica de que podem ser determinados a partir dos seguintes fatores: os
os produtos consomem atividades e, são estas atividades, e objetivos definidos, a demanda identificada e da
não os produtos, que consomem recursos. concorrência.
Além desses métodos, na formação de preço de Bernardi (1996:221) ainda completa, afirmando que
venda também são utilizados os custos de transferências e “estabelecer preços é uma decisão difícil e complexa
os valores praticados no mercado. Os custos de notadamente quando o mesmo é estabelecido pela primeira
transferência são aqueles utilizados nos relacionamentos vez, ou quando se objetiva mudar os preços. A formação
entre as áreas de responsabilidade existentes nas empresas. dos preços, orientando-se pelo ponto de vista interno,
Já os valores de mercado são aqueles praticados por outras poderão adotar os seguintes caminhos: Preços Baseados nos
empresas no mesmo ramo. Custos, Retorno do Investimento e a Maximização dos
Lucros.”
9.5 MÉTODOS UTILIZADOS PARA Também Atksinson et al (2000) considera essas
dificuldades, quando analisa as variáveis que atuam em
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA decisões sobre preço e mix de produtos, traçando parâmetros
e apresentando casos em estabelecimento de preços para
Devido à crescente competitividade, antes de formar curto e longo prazo.
preço e definir suas políticas de vendas, as empresas A seguir são demonstradas definições de preço de
deverão fazer um diagnóstico, o mais completo possível, venda com base no retorno do investimento e na
acerca do mercado que atuam, do ambiente externo que está maximização dos lucros.
inserida, da concorrência, além de seus próprios pontos
fortes e fracos existentes em sua estrutura patrimonial.
Além destes aspectos, deverá verificar quais os 9.5.1 PREÇO DE VENDA BASEADO NO
valores que seus clientes atuais, e os clientes em potencial, INVESTIMENTO
estariam dispostos a pagar por seus produtos.
Os outros aspectos que deverão ser considerados Construído com base em percentual previamente
são aqueles referentes aos objetivos da empresa, os quais estabelecido no planejamento.
basearão as políticas de preços a serem adotadas. Para calcular o preço de venda são necessários os
Só após estas verificações e com enfoque de fora seguintes elementos:
para dentro, é que as empresas deveriam, então, decidir 1. custos e despesas totais padronizados para o período; e,
quais os preços de vendas que poderão praticar. 2. identificação do total investido para o período.
Sobre esses aspectos a serem analisados, Santos Utilizando elementos:
(1999, p.22) apresenta o que denomina de Etapas
Operacionais para a estruturação sistêmica do preço de Despesas + (% Retorno x Capital Investido)
venda, a partir do enfoque econômico. São elas: Custo Total
1. Avaliação estratégica das variáveis externas não-
controláveis; Utilizando valores: despesas: $400.000,00
2. Caracterização do ambiente de competição de mercado; capital investido: $4.000.000,00
3. Projeção da demanda de mercado e do produto; retorno definido: 20%
Observa-se que os melhores preços de venda estão entre R$ 36,00 e R$ 34,00, para os volumes de 1.200 a 1.300
unidades, capazes de gerar os lucros de R$ 6.200,00 e R$ 6.400,00 respectivamente.
O problema deste método se encontra na determinação dos volumes que serão ou não aceitos pelos clientes, fato que
estudos estatísticos e comportamentais poderão contribuir.
O quadro 03 abaixo demonstra, de forma simplificada, as diferenças entre o Custeio Direto e o Custeio por Absorção:
Quadro 03 – absorção x direto no preço de venda
Verifica-se que a definição do mark-up dependerá do Esta situação se aplica aos relacionamentos entre as
método de custeio utilizado. áreas de responsabilidades.
A forma que se demonstrou os custos diretos e sua Ele aparece quando uma empresa descentraliza suas
relação com o preço de venda neste exemplo, indica como operações, segregando em unidades fisicamente separadas,
as informações podem ser utilizadas como na formação do embora possam, cada uma, realizar apenas uma das fases do
preço de venda. É importante ressaltar que o mark-up é processo produtivo.
somente um guia, não constituindo-se no único indicador De outro modo, a descentralização também poderá
para todos os produtos. É fato que as empresas não acontecer caso a empresa objetive atuar em outros
possuem, sempre, um só produto, sendo que, na formação segmentos do mesmo mercado, ou até em outros mercados.
dos preços e a avaliação da lucratividade por linha de Normalmente quando uma área de responsabilidade
produto, não se deve trabalhar com um fator de mark-up não for inteiramente independente e separável, os bens e
único ou médio, e sim, com diversos fatores individuais, os serviços que produz serão transferidos pelo custo de
mais adequados a cada um dos produtos. produção, podendo prejudicar uma análise mais eficiente do
Embora a utilização somente dos custos diretos processo produtivo e o resultado geral desta área.
“retrata de alguma forma a variação dos custos pelo volume De outra forma, com as possibilidades de tecnologia de
de atividades” (Cia & Cia – 1998:289), a utilização processamento de dados existentes, a identificação do preço
gerencial do Custeio Variável permite o destaque dos custos de transferência ampliou-se para um conjunto complexo de
variáveis, fato que contribui nas análises sobre o procedimentos.
desempenho destes elementos quanto aos aspectos Um destes procedimentos é aquele que
qualitativos e quantitativos obtidos no processo produtivo. busca medir o desempenho dos segmentos
Por outro lado, a utilização somente do Custeio divisionais, através do relacionamento entre o
Variável faz com que sejam desconsideradas outras Capital Investido e o Lucro obtido, fato que
atividades, as quais poderão estar ligadas aos custos fixos,
provoca a compreensão e análise do conceito de
como parâmetros de variação no custo unitário.
Para as empresas que descentralizadas suas fases lucro por parte de todos os envolvidos,
operacionais, na forma de divisões distintas, ou mesmo contribuindo para aumentar o interesse em
constituindo controladas ou coligadas, os chamados Preços alcançar uma adequada taxa de lucro.
de Transferências é que deverão ser um dos fatores que Adotando-se o conceito de lucro nas transferências,
mais impactam os preços de vendas de cada área de torna necessária a definição da receita, sendo esta, então,
responsabilidade. parcela do custo da unidade receptora. Assim, o preço com
o qual se fazem as transferências obriga a análise periódica
sobre todos os processos incorridos, o que pode revelar
10.3 COM BASE NOS PREÇOS DE pontos fracos em algum processo que ocorra em alguma das
TRANSFERÊNCIA áreas que se relacionam.
Os métodos mais utilizados para a
Segundo Limberg et al (1997:69): “um preço de definição dos preços de transferências são: custo
transferência é a quantia cobrada por uma companhia por
real, custo padrão, custo padrão mais margem,
um produto ou serviço que forneceu a uma companhia
relacionada, como uma transferência entre uma matriz e sua preço de mercado e preço administrado.
filial, ou subsidiária.” Aqueles baseados nos custos podem não contribuir
para empresas com estruturas descentralizada que precisam
medir o desempenho de suas unidades, além dos fatores já
citados quanto aos métodos de acumulação dos custos. 10.4 COM BASE NO CUSTEIO ABC
Outro aspecto sobre custos é a responsabilidade, pois, a
controlabilidade destes custos causa alguma confusão entre Através deste método, buscam-se as atividades que
os gestores divisionais e, entre estes e a Alta Administração contribuem, de forma específica e mais direta possível no
da empresa. Este aspecto será analisado no item 7. processo produtivo.
Diante destes aspectos, a opção mais indicada por Utilizando ferramentas próprias, procura identificar
vários autores constantes na Bibliografia pesquisada para a todos os gastos relacionados às atividades produtivas,
formação dos preços de Transferência são os valores transferindo os recursos consumidos nestas atividades para
praticados pelo mercado, desde que exista um mercado o produto.
externo bem desenvolvido do produto que se procura A identificação das atividades pode ser a seguinte,
transferir. O principal obstáculo é que nem sempre este apresentada no Quadro 04 a seguir, conforme apresenta
mercado existe, principalmente para produtos Atkinson et al (2000, p.136):
intermediários e os semi-acabados.
Atribuindo aos produtos os custos de cada atividade, o valor unitário pretende ser possível, contribuindo para que o
preço de venda a ser formado guarde relação específica com o resultado deste produto.
Outro objetivo deste método e a identificação das atividades que agregavam valor, e as que não agregam, sob a óptica
do mercado que atua.
O cálculo para formação do preço de venda, utilizando o ABC, não será deferente, pois, o que irá mudar será o mark-up,
conforme já verificado quando da comparação entre o Custeio por Absorção e o Custeio Direito.
O quadro 05 a seguir apresenta o estudo de Cia & Cia (1998:290), através da Tabela IX e apresentando o Quadro
Comparativo Custeio Variável x ABC X Lógica da TOC (Teoria das Restrições – outro conceito aplicado à acumulação dos
custos (grifo nosso):
Quadro 05 – Comparação variável x ABC x TOC Segundo Sakamoto et al (1997, p.400), pode-se
observar que o ABC proporciona condições para a obtenção
MESES 1 2 3 das seguintes informações de caráter gerencial:
Variável $ 6.440 $ 7.080 $ 7.880 1. Como reduzir custo:
ABC $ 3.761 $ 5.430 $ 6.923 - Reduzindo o tempo e esforços.
TOC $ 6.000 $ 6.000 $ 7.000 - Eliminando atividades desnecessárias.
- Redistribuindo/ eliminando recursos não
FONTE: Cia & CIA, 1998, p.290) utilizados.
- Identificando custos redundantes.
Cia & ainda complementam: “A, o total de custos e 2. Passos para desenvolvimentos:
despesas projetados variam de acordo com a abordagem - Determinação da missão.
utilizada.” - Comunicação dos objetivos.
Desta forma, quando a formação da variação da - Desenvolvimento das medidas.
mark-us baseia-se no custo, o percentual divisor ou o índice 3. Como analisar atividades:
multiplicador será diferente em decorrência da abordagem - identificando atividades não essenciais.
na acumulação dos custos - Provendo formas de análise das atividades
Embora o elemento Custo seja, normalmente, o que significantes.
mais causa interferência, obviamente que, caso altere o - Examinando ligações entre as atividades.
valor outro elemento componente no cálculo do mark-up, - Analisando o custo da complexibilidade.
também será alterado o preço d venda encontrado. 4. Direciona para a classe Mundial:
Sobre a capacidade de análise proporcionada pelo - Gestão estratégica.
Custeio ABC, vê-se que, Identificando cada atividade, torna - Apoio à Administração.
possível um melhor entendimento do processo, a análise das - Análise do valor agregado da qualidade.
tarefas, o fluxo dos recursos consumidos diretamente nas - Orçamento baseado em atividades, Etc.
atividades primárias, e do apoio, auxiliando a detecção de
problemas existentes nas atividades nos recursos O autor considera que essas ferramentas utilizadas
desperdiçados, e as possibilidades de intervenção (tomada pelo ABC contribuem para que ele seja o sistema de custeio
de decisão) na correção dos desvios (se houver comparação de que a empresa necessita para avaliar, através de análises
com padrões preestabelecidos), ou nas reavaliações e investigações paralelas, as decisões de corto prazo que
periódicas destas mesmas atividades. pretende tomar.
De forma comparativa, pode-se considerar que os
procedimentos que o ABC proporciona sejam similares aos
processos de auditoria, o qual objetiva guiar a empresa monopólios, oligopólios, convênios e concorrências
através de um processo lógico de identificação dos (agressivos e/ou promocionais).
objetivos, medição do desempenho atual, determinação do Existe também aquele que busca envolver tanto os
efeito das práticas atuais e identificação de onde as custos, as decisões de concorrência, e as características do
mudanças são necessárias. mercado, chamado de Método Misto, para o qual Santos
Isso auxilia a empresa a priorizar ações, mas não (1991:125) chama a atenção, afirmando que “seria bastante
modifica a necessária vinculação entre os processos temeroso para a administração de uma empresa estabelecer
operacionais e as estratégias definidas pela Alta preços sem a combinação desses fatores. Cedo ou tarde ela
Administração teria de arcar com as conseqü6encias de sérios erros que
poderiam deixar de ser cometidos.”
11. PREÇO COM BASE NO Outros fatores a serem considerados na formação
de preços com base no mercado é que há setores em que os
MERCADO preços são geralmente ditados apenas pelo mercado, tais
como:
Nos métodos de formação de preço de venda para o - setores de alta tecnologia, devido aos curtos ciclos de vida
mercado, a empresa poderá decidir pela fixação com base dos produtos.
nos preços praticados pelo mercado, deixando, como - setores em que os preços de mercado sejam facilmente
prioridade, uma menor atenção aos seus próprios custos ou conhecidos, como no caso de commoditties; e,
à procura de seus produtos. - setores em que os custos dos produtos são difíceis de
Desta forma, o preço de venda praticado pela determinar.
empresa poderá ser igual, menor ou maior do que o Entretanto é natural que os gestores dediquem
praticado no mercado, dependendo dos objetivos e das maiores atenções aos produtos que alcancem maior
inferências que produz sobre as possíveis influências que lucratividade e é o sistema de custos que vai proporcionar
podem lhe causar os componentes do sistema de informações sobre as margens efetivamente obtidas, Neste
informações baseia-se apenas nos custos integrais e sentido, o ABC se apresenta como um sistema que fornece
históricos em lugar dos custos incrementais (aumento de informações mais acuradas, isto é, mais isentas de erros
volume), ou futuros (derivados dos planos existentes). sistemáticos.
Sobre a formação do preço baseado no mercado, Além disso, há de se considerar que produtos
Motta (1997:35), considera que: fabricados sob encomenda geralmente não possuem preços
As preocupações seguintes sejam tomadas para de mercado disponível, fato proporcionado pela
compatibilizar a formação de uma estratégia de obrigatoriedade da análise de valor efetuada sobre as
preço, quais sejam: atividades.
1. Identificar os custos incrementais e Ampliando os aspectos acerca do método de
evitáveis que são aplicáveis a uma acumulação.
alteração de vendas. Ampliando os aspectos acerca do método de
acumulação de custos que a empresa opte por utilizar, um
2. Calcular a margem de contribuição e
destes aspectos e aquele que se refere à condição, ou
variação das vendas em equilíbrio autonomia descentralizada, do efetivo controle sobre os
relativas à mudança de preço proposta. recursos aplicados no processo produtivo, ou seja, a
3. Avaliar a sensibilidade ao preço por aparte dos controlabilidade, que será analisada no item 8.
compradores, com a finalidade de estimar a
plausibilidade de eles alterarem suas compras
acima ou abaixo da variação das vendas em 11.1 CONTROLABILIADDE DOS
equilíbrio. CUSTOS
4. Identificar os concorrentes e avaliar suas
prováveis reações. Sobre este aspecto, Horngren & Foster, apud Parisi
5. Identificar compradores para os quais os custos, (a995:60), ressaltam que “controlabilidade é o grau de
sensibilidade ao preço e concorrência são influência que um gerente específico tem sobre os custos ou
significativamente diferentes, e segmentá-los com receitas ou outros itens em questão.”
base no preço, onde for possível. Este aspecto é de suma importância em qualquer
6. Calcular as conseqüências em termos de lucro, procedimento que vise a análise dos custos, pois o grau de
aritmética ou graficamente, para diversas e autonomia detido pelo gestor divisional impacta diretamente
prováveis alterações das vendas. a capacidade de decidir sobre a utilização, ou não, de
7. Aceitar ou rejeitar as modificações de preço determinados recursos, fato que influencia diretamente
proposta, considerando os benefícios de resultados sobre o desempenho obtido pelo gestor divisional.
favoráveis, em comparação com os riscos Quando aos processos de controle, Arantes
percebidos de conseqüências desfavoráveis.” (1998:167-178) faz um estudo sobre eles destacando os
seguintes aspectos:
Quando formado com base no mercado, o preço de a) O processo de controle:
venda poderá ser determinado pelos seguintes fatores: 1. avaliação dos resultados.
atividades, reconhecendo quatro níveis de atividades: (1) ou avaliações subjetivas, ou ainda na dificuldade em
algumas são proporcionais ao volume de produção; (2) identificar um custo unitário exato.
outras independem do volume produzido e podem se alterar Estes aspectos tornam primordial o conhecimento
a cada lote produzido; (3) outras alteram de acordo com as dos custos, bem como de todos os elementos que compõem
peculiaridades de cada produto; (4) e finalmente existem a formação do preço de venda, compreendidos pelos que
aquelas que dão suporte a produção, ao nível da instalação.” exprimem a estrutura interna, e aqueles que procuram
Keegan & Eiler (1996:13) referindo-se ao melhor entender os impactos que o ambiente provoca nas operações
desempenho para qualquer sistema de custos, afirma que da empresa.
“sintetize o ABC e reestruture seu sistema de contabilidade O sistema de custos que a empresa se utiliza deverá
de custos. Isto não somente tornará o seu sistema mais estar continuamente em análise quanto a sua capacidade de
eficiente mas seus esforços serão recompensados muito gerar as informações sobre a estrutura interna, necessária ao
mais rapidamente do que você imagina.” pelo conhecimento de seus pontos fracos e fortes,
comparativamente àqueles observados na concorrência.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nestes tempos de busca constante da vantagem
competitiva através do preço de vendas, as empresas não
têm mais como função apenas a geração de lucros e
aumento de seu patrimônio. Mas, sobretudo, um
comprometimento com o ambiente em que está inserida,
através das condições de trabalho, de transferência de
recursos na forma de remunerações diversas, e outros
envolvimentos sociais.
O fato de permitir a execução de atividades que
apresentem ineficiências não contribui para a redução de
seus custos, prejudicando a sociedade como um todo, pois,
o conhecimento de quanto custa seu produto talvez seja a
informação mais importante que as empresas desejem.
Outra informação prioritária é o retorno que a
venda de uma unidade poderá trazer, sobre a qual, talvez,
também não tenha a segurança necessária.
Essa insegurança normalmente decorre de decisões
tomadas de forma empírica, baseadas em dados históricos
BIBLIOGRAFIA
• MATARAZZO, Dante - Análise Financeira de Balanços - Abordagem Básica e Gerencial. Ed. Atlas - 1.995 - SP, 3ª
edição.
• FRANCO, Hilário - Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços - Ed. Atlas -1992 - SP, 15ª edição.