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TRAGÉDIA ROMÂNTICA
Aulo Sanford de vasconcellos
(Romance – 199 páginas)
SÍNTESE DA OBRA:
O romance Chica Pelega divide-se em Prólogo e 24 capítulos. No prólogo o autor faz um esboço histórico do
contexto acadêmico e político da época. O narrador apresenta-se como um jornalista aposentado chamado Pedro da
Silva. Inspirado pela leitura do livro de Oswaldo Rodrigues Cabral pensou em escrever um romance, entretanto foi “O
último jagunço” de Euclides J. Felippe que he deu a idéia de traçar a tragetória de Francisca Roberta, a Chica Pelega,
na guerra do contestado.
O sonho da implantação de um império caboclo na região do contestado era o sonho pela terra. Chica Pelega
representa todos os caboclos que perderam a terra nessa luta sangrenta, todos os que sofreram perdas e injustiças. No
ano de 1887 o engenheiro João Teixeira Soares enviou técnicos para realizar trabalhos referentes à linha férrea em
monte, na direção ao Sul. A obra estendia-se desde a Província de São Paulo até Santa Maria da Boca do Monte, na
Província de Rio Grande. Foram dois anos de estudos e com tudo traçado João T. Soares requereu ao Governo
Imperial a concessão para construí-la com a exploração futura e preiteando a cessão de terras dela marginais para
serem colonizadas. João foi atendido e capturou recursos junto aos investidores ingleses e franceses. Ao cabo de cinco
anos a obra estava inacabada e, o governo tinha pressa. Lauro Müller, Ministro da Viação e Obras Públicas,
empenhou-se a entregar a obra a Percival Ferguhar (USA) que assumiu a obra. Em 1910 a obra foi concluída.
A empresa americana criou a Souchean Brazil Lumber Company como sai subsidiária, sob a direção do Mr.
Bishop (Sr. Bicho) que implantou duas gigantes serrarias - Três Barras e Calmon (responsabilidade de Dr. Fino).
Empregaram na obra cerca de 8.000 mil homens arrebanhados nas vielas do Rio de janeiro, Salvador e Recife, a
promessa era de bons salários e iriam mandá- los de volta para as suas cidades. Também trabalharam na ferrovia
alguns homens expulso de suas terras. O engenheiro Finnel organizou um corpo de segurança sob o comando do
Capitão Palhares egresso da polícia do Paraná, reconhecidamente com desumano. Muitos operários ganhavam balas no
bucho em vez de bons salários.
Em 1910 a obra fora concluída e não mais havia necessidade de trabalhadores e os indivíduos recrutados
ficaram rolando, a promessa não foi cumprida. Paralelamente temos a história do surgimento dos três monges, somente
o último vai mencionar a guerra.
I - O capitão Palhares
O capitão Palhares chefiava duzentos pistoleiros que compunham a Força de Segurança da empresa americana
Lamber Company. Era sanguinário, sem qualquer sentimento. Somente o superintendente Dr. Finnel (o Dr.Fino) fazia-
o curvar-se. Venuto Baiano, que havia esfaqueado mortalmente um dos feitores da ferrovia,escapou da justiça do
capitão, logrou-se das bolas de Bocudo e de Dilzo cabeção. Quando Palhares pensava nisso crescia o seu ódio pelos
malfeitos, temia a reação do “Dr. Fino” Entretanto o fugitivo não deixara rastros.
II - Zinho da Chiquinha
Zinho e a Chiquinha sua mulher vieram do Rio Grande e não tinham filhos. Ocuparam uma gleba de terra do
vale do Rio do Peixe. Zinho era um homem trabalhador, bem sucedido, roceiro e negociava excessos da produção
familiar por sal, por pólvora, facão, enxada, pano riscado, couro... Progredia penozamente. Chegou à estrada e Zinho
acreditava que, com ela, tudo iria melhorar. O casal acreditava que um amuleto feito com restos de carvão de uma
fogueira do monge os tinha ajudado na colheita, na fertilidade dos animais de criação e até na gravidez de Chiquinha.
Assim acreditavam. Chiquinha era alegre, trabalhava mesmo na gravidez. O parto ocorreu na lavoura. A filha
Francisca Roberta tinha 3 anos e em 1908 a estrada foi acabada.
V – Planos de casamento
Francisca prometeu à mãe que não iria separar-se dos pais e nem sair das terras onde moravam. Em conversa
com Zico, ela referiu-se com entusiasmo a uma extensão de terra colada à gleba da sua família, pelos fundos, para a
lavoura, as pastagens. Antes de Zico mudar de assunto, ele falou que ao redor das terras do pai dele, também existiam
muitas terras boas a serem trabalhadas. Era onde ele pretendia instalar-se, como já fizera o irmão casado.
A partir daquele momento o relacionamento esfriou. Zico viu seu namoro ameaçado e enchia a namorada de
agrados. Chica adorou um alfinete em metal amarelo, com uma presilha encimado por uma pequena cruz verde que
Zico lhe deu. Zico insistia em morar nas terras do pai, entretanto Francisca guardava em si o seu projeto pessoal.
Até que em setembro de 1911, Zico entregou os pontos e aceitou trabalhar na gleba da família da namorada. O
casamento ficou marcado para novembro.
Havia rumores que a Lumber estava expulsando algumas famílias mais ao norte. Zico não temia porque ele
estava ali desde 1875, quando ainda nem se cogitava a linha férrea.
IX – Chica pelega
Chica e seu grupo chegaram em Taquaruçu exaustos e com fome. Recebem comida de graça e depois
conseguem abrigo em um alojamento coletivo.
Em 6 de agosto de 1912, dia de celebração ao culto do Bom Jesus em Taquaruçu. O bodegueiro Praxedes
Gomes Damasceno, O Xandoca, dono das terras, trazia sal, açúcar mascavo, as gasosas,as bebidas fortes e ainda
prendas para o rodeio.
Elegia-se um Imperador-festeiro, estouravam fogos de artifícios e estampidos de 44 tocavam sobre Monarquia
e República. O Monge pregava em nome dos despossuídos. Em meio à pregação Chiquinho de Almeida presenteou o
Monge José Maria com uma espada de Coronel da Guarda Nacional.
Francisca e a mãe juntaram-se aos fiéis para receber a benção do Monge. Francisca observou uma menina de
branco com flores no cabelo, imóvel diante da cruz. Aparentava 14 anos, seus olhos se cruzaram. Era Maria Rosa. Os
dias sob a liderança do Monge seguiram-se e Francisca tratava os doentes com dedicação. Um dia, como
agradecimento, ganhou um cavalo de um estancieiro.
XI – A gleba ocupada
Chica Pelega nem completara 18 anos e embrutecera, perdendo a capacidade de sonhar. Tinha pena da mãe e
dedicava-se a ela e aos enfermos. À volta a Estação Limeira foi decepcionante, a caboclada continuava sendo enxotada
pelos homens de Palhares. Sofriam restrições até para comprar nos armazéns. As terras do vale eram destinadas pela
Lumber aos estrangeiros.
Chica foi até o sítio que era de sua família e revoltou-se ao ver que tinha sido ocupado por outra família. Ela
viu perto do paiol um menino louro e apesar da aparência de Chica, o menino sorriu-lhe.
A guerreira enterneceu-se, lembrou da família e de Zico. Malditos eram os donos da estrada de ferro, não
aquela gente. Chica pegou na roupinha da criança um alfinete com uma pequena cruz de metal. Surpreendida pelo pai
da criança, a moça entrou na floresta indo encontrar- se com seu grupo. Rumaram para o oeste.
XXIII – A seqüestrada
Os jagunços andavam a passos lentos e em um final de tarde avistaram as antigas casas dos trabalhadores da
ferrovia. Terminada a obra, os núcleos habitacionais forma esvaziados. Os desabrigados não ousavam ocupara aquelas
casas senão pagariam caro o atrevimento. Algumas casas ainda continuavam em pé e em uma delas havia uma vida
clandestina, percebia – se uma claridade. De fato uma adolescente fora enclausurada por Bocudo, há duas semanas. A
família dela fora destruídas pelos homens de Palhares, Bocudo a ganhou em uma disputa. Tremia de medo, não tinha
como fugir, eles a perseguiriam. Bocudo lá fora bebia feliz, não podia queixar – se da vida. Tinha poder e era
respeitado, até o Capitão o elogiara. Pensava na potranquinha, ele adorava vê-la assustada. Ritinha acuada ouvia o
cavalo aproximar – se e sentia o corpo tremular.
Um laço atirado das sombras arrancou Bocudo de seu cavalo e arrastou – pelo chão. Na medida em que o
corpo ia sendo arrastado, ouvia- se os urros que foram diminuindo. Um ou outro cavaleiro aproximou – se de Bocudo
e , despiu o moribundo, atalhou- se as mãos e os pés e iniciou um percurso pelas partes reprodutoras. A criatura
castrada urrava. Ritinha ouvira os grunidos e conseguira perceber que era de Bocudo. Sem raciocinar forçou a janela e
saltou livre avançando pela picada do mato, mas foi vista. Os dois cavaleiros e perguntaram se ela era a que estava na
casa. Os três rumaram para Caranguatá.
PERSONAGENS
Cel. João Gualberto – o objetivo era castigar os invasores catarinenses em terras do Paraná. Porque aquilo nada mais
era do que preconcebida invasão do Paraná por gente de Santa Catarina, estando na raiz daquele proposital
procedimento o litígio judicial tendo por objeto o estabelecimento da fronteira interestadual. Era o Comandante Geral
em pessoa no Faxinal do Irani. Não admitia concessão de prazos.
Capitão Palhares – homem violento que venerava o Superintendente Sr. Finnel que chefiava a Força de Segurança da
empresa americana Lumber Company. Homem sem sentimento.
Zinho da Chiquinha – homem trabalhador, bem sucedido, roceiro, bom negociante - pai de Francisca Roberta.
Chiquinha - olho torto, sempre alegre, era uma máquina de risonha, trabalhou até na gravidez - mãe de Francisca
Roberta.
Zico – rapaz direito e trabalhador, tinha calos nas mãos, filho de Zecão Amaro, encantou-se por Francisca.
Francisca Roberta – Chica Pelega - cabelos ondulados, olhos castanhos brilhantes, alta, tinha uma habilidade natural
para lidar com animais, ficou noiva de Zico, que morreu.
Bocudo – parceiro de Dilzo Cabeção interessou-se por Francisca quando a viu dançando com Zico na inauguração da
ferrovia.
Ninica – gêmea do Jerônimo, alegre, tola, desmiolada. Foi estuprada por vários homens. Bocudo e os amigos
violentaram-na, ela lutou e morreu.
Zecão Amaro - pai de Zico, morto junto com a família pelo bando do Capitão Palhares.
Juca Ruivo – tabelião de profissão servil por natureza.
Francisco Albuquerque - Superintendente de curitibanos, orgulhava-se do seu sucesso pessoal na carreira política.
Tinha atuado em favor dos maragatos, quando ajudara as falanges guerreiras, federalistas, do Cisplatino Gumercindo
Saraiva. Foi sempre um lutador militante, estabeleceu-se em Curitibanos, de início com um pequeno comércio, logo
passou a fazer oposição política ao fazendeiro Henrique de Almeida, o então Superintendente de Curitibanos. Na
segunda tentativa venceu as eleições para a superintendência apoiado por Vidal Ramos, governador do Estado. Diziam
ter o hábito de colecionar as orelhas de seus desafetos.
Praxedes Gomes Damasceno – O Xandoca – dono das terrras onde realizavam a festa do Bom Jesus (Taquaruçu),
bodegueiro, diziam que ele simpatizava com o monge. Apreenderam um carregamento de armas que vinha para
Xandoca. Este foi reclamar junto ao coronel, levou um tiro e no dia seguinte morreu na cadeia.
Benevenuto luno – Venuto Baiano - Era um robusto mulato de gengivas roxas e tez clara, daquela alvura opaca
própria da mestiçagem, com a cara servida por olhos maus e narinas largas guarnecendo- lhe o casco da cabeça um
compacto tapete de cabelos enroscados. Homem de gestos rápidos, emocionalmente instável, mudava
inexplicavelmente de humor numa fração de instantes. Era extremamente corajoso, sem dúvida, porém imprevisível.
De índole claramente insubmissa, comprazia-se contudo em impor aos outra conduta disciplinada. Destacou-se logo
um bom instrutor, sendo bastante entendido do manejo das armas, tanto as brancas quanto as de fogo.
Manuel Alves – O Manecão- imperador festeiro na festa do Bom Jesus.
Eusébio Ferreira dos Santos- pai dos meninos (Manoel, Joaquim) e da neta (Teodora) responsáveis pelas mensagens
do monge
Chico ventura - tropeiro Francisco Paes de Farias, conhecido por Chico Ventura, outro grande criador de casos.
Henriquinho de Almeida – filho do Ex- Superintendente de Curitibanos,o fazendeiro Henrique de Almeida, a quem
Francisco de Albuquerque fazia uma acirrada oposição.
Manoel – ex- o Menino de Deus ,entretanto engravidou as virgens e apanhou e foi deposto, foi expulso da cidade
Santa.
Zé Biriva –mestiço de guarani, criatura de pouco assunto, reservado, revelou-se um elemento indispensável na captura
das reses cavalgando, e alçando o seu laço, jamais errava um par de chifres. Jerônimo, o açougueiro e o laçador
tornaram – se amigos.
Joaquim –também era filho de Eusébio e Querubina, substituiu Manoel, com a idade de 16 anos, o novo sensitivo
recebia agora as mensagens espirituais do Monge.
Teodora. Uma criança, neta do velho Euzébio. Teve um contato com o Ressuscitado, em Perdiz Grande, e mais alguns
ligeiros contatos posteriores, e perdeu a capacidade de mediação espiritual. "Perdeu o aço", segundo foi explicado
pelos entendidos, sendo substituída, pelo Menino de Deus Manoel. Filho, por coincidência,
Jerônimo – sabia carnear rês com destreza, tinha uma irmã gêmea retardada, a Ninica. Esta foi morta por Bocudo e
seus companheiros.
Neném do Rio - tapejara um dos seus fiéis cacundeiros,
Henrique Rupp Júnior - nascido ,em Campos Novos, o perfumado moço, estudara em Porto Alegre e se formara
bacharel.Aproximou – se de Henriquinho e falava da necessidade de alternância de poder.
Maria Rosa, - uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já
que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos
cabelos e no fuzil".
QUESTÔES
1) Marque verdadeiro ou falso de acordo com as afirmativas abaixo.
I - A obra enfoca a Guerra do Contestado, que teve por cenário o planalto catarinense, palco do mais violento e
prolongando movimento armado da história do país.
I I -O autor é um velho jornalista que, irrequieto na sua aposentadoria, destacou dentre os protagonistas dos combates,
a figura de Francisca Roberta, a brava Chica Pelega, heroína da Cidade Santa de Taquaraçu.
I I I - Chica Pelega segundo o autor A. Sanford de Vasconcellos é uma personagem desconhecida da revolta entre
jagunços e as tropas do Exército Nacional que se arrastou pelo Planalto e Meio-Oeste de Santa Catarina de 1912 a
1916.
I V- A guerreira entra para a história de Santa Catarina aos 16 anos, quando o pai é morto pelas tropas do Exército, que
vieram para o Sul do Brasil proteger a construção de uma estrada de ferro, patrocinada pela empresa norte-americana
Brazil Railway, ligando União da Vitória (PR) até o Rio Grande do Sul.
a) Apenas a afirmativa I e I V estão corretas
b) Apenas a afirmativa I I e I V estão corretas
c) Apenas a afirmativa I e I I I estão corretas
d) Apenas a afirmativa I I e I I I estão corretas
e) Todas estão corretas.
2) Marque a afirmativa correta de acordo com as afirmações abaixo sobre o livro Chica Pelega – a guerreira de
Taquaruçu de Aulo Sanford de Vasconcellos.
I - Chica Pelega morrre no final da narrativa. Por causa da mãe doente, Chica decide ficar em Caraguatá, próximo a
Caçador, e não seguir para uma batalha em que os homens iriam enfrentar os oficiais. No local ficaram mulheres,
velhos e crianças, pois na visão dos guerreiros, estes seriam poupados do ataque do Exército. No ataque, os oficiais
não pouparam ninguém.
I I - A Guerra do Contestado se inicia com a revolta dos sertanejos que moravam na região do Contestadoe foram
expulsos pelos agentes de segurança. Os posseiros não admitiam o comando do Dr. Finnel, tinham acertado que
ajudariam na Construção da Ferrovia, mas teriam que receber um salário por mês.
I I I - Agentes do Exército atacam as casas e as plantações dos caboclos. No dia em que o pai é morto, Chica Pelega e a
mãe escapam da morte por acaso. Com a roupa no corpo, Chica parte em busca de um grupo que pudesse defender o
pouco que ainda restava das terras. Os que não obedeciam os editais eram mortos e tinham suas casas incendiadas.
I V - Provavelmente nascida em Joaçaba, Chica Pelega ficou conhecida por liderar o grupo que liqüidou os agentes do
Exército Nacional na localidade de Taquaruçu, em Curitibanos.
A) Somente as afirmativas I e IV estão corretas
B) Somente as afirmativas I I e IV estão corretas
C) Somente as afirmativas I e I I I estão corretas
D) Somente as afirmativas I e II I e I V estão corretas
E) Somente as afirmativas I I e I I I estão corretas
Possuidora de energia invejável, irmã forte da natureza, Chica Pelega mais uma vez ganhou pronto destaque
nos trabalhos do arraial. Voltou a cuidar de doentes, cerzia, ajudava a erguer casebres, puxava na forma salmos e
orações, aprestava-se na charqueada, coadjuvada em tudo pela sua mãe. Essa sua atividade febril, já conhecida de
Chico Ventura, rendeu-lhe também, declaradamente, as simpatias do velho Euzébio, e ambos costumavam apontá-la
como um bom exemplo a ser seguido. Em reconhecimento ao mérito presenteava, desta vez o próprio Chico Ventura,
com um cavalo de boa linhagem campeira, ágil de pernas e sensível ao comando, significando um gesto de inegável
distinção. "Era cavalo do meu uso", falou-lhe o doador, tropeiro de profissão, com esse aval garantindo-lhe a
linhagem e valorizando a dádiva.
De vez em quando algum devoto, secundando nisso o Menino de Deus Manoel, anunciava ter visto a cinti-
lante figura de José Maria cruzando os céus do arraial montado no seu cavalo alado. Contudo tais aparições,
seletivas, somente aconteciam de modo esporádico, absolutamente aleatório. E delas ninguém duvidava.
Embora fosse Chica Pelega muito devota do Monge, ela, por mais que olhasse para cima, nunca foi
contemplada com a especial distinção de vislumbrar a santa e iluminada figura do profeta cavalgando no espaço,
pelas fímbrias do horizonte. E não a via porque, nela, "faltava o aço" - assim lhe explicaram. "Si tu num tem aço tu
num pode vê", conforme mais de uma vez lhe repetiram. Diante de tal impossibilidade, Chica Pelega resignou-se.
Contentava-se em ouvir o testemunho de outros devotos, os venturosos detentores do referido "aço", os quais
descreviam - lhe, em detalhes, a gloriosa galopada de São José Maria por entre as nuvens, riscando o céu no seu
cavalo alado; e ela os ouvia com o coração cheio de contrição e de fé.
4) De acordo com o romance e apoiado no excerto acima, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO
a) Voltou a cuidar de doentes, cerzia, ajudava a erguer casebres, puxava na forma salmos e orações, aprestava-se na
charqueada, coadjuvada em tudo pela sua mãe. É um período composto por coordenação.
b) E não a via porque, nela, "faltava o aço" - assim lhe explicaram. "Si tu num tem aço tu num pode vê", conforme
mais de uma vez lhe repetiram.Os pronomes representam respectivamente a figura do monge,Chica, Chica e
Chica.
c) Embora fosse Chica Pelega muito devota do Monge, ela, por mais que olhasse para cima, nunca foi contemplada
com a especial distinção (...) A oração em destaque é uma oração subordinada adverbial concessiva.
d) Possuidora de energia invejável, irmã forte da natureza, Chica Pelega mais uma vez ganhou pronto destaque nos
trabalhos do arraial. As expressões em destaque são adjuntos adverbiais.
e) A figura de José Maria era vista pelos devotos e até pelo devoto Menino de Deus Manoel, entretanto Chica Pelega
nunca possuía o referido “aço” para vê-lo.
6) De acordo com o excerto e o livro Chica pelega marque a única alternativa INCORRETA.
a) A personagem Chica Pelega tinha o dom de cuidar dos doentes e ganhou um cavalo do tropeiro Chico Ventura como
reconhecimento pelas atitudes da moça.
b) Eusébio tinha admiração por Chica e desejava que seu filho Chico ventura casasse com a moça.
c) Chica era devota, tinha o coração cheio de fé, ajudava nos trabalhos do arraial e por isso era admirada.
d) Francisca Roberta era uma moça determinada e restou – lhe somente a mãe, já que seu noivo e o pai foram mortos
pelos homens da ferrovia,
e) O tropeiro afirmou que dera à Francisca Roberta o melhor cavalo e garantindo a importância do presente.
Os sertanejos, mesmo adotando o discurso religioso de defesa da ‘santa religião’, que se converteu numa
linguagem usual da rebelião, tinham clareza quanto às forças com as quais estavam lutando. Seus alvos principais
foram os chefes políticos locais, os grandes fazendeiros e comerciantes, os especuladores de terras e os interesses
estrangeiros na região (a Brazil Railway e a Lumber). O movimento rebelde identificou, desde o início, a
marginalização crescente dos caboclos e da gente ‘de cor’, ao passo que cresciam os privilégios e estímulos à
europeização do território planaltino. (MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranças do Contestado. São Paulo: Unicamp,
2004, p. 34.)
8) No início do século XX, ocorreu, no Paraná, um sangrento conflito armado que ficou conhecido como A
Guerra do Contestado. A respeito da Guerra do Contestado, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Foi uma guerrilha camponesa inspirada no movimento maoista chinês que visava implantar no Paraná um modelo
camponês de revolução.
B) As raízes da revolta estavam na situação de descontentamento da população pobre da região, somada à ação da
empresa Brazil Railway, que demitiu 8 mil trabalhadores após a conclusão da ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul.
C) A Guerra do Contestado ocorreu na divisa do Paraná com Santa Catarina entre os anos de 1912 e 1916 e resultou na
morte de 20 mil combatentes camponeses que participaram do levante.
D) O Movimento teve como grande líder o místico José Maria, que falava na formação de uma "monarquia celeste" e
prometia o retorno do rei dom Sebastião para fazer justiça aos pobres e oprimidos.
E) A chamada Guerra do Contestado terminou com a vitória das tropas oficiais, lideradas pelo general Setembrino,
sobre os guerrilheiros.
10) Chica era cada manhã escura. Chica esfarrapada. Chica ninguém. [...] Ela é plural, ela são gotas de injustiças
pingando rútilos do firmamento de cada vertente do Cosmos de cada ramo da floresta, de cada braço de rio,
impossível fingir ignorá-la.
Marque a alternativa correta.
a) Na oração A temos uma comparação
b) Na oração B temos uma prosopopéia
c) Na expressão C temos uma catacrese
d) Chica esfarrapada. Chica ninguém – os vocábulos destacados são respectivamente substantivo e adjetivo.
e) [...] impossível fingir ignorá-la – o pronome pessoal em destque refere-se ao substantivo floresta.