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Gustavo de Souza Portes Meirelles
1 – Introdução
Abordaremos neste capítulo os aspectos de imagem dos tumores mais comuns do mediastino. Existem
2.1 – Timoma
Este é o tumor mediastinal anterior mais comum no adulto, geralmente detectado entre a sexta e a sétima
décadas de vida. A maior parte dos timomas é assintomática. Quinze por cento dos pacientes com
miastenia gravis apresentam timoma; por outro lado, dos pacientes com timoma, 35-40% têm miastenia
gravis.
Na TC, o achado mais comum é a presença de formação expansiva homogênea, de contornos bem
definidos, com densidade de partes moles, no mediastino anterior (figura 1). Deve-se ficar atento aos sinais
de invasão dos tecidos adjacentes e de disseminação pleural, caracterizando timoma invasivo.
Figura 1. TC de tórax sem contraste evidenciando formação expansiva (seta) de forma ovalada,
homogênea, de contornos bem definidos, apresentando densidade de partes moles e localizada no
mediastino ântero-superior. Timoma.
Podem ser congênitos (raros) ou adquiridos. Os adquiridos podem estar relacionados a toracotomia,
tumores tímicos e radioterapia para doença de Hodgkin. A possibilidade de cisto tímico deve ser
considerada quando a lesão apresenta paredes finas, não está associada a lesão expansiva e seu conteúdo
tem densidade líquida ou não apresenta realce após a injeção intravenosa de contraste.
2.3 – Timolipoma
É um tumor benigno, encapsulado, que não invade estruturas adjacentes. É constituído por gordura e por
quantidades variáveis de tecido tímico, sendo mais comum em crianças e adultos jovens. Geralmente
assintomático, pode atingir grandes dimensões, por vezes simulando cardiomegalia. Na TC apresenta-se
como uma formação expansiva na loja tímica com densidade predominantemente de gordura ou de partes
moles, dependendo da sua composição.
Geralmente correspondem a um bócio que se estende para o mediastino, apresentando conexão com o
tecido tiroidiano cervical (figura 3). Na maioria dos casos tais massas se encontram no mediastino anterior
(cerca de 80% das vezes), porém, por vezes, estão no mediastino médio. Os sintomas são relacionados à
compressão do esôfago, traquéia e do nervo laríngeo recorrente.
Estes tumores correspondem a 10-15% das massas primárias do mediastino e provavelmente originam-se
de células germinativas primitivas que interromperam sua migração no mediastino. Na maioria das vezes
localizam-se no mediastino anterior (porém isto não é obrigatório) e apresentam-se entre a segunda e a
quarta décadas de vida. Geralmente são divididos em seminomas e neoplasias não seminomatosas
(teratomas, carcinomas embrionários, tumores do seio endodérmico, coriocarcinoma e tumores mistos).
Mais de 80% dos tumores de células germinativas são benignos, sendo a maioria teratomas. Na TC pode-
se ver uma combinação de cistos com conteúdo líquido, calcificações (encontradas em 20% a 80% dos
casos), tecido com densidade de partes moles e gordura (identificada em metade dos casos), sendo esta
última particularmente importante para a realização do diagnóstico (figura 4).
Figura 4. Lesão arredondada (seta), de contornos bem definidos, com conteúdo gorduroso,
apresentando calcificação periférica, localizada no mediastino anterior. Teratoma.
A doença de Hodgkin corresponde a 20-40% dos linfomas. Há uma distribuição bimodal da doença, com
picos aos 30 e aos 70 anos. O acometimento do tórax é bastante comum tanto na doença inicial como nos
casos de recorrência. Linfonodos em quaisquer cadeias podem estar acometidos, porém comumente os
linfonodos mediastinais superiores estão envolvidos (figura 5). O acometimento hilar pode ser bilateral,
porém é geralmente assimétrico.
Cerca de 60% dos linfomas não-Hodgkin originam-se nos linfonodos e 40% em tecidos extranodais, sendo
que 85% são oriundos de células B e 15% de células T. Podem ocorrer em qualquer faixa etária (idade
média 50 anos) e são mais comuns em pacientes com alteração da imunidade.
Lesão congênita correspondendo a cerca de 60% dos cistos de duplicação do intestino anterior. Na TC
estes cistos geralmente são arredondados, têm contornos lisos e bem definidos, com paredes finas e
atenuação variável, dependendo da composição (figura 6). Podem ser encontrados em qualquer região do
mediastino, porém são mais comuns no mediastino médio e posterior, próximos à carina e na região
paratraqueal.
São revestidos por mucosa do trato gastrointestinal e freqüentemente apresentam conexão com o esôfago.
Localizam-se mais freqüentemente na região inferior do mediastino, adjacente ao esôfago (figura 7).
São conectados às meninges por meio de um defeito na linha média de um ou mais corpos vertebrais e são
compostos por elementos neurais e gastrointestinais. Freqüentemente há conexão com o esôfago e a chave
para o diagnóstico é a anomalia vertebral.
São decorrentes de um defeito na embriogênese da cavidade celômica. A maioria tem contato com o
diafragma, sendo mais comuns à direita. Geralmente são bem delimitados e têm baixa atenuação (figura 8).
Podem se originar em nervos periféricos e nas suas bainhas (neurofibroma, schwannoma, tumor maligno da
bainha nervosa) ou em gânglios simpáticos (ganglioneuroma, ganglioneuroblastoma, neuroblastoma). A
incidência destes tumores varia com a idade. Em crianças, os tumores de origem ganglionar são mais
comuns; em adultos, os de origem periférica são mais freqüentes.
Estes tumores são mais comuns em crianças e neste grupo podemos encontrar o ganglioneuroma, o
ganglioneuroblastoma e o neuroblastoma. O primeiro é um tumor benigno mais comum em adolescentes e
adultos jovens, composto de células de Schwann, colágeno e células ganglionares. Sua aparência é
semelhante à do schwannoma e do neurofibroma (figura 10).
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