Sei sulla pagina 1di 156

PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL SUSTENTÁVEL

DOS RECURSOS VIVOS DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA


Ministério do Meio Ambiente - MMA

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

PARANÁ

SANTA CATARINA

RIO GRANDE DO SUL

BIODIVERSIDADE BÊNTICA DA REGIÃO


SUL-SUDESTE DA COSTA BRASILEIRA

Maio
2003
REVIZEE Score Sul – Bentos

BIODIVERSIDADE BÊNTICA DA
REGIÃO SUL-SUDESTE DA COSTA
BRASILEIRA

A. Cecília Z. Amaral
Paulo C. Lana
Flávio C. Fernandes
João C. Coimbra

Coordenação Geral REVIZEE – Score Sul


Carmen L. D. B. Rossi-Wongtschowski
Depto. Oceanogr. Biol., Inst. Oceanográfico, Universidade de São Paulo

Coordenação Bentos REVIZEE – Score Sul


Antônia Cecília Zacagnini Amaral
Depto. Zoologia, Inst. Biologia, Universidade Estadual de Campinas

Responsáveis Estaduais
Rio de Janeiro
Flávio da Costa Fernandes
IEAPM – Inst. de Estudos do Mar “Almirante Paulo Moreira”

São Paulo
Antônia Cecília Zacagnini Amaral
Depto. Zoologia, Inst. Biologia, Universidade Estadual de Campinas

Paraná/Santa Catarina
Paulo da Cunha Lana
Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná

Rio Grande do Sul


João Carlos Coimbra
Depto. Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Esta publicação deve ser citada como:


Amaral, A.C.Z., Lana, P.C., Fernades, F.C. & Coimbra, J.C. 2003. Biodiversidade bêntica da
região sul-sudeste da costa brasileira. REVIZEE Score Sul – Bentos. São Paulo: Editora......

ii
AUTORES ESPECIALISTAS

Porifera
Eduardo Hajdu. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
hajdu@acd.ufrj.br
Cristina P. Santos. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
csantos@mn.ufrj.br
Daniela A. Lopes. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
danielalopes@mn.ufrj.br
Maíra V. de Oliveira. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
mairaventura@mn.ufrj.br
Maria Cláudia F. Moreira. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
mclaudiabio@hotmail.com
Mariana de S. Carvalho. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
mscarvalho@mn.ufrj.br
Michelle Klautau. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, CCS, Cidade Universitária, 21941-000, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
mklautau@biologia.ufrj.br

Cnidaria
Hydrozoa
Álvaro E. Migotto. Centro de Biologia Marinha, Universidade de São Paulo, Rodovia Manuel H.
do Rego, 11600-970, São Sebastião, SP, Brasil. E-mail: aemigott@usp.br
Antônio Carlos Marques. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: marques@ib.usp.br
Scyphozoa
Gerhard Jarms. Zoologisches Institut und Zoologisches Museum, Universität Hamburg, Martin-
Luther-King Platz 3, 20146 Hamburg, Germany. E-mail: gerhard.jarms@zoologie.uni-
hamburg.de
André C. Morandini. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, C.P. 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: acmorand@usp.br
Fábio L. da Silveira. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, C.P. 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: fldsilve@usp.br
Anthozoa
Débora O. Pires. Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de
Invertebrados, Quinta da Boa Vista, São Cristovão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-
mail: dopires@openlink.com.br
Clóvis B. Castro. Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de
Invertebrados, Quinta da Boa Vista, São Cristovão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-
mail: cbcastro@pobox.com
Marcelo S. Medeiros. Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de
Invertebrados, Quinta da Boa Vista, São Cristovão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-
mail: semeraro@acd.ufrj.br
Cristovam M. Thiago. Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de
Invertebrados, Quinta da Boa Vista, São Cristovão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-
mail: cristovammuniz@zipmail.com.br

iii
Sipuncula
Gisele Y. Kawauchi. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. Centro de Biologia Marinha, Universidade
de São Paulo, Rod. Manoel H. do Rego km 131,5, 11600-970, São Sebastião, SP, Brasil. E-
mail: gyka@ib.usp.br
Álvaro E. Migotto. Centro de Biologia Marinha, Universidade de São Paulo, Rodovia Manuel H.
do Rego, 11600-970, São Sebastião, SP, Brasil. E-mail: aemigott@usp.br

Mollusca
Gastropoda
Cintia Miyaji. Faculdade de Ciências Ambientais, UNIMONTE, Santos, SP, Brasil. E-mail:
cintiamiyaji@unimonte.br
Bivalvia
Eliane P. Arruda. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo,
CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: lili_arruda@yahoo.com.br
Mônica P. Quast. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: mpquast@hotmail.com
Maria Angélica O. Gonçalves. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade
Estadual de Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail:
marytanag@yahoo.com.br.
Aline A. Araújo. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: amarelaguri@hotmail.com.
A. Cecília Z. Amaral. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP. E-mail: ceamaral@unicamp.br
Gastropoda & Bivalvia - Rio Grande do Sul
Inga Ludmila Veitenheimer Mendes. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500 , Prédio 43435, Sala
201, 91501-970, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. E-mail: inga.mendes@ufrgs.br.
Fábio Wiggers. PPG-BAN, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500 , Prédio 43435, Sala 201, 91501-
970, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. E-mail: fwiggers@yahoo.com.br.
Daniel Mansur Pimpão. PPG-BAN, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500 , Prédio 43435, Sala
201, 91501-970, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. E-mail: danielpimpao@yohoo.com.br.
Cephalopoda, Polyplacophora & Solenogastres
Luiz Ricardo L. Simone. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Cx. Postal 42594;
04299-970 São Paulo, SP, Brasil. E-mail: lrsimone@usp.br.

Annelida
Polychaeta
A. Cecília Z. Amaral. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP. E-mail: ceamaral@unicamp.br
Paulo C. Lana. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - CEM/UFPR, Av.
Beira Mar, s/n, 83255-000, Pontal do Sul, PR, Brasil. E-mail: lana@ufpr.br
Phyllodocidae, Chrysopetalidae, Pisionidae, Hesionidae, Pilargidae, Glyceridae,
Goniadidae, Paralacydoniidae, Nephtyidae, Sphaerodoridae, Fauveliopsidae
Alexandra E. Rizzo. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: aerizzo@hotmail.com
Amphinomidae, Euphrosinidae, Dorvilleidae, Eunicidae, Lumbrineridae, Oenonidae,
Onuphidae
Tatiana M. Steiner. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E.mail: tatins@unicamp.br.

iv
Cirratulidae, Flabelligeridae, Ampharetidae, Pectinariidae Spionidae
Erica V. Pardo. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: evpardo@sigmanet.com.br.
Nereididae
Cinthya S. G. Santos. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - CEM/UFPR,
Av. Beira Mar, s/n, 83255-000, Pontal do Sul, PR, Brasil. E-mail: csgomes@cem.ufpr.br.
Tatiana M. Steiner. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: tatins@unicamp.br.
Orbiniidae, Paraonidae
Alessandra C. Carvalho. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual
de Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail: leecarvalho@uol.com.br.
Capitellidae
Maria Fernanda R. Wagner. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade
Estadual de Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP, Brasil. E-mail:
mfernandawagner@yahoo.com.br.
Trichobranchidae
André Senna Garrafoni. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - CEM/UFPR,
Av. Beira Mar, s/n, 83255-000, Pontal do Sul, PR, Brasil. E-mail: agarrafoni@lycos.com.
Magelonidae
Ana Claudia Santos Brasil. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná -
CEM/UFPR, Av. Beira Mar, s/n, 83255-000, Pontal do Sul, PR, Brasil. E-mail:
acbrasil@uol.com.br.
Poecilochaetidae
Zeldon Ribeiro. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - CEM/UFPR, Av.
Beira Mar, s/n, 83255-000, Pontal do Sul, PR, Brasil. E-mail: zribeiro@cem.ufpr.br.
Syllidae, Sabellidae, Serpulidae, Terebellidae
João M. M. Nogueira. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: nogueira@ib.usp.br.
Adriano Abbud. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo,
CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil.
Maíra C. S. Rossi. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo,
CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil.
Marcelo V. Fukuda. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, CP 11461, 05422-970, São Paulo, SP, Brasil.

Crustacea
Decapoda & Stomatopoda
Paulo R. Nucci. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, CP 7172, 01064-970, São Paulo,
SP, Brasil. E-mail: paulonucci@hotmail.com.
Gustavo A. S. de Melo. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, CP 7172, 01064-970, São
Paulo, SP, Brasil. E-mail: gasmelo@usp.br.
Gustavo A. S. de Melo-Filho. FCBEE/Universidade Presbiteriana Mackenzie São Paulo, SP,
Brasil. E-mail: gustavo@mackenzie.com.br.
Oswaldo Campos Júnior. Universidade São Camilo, Campus Ipiranga, Av. Nazaré, 1501, Ipiranga,
04263-200, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: oswaldocamposjr@aol.com.
Tanaidacea/Peracarida
Kátia Christol dos Santos. Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico,
Universidade de São Paulo, CP 66149, CEP 05315-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail:
kchristol@ceres.io.usp.br.

v
Bryozoa
Maria Angélica Haddad. Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Paraná. CP 19.020, 81531-990, Curitiba, PR, Brasil. E-mail: hadaman@bio.ufpr.br.
Facelúcia Barros Cortes Souza. Laboratório de Estudos Costeiros, Instituto de Geologia,
Universidade Federal da Bahia. Rua Caetano Moura, 123, 40210-340, Salvador, BA, Brasil.
Ricardo Vieira da Silva. Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, CP 19020,
81531-980, Curitiba, Paraná, Brasil.

Brachiopoda
Marcello Guimarães Simões. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade
Estadual Paulista, Distrito de Rubião Júnior, s/n., CP. 510, Botucatu, SP, Brasil. E-mail:
btsimoes@ibb.unesp.br

Echinodermata
Ophiuroidea
Michela Borges. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CxP 6109, CEP- 13083-970, Campinas, SP, Brasil. Pós-graduação Universidade
Estadual Paulista - Rio Claro, CxP 199, CEP- 13506-900, SP, Brasil. E-mail:
michela_borges@hotmail.com
A. Cecília Z. Amaral. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de
Campinas, CP 6109, 13083-970, Campinas, SP. E-mail: ceamaral@unicamp.br
Ana Maria G. Monteiro. Departamento de Zoologia, Universidade Estadual Paulista, CxP 136,
CEP- 15001-970 S. J. Rio Preto, SP, Brasil. E-mail: monteiro@riopreto.com.br
Asteroidea, Crinoidea, Echinoidea, Holothuroidea
Luiz R. Tommasi. Departamento de Oceanografia Biológia, Instituto Oceanográfico, Universidade
de São Paulo, CP 66149, CEP 05315-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail:
tommasi@fundespa.com.br.

Chordata
Urochordata/Ascidiacea
Rosana Moreira da Rocha. Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, UFPR, CP
19020, 81531-980, Curitiba, Paraná, Brasil. E-mail: rmrocha@bio.ufpr.br.

vi
Conteúdo
AGRADECIMENTOS IX

RESUMO X

ABSTRACT XI

1. INTRODUÇÃO 1

2. MATERIAIS, MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E TRATAMENTOS 3

3. ÁREA DE ESTUDO 12

4. MACROFAUNA BÊNTICA 17

5. INVENTÁRIOS DE DIVERSIDADE 27

FILO PORIFERA 28
Eduardo Hajdu, Cristina P. Santos, Daniela A. Lopes, Maíra V.
de Oliveira, Maria Claudia F. Moreira, Mariana de S. Carvalho
& Michelle Klautau

FILO CNIDARIA 34

CLASSE HYDROZOA 35
Álvaro E. Migotto & Antônio Carlos Marques

CLASSE SCYPHOZOA / ORDEM CORONATE 38


Gerhard Jarms, André C. Morandini & Fábio L. da Silveira

CLASSE ANTHOZOA 41
Débora O. Pires, Clóvis B. Castro, Marcelo S. Medeiros &
Cristovam M. Thiago

FILO SIPUNCULA 44
Gisele Y. Kawauchi & Álvaro E. Migotto

FILO MOLLUSCA 47

CLASSE GASTROPODA 48
Cintia Miyaji

CLASSE BIVALVIA 57
Eliane P. Arruda, Mônica P. Quast, Maria Angélica O.
Gonçalves, Aline A. Araujo & A. Cecília Z. Amaral

CLASSES GASTROPODA & BIVALVIA - Rio Grande do Sul 63


Inga L. Veitenheimer Mendes, Fábio Wiggers & Daniel M.
Pimpão

vii
CLASSES CEPHALOPODA, POLYPLACOPHORA &
SOLENOGASTRES 71
Luiz Ricardo L. Simone

FILO ANNELIDA 73

CLASSE POLYCHAETA 73
A. Cecília Z. Amaral, Paulo C. Lana, Alexandra E. Rizzo,
Tatiana M. Steiner, Erica V. Pardo, Cinthya S.G. Santos,
Alessandra C. Carvalho, M. Fernanda R. Wagner, André S.
Garrafoni, Ana Claudia S. Brasil, Zeldon Ribeiro, João M. M.
Nogueira Adriano Abbud, Maíra C. S. Rossi & Marcelo V.
Fukuda

SUB-FILO CRUSTACEA 84

ORDENS DECAPODA & STOMATOPODA 85


Paulo R. Nucci, Gustavo A. S. de Melo, Gustavo A. S. de
Melo-Filho & Oswaldo Campos Júnior

SUPER-ORDEM PERACARIDA / ORDEM TANAIDACEA 90


Kátia Christol dos Santos

FILO BRYOZOA 93
Maria Angélica Haddad, Facelúcia B. C. Souza & Ricardo V.
da Silva

FILO BRACHIOPODA 98
Marcello Guimarães Simões

FILO ECHINODERMATA 101

CLASSE OPHIUROIDEA 102


Michela Borges, Ana Maria G. Monteiro & A.Cecília Z. Amaral

CLASSES ASTEROIDEA, CRINOIDEA, HOLOTHUROIDEA &


ECHINOIDEA 108
Luiz Roberto Tommasi

FILO CHORDATA 110

CLASSE ASCIDIACEA 110


Rosana Moreira da Rocha

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS 112

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114

8. ANEXOS 117

viii
AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram e que continuam contribuindo no desenvolvimento desse


programa.
Ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), pelo suprote financeiro, inclusive para a
realização da Reunião Nacional do Programa REVIZEE (Brasília, 04 e 05 de dezembro de
2001).
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e
Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), pelas bolsas
concedidas.
À Coordenação Geral do Programa REVIZEE, pelo apoio recebido.
À Carmen, que sempre confiou no sensacional material que o bentos forneceria e que
não exitou em fornecer o auxílio necessário e o estímulo constante.
Aos tripulantes do N/Oc. Prof. W. Besnard e a todos pesquisadores, principalmente
geólogos, e alunos que participaram dos Cruzeiros Oceanográficos, preparando material
para embarque, triando as amostras e quase sempre passando mal, muito mal...
Aos alunos, principalmente de graduação, que executaram a árdua tarefa de triar no
laboratório, todo material coletado e realizar as identificação iniciais dos diferentes grupos
taxonômicos.
À Silvana, por estar sempre amparando à todos nós participantes do programa.
Aos especialistas-sistematas que estão identificando o material, que muitas vezes não
se apresentava em boas condições de análise, triplicando essa difícil tarefa, mas que
mesmo assim, estão sempre entusiasmados com as novidades e com o “ineditismo” que o
REVIZEE vem proporcionando ao conhecimento da diversidade da fauna bêntica.
Aos bolsistas ITI e DTI por todo apoio técnico e científico.

ix
RESUMO

O presente relatório reúne os resultados das atividades desenvolvidas no Score


Sul/Bentos (Cabo de São Tomé, RJ – Arroio Chuí, RS) – Programa REVIZEE. Os
objetivos principais deste subprograma envolvem o conhecimento da biodiversidade e
avaliação do potencial sustentável dos recursos faunísticos da região sul-sudeste.
As coletas foram efetuadas no período de 13 de dezembro de 1997 a 20 de abril de
1998 na plataforma e no talude continental (60 - 810 m de profundidade). Para amostragem
da fauna bentônica foram utilizados os pegadores van Veen, Box-corer e draga, totalizando
322 amostras. Os resultados da macrofauna bentônica aqui apresentados (táxons
superiores) foram analisados quanto à sua composição, abundância e distribuição (em
diferentes profundidades e regiões), além da biomassa.
É apresentado também um inventário dos táxons identificados para os grupos:
Porifera, Cnidaria (Hydrozoa, Scyphozoa e Anthozoa), Sipuncula, Mollusca (Gastropoda,
Bivalvia, Cephalopoda, Polyplacophora e Solenogastres), Annelida (Polychaeta) Crustacea
(Decapoda, Stomatopoda e Tanaidacea), Bryozoa, Brachiopoda, Echinodermata
(Ophiuroidea, Asteroidea, Crinoidea, Holothuroidea e Echinoidea) e Chordata
(Ascidiacea).
Um total de 131.369 indivíduos, distribuídos em 28 táxons maiores foram
identificados. Destes os grupos mais abundantes e freqüentes foram Porifera, Cnidaria,
Sipuncula, Gastropoda, Bivalvia, Scaphopoda, Polychaeta, Crustacea, Ophiuroidea,
Bryozoa e Brachiopoda. Entre esses, Bryozoa (30.501 registros) foi o mais abundante,
seguido dos Polychaeta (22.412 inds.), Ophiuroidea (16.918), Crustacea (14.240),
Brachiopoda (12.834) e Bivalvia (11.761).
A estrutura da fauna bentônica da área caracteriza-se por maiores abundâncias
relacionadas a fundos de areia e lama, com pequenas contribuições de carbonato de cálcio
(100 - 200 m). A distribuição espacial-batimétrica está também diretamente relacionada ao
tipo de sedimento.
Com o propósito de garantir uma avaliação segura da biodiversidade, os grupos
superiores encontrados estão sendo analisados por especialistas, os quais já tem constatado
a presença de um considerável número de ocorrências e/ou espécies novas para a ciência,
entre os 741 táxons identificados.

x
ABSTRACT

This report presents the results of the activities undertaken in the REVIZEE
Program by the South Score/Benthos (Cabo de São Tomé, RJ – Arroio Chuí, RS). The
main objectives of this sub-program are the knowledge of biodiversity and the evaluation
of the sustainable potential of the faunistic resources of the southeastern and south regions
of Brazil.
The field collections were taken from December 13th 1997 to April 20th 1998 in the
continental shelf and slope (60 – 810 m depth). The fauna was collected using the benthic
samplers van Veen, Box-corer and rectangular dredge, summing up 322 samples. The
results of the benthic macrofauna (higher taxa) were analyzed in relation to species
composition, abundance, biomass and distribution (in different depths and localities).
An inventory of the taxa recorded in the following higher taxa is also presented:
Porifera, Cnidaria (Hydrozoa, Scyphozoaand and Anthozoa), Sipuncula, Mollusca
(Gastropoda, Bivalvia, Cephalopoda, Polyplacophora and Solenogastres), Annelida
(Polychaeta) Crustacea (Decapoda, Stomatopoda and Tanaidacea), Bryozoa, Brachiopoda,
Echinodermata (Ophiuroidea, Asteroidea, Crinoidea, Holothuroidea and Echinoidea) and
Chordata (Ascidiacea).
A total of 131.369 individuals were recorded and classified into 28 higher taxa. The
most abundant and frequent groups were Porifera, Cnidaria, Sipuncula, Gastropoda,
Bivalvia, Scaphopoda, Polychaeta, Crustacea, Ophiuroidea, Bryozoa and Brachiopoda.
Bryozoa was the most abundant group (30.501 records) followed by Polychaeta (22.412
inds.), Ophiuroidea (16.918), Crustacea (14.240), Brachiopoda (12.834) and Bivalvia
(11.761).
The structure of the benthic fauna in the study area was characterized by the
association between higher abundances of organisms with sandy and muddy substrata, both
with low contents of calcium carbonate (100 – 200 m). The bathymetric distribution of the
higher taxa was also demonstrated to be associated with the substrate type.
The higher taxa recorded in this study are being analyzed by experts to enable a
more precise evaluation of the biodiversity. A total of 741 taxa were identified up to date
and a significative number of new occurrences and new species were reported.

xi
1. INTRODUÇÃO

Dentre os diferentes ecossistemas, o bentos desempenha papel vital tanto como


receptor de energia proveniente do pelagial quanto como fornecedor de energia para os
organismos que se alimentam junto ao fundo (peixes e crustáceos, entre outros) além de
nutrientes para o fitoplâncton. Portanto, o estudo da fauna bentônica é imprescindível para
qualquer abordagem ecossistêmica que se pretenda realizar no ambiente marinho, embora
haja uma forte tendência à miniaturizacão e redução da biomassa em comparação com o
evidente aumento na diversidade até uma profundidade média de 2000 m (Gage & Tyler
1991, Etter & Muulineaux 2001). No litoral brasileiro, como em outras regiões tropicais e
subtropicais, a fauna é composta por mais espécies com baixas abundâncias específicas,
quando comparado à zonas temperadas (Alongi, 1990).
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um novo conceito de espaço
marítimo introduzido pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, sendo
definida no litoral brasileiro como a área que se extende desde o limite externo do Mar
Territorial, de 12 milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa. O Brasil tem em sua
ZEE direitos de soberania para fins de exploração, conservação e gestão dos recursos
naturais, vivos e não vivos, das águas subjacentes ao leito do mar, do leito do mar e do
subsolo, além de outras atividades visando a exploração e o aproveitamento da zona para
fins econômicos, como produção de energia a partir da água, marés, correntes e ventos
(Figueiredo et al., 2002).
O Programa REVIZEE vem sendo desenvolvido ao longo da ZEE que, por sua
amplitude, abrangência e características oceanográficas, biológicas e de tipo de substrato
dominante, foi dividida em regiões: 1 – Costa Norte, da foz do Rio Oiapoque à foz do Rio
Parnaíba; 2 – Costa Nordeste – da foz do Rio Parnaíba até Salvador, incluindo Fernando de
Noronha, Atol das Rocas e Arquipélago de São Pedro e São Paulo; 3 – Costa Central, de
Salvador ao Cabo de São Tomé; 4 – Costa Sul, do Cabo de São Tomé ao Arroio de Chuí.
Em cada uma destas regiões, um subcomitê formado por representantes das universidades
e instituições de pesquisa regionais é responsável pela execução do programa. Este grupo,
por sua vez, conta com o apôio dos Ministérios de Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente,
Relações Exteriores, Educação, Minas e Energia, além da Secretaria da Comissão
Interministerial para Assuntos do Mar, do Ibama, da Marinha do Brasil e do CNPq.
O REVIZEE - SCORE SUL/Bentos, um dos componentes do Programa de
Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva, tem
como propósito estudar grande parte desta zona (Cabo de São Tomé, RJ ao Chuí, RS),
composta por ecossistemas bentônicos de plataforma externa e talude continental com uma
fauna bentônica previsivelmente abundante e bastante peculiar. Pois, tem-se como
concepção geral que a fauna bentônica, especialmente nesta região de transição entre
quebra de platoforma e talude continental é bastante rica e de grande importância para a
produção pesqueira.
Na costa brasileira, de um modo geral, são poucos os estudos sobre a fauna
bentônica realizados na região da plataforma externa e quase inexistentes entre esta e o
talude. Apesar das regiões sul e sudeste serem as mais estudadas, encontran-se ainda em
um estágio de conhecimento insatisfatório (Lana et al., 1996). Os resultados disponíveis
sobre a região sudeste estão contidos em Sumida & Pires-Vanin (1997) e em Capitoli &
Bonilha (1991) para o sul do Brasil.
A importância dos inventários biológicos para a conservação e gestão da
biodiversidade tem sido extensivamente enfatizada, não apenas por constituírem a base
para a elaboração de programas de monitoramento dos ecossistemas e de avaliação de

1
impacto ambiental mas, principalmente, porque nos permitem entender, manter e
racionalizar o uso da “grande herança biológica que herdamos” (Systematics Agenda 2000,
1994).
Em termos percentuais, a fauna de invertebrados marinhos da costa brasileira ainda
é muito pouco estudada, pois o número de espécies citadas encontra-se entre 1 e 2% do
total descrito em nível mundial, sendo comum na literatura a menção ao parco
conhecimento acumulado sobre a fauna marinha do Atlântico Sul Ocidental. O
conhecimento da biodiversidade do bentos abaixo dos 20 m é restrito, tendo como situação
extrema a da plataforma externa (abaixo da isóbata de 50 m) e do talude continental,
considerados como grandes vazios em termos de conhecimento faunístico (Migotto &
Tiago, 1999).
A estimativa da densidade e/ou biomassa e, conseqüentemente, do potencial de
exploração de muitas das espécies que constituem recursos naturais diretamente utilizados
pelo homem permitirão, com certeza, a realização de amplos estudos das espécies
bentônicas, despertando assim, o interesse para o desenvolvimento de novas pesquisas.
As atividades de coletas da fauna bentônica do Programa Revizee foram realizadas
juntamente com a equipe de oceanografia geológica, cujo objetivo principal foi caracterizar
o fundo marinho quanto à sua topografia e composição, para efeito de pesca demersal.
Além deste material, outras amostras da fauna bentônica deverão ser fornecidas pela pesca
demersal, a qual utilizou redes e armadilhas durante as coletas.
Os objetivos propostos pelo Revizee – Score Sul/Bentos envolvem basicamente um
primeiro esforço de prospecção sistemática e padronizada dos recursos faunísticos, visando
uma análise da:

• Composição e distribuição da fauna, com detalhamento taxonômico centrado


nos táxons numericamente dominantes e naqueles tradicionalmente e
potencialmente exploráveis;
• Abundância e biomassa, expressa por peso úmido total, de táxons relevantes,
seja pela dominância numérica ou pela importância econômica;
• Correlação entre variáveis biológicas, sedimentológicas e topográficas, de modo
a fornecer uma visão geral da distribuição espacial da fauna.

Neste trabalho são apresentados os resultados finais em nível de táxons mais


elevados (filos, classes ou ordens) da fauna bentônica procedente das expedições realizadas
nas regiões sul e sudeste da costa brasileira. Este conjunto de dados foi analisado quanto a
composição, abundância, biomassa e distribuição espacial. Considerou-se importante e
adequada a divulgação do estado atual dos inventários mais específicos que estão sendo
realizados, tendo sido incluídos vários grupos: Porifera, Cnidaria (Hydrozoa, Scyphozoa –
Coronate e Anthozoa – Hexacorallia e Octocorallia), Sipuncula, Mollusca (Gastropoda,
Bivalvia, Cephalopoda, Polyplacophora e Solenogastres), Polychaeta, Crustacea
(Decapoda, Stomatopoda e Tanaidacea), Bryozoa, Brachiopoda, Echinodermata
(Ophiuroidea, Asteroidea, Crinoidea, Echinoidea e Holothuroidea) e Chordata
(Ascidiacea).

2
2. MATERIAIS, MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E TRATAMENTOS

Amostragem bêntica
Para amostragem da fauna bentônica foram realizados cruzeiros oceanográficos ao
largo da costa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul em profundidades entre 60 e 810 m. Profundidades abaixo de 90 m foram
amostradas apenas no Cruzeiro de Calibração. Estes cruzeiros, realizados com N/Oc. Prof.
Wladimir Besnard, foram baseados em linhas de observações perpendiculares à costa
(radiais), espaçadas em aproximadamente 20 milhas náuticas. Foram demarcadas de 4 a 10
radiais e 15 a 32 estações oceanográficas em cada cruzeiro. Estas variações ocorreram em
função de particularidades morfológicas do fundo, devido a existência de plataformas de
petróleo, tubulações de óleo e gás ou por condições adversas do mar. Os dados dos 9
cruzeiros oceanográficos de geologia/bentos realizados entre 13 de dezembro de 1997 e 20
de abril de 1998 (totalizando 63 dias de mar) são apresentados a seguir (Tabela 2.1). A área
foi coberta por 50 radiais (incluindo as 2 de calibração), tendo sido plotadas 193 estações
com CTD (equipamento que registra a condutividade e a temperatura da coluna da água e
que é lançado em cada estação) e coletadas 150 amostras com o pegador de fundo van
Veen, 116 com Box-corer e 56 com dragas de arrasto (Fig. 2.1 e 2.2), num total de 322
amostras.
Com o objetivo de testar a metodologia proposta para a coleta da fauna bentônica
na margem continental sul-sudeste brasileira, foi realizado um cruzeiro oceanográfico de
calibração com o N/Oc. Prof. W. Besnard, no período de 13 a 17 de dezembro de 1997.
Neste período, foram percorridas 2 radiais em profundidades entre 60 e 485 m nos
arredores de Santos/SP, perfazendo um total de 15 estações hidrográficas, onde foram
executadas a perfilagem do fundo, a obtenção de dados abióticos com CTD e a coleta de
material bentônico com os pegadores van Veen (15 amostras) e Box-corer (9) e com draga
de arrasto (11). A avaliação desta coleta permitiu estabelecer um planejamento consistente
para as expedições, otimizando a utilização dos equipamentos e aprimorando a
metodologia de análise das amostras. Como consequência desta viagem de calibração, foi
preparado um roteiro de coleta (entregue aos chefes científicos das expedições), visando a
padronização das atividades, conforme descrito a seguir.
Inicialmente foi efetuado o trabalho de perfilagem, reconhecimento da
profundidade e de detalhes da topografia. Após a análise dos dados de perfilagem
batimétrica, era definida a estação de coleta e o posicionamento com o auxílio do GPS,
anotando-se a latitude e longitude. Em cada estação, primeiramente era lançado o CTD,
para obtenção de dados hidrográficos. Posteriormente, dava-se início às coletas da fauna
bentônica, para as quais foram efetuadas amostragens quantitativas e semi-quantitativas,
utilizando-se primeiramente o pegador van Veen, seguido do Box-corer e por fim a draga
de arrasto, dependendo do tipo de fundo. Abaixo são apresentadas as características básicas
de cada aparelho:

Pegador van Veen (0,10 m2 de área e com capacidade total de 20 l); Uma pegada por
estação. Uma pegada foi considerada bem sucedida quando continha um mínimo de 10 l,
ou seja, pelo menos a metade da capacidade do amostrador. Este procedimento foi
efetuado sempre que possível e, quando necessário, era repetido o lançamento até no
máximo duas vezes; caso ainda não houvesse sucesso, utilizava-se a amostra proveniente
da última pegada ou aquela melhor sucedida, sempre anotando-se o volume considerado.

3
Pegador Box-corer (0,09 m2 de área, 30 x 30 x 60 cm e 54 l); Uma pegada por estação. O
bloco de sedimento coletado era dividido em duas porções; a anterior era preservada para
os estudos geológicos e a posterior para os de bentos (0,045 m2). Apenas os primeiros 25
cm de sedimento foram utilizados para o estudo da fauna bentônica. Os pegadores van
Veen e Box-corer foram preferencialmente utilizados em fundos compostos por areia fina
ou lama.

Draga de Arrasto (abertura de 80 x 27 cm e malha interna entre-nós de 0,5 cm); Um arrasto


com duração de 5 minutos a 2 nós foi realizado em cada estação. O volume mínimo para a
amostra ser considerada operacional foi de 20 l. Utilizada preferencialmente em fundos
compostos por cascalho biodetrítico ou areia grossa.

Sempre que possível eram anotadas as características texturais bem como a cor do
sedimento. Em seguida, as amostras da macrofauna foram lavadas em peneiras com
malhagem de 2,0, 1,0 e 0,5 mm, com água do mar. Os animais maiores, previamente
separados, foram fixados em formol a 4% e acondicionados em frascos próprios; o
sedimento retido nas peneiras foi armazenado em sacos plásticos, fixado em formol a 6%
e, em seguida, armazenados em camburões de 50 l, para posterior triagem.
No laboratório, o material foi lavado com água doce, transferido para álcool a 70%,
triado sob microscópio estereoscópico, identificado quanto aos grandes táxons (filos,
classes e ordens) e quantificado. Muitas vezes esta contagem pode representar fragmentos
de colônias como no caso de Porifera, Cnidaria, Bryozoa e Ascidiacea. Estes grupos foram,
inclusive, os mais danificados durante as coletas, uma vez que estas não foram específicas
para eles e sim para macrofauna bêntica geral. Deve-se também destacar que, para o
material obtido com draga, os números de indivíduos contados só foram considerados
como estimativas semi-quantitativas da ocorrência de determinado táxon. A biomassa
(gramas de peso úmido) dos grupos também foi avaliada com o auxílio de balança digital,
com precisão de 0,001g. O peso foi obtido após cerca de 2 minutos de secagem em papel
de filtro. Os moluscos foram pesados com as conchas.
Após este tratamento inicial das amostras, as coleções foram enviadas aos
especialistas para identificação e catalogação das espécies. Os espécimens identificados
estão sendo depositados em museus ou em instituições com tradição curatorial.

Tratamento dos dados


O sedimento foi analisado quanto à sua textura (granulometria) e teor de CaCO3.
Descrição detalhada sobre a metodologia empregada nestas análises está disponível em
Figueiredo e Tessler (1999). Em algumas estações não foi possível realizar a coleta ou
análise granulométrica. Para estas estações foram utilizados mapas de distribuição
granulométrica de Figueiredo e Madureira (1999), os quais reuniram resultados de vários
programas para o maepamento das características do tipo de fundo das regiões sul e
sudeste da costa brasileira.
Os dados obtidos tanto de abundância quanto de biomassa foram agrupados por
grupo taxonômico e por estação somando-se os valores provenientes dos pegadores van
Veen, Box-corer e Draga. Estes dados foram balanceados a seguir dividindo-se o número
total obtido pelo número total de amostras (vV+Bc+Dr) de forma que gráficos de barras
pudessem ser confeccionados. Os valores de abundância e biomassa foram ainda
categorizados por estado (RJ, SP, PR, SC e RS) e por faixas de profundidade (<100 m,
100-200 m, 200-300 m, 300-500 m e >500 m) e balanceados em função do número de
amostras realizadas conforme descrito acima. Gráficos de barra foram então

4
confeccionados e apresentados em conjunto com o mapa da costa sul/sudeste brasileira. A
frequência de ocorrência dos diferentes táxons identificados foi calculada por amostra
[(número de estações em que o táxon esteve presente/número total de estações
amostradas)*100].
Uma análise de agrupamento foi realizada utilizando-se a presença e ausência dos
táxons também separados por estado e profundidade. Esta análise utilizou a medida de
dissimilaridade de Bray-Curtis e o método de agrupamento de média de grupo balanceada.
Avaliou-se também a influência das variáveis ambientais, a saber porcentagens de
carbonato de cálcio, grânulos, areia, silte e argila, diâmetro médio do grão, coeficiente de
seleção e assimetria e curtose da distribuição de frequência do tamanho do grão em escala
de phy (Folk & Ward, 1957), na ocorrência dos diferentes táxons entre as diferentes
estações de coleta. Para tanto, realizou-se uma análise de escalonamento não-métrico
multidimensional com os dados de presença e ausência dos táxons para cada estação de
coleta. Os escores relativos a cada um dos eixos da análise (eixo 1 e 2) foram então
computados e relacionados com os valores das variáveis ambientais registrados utilizando-
se uma análise de regressão multipla passo a passo retroativa (Zar, 1999).
A seguir é apresentada uma síntese dos procedimentos e tratamento das amostras do
Programa REVIZEE Score-Sul/Bentos (Tabela 2.2).

Tabela 2.1. Dados gerais das estações de coleta, fornecidos por cruzeiro
oceonográfico: data, latitude, longitude, profundidade, tipo de sedimento e
amostrador utilizado (vV - van Veen, Bc - Box-corer e Dr - draga).
Latitude Longitude Prof.
Estação Cruzeiro Data Tipo de Sedimento Amostrador
(ºS) (ºW) (m)

Área: Arredores de Santos/SP


6644 1 (Cal.) 14/12/1997 25º45.80' 45º11.77' 485 Silte arenoso vV, Bc
6645 1 (Cal.) 14/12/1997 25º44.09' 45º13.93' 256 Areia síltica vV
6646 1 (Cal.) 14/12/1997 25º43.78' 45º16.06' 198 vV, Dr
6647 1 (Cal.) 14/12/1997 25º39.90' 45º22.20' 157 vV, Bc, Dr
6648 1 (Cal.) 15/12/1997 25º18.50' 46º07.40' 100 Silte argiloso vV
6649 1 (Cal.) 15/12/1997 25º30.88' 46º30.41' 90 Silte arenoso vV
6650 1 (Cal.) 15/12/1997 25º57.39' 45º34.25' 417 Silte argilo arenoso vV, Dr
6651 1 (Cal.) 15/12/1997 25º53.58' 45º42.13' 256 Areia síltica vV, Bc, Dr
6652 1 (Cal.) 15/12/1997 25º51.04' 45º47.30' 206 Areia síltica vV, Bc, Dr
6653 1 (Cal.) 15/12/1997 25º43.50' 46º02.50' 155 vV, Bc, Dr
6654 1 (Cal.) 16/12/1997 25º28.20' 46º34.50' 90 Silte arenoso vV, Bc, Dr
6655 1 (Cal.) 16/12/1997 25º26.88' 46º38.85' 80 Silte arenoso vV, Bc, Dr
6656 1 (Cal.) 16/12/1997 25º22.10' 46º47.50' 70 Areia síltica vV, Dr
6657 1 (Cal.) 16/12/1997 25º17.30' 46º55.60' 60 Areia vV, Bc, Dr
6658 1 (Cal.) 16/12/1997 25º11.89' 47º08.09' 157 Areia vV, Bc, Dr
Área: Santos/SP - Baía da Ilha Grande/RJ
6659 2 9/1/1998 24º20.527' 43º46.759' 505 Dr
6660 2 9/1/1998 24º17.678' 43º48.198' 314 Areia síltica vV, Dr
6661 2 9/1/1998 24º07.637' 45º51.895' 147 Dr
6662 2 9/1/1998 24º00.946' 43º55.549' 135 vV
6664 2 10/1/1998 24º26.475' 44º06.554' 500 Bc, Dr
6665 2 10/1/1998 24º20.844' 44º09.913' 258 vV, Bc, Dr
6666 2 10/1/1998 24º17.129' 44º12.179' 163 vV, Bc, Dr
6667 2 10/1/1998 23º59.90' 44º21.40' 130 Silte argiloso vV
6668 2 10/1/1998 23º55.441' 44º24.468' 107 Areia síltica vV
6669 2 11/1/1998 24º07.347' 44º42.142' 101 Areia vV, Bc, Dr
6670 2 11/1/1998 24º41.657' 44º22.645' 503 Silte argiloso vV, Bc
6671 2 11/1/1998 24º32.91' 44º27.46' 260 Areia síltica vV, Dr
6672 2 11/1/1998 26º27.75' 44º30.351' 165 vV, Dr
6673 2 11/1/1998 24º17.939' 44º35.983' 133 vV, Dr
6674 2 11/1/1998 24º31.08' 44º54.00' 122 Areia síltica vV, Dr
6675 2 12/1/1998 24º56.379'' 44º40.577' 517 Silte argiloso vV
Cont.

5
Latitude Longitude Prof.
Estação Cruzeiro Data Tipo de Sedimento Amostrador
(ºS) (ºW) (m)

6676 2 12/1/1998 24º49.699' 44º44.965' 153 vV, Dr


6677 2 12/1/1998 24º40.747' 44º50.822' 137 vV
6678 2 12/1/1998 24º46.357' 45º11.135' 99 vV, Bc, Dr
6679 2 12/1/1998 25º18.874' 44º52.516' 808 Dr
6680 2 12/1/1998 25º15.064' 44º52.865' 258 Silte arenoso vV, Bc
6681 2 12/1/1998 25º11.005' 44º56.6' 168 vV, Dr
6683 2 13/1/1998 25º03.714' 45º32.409' 100 Silte arenoso vV, Bc
6684 2 13/1/1998 25º43.903' 45º09.500' 511 Areia síltica vV, Bc, Dr
6685 2 13/1/1998 25º41.827' 45º11.686' 282 Silte arenoso vV, Bc
6686 2 13/1/1998 25º36.988' 45º13.571' 380 vV, Dr
Área: Santos/SP - Baía de Paranaguá/PR
6688 3 18/1/1998 26º08.00' 47º12.00' 100 Silte argiloso vV, Bc
6689 3 18/1/1998 27º08.90' 46º37.70' 500 Silte argiloso vV, Bc
6690 3 18/1/1998 27º00.88' 46º40.21' 280 Silte argiloso vV, Bc
6691 3 18/1/1998 26º27.09' 47º00.62' 140 Silte argiloso vV, Bc
6692 3 19/1/1998 26º50.900' 46º56.843' 100 Silte arenoso vV, Bc
6693 3 19/1/1998 26º41.273' 46º27.500' 430 Dr
6694 3 19/1/1998 26º31.269' 46º34.377' 270 Dr
6695 3 19/1/1998 26º17.51' 46º41.23' 153 vV, Bc
6696 3 20/1/1998 25º34.20' 46º41.10' 92 Silte argiloso vV, Bc
6697 3 20/1/1998 26º19.0' 46º14.7' 430 Silte argiloso vV, Bc
6698 3 20/1/1998 26º10.87' 46º20.01' 241 Areia síltica Bc, Dr
6699 3 20/1/1998 26º01.26' 46º25.26' 150 vV, Dr
6700 3 20/1/1998 25º25.00' 46º21.70' 100 Silte argiloso vV, Bc
6701 3 21/1/1998 26º08.00' 45º56.00' 433 Silte argiloso vV
6702 3 21/1/1998 26º01.50' 45º59.00' 359 Silte argiloso vV, Bc
6703 3 21/1/1998 25º39.70' 46º13.20' 133 Silte argiloso vV, Bc
6704 3 21/1/1998 25º14.60' 46º03.00' 100 Silte argiloso vV, Bc
6705 3 21/1/1998 25º59.73' 45º37.32' 424 Silte arenoso vV, Bc
6706 3 21/1/1998 25º48.60' 45º44.50' 184 vV, Bc
6707 3 21/1/1998 25º37.05' 45º50.14' 156 Silte argiloso vV
Área: Baía de Ilha Grande - Cabo Frio/RJ
6734 4 13/2/1998 24º20.20' 43º46.70' 460 Bc
6735 4 13/2/1998 23º45.00' 44º04.00' 102 Bc
6736 4 13/2/1998 23º34.40' 43º45.50' 103 Silte arenoso vV, Bc
6737 4 14/2/1998 24º13.35' 43º25.90' 476 Areia vV, Bc
6738 4 14/2/1998 24º11.60' 43º26.20' 330 Silte arenoso vV, Bc
6739 4 14/2/1998 24º02.58' 43º30.80' 147 vV, Dr.
6740 4 15/2/1998 23º25.74' 43º25.86' 100 vV, Bc
6741 4 15/2/1998 23º49.90' 43º14.40' 138 vV, Dr.
6742 4 15/2/1998 23º59.14' 43º09.49' 208 vV, Bc
6743 4 15/2/1998 23º55.40' 42º47.60' 508 Silte argiloso vV, Bc
6744 4 15/2/1998 23º51.50' 42º49.90' 254 vV, Dr.
6745 4 15/2/1998 23º45.10' 42º52.66' 150 vV, Dr.
6746 4 15/2/1998 23º18.50' 43º05.70' 100 Silte argiloso vV, Bc
6747 4 16/2/1998 23º17.30' 42º42.60' 100 vV, Dr.
6748 4 16/2/1998 23º46.90' 42º28.70' 497 Silte arenoso vV, Bc
6749 4 16/2/1998 23º44.20' 42º29.80' 325 Silte arenoso vV, Bc
6750 4 16/2/1998 23º40.08' 42º31.80' 162 Areia vV, Dr.
6751 4 16/2/1998 23º06.15' 42º24.40' 93 Silte arenoso vV, Bc
6752 4 16/2/1998 23º43.60' 42º06.50' 502 Silte arenoso vV, Bc
6753 4 16/2/1998 23º36.54' 42º09.86' 187 Areia síltica vV, Dr.
6754 4 17/2/1998 23º26.70' 42º14.05' 131 vV, Dr.
6755 4 17/2/1998 23º04.60' 42º01.40' 102 Silte arenoso vV, Bc
6756 4 17/2/1998 23º48.23' 41º40.76' 435 vV, Bc
6757 4 17/2/1998 23º46.31' 41º41.70' 191 vV, Dr.
6758 4 17/2/1998 23º41.26' 41º44.26' 149 vV, Bc
Área: Cabo Frio - Cabo de São Tomé/RJ
6759 5 28/2/1998 23º20.0' 41º22.0' 110 vV, Bc, Dr
6760 5 28/2/1998 23º30.00' 41º08.85' 400 Areia síltica vV, Bc, Dr
6761 5 28/2/1998 23º29.04' 41º09.63' 275 Silte argiloso vV, Bc
6762 5 27/2/1998 23º26.20' 41715.82' 145 vV, Dr
6763 5 28/2/1998 23º08.07' 41º00.84' 100 Silte arenoso vV, Bc, Dr
6764 5 1/3/1998 23º09.56' 40º56.19' 425 Silte arenoso vV, Bc, Dr
6765 5 1/3/1998 23º09.53' 40º56.79' 257 Silte argiloso vV, Bc
Cont.

6
Latitude Longitude Prof.
Estação Cruzeiro Data Tipo de Sedimento Amostrador
(ºS) (ºW) (m)

6766 5 1/3/1998 22º50.850´ 40º51.450´ 105 vV


6767 5 1/3/1998 22º55.8' 40º44.8' 453 Silte arenoso vV, Bc
6768 5 1/3/1998 22º55.53' 40º40.08' 280 vV, Bc
6769 5 2/3/1998 22º02.87' 40º05.93' 93 vV
6770 5 2/3/1998 22º02.55' 40º01.94' 400 Areia síltico argilosa vV, Bc
6772 5 2/3/1998 21º51.77' 40º07.49' 110 vV
6773 5 2/3/1998 21º48.86' 40º01.68' 500 Areia síltico argilosa vV, Bc
6774 5 2/3/1998 21º49.59' 40º03.68' 235 Areia síltica vV, Bc
6775 5 2/3/1998 21º50.32' 40º04.93' 220 Silte argiloso vV, Dr
Área: Baía de Paranaguá/PR - Cabo de Santa Marta/SC
6776 6 12/3/1998 26º47.32' 47º34.72' 100 Silte arenoso vV, Bc
6777 6 13/3/1998 26º51.76' 46º18.47' 500 Silte argiloso vV, Bc
6778 6 13/3/1998 26º50.81' 46º33.95' 322 Silte arenoso vV, Bc
6779 6 13/3/1998 26º49.90' 46º47.79' 200 Silte argiloso vV, Bc
6780 6 13/3/1998 27º07.00' 47º44.2' 102 Areia síltica vV, Bc
6781 6 14/3/1998 27º10.34' 46º43.601' 510 -
6782 6 14/3/1998 27º10.18' 46º46.80' 480 Silte arenoso vV, Bc
6783 6 14/3/1998 27º09.90' 46º52.83' 350 Areia síltica vV, Bc
6784 6 14/3/1998 27º09.51' 47º04.85' 195 vV, Bc
6785 6 15/3/1998 27º29.05' 47º07.68' 510 Silte arenoso vV, Bc
6786 6 15/3/1998 27º28.70' 47º09.66' 380 vV, Dr
6787 6 15/3/1998 27º27.83' 47º24.22' 151 vV
6788 6 15/3/1998 27º26.00' 47º52.00' 110 Silte arenoso vV, Bc
6789 6 15/3/1998 27º45.20' 48º03.00' 95 Silte arenoso vV, Bc
6790 6 16/3/1998 27º49.29' 47º04.49' 500 Argila síltico arenosa Bc
6791 6 16/3/1998 27º48.78' 47º10.63' 358 vV, Bc
6792 6 16/3/1998 27º48.20' 47º18.17' 228 vV
6793 6 16/3/1998 27º46.49' 47º40.45' 140 Silte argiloso vV, Bc
6794 6 16/3/1998 28º05.00' 48º06.00' 100 Silte arenoso vV, Bc
6795 6 16/3/1998 28º10.38' 46º54.55' 500 -
6796 6 17/3/1998 28º09.23' 47º09.05' 347 Silte arenoso vV, Bc
6797 6 17/3/1998 28º08.15' 47º22.61' 190 vV, Bc
6798 6 17/3/1998 28º22.20' 48º09.00' 100 Areia síltica vV, Bc
6799 6 17/3/1998 28º42.33' 47º21.16' 550 -
6800 6 17/3/1998 28º40.54' 47º25.20' 285 Silte arenoso vV, Bc
6801 6 17/3/1998 28º34.16' 47º40.38' 166 Areia síltico argilosa vV, Bc
Área: Cabo de Santa Marta/SC - Tramandaí/RS
6806 7 20/3/1999 28º56.51' 47º41.13' 500 -
6807 7 22/3/1999 28º53.37' 47º48.50' 225 vV, Bc
6808 7 22/3/1999 28º48.67' 48º00.19' 141 vV, Bc
6809 7 22/3/1999 28º41.20' 48º18.50' 104 Areia síltica vV, Bc
6810 7 22/3/1998 28º58.00' 48º29.40' 100 Silte arenoso vV, Bc
6811 7 22/3/1999 29º14.672' 47º50.669' 506 Areia síltica vV, Bc
6812 7 23/3/1999 29º12.53' 47º55.528' 402 Areia síltica vV
6813 7 23/3/1999 29º11.59' 47º57.67' 299 Silte vV, Bc
6814 7 23/3/1999 29º15.00' 48º41.80' 100 Silte argiloso vV, Bc
6815 7 23/3/1999 29º36.60' 47º50.80' 500 Silte arenoso vV, Dr
6816 7 23/3/1998 29º33.25' 47º58.63' 366 vV
6817 7 23/3/1999 29º28.75' 48º09.35' 210 vV, Bc
6818 7 24/3/1999 29º33.80' 48º51.00' 108 Silte arenoso vV, Bc
6819 7 24/3/1999 29º59.12' 47º49.21' 505 Areia vV
6820 7 24/3/1999 29º54.58' 48701.29' 360 vV
6821 7 24/3/1999 29º49.49' 48712.76' 232 Silte argilo arenoso vV, Bc
6822 7 25/3/1999 29º48.50' 49706.80' 103 Silte argiloso vV, Bc
6823 7 25/3/1999 30º18.369' 47º54.616' 500 -
Área: Mostardas - Arroio Chuí/RS
6823 9 2/4/1998 34º18.49' 52º02.76' 100 Areia vV, Dr
6824 9 2/4/1998 34º26.66' 51º45.88' 500 -
6825 9 2/4/1998 34º24.82' 51º47.45' 200 -
6826 9 2/4/1998 34º00.00' 51º47.00' 100 Areia vV, Dr
6827 9 2/4/1998 500 -
6828 9 2/4/1998 200 Dr
6829 9 3/4/1998 33º41.63' 51º32.85' 100 Areia vV, Bc
6830 9 3/4/1998 33º47.73' 51º09.48' 500 Bc
Cont.

7
Latitude Longitude Prof.
Estação Cruzeiro Data Tipo de Sedimento Amostrador
(ºS) (ºW) (m)

6831 9 3/4/1998 33º45.17' 51º15.06' 154 Areia síltica vV


6832 9 3/4/1998 33º43.82' 51º24.62' 360 Areia síltica vV
6833 9 3/4/1998 33º26.20' 51º15.00' 102 Areia síltica vV
6834 9 3/4/1998 33º34.51' 50º41.30' 500 Bc
6835 9 4/4/1998 33º32.02' 50º51.11' 172 Silte arenoso vV, Dr
6836 9 4/4/1998 33º10.60' 50º51.10' 100 Areia síltica vV, Bc
6837 9 4/4/1998 33º20.79' 50º26.94' 500 Bc
6838 9 4/4/1998 33º18.03' 50º33.89' 197 -
6839 9 4/4/1998 32º55.70' 50º34.60' 99 Areia vV, Dr
6840 9 4/4/1998 33º01.45' 50º12.75' 600 Bc
6841 9 4/4/1998 33º00.16' 50º22.84' 500 Bc
6842 9 4/4/1998 32º57.81' 50º29.18' 187 Bc
6843 9 5/4/1998 32º32.00' 50º33.00' 104 Silte argiloso vV, Bc
6844 9 5/4/1998 32º38.03' 50º19.24' 500 Bc
6845 9 5/4/1998 32º36.71' 50º22.18' 177 Bc
6846 9 5/4/1998 32º12.30' 50º27.20' 100 Silte argiloso vV, Bc
6847 9 5/4/1998 32º19.40' 50º10.60' 500 Bc
6848 9 5/4/1998 32º17.52' 50º14.63' 152 Bc
6849 9 5/4/1998 31º49.05' 50º29.00' 100 Silte arenoso vV, Bc
6850 9 6/4/1998 32º01.09' 50º01.41' 500 Bc
6851 9 6/4/1998 31º57.68' 50º09.43' 160 Bc
6852 9 6/4/1998 31º29.50' 50º24.20' 104 Bc
6853 9 6/4/1998 31º42.09' 49º52.24' 500 Bc
6854 9 6/4/1998 31º40.82' 49º55.76' 195 -
Área: Tramandaí - Mostardas/RS
6855 8 15/4/1998 30º18.37' 47º54.62' 505 Bc
6856 8 15/4/1998 30º16.252' 47º59.606' 414 Bc
6857 8 15/4/1998 30º09.02' 48º17.06' 242 vV, Bc
6858 8 16/4/1998 30º06.00' 49º18.80' 100 Silte argiloso vV, Bc
6859 8 16/4/1998 30º32.12' 48º15.08' 513 -
6860 8 16/4/1998 30º24.96' 48º32.83' 216 -
6861 8 16/4/1998 30º18.36' 48º49.78' 151 -
6862 8 17/4/1998 30º23.20' 49º30.20' 100 Bc
6863 8 17/4/1998 30º41.22' 48º46.11' 515 vV, Dr
6864 8 17/4/1998 39º39.29' 48º50.84' 260 Silte vV, Dr
6865 8 17/4/1998 30º32.821' 49º08.286' 131 Areia síltica vV
6866 8 18/4/1998 30º38.20' 49º45.60' 100 Silte arenoso vV
6867 8 18/4/1998 30º53.81' 49º07.90' 515 -
6868 8 18/4/1998 30º51.75' 49º12.91' 219 -
6869 8 19/4/1998 30º54.00' 50º01.90' 100 Silte arenoso vV

8
Tabela 2.2. Procedimento de coleta, tratamento das amostras e avaliação final.

Procedimento de coleta
C R U Z E I R O S N/ O C . P R O F . W. B E S N A R D
Perfilagem: profundidade (60 - 810 m) e
Cruzeiro Período Rad. Est.
topografia
SP
Posicionamento (GPS)
01 (Cal.) 14 - 16/12/97 02 15
Hidrografia: CTD (Temperatura, condutividade 02 09 - 13/01/98 06 26
e luz) 03 18 - 21/01/98 05 20
Estações/Radiais e datas RJ
Amostragens quantitativas e semi-quantitativas 04 13 - 17/02/98 07 25
Medições do volume amostrado (~ 20 l) 05 28/02 - 02/03/98 05 16
Triagem em malhas de 2,0, 1,0 e 0,5 mm PR e SC
Separação dos animais de maior porte 06 12 - 17/03/98 06 26
07 20 - 25/03/98 05 18
Rotulação e fixação destes animais (formol a 4%) RS
e do sedimento remanescente (formol a 6%) 08 15- 19/04/98 04 15
Armazenamento das amostras de sedimento 09 02- 06/04/98 10 32
(em camburões) Total 50 193

Tratamento das amostras


Cruzeiro No de Amostras
T R I A GE M E M L A B O R A T Ó R I O
vV BC Dr
Lavagem das amostras de sedimento (em água SP
doce) 01 (Cal.) 15 09 11
Triagem em microscópio estereoscópico 02 22 10 17
Identificação em nível de táxons superiores 03 17 15 04
(filos, classes ou ordens) e contagem RJ
Preservação dos organismos em álcool 70% 04 23 16 09
05 16 11 06
Avaliação da biomassa (peso úmido) PR e SC
Tabulação dos dados 06 22 20 01
07 16 11 01
I D E N TI F I C A Ç Ã O RS
Identificação em táxons específicos 08 07 05 02
09 12 19 05
Catalogação dos táxons
Total 150 116 56
Divulgação da biodiversidade
Banco de dados - SISREVIZEE
Depósito das espécies em instituições com
Legenda:
curadoria Cal. - Calibração
Rad. - Radial
Análise dos dados Est. - Estação
Cálculo da abundância e biomassa balanceadas vV - van Veen
Cálculo da densidade e biomassa por m2 Bc - Box-corer
Frequência de ocorrências dos táxons Dr - Draga
Análises multivariadas (Cluster e nMDS)
Análise de regressão múltipla relacionando a fauna
com as variáveis sedimentológicas
Avaliação final

9
Cabo de São Tomé

RIO DE JANEIRO
N Rio de Janeiro

Santos
SÃO PAULO

PARANÁ Paranaguá

Florianópolis
!" #$ "

SANTA CATARINA

Torres

RIO GRANDE DO
SUL

Rio
Grande
'

Chuí
% &
(

Figura 2.1 – Mapa da área de estudo: distribuição das estações amostradas e batimetria.

10
3

1 – N/Oc Prof. W. Besnard


2 – Lançamento de CTD
3 – Pegador van Veen
4 – Lançamento de Draga
5 – Lançamento de Box-corer

Figura 2.2 – Rotina de coleta à bordo do N/Oc. Prof. Wladimir Besnard.

11
3. ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo compreendeu preferencialmente a margem continental contígua à


região sul-sudeste entre Cabo de São Tomé (RJ) e Arroio Chuí (RS), correspondendo as
latitudes 21o48.86’S e 34o26.66’S e longitudes 40o01.68’W e 52o02.76’W, cobrindo a
plataforma externa e parte do talude, entre as isóbatas de 60 a 800 m de profundidade.
A distribuição vertical da temperatura e da salinidade na região estudada apresenta,
nos primeiros 200 m, o domínio de águas quentes (> 20°C) e salinas (> 36,4) da àgua
Tropical (AT), fluindo em direção sul. Estas águas ocorrem na camada superior da
Corrente do Brasil (CB), com alta contribuição para os organismos da plataforma
continental, caracterizada pela baixa concentração de nutrientes e alta de oxigênio. Entre os
200 e 750 m a temperatura (6° – 20°C) e a salinidade (34,6 – 36,0) são características da
Água Central do Atlântico Sul (ACAS), também fluindo em direção sul só que em uma
porção mais inferior da Corrente do Brasil. No verão ela pode penetrar na plataforma
continental e contribuir com sua riqueza em nutrientes. A partir desta profundidade, nota-
se sucessivamente a àgua Intermediária Antártica (AIA) (3° – 6°C e 34,2 – 34,6), que se
extende até os 950 m de profundidade, e a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) (3°
– 4°C e 34,6 – 35,0), entre 1500 m e 3000 m, dirigindo-se em direção sul até cerca de 32°S
(Almeida, 2001).
A constante influência de águas frias de origem oceânica sobre a plataforma
constitui um aspecto bem conhecido na região sudeste. Este fato, em combinação com o
processo de ressurgência costeira, representa um importante mecanismo de suprimento de
águas ricas em nutrientes e oxigênio para as camadas de superfície até 100 m (Miranda,
1985), o qual propicia alta produtividade, que acarreta condições adequadas para o
desenvolvimento da fauna bentônica.
Conforme relatado por Lana et al. (1996) e corroborado pelos relatórios finais de
geologia/Revizee (Figueiredo & Madureira, 1999; Figueiredo & Tessler, 1999), a
plataforma continental ao sul de Cabo Frio (RJ) é estreita, atingindo rapidamente a isóbata
de 140 m. A plataforma ao longo do Estado de São Paulo apresenta cerca de 140 km da
costa até o talude, alcançando ao sul aproximadamente 190 km. Ao largo da costa do
Paraná é bastante desenvolvida, com largura variando de 175 a 190 km e apresentando a
quebra do talude aos 150 m de profundidade. A costa catarinense apresenta características
muito semelhantes à paranaense. Já a plataforma rio-grandense não apresenta expansões
topográficas significativas ao largo do Rio Grande, exceto ao norte, onde ocorrem bancos
arenosos lineares.
De um modo geral, na região considerada a declividade da plataforma é constante,
menor que 2 m/Km, enquanto no talude o grandiente é mais acentuado, por volta de 20
m/Km. O talude é amplo, com largura entre 120 e 150 Km, e o limite inferior entre 2000 e
3000 m de profundidade.
O perfil do talude continental apresenta grandes variações ao longo da área
estudada. As áreas mais íngremes vão do Cabo de São Tomé (RJ) ao Cabo Frio (RJ) e da
cidade de Rio Grande (RS) ao Arroio Chuí (RS). As menos inclinadas vão do sul do
Estado de São Paulo até o norte da cidade de Rio Grande; as demais regiões têm
declividades intermediárias (Figueiredo & Tessler, 1999).
Os resultados das análises granulométricas, conforme Figueiredo & Madureira
(1999) e Figueiredo & Tessler (1999), revelam a predominância de lamas na área sul de
Cabo Frio, principalmente a partir dos 100 m de profundidade, com áreas formadas por
lamas arenosas ao longo do talude. Areias finas e muito finas estão localizadas na
plataforma média e interna, principalmente ao sul da cidade do Rio de Janeiro, onde este

12
sedimento é intercalado com areias grossas e cascalhos. Ao norte do Rio de Janeiro o
sedimento é mais grosso e há uma maior variabilidade granulométrica causada por
províncias isoladas de sedimentos de várias granulometrias (Fig. 3.1; Tabela 3.1).
Com relação à composição dos sedimentos, conforme classificação de Larsonneur
(1977), nota-se que sedimentos litoclásticos (baixo conteúdo de carbonato de cálcio)
predominam no litoral do Rio Grande do Sul (Tabela 3.1). Nas demais áreas os sedimentos
litoclásticos predominam na plataforma média e interna, exceto acima da região da Ilha
Grande, onde sedimentos biolitoclásticos e bioclásticos (alto conteúdo de carbonato de
cálcio) são predominantes inclusive na plataforma média. Com relação tanto à
granulometria quanto à composição do sedimento a plataforma ao largo da costa do Estado
do Rio de Janeiro é mais heterogênea que aquela ao largo dos demais estados a sul
(Figueiredo & Madureira, 1999).

Figura 3.1. Mapa de granulometria dos sedimentos (diâmetro médio) na costa sul-sudeste
do Brasil. Fonte: Relatório REVIZEE. Figueiredo & Madureira (1999).

13
Tabela 3.1. Resultados das análises sedimentológicas das estações de coleta.
%
Estação. Prof. %CaCO3 Classificação % Areia % Silte % Argila Classificação
Grânulos
(m) Larsonneur (1977) Shepard (1954)
6644 485 16,67 Litoclástico 0,00 37,61 49,48 12,91 Silte arenoso
6645 256 42,73 Litobioclástico 0,00 44,46 39,89 15,65 Areia síltica
6646 198 69,20 Biolitoclástico -
6647 157 60,90 Biolitoclástico -
6648 100 23,80 Litoclástico 0,00 15,99 61,31 22,71 Silte argiloso
6649 90 19,00 Litoclástico 0,00 19,35 65,39 15,26 Silte arenoso
6650 417 27,07 Litoclástico 0,00 25,74 44,55 29,70 Silte argilo arenoso
6651 256 28,10 Litoclástico 0,00 55,09 33,11 11,79 Areia síltica
6652 206 48,67 Litobioclástico 0,00 54,48 35,01 10,50 Areia síltica
6653 155 62,20 Biolitoclástico -
6654 90 20,33 Litoclástico 0,00 30,33 56,42 13,25 Silte arenoso
6655 80 20,53 Litoclástico 0,00 25,00 63,64 11,36 Silte arenoso
6656 70 19,07 Litoclástico 0,00 64,68 28,70 6,62 Areia síltica
6657 60 17,80 Litoclástico 0,00 78,88 16,90 4,22 Areia
6658 50 16,17 Litoclástico 0,00 93,72 6,28 0,00 Areia
6660 314 43,77 Litobioclástico 0,00 50,81 36,80 12,39 Areia síltica
6662 135 65,40 Biolitoclástico -
6663 103 37,03 Litobioclástico 0,00 23,06 45,06 31,88 Silte argiloso
6665 258 71,17 Bioclástico -
6666 163 80,37 Bioclástico -
6667 130 41,77 Litobioclástico 0,00 17,06 64,66 18,28 Silte argiloso
6668 107 28,43 Litoclástico 0,00 52,02 31,19 16,79 Areia síltica
6669 101 21,10 Litoclástico 0,00 85,90 11,97 2,13 Areia
6670 503 32,00 Litobioclástico 0,00 5,26 65,79 28,95 Silte argiloso
6671 260 49,83 Litobioclástico 0,00 63,56 25,51 10,93 Areia síltica
6672 166 84,80 Bioclástico -
6673 133 83,60 Bioclástico -
6674 122 43,67 Litobioclástico 0,00 49,01 41,43 9,56 Areia síltica
6675 512 31,93 Litobioclástico 0,00 5,71 58,61 35,68 Silte argiloso
6676 153 91,83 Bioclástico -
6677 137 91,50 Bioclástico -
6678 100 67,10 Biolitoclástico -
6680 258 54,30 Biolitoclástico 0,00 32,75 59,34 7,91 Silte arenoso
6681 167 75,20 Bioclástico -
6682 135 88,37 Bioclástico -
6683 100 23,87 Litoclástico 0,00 26,50 55,12 18,37 Silte arenoso
6684 511 22,07 Litoclástico 0,00 41,97 34,82 23,21 Areia síltica
6685 282 13,30 Litoclástico 0,00 31,21 58,57 10,22 Silte arenoso
6686 153 84,30 Bioclástico -
6687 135 25,93 Litoclástico 0,00 72,86 11,31 15,83 Areia argilosa
6688 100 15,93 Litoclástico 0,00 14,23 64,85 20,92 Silte argiloso
6689 532 21,97 Litoclástico 0,00 10,55 72,98 16,48 Silte argiloso
6690 285 30,77 Litobioclástico 0,00 18,85 54,97 26,18 Silte argiloso
6691 140 22,43 Litoclástico 0,00 12,82 73,04 14,14 Silte argiloso
6692 100 19,40 Litoclástico 0,00 21,08 61,86 17,06 Silte arenoso
6695 153 67,60 Biolitoclástico -
6696 92,3 18,40 Litoclástico 0,00 19,08 61,75 19,17 Silte argiloso
6697 430 30,73 Litobioclástico 0,00 7,16 71,62 21,22 Silte argiloso
6698 242 43,87 Litobioclástico 0,00 60,94 26,04 13,02 Areia síltica
6699 153 67,20 Biolitoclástico -
6700 100 16,83 Litoclástico 0,00 14,08 56,32 29,20 Silte argiloso
6701 433 28,00 Litoclástico 0,00 12,53 61,47 26,00 Silte argiloso
6702 357 25,37 Litoclástico 0,00 17,26 61,47 21,28 Silte argiloso
6703 133 46,60 Litobioclástico 0,00 13,08 58,47 28,45 Silte argiloso
6704 97 19,47 Litoclástico 0,00 11,47 73,04 15,49 Silte argiloso
6705 430 24,17 Litoclástico 0,00 29,43 56,96 13,61 Silte arenoso
6706 183 62,50 Biolitoclástico -
6707 156 28,27 Litoclástico 0,00 18,76 59,08 22,16 Silte argiloso
6736 460 38,37 Litobioclástico 0,00 23,21 59,07 17,72 Silte arenoso
6737 476 14,33 Litoclástico 0,00 78,20 13,87 7,93 Areia
6738 330 55,50 Biolitoclástico 0,00 39,86 48,12 12,03 Silte arenoso
6741 138 91,00 Bioclástico 0,00 -
6742 215 64,33 Biolitoclástico 0,00 -
Cont.

14
%
Estação. Prof. %CaCO3 Classificação % Areia % Silte % Argila Classificação
Grânulos
(m) Larsonneur (1977) Shepard (1954)
6743 508 36,63 Litobioclástico 0,00 9,29 60,31 30,40 Silte argiloso
6744 254 62,16 Biolitoclástico 0,00 -
6746 100 38,40 Litobioclástico 0,00 15,42 64,07 20,52 Silte argiloso
6747 100 81,13 Bioclástico 0,00 -
6748 497 30,27 Litobioclástico 0,00 41,68 43,10 15,21 Silte arenoso
6749 325 56,27 Biolitoclástico 0,00 30,33 57,38 12,30 Silte arenoso
6750 162 52,67 Biolitoclástico 0,14 91,27 8,59 0,00 Areia
6751 93 39,87 Litobioclástico 0,00 29,58 58,18 12,25 Silte arenoso
6752 502 39,20 Litobioclástico 0,00 36,67 45,24 18,09 Silte arenoso
6753 187 59,10 Biolitoclástico 0,00 61,67 29,81 8,52 Areia síltica
6754 131 86,90 Bioclástico -
6755 104 38,23 Litobioclástico 0,00 20,06 60,06 19,89 Silte arenoso
5756 650 75,80 Bioclástico -
6758 149 70,96 Bioclástico -
6759 110 78,20 Bioclástico -
6760 415 - 419 47,43 Litobioclástico 0,00 47,70 27,89 24,41 Areia síltica
6761 266 23,10 Litoclástico 0,00 16,94 59,12 23,94 Silre argiloso
6762 146 - 150 78,30 Bioclástico -
6763 105 37,27 Litobioclástico 0,00 18,14 70,77 11,09 Silte arenoso
6764 425 34,13 Litobioclástico 0,00 34,04 52,77 13,19 Silte arenoso
6765 246 41,27 Litobioclástico 0,00 9,90 71,89 18,21 Silte argiloso
6766 105 93,70 Bioclástico -
6767 453 47,33 Litobioclástico 0,00 26,42 49,05 24,53 Silte arenoso
6768 280 78,17 Bioclástico -
6769 92 64,23 Biolitoclástico -
6770 320 51,40 Biolitoclástico 0,00 45,94 25,31 28,76 Areia síltico argilosa
6771 175 72,40 Bioclástico -
6773 490 39,27 Litobioclástico 0,00 42,59 28,70 28,70 Areia síltico argilosa
6774 322 44,50 Litobioclástico 0,00 70,41 16,44 13,15 Areia síltica
6775 224 55,23 Biolitoclástico 0,00 13,57 44,25 42,18 Silte argiloso
6776 100 21,80 Litoclástico 0,00 19,47 71,59 8,93 Silte arenoso
6777 500 25,83 Litoclástico 0,00 7,12 71,79 21,09 Silte argiloso
6778 322 24,27 Litoclástico 0,00 20,55 70,21 9,24 Silte arenoso
6779 200 56,60 Biolitoclástico 0,00 23,88 48,08 28,04 Silte argiloso
6780 102 15,27 Litoclástico 0,30 57,38 38,09 4,23 Areia síltica
6782 480 31,33 Litobioclástico 0,00 39,76 55,00 5,24 Silte arenoso
6783 350 48,87 Litobioclástico 0,00 41,02 36,04 22,94 Areia síltica
6784 195 65,83 Biolitoclástico -
6785 510 39,70 Litobioclástico 0,00 29,05 50,61 20,34 Silte arenoso
6786 380 67,40 Biolitoclástico -
6787 151 63,38 Biolitoclástico -
6788 100 17,80 Litoclástico 0,00 22,16 65,77 12,07 Silte arenoso
6789 95 10,73 Litoclástico 0,00 26,70 61,33 11,97 Silte arenoso
6790 500 54,73 Biolitoclástico 0,00 26,53 34,80 38,67 Argila síltico arenosa
6792 228 61,80 Biolitoclástico -
6793 138 14,30 Litoclástico 0,00 15,53 64,04 20,43 Silte argiloso
6794 100 15,27 Litoclástico 0,00 24,42 61,42 14,15 Silte arenoso
6796 347 34,07 Litobioclástico 0,00 44,44 47,22 8,33 Silte arenoso
6797 190 73,37 Bioclástico -
6798 100 14,40 Litoclástico 0,00 52,38 33,73 13,89 Areia síltica
6800 285 54,87 Biolitoclástico 0,00 49,19 50,61 0,20 Silte arenoso
6801 166 39,07 Litobioclástico 0,00 41,52 26,32 32,16 Areia síltico argilosa
6807 225 71,87 Bioclástico -
6808 141 76,67 Bioclástico -
6809 104 18,13 Litoclástico 2,38 46,31 36,95 14,37 Areia síltica
6810 106 13,57 Litoclástico 0,00 20,41 69,42 10,17 Silte arenoso
6811 506 49,77 Litobioclástico 0,00 52,76 32,70 14,53 Areia síltica
6812 406 30,93 Litobioclástico 0,10 54,28 40,55 5,07 Areia síltica
6813 299 14,93 Litoclástico 0,00 17,52 76,34 6,14 Silte
6814 103 12,03 Litoclástico 0,00 16,76 64,07 19,17 Silte argiloso
6815 502 49,63 Litobioclástico 0,00 26,42 59,57 14,02 Silte arenoso
6817 210 66,10 Biolitoclástico -
6818 108 21,33 Litoclástico 0,00 26,47 62,04 11,49 Silte arenoso
6819 505 47,97 Litobioclástico 0,00 75,34 17,59 7,04 Areia
Cont.

15
%
Estação. Prof. %CaCO3 Classificação % Areia % Silte % Argila Classificação
Grânulos
(m) Larsonneur (1977) Shepard (1954)
6821 232 53,93 Biolitoclástico 0,00 32,08 37,74 30,19 Silte argilo arenoso
6822 103 19,23 Litoclástico 0,00 20,37 56,68 22,95 Silte argiloso
6823 100 13,00 Litoclástico 0,00 88,61 11,39 0,00 Areia
6826 100 13,63 Litoclástico 0,00 88,97 11,03 0,00 Areia
6829 100 10,20 Litoclástico 0,00 82,98 13,24 3,78 Areia
6831 154 19,33 Litoclástico 0,00 59,28 36,43 4,29 Areia síltica
6832 360 14,90 Litoclástico 0,00 45,97 37,41 16,63 Areia síltica
6833 102 13,17 Litoclástico 0,00 66,52 23,63 9,85 Areia síltica
6835 172 17,67 Litoclástico 0,00 43,39 50,07 6,55 Silte arenoso
6836 100 14,33 Litoclástico 0,00 41,61 41,07 17,32 Areia síltica
6839 90 4,33 Litoclástico 0,00 93,49 6,51 0,00 Areia
6843 104 12,70 Litoclástico 0,00 12,56 66,19 21,25 Silte argiloso
6846 100 11,87 Litoclástico 0,00 2,78 78,43 18,79 Silte argiloso
6849 100 7,67 Litoclástico 0,00 42,66 49,83 7,51 Silte arenoso
6858 100 11,10 Litoclástico 0,00 17,90 61,21 20,90 Silte argiloso
6864 255 12,03 Litoclástico 0,00 13,76 78,53 7,71 Silte
6865 131 54,87 Biolitoclástico 0,00 55,09 33,68 11,23 Areia síltica
6866 100 18,57 Litoclástico 0,00 33,57 49,66 16,76 Silte arenoso
6869 100 9,37 Litoclástico 0,00 41,13 44,15 14,72 Silte arenoso

16
4. MACROFAUNA BÊNTICA

Amostragem

Comparado-se os dados gerais obtidos com os diferentes tipos de amostradores, os


resultados são muito semelhantes, com poucas exceções. Os grupos dominantes e
frequentes são, na maioria das vezes, os mesmos para os três tipos de amostradores. O
pegador van Veen foi o que permitiu uma amostragem de táxons mais diversificada (Fig.
4.1), em função deste amostrador poder ser utilizado nas mais variadas condições de tempo
e fundo. O menor número de táxons registrado nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul reflete o menor esforço amostral realizado nestes estados, ocasionado pela
extensão da costa como no Paraná e pelas condições meteorológicas inadequadas durante
os cruzeiros.
Entretanto, o panorama modifica-se quando o número de táxons é relativizado
levando-se em conta o número de amostras tomadas com cada amostrador em cada estado
(Fig. 4.2). A draga foi o instrumento que forneceu as maiores estimativas de número de
táxons por esforço amostral em todos os estados, enquanto os pegadores van Veen e Box-
corer apresentaram eficiências equivalentes entre si. As maiores eficiências registradas
para a draga nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em comparação
com Rio de Janeiro e São Paulo são uma consequência do pequeno número de dragagens
realizadas nestes estados. Isto demonstra que poucas amostras realizadas com a draga
podem fornecer boas estimativas do número de táxons existentes em uma determinada
área. Este resultado é uma consequência direta da grande área amostrada pela draga em
comparação com os pegadores van Veen e Box-corer e dos padrões de distribuição,
geralmente agrupada, da fauna bentônica. O maior número relativo de táxons registrado em
Santa Catarina pelos pegadores van Veen e Box-corer (Fig. 4.2) pode indicar uma fauna
mais diversificada na costa ao largo do litoral deste estado.
Quando se avalia o número de indivíduos coletados por equipamento em relação ao
número de amostras realizadas com cada um, pode-se perceber que a draga (Rio de
Janeiro, São Paulo e Paraná) e o pegador van Veen (Santa Catarina) são os mais eficientes
(Fig. 4.3). No Rio Grande do Sul estes dois instrumentos tiveram eficiências equivalentes.
Uma ressalva deve ser feita em relação à maior eficiência do Box-corer nos estados do
Paraná e Santa Catarina em comparação com os outros estados. Isto indica que o Box-
corer, além de ser o equipamento mais eficiente em fornecer informações quantitativas da
fauna bêntica, ele também pode amostrar um grande número de indivíduos em
determinadas situações.
A distribuição de frequência de estações coletadas com relação ao número de
táxons registrados em cada uma (Fig. 4.4) revelou que a maioria das estações (60%)
apresentou entre 5 e 10 táxons. O maior número de táxons registrado em uma única
amostra foi 20.

17
Figura 4.1. Número de táxons coletados pelos diferentes amostradores utilizados (van
Veen, Box-corer e Draga) ao largo dos estados da região sul/sudeste.

Figura 4.2. Número de táxons por amostra coletados pelos diferentes amostradores
utilizados (van Veen, Box-corer e Draga) ao largo dos estados da região sul/sudeste.

18
Figura 4.3. Número de indivíduos por amostra coletados pelos diferentes amostradores
utilizados (van Veen, Box-corer e Draga) ao largo dos estados da região sul/sudeste.

Figura 4.4. Distribuição de frequência do número de táxons registrados nas estações


amostradas.

19
Abundância e Biomassa

Foi identificado um total de 131.369 indivíduos distribuidos entre 28 táxons (Pisces


não foram incluídos nas análises subsequentes) no total das amostras coletadas. No Anexo
2 encontram-se reunidos os dados de abundância por estação de coleta e amostrador,
obtidos para cada táxon. Destes, foram selecionados os filos e classes mais abundantes e
frequentes – Porifera, Cnidaria, Sipuncula, Gastropoda, Bivalvia, Scaphopoda, Polychaeta,
Crustacea, Ophiuroidea, Bryozoa e Brachiopoda – para uma análise da situação atual da
macrofauna. Dentre estes, Bryozoa (30.501 registros) foi o grupo mais abundante, seguido
pelos Polychaeta (22.412 inds.), Ophiuroidea (16.918), Crustacea (14.240 inds.),
Brachiopoda (12.849 inds.) e Bivalvia (11.761 inds.) (Fig. 4.5).
Na avaliação da biomassa deve-se considerar que, com exceção do Rio de Janeiro,
ela não foi efetuada para cerca de 30 a 40% dos táxons identificados, ou pelo fato dos
animais serem coloniais ou pelo número de indivíduos muito reduzido. A biomassa total
foi de 2885,22 g, sendo que praticamente metade deste valor foi devido aos Echinodermata
(1011,15 g). Dentre estes, Ophiuroidea (759,27 g) e Crinoidea (175,59 g) predominaram.
Outros grupos importantes quanto à biomassa foram Crustacea (368,31 g), Porifera (278,66
g), Bivalvia (250,51 g) e Polychaeta (202,77 g). A biomassa dos 18 táxons restantes
correspondeu a 19,0% da biomassa total registrada (Fig. 4.5). Os dados brutos de biomassa
para cada táxons estão apresentados no Anexo 3.
Quando a frequência de ocorrência dos diferentes táxons nas estações é analisada
pode-se verificar que as ordens de dominância se invertem (Fig. 4.6). Polychaeta passa a
ser o grupo mais frequente ocorrendo em cerca de 98% das estações coletadas, seguido por
Crustacea (92%), Bivalvia (78%), Sipuncula (77%), Ophiuroidea (72%), Bryozoa (53%) e
Gastropoda (52%). Estes resultados indicam que grupos como Polychaeta ocupam o fundo
do mar de uma forma mais homogênea do que, por exemplo, Bryozoa, cujo grande número
de indivíduos foi proveniente apenas de metade das amostras.
Uma evidente relação entre a densidade de indivíduos e o número de táxons em
cada uma das amostras coletadas pode ser constatada (Fig. 4.7). O comportamento
assinptótico dos pontos reflete a superficialidade/limitação de táxons identificados durante
o processo de triagem. O total de táxons identificado foi de 28, número estabelecido em
função da existência de especialistas e da facilidade de identificação por pessoal de
triagem.

Figura 4.5. Abundância e biomassa dos principais táxons registrados.

20
Figura 4.6. Frequência de ocorrência dos táxons identificados.

Figura 4.7. Relação entre a densidade de indivíduos (em milhares de indivíduos/m2) e o


número de táxons registrados em cada estação de coleta. Dados de van Veen e Box-
corer integrados.

21
Distribuição Espacial
Os dados balanceados (por esforço amostral) referentes a abundância e biomassa
dos 11 táxons mais representativos foram reunidos por estado (RJ, SP, PR, SC e RS) de
forma que algumas dominâncias numéricas puderam ser constatadas (Fig. 4.8). Verificou-
se que grupos como Porifera, Ophiuroidea, Bryozoa e Brachiopoda foram relativamente
mais abundantes em São Paulo, Polychaeta e Crustacea no Rio de Janeiro e Cnidaria,
Gastropada, Bivalvia e Scaphopoda nos estados do Paraná e Santa Catarina. Estes dados
permitem classificar o Estado do Rio Grande do Sul como o que apresenta a fauna
bentônica menos numerosa.
Com relação à biomassa (Fig. 4.9), verifica-se um panorama ligeiramente diferente.
Nota-se que a contribuição em termos de biomassa dos estados de São Paulo, Rio Grande
do Sul e Rio de Janeiro passa a ser maior do que a em número de indivíduos, evidenciando
um maior estoque de fauna bentônica nestes estados. O contrário acontece com a fauna dos
estados do Paraná e Santa Catarina.

100%

RJ
SP
50% PR
SC
RS

0%
Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br

Fig. 4.8: Abundância relativa dos principais táxons por estado.


(Po – Porifera, Cn – Cnidaria, Si – Sipuncula, Ga – Gastropoda, Bi – Bivalvia, Sc – Scaphopoda, Pl –
Polychaeta, Cr – Crustacea, Op – Ophiuroidea, By – Bryozoa e Br – Brachiopoda)

100%

RJ
SP
50% PR
SC
RS

0%
Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Cp By Br

Fig. 4.9. Biomassa relativa dos principais táxons por estado.


(Po – Porifera, Cn – Cnidaria, Si – Sipuncula, Ga – Gastropoda, Bi – Bivalvia, Sc – Scaphopoda, Pl –
Polychaeta, Cr – Crustacea, Op – Ophiuroidea, By – Bryozoa e Br – Brachiopoda)

22
Os dados foram ainda categorizados por faixas de profundidade para cada estado
para possibilitar um aprofundamento da análise da fauna. Estes resultados são apresentados
a seguir e estão ilustrados na figura 4.10.
Numa análise geral percebe-se que a maioria dos grupos registrados no Rio de
Janeiro ocorreu principalmente entre 100-200 m de profundidade enquanto nos demais
estados houve um maior equilíbrio na ocorrência da fauna entre as diferentes classes de
profundidade, com uma maior frequência de registros acima dos 200 m.
Com relação à abundância dos principais grupos faunísticos percebe-se que
Porifera, Gastropoda, Bivalvia, Polychaeta e Crustacea não possuem um padrão evidente
de distribuição batimétrica. Por outro lado, Cnidaria foi proporcionalmente mais abundante
em regiões mais profundas, acima dos 200 m. Sipuncula ocorreu predominantemente em
áreas mais rasas (100–200 m) nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nenhum
padrão pode ser evidenciado nos demais estados para este grupo. Scaphopoda e
Ophiuroidea foram relativamente mais abundantes em áreas mais rasas (até 200 m) nos
estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mas predominaram em águas mais
profundas (acima dos 200 m) nos demais estados. Bryozoa concentrou-se entre 200–300 m
em Santa Catarina e acima dos 200 m nos outros estados. No geral, Brachipoda foi
predominante nas regiões mais rasas (abaixo de 200 m) exceto no Paraná, onde ocorreu
primordialmente entre 300-500 m de profundidade.
A análise da biomassa revelou diferenças com relação ao que foi verificado acima
para abundância. Apenas para Cnidaria, Sipuncula e Scaphopoda não foram verificados
padrões. A biomassa de Gastropoda também não apresentou um padrão claro embora ela
tenha se concentrado abaixo dos 100 m no Rio Grande do Sul. Para Porifera verificou-se
uma tendência de concentração da biomassa em maiores profundidades partindo-se do Rio
de Janeiro em direção a Santa Catarina. As biomassas de Bivalvia e Brachiopoda foram
proporcionalmente maiores abaixo dos 200 m no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Não
foi verificado um padrão para Bivalvia nos demais estados mas a biomassa de Brachiopoda
concentrou-se entre 200-300 m de profundidade em Santa Catarina. A maior parte da
biomassa de Polychaeta esteve restrita a faixas de profundidade abaixo dos 200 m em
todos os estados assim como a de Crustacea nos estados do Rio de Janeiro e Paraná. Nos
outros estados, a biomassa de Crustacea foi proporcionalmente maior acima dos 200 m.
Por fim, Ophiuroidea teve proporcionalmente maior biomassa abaixo dos 200 m nos
estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e acima dos 500 m no estado de São Paulo.

23
1 00% 1 00%

50% 50%

R IO DE J ANEIRO 0% 0%

N Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br

S ÃO P AULO
1 00% 1 00%

50% 50%

0% 0%
P ARANÁ Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br

!" #$ " 100% 1 00%

S ANTA C ATARINA
50% 50%

0% 0%

Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br

100% 1 00%
RIO GRANDE
DO SUL 50% 50% Profundidades (m):
0% 0%

Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br
> 500
Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br
300 - 500
'
200 - 300
1 00% 1 00%

100 - 200
50% 50%
% &

0% ( 0%
< 100
300 Km
Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br Po Cn Si Ga Bi Sc Pl Cr Op By Br

Fig. 4.10 – Abundância (à esquerda) e Biomassa (à direita), por estado e profundidade, dos táxons de maior importância numérica –
REVIZEE – ScoreSul/Bentos.
Fig. 1b – Biomassa, por profundidade (m), dos taxons de maior importância numérica – REVIZEE – ScoreSul/Bentos.
(Po – Porifera ; Cn –Cnidaria ; Si – Sipuncula ; Ga – Gastropoda ; Bi – Bivalvia ; Sc – Scaphopoda ; Pl – Polychaeta ; Cr – Crustacea ; Op – Ophiuroidea ; By –
Bryozoa ; Br – Brachiopoda)
24
A análise de agrupamento realizada com dados de presença e ausência de todos os
táxons categorizados por estado e profundidade revelou que não há uma separação
evidente entre estas categorias (Fig. 4.11). Os grupos 1, 2 5 e 6 são formados por poucas
localidades, diferentemente dos grupos 3 e 4, devido à grande diferença na composição de
grupos taxonômicos. Estes dois grandes agrupamentos (3 e 4) foram compostos por
localidades com alta riqueza de grupos taxonômicos. Grupos como Turbelaria, Echiura,
Aplacophora, Cephalopoda, Pycnogonida, Hemichordata e Holothuroidea só foram
registrados em localidades componentes do grupo 3. Entretanto, eles não evidenciam
qualquer unidade entre estados e profundidade, embora o grupo 3 tenha sido composto
praticamente por amostras provenientes do estado de São Paulo. Já no grupo 4
predominaram amostras da região sudeste (Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina). Os
grupos 3 e 4 podem ser mesclados caso a linha de corte seja deslocada levemente para
esquerda na figura 4.11. Isto singifica que a separaçao destes dois grupos pode não ser
muito evidente ou natural, sugerindo que os dois fatores levados em questão nesta análise
(localidade e profundidade) não têm importante influência na determinação da ocorrência
dos grandes grupos taxonômicos identificados neste estudo.
WPGMA
SC4
RS1
1
RJ5 2
RS2
SP4
SP5
SP1
3
SP3
SP2
RJ2
SC5
RS5
SC2
PR3
PR4
PR2 4
RJ3
SC3
RJ4
RJ1
PR5
RS4 5
PR1 6
0,48 0,4 0,32 0,24 0,16 0,08 0

Bray Curtis

Fig. 4.11. Análise de agrupamento baseada nos dados de presença e ausência dos 28 táxons
identificados, utilizando a medida de distância de Bray Curtis e método de agrupamento de
média de grupo balanceada (WPGMA). (A linha tracejada indica o ponto de corte que permitiu
a identificação de 6 grupos (1 a 6 ao lado direito do gráfico).Os números ao lado das siglas dos
estados indicam as classes de profundidade: 1, <100m; 2, 100-200m; 3, 200-300m; 4, 300-500m; 5,
>500m))

As diferenças fisiográficas e hidrográficas das regiões estudadas estão refletidas nas


características sedimentares e, consequentemente, na estrutura da fauna bentônica. Os
resultados obtidos através da análise de agrupamento mostram que estes estão fortemente
relacionados ao tipo de sedimento. O grupo formado principalmente pelos dados de São
Paulo revela um ambiente mais homogêneo, sofrendo poucas alterações, onde o tipo de

25
sedimento predominante é composto por lama com baixa porcentagem de carbonato de
cálcio (litoclástico). Os resultados do Rio de Janeiro foram associados a vários grupos,
devido à heterogeneidade do tipo de fundo, com dominância de areia (desde muito fina a
muito grossa) e presença marcante de cascalho. A grande contribuição de carbonato de
cálcio no sedimento (biolitoclásticos) nesta área é devido a abundância de algas calcárias
ao largo do Rio de Janeiro.

Interação entre a fauna e as variáveis ambientais


Avaliou-se a influência dos fatores abióticos na ocorrência dos diferentes grupos
taxonômicos na área estudada. Para tanto, foi realizada inicialmente uma análise
multivaiada denominada escalonamento multidinensional não-métrico (n-MDS, Fig. 4.12).
Dos resultados desta análise foram considerados os escores relativos ao primeiro e segundo
eixos. Estes escores (variáveis dependentes) foram relacionados com as variáveis
ambientais disponíveis utilizando-se uma análise de regressão múltipla passo a passo
retroativa (backward). A análise com o eixo 1 revelou que quando % de areia, % de silte,
diâmetro médio do grão e assimetria interagem verifica-se uma influência negativa da %
de areia e do diâmetro do grão (em escala de phy). Para o eixo 2 do n-MDS constatou-se
resultado semelhante, porém com uma influência positiva do diâmetro do grão (negativa
em mm). Isto significa que maiores valores de score do eixo 1 estão associados com
menores porcentagens de areia e sedimentos mais finos. Em contrapartida, os maiores
valores de score do eixo 2 estão associados a sedimentos mais grosseiros. As estações
localizadas em todos os extremos da figura 4.12 apresentam baixo número de táxons (1 a 2
táxons). Este número aumenta em direção ao centro do gráfico com uma tendência dos
maiores valores (14 a 20 táxons) ocorrerem na região mediana da figura. Estes resultados
indicam que há uma tendência das estações com maiores riquezas taxonômicas (número de
táxons) ocorrerem em sedimento com granulometria intermediária.

6840
6707
6837
68456819
6842
6850
6835
6812
6853 6691
6830
6834
6688 6767
6749 6856
6855 68416667 6764
6756 6818
6852 6864
6862
6797
6662 66976701
6765
6768
6832 6690
6742
6703
6646
6869
6798 6773
6848
6857
6833 6757
6737
67616785
681067896683
6743
6866
6670
6814
6774
6752
67946696
6815 6826
6704
6828
6668
6650
6699
6800
6801
6706 6831
6689
6700
6675 6822
6849
6829
6746
67486654
6836
6775
6692 6694
6851
6839 6664
67846744
6844
6843
6738
6677 6783
6755
6791 6770
6821 6782
6811
6657
6680 6740
6736
6788 6846
6790
6776
67056751
6816 6695 6793
6698 68096858
Axis 2

6787
6792
6685
68076823
67776655
6780
6671
6769 6660
6653
6739
6693
66516778
6758
6753
6669 6644
6796
6735
6813
6766
6760
6674 6652
6676
6747
6759
6678
6763
6741 6679
6786
6779
680866566772 6702
6754
6686
6666
6681
6684
6762
6672 6750
6665
6673
6661 6817
6658 6863 6745
6659

6865
6863

6820
Axis 1
Figura 4.12. nMDS baseada nos dados de presença e ausência dos 28 táxons identificados
neste estudo utilizando a medida de distância de Sorensen.

26
5. INVENTÁRIOS DE DIVERSIDADE

Os resultados da identificação da fauna bêntica em níveis mais específicos como


Porifera, Cnidaria (Hydrozoa, Scyphozoa – Coronate e Anthozoa – Hexacorallia e
Octocorallia), Sipuncula, Mollusca (Gastropoda, Bivalvia, Cephalopoda, Polyplacophora e
Solenogastres), Polychaeta, Crustacea (Decapoda, Stomatopoda e Tanaidacea), Bryozoa,
Brachiopoda, Echinodermata (Ophiuroidea, Asteroidea, Crinoidea, Echinoidea e
Holothuroidea) e Chordata (Ascidiacea) realizada por especialistas são apresentados a
seguir e revelam um avanço consideravel no conhecimento da biodiversidade marinha da
costa brasileira.
Como resultado desta primeira etapa do estudo taxonômico, foram identificados,
considerando os rupos relacionados acima, 741 táxons entre os quais uma quantidade
expressiva de novas ocorrências, como também de espécies que ainda não eram conhecidas
pela ciência.
Muitos grupos ainda não foram identificados. Estes dados refletem os resultados de
apenas 50% dos grupos taxonômicos e principalmente do material procedente das coletas
efetuadas entre as baías de Ilha Grande e de Paranaguá. Considerando que o trabalho de
taxonomia é lento, especialmente em se tratando de um inventário em cujas profundidades
a fauna bêntica é pouco conhecida, com significativo componente de espécies novas, o
número total de táxons deverá ultrapassar as expectativas (acima de mil espécies).

Grupos Taxonômicos Nº de Táxons Total de


Indivíduos
Filo Porifera 44 121
Filo Cnidaria
Classe Hydrozoa 16 36 reg.
Classe Scyphozoa 2 205 reg.
Classe Anthozoa
Sub-Classe Hexacorallia 20
Sub-Classe Octocorallia 2
Filo Sipuncula 10 2166
Filo Mollusca
Classe Gastropoda 226 15696
Classe Bivalvia 114 18237
Filo Annelida
Classe Polychaeta 172 17405
Filo Arthropoda
Sub-Filo Crustacae
Ordem Decapoda & Stomatopoda 25 275
Super-Ordem Peracarida - Ordem 8 498
Tanaidacea
Filo Bryozoa 54 20705
Filo Brachiopoda 4 11354
Filo Echinodermata
Classe Ophiuroidea 32 12581
Classe Asteroidea 7 46
Classe Crinoidea 2 454
Classe Echinoidea 4 256
Classe Holoturoidea 5 6
Filo Chordata
Classe Urochordata - Ascidiacea 1 2
(Reg. – número de registros)

27
FILO PORIFERA

EDUARDO HAJDU, CRISTINA P. SANTOS, Raspailia (Raspaxilla) phakellina Topsent, 1913


Foto: E. HAJDU
DANIELA A. LOPES, MAÍRA V. DE OLIVEIRA,
MARIA CLAUDIA F. MOREIRA, MARIANA DE
S. CARVALHO & MICHELLE KLAUTAU

Nothria sp.

Características

Poríferos, vulgarmente conhecidos como esponjas, são animais aquáticos,


predominantemente marinhos, que geram uma corrente unidirecional de água através de
seu corpo, da qual retiram seu alimento, e por intermédio da qual se reproduzem. Poríferos
não apresentam tecidos verdadeiros, e sua organização celular (Classes Calcarea e
Demospongiae) ou sincicial (Classe Hexactinellida) exibe ampla mobilidade em torno de
um sistema de canais, dito sistema aqüífero, também em constante reorganização. Isto se
traduz em notável poder de regeneração, e paralelamente, alta adaptabilidade. Seu
esqueleto é preponderantemente composto por fibras de uma proteína semelhante ao
colágeno, a espongina, à qual pode ou não estar associado um complemento variavelmente
diverso de espículas silicosas. Antigos depósitos lacustres em áreas hoje assoreadas
contêm, por vezes, espessa camada de espículas remanescentes de comunidades de
poríferos dulciaqüícolas. Estes são denominados de espiculitos, representando potencial
fonte de exploração de sílica biogênica para a indústria. Para as populações humanas
habitantes destas regiões, tratam-se de imensos depósitos de “pó de mico”, causadores de
alergias diversas em períodos de ventos acentuados. Dermatites de intensidade variável são
uma resposta freqüente ao manuseio de esponjas vivas ou mortas, em parte causadas pelas
espículas, mas por vezes decorrentes da química diversificada destes organismos. Há
também esqueletos de poríferos compostos unicamente por espículas calcáreas, esqueletos
hipercalcificados (semelhantes aos de corais construtores de recifes), esqueletos com
espículas de espongina, e esponjas desprovidas de esqueleto por completo. A diversidade
de formas das espículas é verdadeiramente espetacular, de grande valia para os trabalhos
taxonômicos, e até hoje muito pouco compreendida quanto à sua função. Apesar da

28
aparente simplicidade quando comparado a animais mais complexos, o padrão de
organização dos Poríferos é indiscutivelmente eficiente, tendo garantido sua presença nos
ecossistemas marinhos por mais de ½ bilhão de anos.
Poríferos alimentam-se das menores frações orgânicas, sendo extremamente
eficientes na captura de bactérias do meio. Podem participar da produção primária quando
associados a cianobactérias ou algas, e hábito carnívoro já foi também observado. Poríferos
são os principais agentes da bioerosão dos substratos calcáreos, e seu uso como
biomonitores da qualidade ambiental vem sendo proposto repetidamente. Poríferos podem
ser muito abundantes, sendo importantes membros das comunidades bentônicas em todas
as faixas batimétricas, bem como latitudinais e longitudinais, especialmente sobre
substratos consolidados e abrigados da iluminação intensa dos primeiros metros da camada
d´água.
Há atualmente um grande interesse no estudo químico-farmacológico dos poríferos,
tendo em vista o amplo espectro de substâncias bioativas isoladas destes animais nas
últimas décadas. Tais estudos realizam-se também no Brasil, e é grande a expectativa de
geração de resultados com significativo retorno para a sociedade.

Informações sobre o filo: Volkmer-Ribeiro & Motta (1995); Hajdu et al. (1996); Hooper
(1997); Hajdu et al. (1999); Muricy & Silva (1999); Custódio et al. (2000); Hooper & Van
Soest (2002).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3
e 6-7.
CLASSE CALCAREA Bowerbank, 1864 ORDEM HADROMERIDA Topsent, 1894
ORDEM LEUCOSOLENIDA Hartman, 1958 CLIONAIDAE d´Orbigny, 1851
GRANTIIDAE Dendy, 1892 Cliona sp.
Grantia sp. POLYMASTIIDAE Gray, 1867
LEUCOSOLENIIDAE Minchin, 1900 Polymastia sp.
Leucosolenia sp. TETHYIDAE Gray, 1848
CLASSE DEMOSPONGIAE Sollas, 1885 Halicometes minuta Sara & De Rosa
ORDEM ASTROPHORIDA Sollas, 1888 Barbosa, 1995
ANCORINIDAE Schmidt, 1870 TIMEIDAE Topsent, 1928
Jaspis sp. Timea sp.
Stelletta sp. ORDEM HALICHONDRIDA Gray, 1867
GEODIIDAE Gray, 1867 BUBARIDAE Topsent, 1894
Erylus diminutus Mothes, Lerner & Silva, Bubaris sp. (NR)
1999 AXINELLIDAE Carter, 1875
Erylus soesti Mothes & Lerner, 2001 cf. Axinella sp.
Geodia sp. cf. Dragmacidon sp.
PACHASTRELLIDAE Carter, 1875 HALICHONDRIIDAE Gray, 1867
Pachastrella monilifera Schmidt, 1868 Halichondria sp.
Poecillastra sollasi Topsent, 1904 (NR) Topsentia sp.
Vulcanella sp. ORDEM HAPLOSCLERIDA Topsent, 1928
THROMBIDAE Sollas, 1888 CHALINIDAE Gray, 1867
Thrombus sp. (NR) Haliclona (Gellius) sp. (NR)
ORDEM SPIROPHORIDA Bergquist & Hogg, PHLOEODICTYIDAE Carter, 1882
1969 Pachypellina sp. (NR)
TETILLIDAE Sollas, 1886 ORDEM POECILOSCLERIDA Topsent, 1928
Cinachyra sp. (NR) COELOSPHAERIDAE Dendy, 1922
ORDEM LITHISTIDA Schmidt, 1870 Forcepia sp.
Lithistida sp. 1 Lissodendoryx (Lissodendoryx) sp.
SIPHONIDIIDAE Lendenfeld, 1903 CRELLIDAE Dendy, 1922
Gastrophanella sp. Crella (Yvesia) sp. (NR)

29
DESMACELLIDAE Ridley & Dendy, 1886 Myxilla (Ectyomyxilla) tenuissima (Thiele,
Desmacella annexa Schmidt, 1870 (NR) 1905) (NR)
Desmacella aff. pumilio Schmidt, 1870 RASPAILIIDAE Hentschel, 1923
Desmacella sp. 3 Aulospongus sp. (NR)
ESPERIOPSIDAE Hentschel, 1923 Raspaciona sp. (NR)
Esperiopsis sp. Raspailia (Parasyringella) sp. (NR)
HAMACANTHIDAE Gray, 1872 Raspailia (Raspaxilla) phakellina (Topsent,
Hamacantha sp. 1 1913) (NR)
Hamacantha sp. 2 RHABDEREMIIDAE Topsent, 1928
Hamacantha sp. 3 Rhabderemia uruguaiensis Van Soest &
LATRUNCULIIDAE Topsent, 1922 Hooper, 1993 (NR)
Sceptrella sp. (NR) Rhabderemia aff. africana Van Soest &
MICROCIONIDAE Carter, 1875 Hooper, 1993 (NR)
Clathria (Clathria) sp.
MYXILLIDAE Dendy, 1922

NR – Novo registro

Comentários Gerais

A fauna de poríferos da plataforma e talude continentais (50-808m de


profundidade) dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina é rica, e aparentemente
sem um claro padrão de dominância. Apenas uma espécie, Halicometes minuta ocorreu em
três estações, outras sete espécies tendo sido encontradas em duas estações cada
(Aulospongus sp., Desmacella annexa, Grantia sp., Raspaciona sp., Raspailia phakellina,
Rhabderemia uruguaiensis e Vulcanella sp.). Cada uma das demais ocorreu em apenas
uma estação. As duas espécies novas e dezesseis novas ocorrências para o Brasil indicam
claramente quão parco é nosso conhecimento desta fauna. O grande número de
identificações incompletas sugere que haverá ainda mais espécies novas por revelar com o
prosseguimento do estudo taxonômico deste material. Ao todo, são mais de 100 lotes de
poríferos (ca. 30% da plataforma e 70% do talude), diversos dos quais mistos, com mais de
uma espécie. Dentre as estações mais ricas estão 6681 (14 espécies) e 6686 (10). Todo o
material encontra-se tombado na Coleção de Poríferos do Museu Nacional/UFRJ, alguns
táxons estando representados apenas por preparações de cortes espessos e/ou espículas
dissociadas para microscopia.
Dentre os 34 gêneros identificados, diversos são notórios por terem revelado
substâncias bioativas de potencial aplicação bioquímico/farmacológica. Halichondria
(ácido okadáico - ferramenta bioquímica, Tachibana et al., 1981; halichondrinas -
antitumoral, Hirata & Uemura, 1986), Jaspis (jasplakinolídeos - antifúngica, antihelmíntica
e antimicrobiana, Crews et al., 1986), Lissodendoryx (halichondrinas, Munro et al., 1994),
Stelletta (stellettamidas - antifúngica, Hirota et al., 1990) e Topsentia (sulfatos do
topsentiasterol - antimicrobiana, Fusetani et al., 1994) são apenas alguns exemplos. O
prosseguimento do inventário de biodiversidade macrobentônica na região do Score Sul
poderá determinar quais espécies estão presentes em quantidades suficientes para o início
de estudos químico/farmacológicos em material da plataforma e talude brasileiros.

30
Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
inds.
Grantiidae
Grantia sp. 2 6681(1); 6686(1)
Leucosoleniidae
Leucosolenia sp. 5 6686(5)
Ancorinidae
Jaspis sp. 2 6816(2)
Stelletta sp. 1 6681(1)
Geodiidae
Erylus diminutus 1 6816(1)
Erylus soesti 1 6816(1)
Geodia sp. 1 6676(1)
Pachastrellidae
Pachastrella monilifera 2 6665(2)
Poecillastra sollasi 1 6650(1)
Vulcanella sp. 8 6681(5); 6686(3)
Thrombidae
Thrombus sp. 1 6650(1)
Tetillidae
Cinachyra sp. 2 6659(2)
Lithistida
Lithistida sp. 1 2 6650(2)
Siphonidiidae
Gastrophanella sp. Fr 6681(Fr)
Clionaidae
Cliona sp. 1 6658(1)
Polymastiidae
Polymastia sp. 3 6681(3)
Tethyidae
Halicometes minuta 5 6661(3); 6673(1); 6699(1)
Timeidae
Timea sp. 1 6661(1)
Bubaridae
Bubaris sp. 1 6686(1)
Axinellidae
cf. Axinella sp. 1 6686(1)
cf. Dragmacidon sp. 1 6650(1)
Halichondriidae
Halichondria sp. 1 6676(1)
Topsentia sp. 1 6661(1)
Chalinidae
Haliclona (Gellius) sp. 4 6686(4)
Phloeodictyidae
Pachypellina sp. 7 6665(7)
Coelosphaeridae
Forcepia sp. 1 6665(1)
Lissodendoryx (Lissodendoryx) sp. 1 6681(1)
Crellidae
Crella (Yvesia) sp. 1 6686(1)
Desmacellidae
Desmacella annexa 3+Fr 6681(2+Fr); 6686(1)
Cont.

31
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
inds.
Desmacella aff. Pumilio 1 6673(1)
Desmacella sp. 3 4 6686(4)
Esperiopsidae
Esperiopsis sp. 1 6679(1)
Hamacanthidae
Hamacantha sp. 1 1 6681(1)
Hamacantha sp. 2 1 6672(1)
Hamacantha sp. 3 1 6681(1)
Latrunculiidae
Sceptrella sp. 1 6681(1)
Microcionidae
Clathria (Clathria) sp. 1 6658(1)
Myxillidae
Myxilla (Ectyomyxilla) tenuissima 1 6664(1)
Raspailiidae
Aulospongus sp. 4 6816(2); 6820(2)
Raspaciona sp. 2 6676(1); 6681(1)
Raspailia (Parasyringella) sp. 1 6681(1)
Raspailia (Raspaxilla) phakellina 22 6681(20); 6686(2)
Rhabderemiidae
Rhabderemia uruguaiensis 3 6681(3)
Rhabderemia aff. africana 16 6686(16)
Total 120
Fr = fragmentos.

Referências Bibliográficas

CREWS, P.; MANES, L.V. & BOEHLER, M. 1986. Jasplakinolide; a ciclopeptide from
the marine sponge Jaspis sp. Tetrahedron Letters, 27: 2797-2800.
CUSTÓDIO, M.R.; HAJDU, E. & MURICY, G. 2000. Porifera Brasil. Página eletrônica
em acd.ufrj.br/labpor.
FUSETANI, N.; TAKAHASHI, M. & MATSUNAGA, S. 1994. Topsentiasterol Sulfates,
antimicrobial sterol sulfates possessing novel side chains, from a amrine sponge,
Topsentia sp. Tetrahedron, 50(26): 7765-7770.
HAJDU, E.; BERLINCK, R.G.S. & FREITAS, J.C. DE. 1999. Porifera. In: Biodiversidade
do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, 3:
Invertebrados Marinhos (MIGOTTO, A.E. & TIAGO, C.G., eds) – São Paulo:
FAPESP, 21-30.
HAJDU, E.; MURICY, G.; BERLINCK, R.G.S. & FREITAS, J.C. DE.1996. Marine
poriferan diversity in Brazil: through knowledge to management. In: Biodiversity in
Brazil, a first approach. CNPq, 157-172.
HIRATA, Y. & UEMURA, D. 1986. Halichondrins - antitumor polyether macrolides from
a marine sponge. Pure and Applied Chemistry, 58: 701-710.
HIROTA, H.; MATSUNAGA, S. & FUSETANI, N. 1990. Stellettamide A, an antifungal
alkaloid from a marine sponge of the genus Stelletta. Tetrahedron Letters, 31: 4163-
4164.
HOOPER, J.N.A. 1997. Sponge Guide. Guide to sponge collection and identification,
publicado pelo autor, 129p, disponível para baixar de
www.qmuseum.qld.gov.au/organisation/sections/sessilemarineinvertebrates/spong.pdf

32
HOOPER, J.N.A. & SOEST, R.W.M. VAN. (eds.) 2002. Systema Porifera. A Guide to the
Classification of Sponges - Nova Iorque: Kluwer Academic & Plenum Publishers, 1:
i-xx + 1-1102 + xxi-xlviii, 2: i-xx + 1103-1708 + xxi-xlviii.
MUNRO, M.H.G.; BLUNT, J.W.; LAKE, R.J.; LITAUDON, M.; BATTERSHILL, C.N.
& PAGE, M.J. 1994. From seabed to sickbed: what are the prospects? In Sponges in
Time and Space (SOEST, R.W.M. VAN, KEMPEN, TH.M.G. VAN &
BRAEKMAN, J.C., eds.) - Rotterdam, Balkema, 473-484.
MURICY, G. & SILVA, O.C. 1999. Esponjas marinhas do Estado do Rio de Janeiro: um
recurso renovável inexplorado. In: Ecologia dos Ambientes Costeiros do Estado do
Rio de Janeiro (SILVA, S.H.G. & LAVRADO, H.P., eds.). Série Oecologia
Brasiliensis, vol VII. PPGE – UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil, 155-178.
TACHIBANA, K.; SCHEUR, P.J.; TSUKITANI, Y.; KIKUCHI, H.; VAN ENGEN, D.;
CLARDY, J.; GOPICHAND, Y. 1981. Okadaic acid; a cytotoxic polyether from two
marine sponges of the genus Halichondria. Journal of the American Chemical
Society, 103: 2469-2471.
VOLKMER-RIBEIRO, C. MOTTA, J.F.M., 1995. Esponjas formadoras de espongilitos
em lagoas no Triângulo Mineiro e adjacências, com indicação de preservação de
habitat. Biociências, Porto Alegre, 3(2): 145-169.

33
FILO CNIDARIA
O filo Cnidaria inclui os animais diploblásticos, de simetria externa radial, com
uma cavidade gastrovascular interna que se abre para o exterior através da boca. O filo é
caracterizado pela presença de estruturas intracelulares, únicas no reino animal, chamadas
cnidas, utilizadas para obtenção do alimento ou para defesa. Variando em forma e
tamanho, as cnidas podem paralisar rapidamente uma presa, injetando através da pele do
animal uma substância tóxica. A presença e eficiência das cnidas explicam o sucesso dos
cnidários como animais quase que exclusivamente carnívoros, uma vez que o hábito séssil
ou sedentário dos pólipos e a limitada capacidade de locomoção das medusas, ligado a um
sistema nervoso e sensorial pouco desenvolvido, dificilmente lhes confeririam essa
capacidade.
Os cnidários incluem as águas-vivas, anêmonas-do-mar, corais e diversas outras
formas menos conhecidas pelas pessoas. São habitantes do ambiente aquático, sendo a
grande maioria marinha, vivendo nos mais diversos substratos, da zona entremarés até
profundezas abissais, incluindo alguns grupos psâmicos e outros parasitas. Embora sejam
muito abundantes, na maioria das vezes são conhecidos pelas pessoas apenas pelo forte
efeito urticante de algumas espécies ou pela existência dos recifes de corais que se
desenvolvem quase obrigatoriamente em mares quentes e transparentes .
As principais diferenças entre os pólipos e as medusas dos Cnidaria dizem respeito,
geralmente, ao modo de vida destes e pelo fato de que as medusas podem apresentar um
grande desenvolvimento corporal com o espessamento da camada intermediária, a
mesogléia, e que é produzida por células da epiderme ou da gastroderme. Os pólipos
geralmente são sésseis e bentônicos ao passo que as medusas costumam ser vágeis e
planctônicas.
Os cnidários são divididos em dois grandes grupos: os Anthozoa, que possuem
apenas a fase adulta bentônica de pólipo, e os Medusozoa, no qual se dá o aparecimento da
medusa adulta planctônica, predominando nestes o ciclo metagenético, em que as fases de
pólipo e medusa se alternam. O subfilo Medusozoa inclui 3 classes, Cubozoa, Hydrozoa e
Scyphozoa. Mesmo não havendo consenso, atualmente, é favorecida a hipótese de que o
grupo mais diversificado dos Anthozoa e representado apenas pela fase de pólipo seria o
mais basal, de modo que Scyphozoa, Cubozoa e Hydrozoa, apresentando muitas vezes
alternância entre as fases de pólipo e medusa, seriam grupos mais derivados.
Apesar de abarcar relativamente poucas espécies (~10000), o filo Cnidaria
notabiliza-se por apresentar populações muito numerosas, em grande parte devido à
capacidade de reprodução assexuada. Esses aspectos, além de várias estratégias de
resistência e dispersão encontradas entre as espécies, tornam o grupo muito comum nos
ambientes bentônico e planctônico. Além de desempenhar papel ecológico significativo,
têm importância econômica (são predadores de ovos, alevinos e adultos de peixes afetando
em diversos graus a pesca, por exemplo) e médica (queimaduras e outros problemas de
saúde advindos do contato com águas-vivas) não desprezível. Ademais, o fato de estarem
entre os animais multicelulares mais antigos que se conhecem, sendo o primeiro ramo
animal a possuir tecidos organizados, coloca o filo numa posição de alto interesse
científico, uma vez que o estudo de sua filogenia pode levar à melhor compreensão da
evolução de grande parte do reino animal.

34
CLASSE HYDROZOA

ÁLVARO E. MIGOTTO & ANTÔNIO CARLOS MARQUES

Nothria sp.
Macrorhynchia philippina (Kirchenpauer, 1872)
Foto: A.E.MIGOTTO

Características

Hydrozoa é a segunda maior classe de Cnidaria em número de espécies descritas


(~3300), ficando atrás apenas de Anthozoa (~6000 espécies). Todavia, os Hydrozoa
sobrepujam todas as outras classes na variedade de formas e na complexidade de ciclos de
vida apresentados. Os pólipos dos hidrozoários são solitários ou coloniais, freqüentemente
de tamanho pequeno, quando comparados com os dos antozoários. No entanto, colônias
podem chegar a dezenas de centímetros. Vivem geralmente sobre rochas e outros
organismos, sendo relativamente pouco freqüentes em substratos não consolidados. As
medusas, que brotam assexuadamente na lateral dos pólipos, têm vida livre e são a fase
sexual do ciclo de vida. Entretanto, em alguns casos há redução parcial ou total de uma das
fases (pólipo ou medusa).

Informações sobre a classe: Bouillon, 1994; Cornelius (1995a, 1995b); Vervoort (1995);
Migotto et al. (1999; 2002).

35
Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7.

SUBCLASSE ANTHOMEDUSAE Lafoea sp.


ORDEM FILIFERA Zygophylax sp.
EUDENDRIIDAE L. Agassiz, 1862 HALECIIDAE Hincks, 1868
Eudendrium sp. SERTULARIIDAE Lamouroux, 1812
HYDRACTINIIDAE L. Agassiz, 1862 Sertularella sp.
STYLASTERIDAE Gray, 1847 Sertularella conica Allman, 1877
SUBCLASSE LEPTOMEDUSAE Symplectoscyphus sp.
ORDEM CONICA HALOPTERIDIDAE Millard, 1962
CAMPANULINIDAE Hincks, 1868 ORDEM PROBOSCOIDA
LAFOEIDAE A. Agassiz, 1865 CAMPANULARIIDAE Johnston, 1813
Acryptolaria sp. Clytia sp.
Filellum serratum (Clarke, 1879)

Comentários Gerais

Os espécimes até agora examinados foram encontrados sobre conchas, nódulos de


algas calcárias ou coralos de antozoários, não havendo representantes de espécies típicas
de substrato não consolidado. O material é escasso e os espécimes encontram-se
geralmente danificados ou sem estruturas reprodutivas (como em Campanulinidae, por
exemplo), o que dificulta a identificação específica. Todavia, como a fauna de hidrozoários
bentônicos abaixo dos 25 m de profundidade é praticamente desconhecida no Brasil,
mesmo o parco material disponível tem grande importância sistemática e faunística. Até o
momento, pudemos detectar as novas ocorrências de 4 gêneros, Acryptolaria, Lafoea,
Symplectoscyphus e Zygophylax, cujos representantes são, em sua maioria, típicos de
maiores profundidades. Se comparado ao conhecimento estabelecido para Hydrozoa no
Brasil (cf. Migotto et al., 2002), estes dados mostram-se muito relevantes, constituindo um
acréscimo de 7 % no número de gêneros conhecidos para o Brasil para a subclasse
Leptomedusae, a maior dentre os Hydrozoa; ou 75 % para a família Lafoeidae, uma das
mais representativas em águas profundas dentre os Leptomedusae. Ademais, os
representantes das outras famílias (Hydractiniidae, Stylasteridae, Campanulinidae,
Haleciidae, Halopterididae, Sertulariidae) ainda não determinados no nível específico
podem se comprovar, também, como novos registros para nossa costa. Assim, tudo indica
que a continuidade dos estudos trará resultados importantes quanto à distribuição e
ocorrências das espécies de Hydrozoa.

36
Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta
reg.
Eudendriidae
Eudendrium sp. 1 6658
Hydractiniidae 1 6658
Stylasteridae 3 6650; 6666; 6680
Campanulinidae 4 6661; 6665; 6676; 6686;
Lafoeidae 7 6665; 6672; 6676; 6678; 6681; 6684; 6686
Acryptolaria sp. 2 6786; 6812
Filellum serratum 1 6788
Lafoea sp. 1 6786
Zygophylax sp. 1 6786
Haleciidae 3 6650; 6676;
Sertulariidae 3 6650; 6665; 6672
Sertularella sp. 1 6786
Sertularella conica 1 6753
Symplectoscyphus sp. 4 6786; 6788; 6812; 6817
Halopterididae 1 6684
Campanulariidae
Clytia sp. 2 6676; 6686
(reg. – Número de registros)

Referências Bibliográficas

BOUILLON, J. 1994. Classe des hydrozoaires (Hydrozoa Owen, 1843). In: Bouillon, J.;
Carré, C.; Carré, D.; Franc, A; Goy, J.; Hernandez-Nicaise, M.-L.; Tiffon, Y.; van de
Vyver, D. & Wade, M. (Eds), Traité de Zoologie, Tome III, Fascicule 2 - Cnidaires et
Ctenaires, Paris, pp. 29-416.
CORNELIUS, P.F.S. 1995a. North-west European thecate hydroids and their medusae.
Part 1. Linnean Society of London, London.
CORNELIUS, P.F.S. 1995b. North-west European thecate hydroids and their medusae.
Part 2. Linnean Society of London, London.
MIGOTTO, A.E., MARQUES, A.C., MORANDINI, A.C. & SILVEIRA, F.L. 2002.
Checklist of the Cnidaria Medusozoa of Brazil. Biota Neotropica, 2(1/2): 1-35
MIGOTTO, A.E.; SILVEIRA, F.L.; SCHLENZ, E. FREITAS, J.C. 1999. Cnidaria. In:
Migotto, A.E. & Tiago, C. (Eds), Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil:
síntese do conhecimento no final do século XX, 3: Invertebrados marinhos. FAPESP,
São Paulo. pp. 33-46.
VERVOORT, W. 1995. Bibliography of Leptolida (non-Siphonophoran Hydrozoa,
Cnidaria). Works published after 1910. Zoologische Verhandelingen, 301: 1-432.

37
CLASSE SCYPHOZOA
ORDEM CORONATE

GERHARD JARMS; ANDRÉ C. MORANDINI & FÁBIO L.


DA SILVEIRA

Atorella Vanhöffen, 1902 (acima) e Nausithoe Kölliker,


1853 (abaixo). ELETROMICROGRÁFICOS DE G.JARMS

Características

Há uma razoável convergência entre muitos pólipos de Hydrozoa e de Scyphozoa


da Ordem Coronatae pela existência de um esqueleto externo que lhes protege o corpo, o
perissarco entre os primeiros e o tubo peridérmico entre os últimos. Os pólipos dos
Coronatae costumam ser solitários, mas há alguns exemplos de espécies coloniais. Na
superfície externa dos tubos peridérmicos há padrões de ornamentação que podem sugerir
a que famílias pertencem os pólipos. O interior dos tubos pode ser liso ou dotado de
cúspides, sendo que estas podem ocorrer isoladamente ou em séries transversais de até 16
cúspides. As medidas do tubo, a forma e o arranjo das cúspides, quando presentes, também
podem ser utilizados para identificação de espécies. Entre os Coronatae tem sido
observado que para "economizar tecidos" em diferentes circunstâncias, além dos
mecanismos de segmentação e quietação, nos ciclos de vida ocorreu uma evolução no
sentido da regressão, geralmente, da fase de medusa, mas também do pólipo. Por isso é
recomendável, sempre que possível, criar e estabelecer o ciclo de vida das espécies de
Coronatae para ter maior precisão na sistemática.

Informações sobre o filo e a classe Scyphozoa: Migotto et al. (1999); sobre a ordem
Coronatae: Jarms et al. (2002a).

38
Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

CLASSE SCYPHOZOA
ORDEM CORONATE
ATORELLIDAE VANHÖFFEN, 1902
Atorella spp. (duas formas)
NAUSITHOIDAE HAECKEL, 1880
Nausithoe spp. (duas formas)

Comentários Gerais

Examinando o conjunto dos resultados na tabela a seguir é preciso esclarecer que o


número absoluto de pólipos por estação representa, em grande parte, a quantidade de
esqueletos de corais pétreos encontrados.
A identificação ao nível específico ficou dificultada por dispormos apenas de
pólipos preservados e pelo fato de que há grandes semelhanças nas características dos
tubos peridérmicos entre algumas espécies.
Os pólipos de muitos Coronatae são conhecidos como ocorrendo desde águas rasas
até profundidades abissais. No bentos profundo é característico que os animais só ocorrem
presos a substratos consolidados, em geral de origem biogênica. A ocorrência geográfica é
muito ampla para o grupo, ocorrendo em todos os oceanos em águas rasas e profundas,
exceto na região Antártica. Parece haver uma tendência para a ocorrência de espécies
coloniais como restritas apenas as águas rasas, o que sugere uma relação entre o
crescimento colonial e a maior disponibilidade de alimento.
Os resultados estão publicados em: Jarms et al. (2002b).

Registro de Ocorrência dos Táxons

Os espécimes foram coletados a partir do esqueleto de corais pétreos


azooxantelados e provenientes das amostras segundo as estações listadas na tabela abaixo.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Atorellidae
Atorella spp. 15 6650(10); 6665(3); 6679(2)
Nausithoidae
Nausithoe spp. 187 6650(80); 6661(37); 6665(30); 6666(19); 6671(4); 6673(1); 6679(1);
6680(2); 6686(2); 6693(11)
Não identificado 3 6676(2); 6685(1)
Total 205

Agradecimentos

A triagem inicial dos materiais foi realizada pelo Mestre Alberto Lindner, então estudante
de pós-graduação do IB USP.

39
Referências Bibliográficas

JARMS, G.; MORANDINI, A.C. & SILVEIRA, F.L. da, 2002a. Methods and experiences
with cultivating polyps and medusae of Coronatae (Cnidaria, Scyphozoa) with a
review of important characters. Helgoland Marine Research, 56(3): 203-210.
JARMS, G.; MORANDINI, A.C. & SILVEIRA, F.L. da, 2002b. Polyps of the families
Atorellidae and Nausithoidae (Scyphozoa: Coronatae) new to the Brazilian fauna.
Biota Neotropica, 2(1): 11p.
MIGOTTO, A.E.; SILVEIRA, F.L. da; SCHLENZ, E.; FREITAS, J.C. de , 1999. p. 11-15.
In: Migotto, A.E. & Tiago, C.G., Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil:
síntese do conhecimento ao final do século XX, 3: Invertebrados Marinhos. São
Paulo: FAPESP.

40
CLASSE ANTHOZOA

DÉBORA O. PIRES, CLÓVIS B. CASTRO, MARCELO S.


MEDEIROS & CRISTOVAM M. THIAGO

Isididae Lamouroux, 1812


Foto: M.S.MEDEIROS

Características

Classe Anthozoa – Subclasse Hexacorallia

Esta subclasse abriga os corais-pétreos ou corais verdadeiros, e ainda as anëmonas-


do-mar. Possuem 12 ou mais tentáculos e septos. Os corais verdadeiros secretam carbonato
de cálcio pela base do pólipo, formando um esqueto externo. Os corais-pétreos podem ser
coloniais (como a maioria das espécies formadoras de recifes) ou podem viver isolados
(solitários), em forma de cálices únicos, sendo esta forma comum nos animais de águas
profundas. Os Hexacorallia são predadores de zooplâncton, e vários gêneros possuem algas
simbióticas chamadas zooxantelas, nos corais de águas profundas estas estão ausentes.

Classe Anthozoa – Subclasse Octocorallia

Os octocorais recebem este nome por apresentarem oito tentáculos em seus pólipos,
que são pequenos e semelhantes aos dos corais-pétreos Cada um destes tentáculos é
coberto de ramificações laterais, lembrando penas (tentáculos pinados). Em sua maioria
formam colônias de formas bastante variadas. Possuem esqueleto interno que pode ser
constituído de escleritos calcários ou de material córneo Outra característica importante
deste grupo, é a presença em seus tecidos de pequenas estruturas calcárias, denominadas
escleritos.
As gorgônias (Ordem Gorgonacea) estão entre os octocorais mais comuns na
formação de recifes, sendo também bastante comuns em regiões mais profundas. São
arborescentes e tem esqueleto de material córneo.

41
Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

SUBCLASSE OCTOCORALLIA Caryophyllia ambrosia caribeana Cairns,


ORDEM GORGONACEA 1979
ISIDIDAE Lamouroux, 1812 Caryophyllia sp.
Acanella sp. Tethocyatus sp.
ELLISELLIDAE Gray, 1859 POCILLOPORIDAE Gray, 1840
Riisea sp. Madracis sp.
SUBCLASSE HEXACORALLIA FAVIIDAE Gregory, 1900
ORDEM SCLERACTINIA Cladora debilis Milne Edwards & Haime,
OCULINIDAE Gray, 1900 1849
Madrepora sp. FUNGIACYATHIDAE Chevalier & Beauvais, 1987
CARYOPHYLLIIDAE Dana, 1846 Fungiacyathus crispus (Pourtalès, 1871)
Deltocyathus calcar Pourtalès, 1874 Fungiacyathus sp.
Deltocyathus eccentricus Cairns, 1979 FLABELLIDAE Burner, 1905
Deltocyathus italicus (Michelotti, 1838) Javania cailleti (Duchassaing & Michelotti,
Deltocyathus sp. 1864)
Trochocyatus sp. GUYNIIDAE Hickson, 1910
Dasmosmilia variegatta (Pourtalès, 1871) Schyzocyathus fissilis Pourtalès, 1874
Schyzocyathus sp.

Comentários Gerais

As espécies mais abundantes presentes nas amostras coletadas pelo REVIZEE


Score Sul pertencem à Ordem Scleractinia, respresentada pelos corais verdadeiros. A mais
freqüente foi Cladocora debilis, seguida por Deltocyathus calcar.
Cladocora debilis é uma espécie colonial que ocorre em todo o Atlântico e também
no Pacífico oriental, encontrada normalmente até cerca de 200 m de profundidade.
Deltocyathus calcar é um coral solitário, de forma arredondada, com cerca de 15
mm de diâmetro. Tem uma distribuição ampla no Caribe e no Golfo do México, se
distribuindo desde ao largo da Carolina do Norte até ao largo do sudeste/sul do Brasil,
ocorrendo normalmente até cerca de 650 m de profundidade.

Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Táxons Estações de coleta

Isididae
Acanella sp. 6650; 6679;
Ellisellidae
Riisea sp. 6676
Oculinidae
Madrepora sp. 6650
Caryophylliidae 6651; 6678; 6681; 6686; 6693; 6700
Deltocyathus calcar 6651; 6661; 6665; 6671; 6673; 6676; 6680;6681; 6685; 6706
Deltocyathus eccentricus 6659; 6693
Deltocyathus italicus 6679; 6684
Deltocyathus sp. 6760
Trochocyatus sp. 6661; 6665; 6668; 6672; 6673; 6676; 6678; 6680; 6681
Cont.

42
Táxons Estações de coleta

Dasmosmilia variegatta 6665


Caryophyllia ambrosia caribeana 6679; 6684
Caryophyllia sp. 6674
Tethocyatus sp. 6678
Pocilloporidae
Madracis sp. 6661; 6676; 6677
Faviidae
Cladora debilis 6661; 6665; 6672; 6673; 6676; 6677; 6678; 6680; 6681; 6685;
6686; 6693; 6695; 6699;
Fungiacyathidae
Fungiacyathus crispus 6665
Fungiacyathus sp. 6693
Flabellidae 6679; 6693
Javania cailleti 6668; 6672
Guyniidae
Schyzocyathus fissilis 6680;
Schyzocyathus sp. 6693

Referências Bibliográficas

BARNES, R.D. 1984. Zoologia dos Invertebrados. 4a Edição, Roca, São Paulo. 1179 pp.
CAIRNS, S.D. 1979. Deep-water Scleractinia of the Caribbean sea and adjacent waters.
Studies on the fauna of Curação and Other Caribbean Islands, LVII. Uitgayen,
Natuurwetenschappelijke Studiekring voor Suriname em de Nederlandse Antillen,
96: 1-341.
CAIRNS, S.D. 2000. A revision shallow-water azooxantellate Scleractinia of the Western
Atlantic. Studies on the natural history of the Caribbean region LXXV. Uitgayen,
Natuurwetenschappelijke Studiekring voor het Caraibisch Gebied, 143: 1-240.
HETZEL, B. & CASTRO, C.B. 1994. Corais do Sul da Bahia. Nova Fronteira, Rio de
Janeiro. 189 pp.
PIRES, D.O. 1997. Cnidae of Scleractinia. Proceedings of the Biological Society of
Washington, 110(2):167-185.

43
FILO SIPUNCULA

GISELE Y. KAWAUCHI & ÁLVARO E. MIGOTTO

Aspidosiphon gosnoldi E. Cutler, 1981


Foto: G.Y.KAWAUCHI

Nothria sp.

Características

O Filo Sipuncula é constituído por animais vermiformes, exclusivamente marinhos.


São descritas atualmente cerca de 150 espécies, divididas em seis famílias.
Pouco conhecidos, até mesmo de biólogos e oceanógrafos, os sipúnculos são
confundidos freqüentemente com anelídeos, holoturóideos, echiurídeos ou nemertineos
(Edmonds, 1980). No entanto, suas características peculiares são facilmente reconhecidas
quando se analisa cuidadosamente sua anatomia externa.
Os sipúnculos são animais celomados, não segmentados, cujo corpo é dividido em
duas partes: um tronco musculoso cilíndrico ou bulbóide e um introverte longo e afilado,
retrátil para o interior do tronco. A boca situa-se na extremidade distal do introverte, sendo
geralmente circundada por uma coroa de tentáculos. Na maioria das espécies, a região
distal do introverte é ornamentada por ganchos córneos, dispostos em anéis ou
aleatoriamente, além de papilas e espinhos. O tronco também pode apresentar estruturas
epidérmicas, como papilas e placas córneas, que ocorrem freqüentemente em maior
densidade na região anal e caudal. Uma característica peculiar externa, que difere os
sipúnculos de outros vermes, é a localização do ânus na região anterior e dorsal do corpo
do animal.
São encontrados enterrados em sedimentos moles tais como areia, lodo e silte, ou
dentro de galerias escavadas por eles em coralos ou outras rochas. Ocorrem das regiões
polares aos trópicos, desde o entremarés até grandes profundidades (Hylleberg, 1994).
A maioria é comedora de detritos (Cutler, 1994), reaproveitando parte da matéria
orgânica particulada liberada no ambiente marinho. As espécies perfuradoras contribuem

44
para erosão de recifes de corais, à medida que os deixam friáveis, aumentando a
susceptibilidade à destruição física por qualquer tipo de ação mecânica (Rice & Macintyre,
1979).
Segundo Ditadi (1999) ainda não foi determinada a importância ecológica e ou
econômica das espécies de Sipuncula na costa brasileira, no entanto, sabe-se que estes
animais são um importante item alimentar de diversas famílias de peixes (Kohn, 1970).

Informações sobre o filo: Ditadi & Migotto (1982).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7.

CLASSE SIPUNCULIDEA CLASSE PHASCOLOSOMATIDEA


ORDEM GOLFINGIIORMES ORDEM PHASCOLOSOMATIFORMES
GOLFINGIIDAE Stephen & Edmonds, 1972 PHASCOLOSOMATIDAE Stephen & Edmonds, 1972
Nephasoma sp. 2 Apiosoma misakianum
Nephasoma sp. 3 Apiosoma sp. 1
PHASCOLIONIDAE E. Cutler & Gibbs, 1985 ORDEM ASPIDOSIPHONIFORMES
Phascolion hedraeum ASPIDOSIPHONIDAE Baird, 1868
Phascolion collare Aspidosiphon mexicanus
Aspidosiphon gosnoldi
Aspidosiphon leavis
Aspidosiphon sp. 1

Comentários Gerais

Foram identificados 2166 indivíduos. Os mais abundantes são do gênero


Aspidosiphon com cerca de 1444 exemplares, seguidos por Nephasoma com 614
espécimes. Os gêneros Phascolion e Apiosoma são representados por 65 e 43 indivíduos
respectivamente.
Observou-se a mais ampla distribuição batimétrica entre as espécies do gênero
Aspidosiphon, que foram encontradas ao longo de uma grande extensão da plataforma
continental, a partir dos 50 metros, até 503 metros de profundidade, no talude continental.
Os representantes dos gêneros Nephasoma e Phascolion foram encontrados numa mesma
faixa batimétrica, dos 100 aos 260 metros de profundidade, enquanto as espécies de
Apiosoma estiveram presentes em estações abaixo dos 150 metros, atingindo os 532 metros
de profundidade.
Até o momento, detectamos pelo menos uma espécie do gênero Apiosoma com
ocorrência nova para o Brasil e uma espécie de Phascolion para a região Sudeste do Brasil.
O restante do material apresenta cerca de 5 morfotipos, ainda em estudo.

45
Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Golfingiidae
Nephasoma sp. 2 612 6661(518); 6664(2); 6665(63); 6666(7); 6669(1); 6671(2);
6672(5); 6676(4); 6681(6); 6686(4)
Nephasoma sp. 3 2 6678(2)
Phascolionidae
Phascolion hedraeum 18 6661(3); 6666(1); 6669(1); 6671(2); 6673(3); 6674(5); 6678(2);
6686(1)
Phascolion collare 47 6661(44); 6665(3)
Phascolosomatidae
Apiosoma misakianum 11 6644(1); 6650(1); 6665(6); 6686(1); 6701(1); 6757(1)
Apiosoma sp. 1 32 6670(1); 6689(1); 6701(1); 6777(4); 6785(4); 6790(2);
6811(11); 6815(6); 6817(2)
Aspidosiphonidae
Aspidosiphon mexicanus 584 6654(27); 6655(32); 6656(23); 6669(1); 6670(1); 6678(1);
6681(6); 6683(4); 6685(7); 6688(28); 6691(4); 6692(11);
6696(7); 6700(4); 6703(2); 6704(16); 6706(6); 6780(16);
6787(1); 6788(4); 6793(2); 6794(13); 6798(43); 6809(39);
6810(6); 6814(217); 6815(1); 6818(4); 6822(58)
Aspidosiphon gosnoldi 61 6661(13); 6666(4); 6672(2); 6673(1); 6674(27); 6676(1);
6678(3); 6681(1); 6686(9)
Aspidosiphon leavis 795 6646(2); 6658(1); 6661(437); 6665(120); 6666(16); 6669(2);
6671(14); 6672(53); 6673(6); 6674(76); 6676(2); 6678(2);
6680 (1); 6681(8); 6686(49); 6695(1); 6706(3); 6786(2)
Aspidosiphon sp. 1 4 6661(4)
Total 2166

Referências Bibliográficas

CUTLER, E. B. 1994. The sipuncula. Their systematic, biology and evolution. Cornell
University Press., New York, 480p.
DITADI, A. S. F. 1999. Filo Sipuncula. In: Migotto, A. & Tiago, C. G. (Eds.),
Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do
século XX. Parte 3: Invertebrados marinhos, São Paulo, 143-47.
DITADI, A.S.F. & MIGOTTO, A.E. 1982. O filo Sipuncula. Guia para coleta,
identificação e manutenção em laboratório. Brasília: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 43p.
EDMONDS, S. J. 1980. A revision of the systematics of australian sipunculans
(Sipuncula). Rec. S. Aust. Mus., Adelaide, 18(1): 1-74.
HYLLEBERG, J. 1994. Phylum Sipuncula. - Part 1. A detailed catalogue of valid genera,
species, synoyms and erroneous interpretations of sipunculans from the world, with
special reference to the Indian Ocean and Thailand. Phuket Mar. Biol. Res. Bull.,
Phuket, 58: 1-88.
KOHN, A. J. 1970. Predation on sipunculans. In: Rice, M. E. and Todorovic, M., (Eds.),
Proceedings of the International Synposium on the Biology of the Sipuncula na
Echiura. Belgrade: Naucno Delo Press, v. 1, p. 313-33.
RICE, M. E. & MACINTYRE, I. C. 1979. Distribution of Sipuncula in the coral reef
community, Carrie Bow Cay, Belize. Smithson. Contrib. Mar. Sci., Washington, 311-
320.

46
FILO MOLLUSCA

Com mais de 150 mil espécies, o filo dos moluscos é retentor da segunda maior
diversidade dentre os seres vivos, sendo apenas suplantados pelos artrópodes. Apresentam
um inequiparável grau de disparidade morfológica e representantes em quase todos os
nichos, reunindo os familiares caracóis (terrestres), ostras e mariscos (marinhos, sésseis),
lulas e polvos (livre-natante), e formas pouco conhecidas, como os quítons, conchas dentes
de elefante, além de espécies vermiformes. Estão subdivididos em oito classes:
Gastropoda, Bivalvia, Cephalopoda, Monoplacophora, Polyplacophora (quítons),
Scaphopoda (dentes de elefante) e os vermiformes Caudofoveata e Solenogastres.
A maior diversidade dentro dos moluscos, entretanto, pertence à classe Gastropoda
(cerca de 80%), seguida por Bivalvia (cerca de 27%). As demais classes (Cephalopoda,
Polyplacophora, Scaphopoda, Solenogastres, Caudofoveata e Monoplacophora, em ordem
de diversidade) perfazem o restante (cerca de 3%). Sendo um grupo heterogêneo, é
impossível apontar características gerais que englobem as pequenas classes de moluscos
sem que se envolva os gastrópodes e bivalves, como presença de concha calcária secretada
pelo manto; corpo dividido em pé e massa visceral; sistema digestório completo contendo
a rádula (uma estrutura raspadora na forma de uma língua dentada); e celoma reduzido,
representado apenas pelo pericárdio e rim.
Este filo é um dos poucos grupos de invertebrado populares entre os leigos e
colecionadores. Os moluscos são extremamente importantes na economia de muitos países,
como fonte de alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da natureza ou
cultivados, e através de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola. Apresentam
interesse médico sanitário, pois muitas espécies podem ser utilizadas no controle de
doenças, enquanto outras são responsáveis pela transmissão destas. Os moluscos invadiram
quase todos os ambientes e ocorrem desde fossas abissais até desertos tórridos. Vários
grupos de bivalves e gastrópodes ocuparam, a partir do ambiente marinho, a água doce e
no caso dos gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos predadores, herbívoros,
ecto e endoparasitas, filtradores, comensais, sésseis, vágeis, pelágicos e habitantes do
neuston.

Informações sobre o filo: Abbott, 1974; Rios, 1994; Salvador et al., 1998.

47
CLASSE GASTROPODA
Baía de Ilha Grande à Paranaguá

CINTIA MIYAJI

Nothria sp.

Drilliola loprestiana (Calcara, 1841)


Escala: 1,0 mm
Foto: LAB. MICROSCOPIA ELETRÔNICA IFUSP

Características

A Classe Gastropoda é a mais diversa entre os moluscos, apresentando uma enorme


gama de formas, tamanhos e hábitos, resultante da intensa radiação adaptativa do grupo.
Essa grande diversidade torna difícil a elaboração de um modelo básico para um
gastrópode típico, e o que se observa com freqüência, são formas que se afastam, até
radicalmente, de qualquer modelo teórico sugerido. No entanto, algumas características
distintivas podem ser enumeradas.
A concha calcária única, normalmente helicoidal, é capaz de abrigar todo o corpo
do animal. A abertura pode se obstruída por um opérculo córneo ou calcário, quando o
animal retrai-se para o interior da concha. O pé muscular, bem desenvolvido, apresenta
uma sola sobre a qual o animal rasteja. A cabeça apresenta um par de olhos, e um ou mais
pares de tentáculos sensoriais. A boca bem definida pode apresentar um par de mandíbulas,
além da rádula, típica dos moluscos, e de grande valor na identificação de alguns grupos.
A enorme radiação adaptativa do grupo resultou em uma vasta gama de
possibilidades e variações fisiológicas e ecológicas. Os gastrópodes ocupam os mais
variados sedimentos marinhos, bem como o ambiente pelágico. A grande maioria das
formas bentônicas é herbívora ou detritívora, mas um importante grupo inclui formas
carnívoras, e umas poucas espécies apresentam hábitos suspensívoros. Muitos grupos
adaptaram-se ao hábito parasitário ou comensal.
Numericamente, os moluscos não constituem o principal grupo da macrofauna
bentônica, sendo geralmente menos abundantes que poliquetas e crustáceos peracáridos.
Como classe, os Gastropoda apresentam baixa densidade, típica de níveis tróficos mais

48
elevados, especialmente em regiões além dos 100 m de profundidade. Dessa forma, a
importância do grupo como alimento deve restringir-se à sua captura como presa de peixes
demersais e crustáceos da megafauna.

Informações sobre a classe: Miyagi (2001).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

FISSURELLIDAE Fleming, 1822 Epitonium novangliae Couthouy, 1838


Cranopsis billsae (Perez Farfante, 1947) Epitonium celesti (Aradas, 1854)
Cranopsis granulata (Seguenza, 1862) Epitonium fractum Dall, 1927
Emarginula sp. Epitonium multistriatum (Say, 1826)
SCISSURELLIDAE Gray, 1847 Epitonium tenuistriatum (d’Orbigny,1840)
Anatoma spp. Epitonium polacia (Dall, 1889)
Sinezona brasiliensis Mattar, 1987 Depressiscala nitidella (Dall, 1889)
HALIOTIDAE Rafinesque, 1815 Depressiscala nautlae (Mörch, 1875)
Haliotis aurantium Simone, 1998 Cylindriscala cf. andrewsi (Verrill, 1882)
TROCHIDAE Rafinesque, 1815 Opalia spp.
Tegula sp. Opalia cf. pumilio (Mörch, 1874)
Euchelus hummelincki Moolenbeek & Opalia cf. morchiana
Faber, 1989 Opalia eolis Clench & Turner, 1950
Dentistyla cf. dentifera (Dall, 1889) Opalia abbotti Clench & Turner, 1952
Mirachelus clinocnemus Quinn, 1979 Eccliseogyra cf. sericea Bouchet & Warén,
Brookula conica (Watson, 1886) 1986
Brookula pfefferi Powell, 1951 Opaliopsis cf. atlantis (Clench & Turner,
Brookula spinulata Absalão, Miyaji & 1952)
Pimenta, 2001 Opaliopsis sp.
Calliostoma rota Quinn, 1992 Narrimania azelotes (Dall, 1927)
Calliostoma dnopherum (Watson, 1879) Narrimania cf. concinna (Sykes, 1925)
Solariella carvalhoi Lopes & Cardoso, 1958 EULIMIDAE Philippi, 1853
Solariella lubrica (Dall, 1881) Niso aeglees Bush, 1885
Halistylus columna Dall, 1890 Eulima spp.
SEGUENZIIDAE Verrill, 1884 RISSOIDAE Gray, 1847
Seguenzia hapala Woodring, 1928 Alvania spp.
Ancistrobasis sp. Alvania valeriae Absalão, 1993
SKENEIDAE Clarke, 1851 Alvania faberi de Jong & Coomans, 1988
Parviturbo weberi Pilsbry & McGinty, 1945 Benthonellania xantias (Watson, 1886)
Parviturbo sp. ASSIMINEIDAE H. & A. Adams, 1856
TURBINIDAE Rafinesque, 1815 Assiminea succinea (Pfeiffer, 1840)
Arene bairdii (Dall, 1889) BARLEEIDAE Gray, 1847
Arene variabilis (Dall, 1889) CAECIDAE Gray, 1850
Arene tricarinata (Stearns, 1872) Caecum eliezeri Absalão, 1997
Homalopoma linnei (Dall, 1889) VITRINELLIDAE Bush, 1897
Eugabrielona sulcifera (Robertson, 1973) Pseudorotella incertum Pilsbry & McGinty,
TURRITELLIDAE Clarke-Woodward, 1851 1945
Turritella hookeri Reeve, 1849 TORNIDAE Sacco, 1896
Turritellopsis cf. marplatensis Castellanos & Macromphalina sp.
Landoni, 1987 VANIKORIDAE Gray, 1840
Turritellopsis spp. CALYPTRAEIDAE Lamarck, 1809
TRIPHORIDAE Gray, 1847 Calyptraea centralis (Conrad, 1841)
Inella sp. Crepidula aculeata (Gmelin, 1791)
Metaxia sp. HALOCERATIDAE Warén & Bouchet, 1991
CERITHIOPSIDAE H. & A. Adams, 1853 Haloceras trichotropoides Warén &
Seila adamsi (H. Lea, 1845) Bouchet, 1991
EPITONIIDAE Berry, 1910 CAPULIDAE Fleming, 1822
Epitonium sp. Capulus sp.
Epitonium candeanum d’Orbigny 1842 TRIVIIDAE Troschel, 1863

49
Trivia candidula (Gaskoin, 1836) VOLUTIDAE Rafinesque, 1815
OVULIDAE Fleming, 1822 Nanomelon viperinum Leal & Bouchet, 1989
Cyphoma intermedium (Sowerby, 1828) Minicymbiola corderoi (Carcelles, 1953)
Simnia acicularis (Lamarck, 1810) CANCELLARIIDAE Forbes & Hanley, 1853
NATICIDAE Guilding, 1834 Axelella brasiliensis Verhecken, 1991
Polinices lacteus (Guilding, 1833) CONIDAE Rafinesque, 1815
Natica sp. Conus villepinii Fischer & Bernardi, 1857
BURSIDAE Thiele, 1925 Conus mazei Deshayes, 1874
Bursa ranelloides tenuisculpta TURRIDAE Swainson, 1840
(Dautzenberg & Fischer, 1906) Brachytoma rioensis (E. A. Smith, 1915)
MURICIDAE Rafinesque, 1815 Drilliola loprestiana (Calcara, 1841)
Siratus tenuivaricosus (Dautzenberg, 1927) Leptadrillia cookei (E. A. Smith, 1915)
Trachypollia sp. Leptadrillia spp.
Orania grayi (Dall, 1889) Spirotropis spp.
Typhis belcheri Broderip. 1833 Spirotropis stirophora (Watson, 1881)
Siphonochelus riosi (Bertsch & D’Attilio, Sediliopsis riosi Tippett, 1995
1980) Gemmula spp.
Stramonita sp. Cochlespira elongata Simone, 1999
Coronium coronatum (Penna-Neme & Ancistrosyrinx cf. clytotropis (Sykes, 1906)
Leme, 1978) Fusiturricula maesae Rios, 1985
CORALLIOPHILIDAE Chenu, 1859 Fusiturricula spp.
Coralliophila cf. squamosa (Bivona, 1838) Stenodrillia horrenda (Watson, 1886)
Babelomurex dalli Emerson & D’Attilio, 1963 Carinodrillia braziliensis (E. A. Smith, 1915)
FASCIOLARIIDAE Gray, 1853 Lioglyphostoma hendersoni (Batsch, 1934)
Fusinus frengueli (Carcelles, 1953) Cordieria sp.
BUCCINIDAE Rafinesque, 1815 Taranis malmii (Dall, 1889)
Belomitra pourtalesii (Dall, 1881) Mitrolumna biplicata (Dall, 1889)
NASSARIIDAE Iredale, 1916 Mitrolumna sp.
Nassarius spp. Glyphostoma epicasta Bartsch, 1934
COLUMBELLIDAE Swainson, 1840 Nannodiella vespuciana (d’Orbigny, 1842)
Aesopus stearnsii (Tryon, 1883) Benthomangelia sp.
Aesopus obesus (Hinds, 1844) Ithycythara cymella (Dall, 1889)
Amphissa acuminata (E. A. Smith, 1915) Ithycythara spp.
Amphissa cancellata (Castellanos, 1982) Kurtziella serga (Dall, 1881)
Amphissa sp. Daphnella corbicula Dall,1889
Astyris sp. Daphnella cf. eugrammata Dall, 1902
Parvanachis cf. obesa (C. B. Adams, 1845) Daphnella cf. retifera Dall, 1889
Metula agassizi Clench & Aguayo, 1941 Daphnella spp.
COSTELARIIDAE MacDonald, 1860 Eubela limacina (Dall, 1881)
Vexillum sp. Pleurotomella aguayoi (Carcelles, 1953)
Thala crassa (Simone, 1995) Pleurotomella benedicti Verrill & Smith in
MARGINELLIDAE Fleming, 1828 Verrill, 1884
Dentimargo cf. janeiroensis (E. A. Smith, Pleurotomella bureaui (Dautzenberg &
1915) Fischer, 1897)
Eratoidea sp. Pleurotomella gibbera (Jeffreys ms)
Prunum fulminatum (Kiener, 1841) Bouchet & Warén, 1980
Prunum martini (Petit, 1853) Pleurotomella spp.
Prunum rubens (Martens, 1881) Pleurotomella cf. demosia
Prunum sp. Neopleurotomoides callembryon
Volvarina spp. (Dautzenberg & Fischer, 1896)
Volvarina pontesi Rios & Leal, 1993 Gymnobela extensa Dall, 1881
CYSTICIDAE Stimpson, 1865 Gymnobela sp.
Persicula cf. sagitatta (Hinds, 1844) Gymnobela blakeana Dall, 1881
Persicula sp. Rimosodaphnella morra (Dall, 1881)
Granulina cf. clandestinella Bavay, 1908 TEREBRIDAE Mörch,1852
MITRIDAE Swainson, 1831 Terebra crassireticula Simone, 1999
Cancilla larranagai (Carcelles, 1947)
OLIVIDAE Latreille, 1825
Eburna dimidiata (Sowerby, 1850)
Olivella spp.

50
Comentários Gerais

No âmbito do Programa Revizee, Score Sul, foram analisadas amostras bentônicas


provenientes de 48 estações de coleta, para a identificação de moluscos gastrópodes da
costa do Estado de São Paulo. Foram consideradas para o presente inventário, as
amostragens em conjunto para cada estação, dos diferentes aparelhos de coleta (pegador de
fundo do tipo “van Veen”, “Box-corer” e draga). Até o presente, apenas os moluscos
prosobrânquios foram analisados e identificados.
Este inventário tem um caráter ilustrativo da diversidade de gastrópodes
prosobrânquios, e representa uma tentativa de referência para espécies que potencialmente
ocorram em outras áreas da costa brasileira, submetidas igualmente a esforços descritivos
através do Programa Revizee.
Foram identificadas 104 espécies, em um total de 3.441 indivíduos, e outras 138
morfo-espécies, em 6.038 conchas. Em número de espécies ou morfo-espécies, destaca-se
fortemente a família Turridae, seguida de Epitoniidae, Eulimidae, Trochidae,
Marginellidae e Muricidae. Em número de espécimes, as maiores abundâncias foram
observadas para Barleeidae, Olividae, Seguenziidae, Trochidae e Turridae. Entre as
espécies identificadas, as maiores abundâncias foram registradas para Seguenzia hapala,
Amphissa cancellata, Brookula conica, Kurtziella serga, Drilliola loprestiana e Solariella
lubrica. Os maiores valores de freqüência de ocorrência foram registrados para Kurtziella
serga, Drilliola loprestiana, Siphonochelus riosi, Amphissa cancellata e Rimosodaphnella
morra.
O grande número de espécies não identificadas em nível específico resulta, em
parte, do fato de que grande parcela do material analisado deve constituir-se de espécies
novas para a ciência, requerendo um maior esforço de análise, o que envolve um maior
número de especialistas no grupo. Estudos mais aprofundados devem relevar algumas
dezenas de novas espécies.
Entre as espécies descritas para regiões de plataforma externa e talude da costa
brasileira nos últimos 20 anos, praticamente todas foram registradas, revelando até
freqüências de ocorrência e abundâncias elevadas (p.ex. Volvarina pontesi, Axellela
brasiliensis e Terebra crassireticula). Algumas espécies descritas por R. B. Watson,
coletadas pela histórica expedição “Challenger” e por W. H. Dall, coletadas pelas
expedições “Blake” e “Albatross”, são repostadas pela primeira vez para o litoral sudeste
brasileiro, ou mesmo para o Atlântico Sul. A ocorrência da família Haloceratidae, restrita a
regiões profundas, é assinalada pela primeira vez para o Atlântico Sul.
Nenhuma espécie coletada apresentou valores de biomassa que indicassem uma
possível exploração econômica para o grupo.
As análises relacionadas à composição das associações de espécies e sua distribuição,
indicam tendências relacionadas à batimetria associada à composição e granulometria do
substrato (Miyaji, 2001).

51
Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por estação de
coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Fissurellidae
Cranopsis billsae 18 6672(1); 6673(1); 6676(2); 6681(2); 6686(2); 6699(10)
Cranopsis granulata 48 6661(9); 6665(25); 6666(2); 6676(1); 6681(1); 6686(1);
6699(9);
Emarginula sp.
Scissurellidae 47 6653(5); 6666(26); 6672(6); 6676(8); 6677(1); 6694(1);
Anatoma spp.
Sinezona brasiliensis 9 6666(9);
Haliotidae
Haliotis aurantium 7 6653(5); 6666(1); 6676(1);
Trochidae 11 6678(1); 6699(9); 6703(1);
Tegula sp.
Euchelus hummelincki 81 6666(3); 6672(2); 6676(55); 6677(6); 6678(13); 6686(2);
Dentistyla cf. dentifera 50 6652(8); 6661(3); 6662(1); 6665(3); 6666(7); 6671(2); 6672(1);
6673(8); 6674(2); 6676(4); 6677(4); 6681(5); 6693(1); 6695(1);
Mirachelus clinocnemus 85 6666(3); 6672(3); 6673(2); 6676(64); 6677(6); 6678(5);
6680(1); 6695(1);
Brookula conica 243 6652(1); 6653(9); 6660(1); 6662(146); 6664(4); 6666(53);
6668(3); 6669(22); 6671(2); 6677(1); 6681(1);
Brookula pfefferi 10 6651(5); 6652(1); 6660(1); 6662(2); 6676(1);
Brookula spinulata 1 6675(1);
Calliostoma rota 6 6658(6);
Calliostoma dnopherum
Solariella carvalhoi 55 6658(51); 6699(1); 6706(3);
Solariella lubrica 137 6651(39); 6652(14); 6660(28); 6665(1); 6671(37); 6680(9);
6685(7); 6694(1); 6698(1);
Halistylus columna 18 6656(15); 6658(1); 6695(1); 6699(1);
Seguenziidae 303 6646(2); 6666(17); 6672(18); 6673(8); 6676(201); 6677(16);
6678(25); 6681(5); 6686(3); 6695(2); 6699(6);
Seguenzia hapala 336 6651(71); 6652(123); 6653(31); 6660(9); 6662(1); 6666(7);
6671(2); 6672(17); 6673(42); 6674(1); 6676(12); 6677(2);
6681(5); 6698(4); 6699(5); 6705(1); 6706(3);
Ancistrobasis sp.
Skeneidae 32 6666(2); 6672(3); 6676(12); 6677(7); 6678(6); 6681(1);
6686(1);
Parviturbo weberi 36 6672(1); 6676(23); 6677(3); 6678(8); 6699(1);
Parviturbo sp.
Turbinidae
Arene bairdii 66 6666(14); 6672(17); 6673(1); 6674(2); 6676(20); 6677(5);
6678(5); 6681(2);
Arene variabilis 7 6673(1); 6677(2); 6678(4);
Arene tricarinata 8 6699(8);
Homalopoma linnei 82 6646(1); 6666(19); 6672(15); 6673(6); 6676(27); 6677(3);
6678(4); 6681(4); 6686(2); 6699(1);
Gabrielona sulcifera 6 6673(2); 6676(2); 6681(2);
Turritellidae 24 6652(4); 6656(1); 6660(1); 6662(3); 6665(1); 6669(1); 6671(1);
6672(2); 6674(1); 6680(5); 6681(1); 6699(1); 6703(2);
Turritella hookeri 62 6656(12); 6657(34); 6658(4); 6669(4); 6674(1); 6678(4);
6699(3);
Turritellopsis cf. marplatensis
Turritellopsis spp.
Triphoridae 30 6658(4); 6662(4); 6665(1); 6666(4); 6669(3); 6676(10);
6678(3); 6699(1);
Inella sp.
Metaxia sp.
Cerithiopsidae 115 6652(1); 6662(61); 6666(22); 6676(16); 6677(4); 6678(6);
6681(3); 6686(1); 6695(1);
Seila adamsi 1 6658(1);
Cont.

52
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Epitoniidae 15 6652(6); 6676(3); 6678(1); 6680(3); 6703(1); 6705(1);
Epitonium sp.
Epitonium candeanum 31 6651(1); 6652(16); 6671(3); 6680(4); 6685(5); 6706(2);
Epitonium novangliae 28 6655(1); 6656(4); 6657(6); 6658(12); 6660(1); 6668(2);
6698(1); 6706(1);
Epitonium celesti 1 6685(1);
Epitonium fractum 39 6651(2); 6652(7); 6653(3); 6657(1); 6660(1); 6662(5); 6665(2);
6668(1); 6669(2); 6674(1); 6680(6); 6681(1); 6685(1); 6694(1);
6695(2); 6705(1); 6706(2);
Epitonium multistriatum 2 6658(1); 6660(1);
Epitonium tenuistriatum 7 6655(1); 6657(2); 6658(3); 6678(1);
Epitonium polacia 14 6665(1); 6677(1); 6680(1); 6685(11);
Depressiscala nitidella 1 6658(1);
Depressiscala nautlae 5 6652(1); 6658(2); 6680(1); 6695(1);
Cylindriscala cf. andrewsi
Opalia spp.
Opalia cf. pumilio
Opalia cf. morchiana
Opalia eolis 9 6653(2); 6661(1); 6676(3); 6677(1); 6680(2);
Opalia abbotti 9 6652(1); 6653(1); 6660(1); 6662(1); 6665(1); 6666(1); 6676(2);
6698(1);
Eccliseogyra cf. sericea
Opaliopsis cf. atlantis
Opaliopsis sp.
Narrimania azelotes 3 6653(1); 6660(1); 6680(1)
Narrimania cf. concinna
Eulimidae 224 6651(1); 6652(27); 6653(30); 6656(2); 6660(1); 6661(1);
6662(17); 6664(1); 6666(24); 6669(4); 6671(2); 6672(5);
6673(4); 6674(1); 6676(19); 6677(13); 6678(12); 6680(4);
6681(6); 6685(5); 6686(2); 6695(13); 6696(1); 6698(1);
6699(8); 6700(1); 6703(3); 6704(2); 6706(4)
Niso aeglees 8 6652(1); 6653(1); 6673(1); 6676(2); 6680(1); 6699(2)
Eulima spp.
Rissoidae 315 6646(6); 6652(107); 6653(7); 6657(13); 6658(1); 6662(16);
6669(35); 6671(9); 6672(1); 6673(10); 6674(2); 6676(33);
6677(14); 6678(29); 6680(25); 6681(3); 6695(2); 6699(1);
6707(1)
Alvania spp.
Alvania valeriae 10 6662(2); 6676(5); 6678(1); 6699(2)
Alvania faberi 1 6676(1)
Benthonellania xantias 8 6644(2); 6651(2); 6660(3); 6703(1)
Assimineidae
Assiminea succinea 237 6662(78); 6666(31); 6673(1); 6676(68); 6677(43); 6678(3);
6681(11); 6699(2)
Barleeidae 779 6651(11); 6652(347); 6653(15); 6660(2); 6662(30); 6666(55);
6669(107); 6672(16); 6673(14); 6674(39); 6676(21); 6677(39);
6678(48); 6680(10); 6681(13); 6699(6); 6706(6)
Caecidae
Caecum eliezeri 1 6676(1)
Vitrinellidae 53 6652(1); 6653(2); 6662(3); 6666(17); 6676(16); 6677(8);
6681(1); 6686(2); 6695(2); 6699(1)
Pseudorotella incertum 28 6657(3); 6658(1); 6668(3); 6669(14); 6678(2); 6695(2); 6699(3)
Tornidae 2 6662(1); 6666(1)
Macromphalina sp.
Vanikoridae
Calyptraeidae
Calyptraea centralis 20 6656(1); 6658(19)
Crepidula aculeata 46 6658(46)
Haloceratidae
Haloceras trichotropoides 7 6666(2); 6676(1); 6678(1); 6681(1); 6686(1); 6699(1)
Capulidae
Capulus sp.
Cont.

53
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Triviidae
Trivia candidula 17 6662(1); 6665(1); 6666(1); 6669(1); 6672(1); 6674(1); 6676(7);
6678(1); 6680(3)
Ovulidae
Cyphoma intermedium 1 6674(1)
Simnia acicularis 1 6666(1)
Naticidae 577 6651(6); 6652(26); 6655(3); 6656(123); 6657(50); 6658(57);
6662(29); 6666(7); 6668(10); 6669(104); 6671(14); 6672(7);
6673(8); 6674(12); 6676(7); 6677(3); 6678(57); 6680(19);
6681(4); 6686(3); 6694(6); 6695(6); 6698(2); 6699(1); 6700(4);
6703(1); 6705(2); 6706(6)
Polinices lacteus 32 6658(32)
Natica sp.
Bursidae
Bursa ranelloides tenuisculpta 11 6665(9); 6680(1); 6699(1)
Muricidae 7 6656(1); 6658(5); 6666(1)
Siratus tenuivaricosus 8 6658(8)
Trachypollia sp.
Orania grayi 5 6661(1); 6672(1); 6674(1); 6676(1); 6699(1)
Typhis belcheri 1 6658(1)
Siphonochelus riosi 107 6652(6); 6653(1); 6658(1); 6661(47); 6662(3); 6665(4);
6666(1); 6669(1); 6671(2); 6672(1); 6673(3); 6674(5); 6677(1);
6678(4); 6680(5); 6681(1); 6684(1); 6693(10); 6694(4);
6699(4); 6700(2)
Stramonita sp.
Coronium coronatum 7 6661(1); 6680(5); 6684(1)
Coralliophilidae
Coralliophila cf. squamosa 4 6666(1); 66673(2); 6686(1)
Babelomurex dalli 8 6661(4); 6665(1); 6669(1); 6671(1); 6683(1)
Fasciolariidae
Fusinus frengueli 9 6653(1); 6657(2); 6661(1); 6662(2); 6669(1); 6674(2)
Buccinidae 16 6650(1); 6661(2); 6672(1); 6673(2); 6678(4); 6684(2); 6686(1);
6693(3)
Belomitra pourtalesii 1 6705(1)
Nassariidae 818 6651(11); 6652(156); 6653(3); 6655(7); 6656(129); 6657(73);
6658(198); 6662(20); 6665(5); 6666(4); 6671(27); 6672(6);
6673(9); 6674(3); 6676(35); 6677(5); 6678(2); 6680(69);
6694(7); 6695(6); 6696(2); 6699(22); 6703(1); 6706(7); 6707(1)
Nassarius spp.
Columbellidae 208 6646(2); 6651(6); 6653(1); 6656(2); 6657(3); 6658(29);
6660(3); 6661(1); 6662(17); 6665(1); 6666(1); 6668(1);
6669(2); 6671(20); 6674(2); 6678(1); 6680(19); 6685(2);
6693(3); 6694(13); 6698(3); 6699(55); 6703(21)
Aesopus stearnsii 6 6662(1); 6678(2); 6699(3)
Aesopus obesus 3 6699(3)
Amphissa acuminata 2 6669(1); 6695(1)
Amphissa cancellata 261 6651(1); 6652(110); 6661(3); 6662(8); 6665(2); 6666(4);
6669(18); 6673(6); 6674(5); 6676(57); 6677(12); 6678(11);
6680(5); 6681(4); 6686(2); 6695(3); 6698(1); 6699(1); 6703(1);
6706(7)
Amphissa sp.
Astyris sp.
Parvanachis cf. obesa
Metula agassizi 4 6660(1); 6680(2); 6685(1)
Costelariidae 10 6674(1); 6676(9)
Vexillum sp.
Nodicostellaria crassa
Thala crassa 17 6651(4); 6652(1); 6653(2); 6658(4); 6671(4); 6694(1); 6698(1)
Marginellidae 514 6651(18); 6652(35); 6658(11); 6660(9); 6661(2); 6662(30);
6666(17); 6669(19); 6671(1); 6672(3); 6673(9); 6674(20);
6676(118); 6677(38); 6678(98); 6680(33); 6681(10); 6684(2);
6685(9); 6686(1); 6693(3); 6694(2); 6695(5); 6698(1); 6699(5);
6700(3); 6703(1); 6704(2); 6705(3); 6706(6)
Dentimargo cf. janeiroensis
Cont.

54
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Eratoidea sp.
Prunum fulminatum 3 6661(1); 6666(1); 6686(1)
Prunum martini 2 6674(1); 6678(1)
Prunum rubens 10 6652(1); 6655(1); 6665(6); 6671(1); 6680(1)
Prunum sp.
Volvarina spp.
Volvarina pontesi 34 6651(2); 6671(3); 6684(4); 6693(12); 6694(1); 6696(1);
6702(2); 6703(6); 6705(3)
Cysticidae
Persicula cf. sagitatta
Persicula sp.
Granulina cf. clandestinella
Mitridae
Cancilla larranagai 4 6661(2); 6669(2)
Olividae 975 6644(3); 6651(52); 6652(368); 6655(16); 6656(36); 6657(13);
6658(54); 6660(7); 6661(5); 6662(25); 6665(9); 6666(23);
6669(36); 6671(9); 6672(4); 6673(28); 6674(25); 6676(36);
6677(42); 6678(9); 6680(80); 6681(5); 6685(1); 6686(6);
6693(7); 6694(1); 6695(3); 6696(4); 6698(1); 6700(8); 6703(4);
6704(26); 6706(28); 6707(1)
Eburna dimidiata 28 6658(19); 6661(1); 6666(1); 6669(1); 6674(3); 6678(3)
Olivella spp.
Volutidae
Nanomelon viperinum 3 6684(3)
Minicymbiola corderoi 7 6652(3); 6664(1); 6671(2); 6694(1)
Cancellariidae 61 6651(2); 6652(54); 6660(1); 6669(3); 6680(1)
Axelella brasiliensis 104 6652(90); 6660(6); 6680(7); 6698(1)
Conidae
Conus villepinii 21 6652(1); 6665(18); 6671(1); 6699(1)
Conus mazei 3 6665(1); 6699(2)
Turridae 555 6650(1); 6651(15); 6652(37); 6653(10); 6656(18); 6657(22);
6658(157); 6660(2); 6661(15); 6662(3); 6665(11); 6666(17);
6667(3); 6669(23); 6671(14); 6672(12); 6673(10); 6674(6);
6675(1); 6676(36); 6677(4); 6678(44); 6680(20); 6681(5);
6684(2); 6685(5); 6686(12); 6693(14); 6695(11); 6696(1);
6698(1); 6699(13); 6700(1); 6703(7); 6705(1); 6706(1)
Brachytoma rioensis 10 6656(1); 6658(2); 6662(1); 6666(2); 6669(1); 6672(1); 6686(2)
Drilliola loprestiana 170 6646(2); 6651(1); 6652(4); 6653(1); 6656(4); 6657(1); 6660(2);
6661(5); 6662(13); 6664(1); 6665(1); 6666(7); 6669(23);
6672(2); 6673(15); 6674(11); 6676(20); 6677(6); 6678(18);
6680(5); 6685(3); 6686(4); 6695(11); 6699(9); 6706(1)
Leptadrillia cookei 24 6652(4); 6660(1); 6662(2); 6669(2); 6671(3); 6680(4); 6694(2);
6695(1); 6699(1); 6703(4)
Leptadrillia spp.
Spirotropis spp.
Spirotropis stirophora 8 6652(5); 6658(1); 6692(1); 6696(1)
Sediliopsis riosi 18 6652(3); 6660(2); 6661(6); 6665(1); 6666(1); 6680(1); 6685(1);
6694(2); 6703(1)
Gemmula spp.
Cochlespira elongata 14 6652(1); 6662(1); 6671(1); 6680(7); 6686(1); 6693(2); 6699(1)
Cochlespira sp.
Ancistrosyrinx cf. clytotropis
Fusiturricula maesae 5 6652(3); 6653(2)
Fusiturricula spp.
Stenodrillia horrenda 1 6699(1)
Carinodrillia braziliensis 14 6652(1); 6656(1); 6657(2); 6658(7); 6661(3)
Lioglyphostoma hendersoni 6 6680(4); 6699(1); 6706(1)
Cordieria sp.
Taranis malmii 9 6644(3); 6651(2); 6675(1); 6703(1); 6705(2)
Mitrolumna biplicata 44 6652(4); 6653(2); 6657(10); 6662(7); 6668(2); 6669(7);
6673(1); 6676(3); 6678(1); 6680(1); 6695(1); 6699(3); 6703(1);
6706(1)
Mitrolumna sp.
Cont.

55
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Glyphostoma epicasta 1 6699(1)
Nannodiella vespuciana 63 6652(8); 6653(1); 6657(1); 6658(16); 6662(1); 6669(1);
6674(1); 6680(2); 6685(2); 6695(12); 6696(1); 6699(14);
6706(3)
Benthomangelia sp.
Ithycythara cymella 17 6652(4); 6671(2); 6680(11)
Ithycythara spp.
Kurtziella serga 179 6646(1); 6651(3); 6652(15); 6653(8); 6660(4); 6661(1);
6662(2); 6665(4); 6666(2); 6669(7); 6671(4); 6672(3);
6673(10); 6674(1); 6676(3); 6677(1); 6678(5); 6680(6);
6681(3); 6685(8); 6686(1); 6695(30); 6698(4); 6699(41);
6703(5); 6706(7)
Daphnella corbicula 4 6672(1); 6673(1); 6676(1); 6699(1)
Daphnella cf. eugrammata
Daphnella cf. retifera
Daphnella spp.
Eubela limacina 1 6650(1)
Pleurotomella aguayoi 3 6658(3)
Pleurotomella benedicti 5 6665(1); 6671(1); 6684(1); 6693(2)
Pleurotomella bureaui 1 6680(1)
Pleurotomella gibbera 12 6651(1); 6652(3); 6660(3); 6665(3); 6676(1); 6699(1)
Pleurotomella spp.
Pleurotomella cf. demosia
Neopleurotomoides callembryon 1 6665(1)
Gymnobela extensa 6 6644(1); 6652(1); 6684(1); 6703(3)
Gymnobela sp.
Gymnobela blakeana 6 6651(1); 6652(4); 6660(1)
Rimosodaphnella morra 76 6652(5); 6653(8); 6657(1); 6658(8); 6660(1); 6661(3); 6662(1);
6666(3); 6669(6); 6671(1); 6672(1); 6673(3); 6674(2); 6677(1);
6678(11); 6680(3); 6686(1); 6695(9); 6699(8)
Terebridae
Terebra crassireticula 101 6651(40); 6652(16); 6660(6); 6662(3); 6671(20); 6680(7);
6685(4); 6694(3); 6705(1); 6706(1)
Total 9101

Referências Bibliográficas

MIYAJI, C. 2001. Gastrópodes prosobrânquios da plataforma continental externa e


talude superior da costa sudeste brasileira. Tese de doutorado. Departamento de
Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico da USP, São Paulo. 128p.

56
CLASSE BIVALVIA
Baía de Ilha Grande à Paranaguá

ELIANE P. ARRUDA; MÔNICA P. QUAST;


MARIA ANGÉLICA O. GONÇALVES; ALINE A.
ARAUJO & A. CECÍLIA Z. AMARAL Limopsis davinae Esteves, 1984
Escala: 1 mm
Foto: M.P.QUAST

Nothria sp.

Características

Embora apresentem grande diversidade de formas e hábitos, o padrão básico da


Classe Bivalvia é inconfundível. São moluscos bilateralmente simétricos e lateralmente
comprimidos, com um manto envolvendo o corpo e secretando uma concha externa (com
poucas exceções). Esta é constituída por duas metades, as valvas, que em geral são iguais.
Em algumas espécies a simetria bilateral foi perdida devido, principalmente, à cimentação
de uma das valvas no substrato, resultando em valvas de tamanhos e convexidade
diferentes. As valvas (exceto em gêneros aberrantes) são unidas dorsalmente por uma
estrutura elástica e parcialmente calcificada (ligamento), que age como uma mola forçando
a abertura da concha. De forma antagônica, a concha é fechada pela ação de músculos
(músculos adutores) em número de um ou dois, que estão presos na face interna das valvas.
O corpo é envolvido pelo manto que consiste de dois lobos, unidos dorsalmente, mas com
as demais margens completamente livres ou unidas em pontos determinados.
Ventralmente, o manto envolve um espaço relativamente largo, conhecido como cavidade
do manto. A cabeça é rudimentar, sem tentáculos, massa bucal, rádula, mandíbulas ou
faringe. Os órgãos sensoriais cefálicos, encontrados em outros moluscos, estão ausentes
nos bivalves. No entanto, algumas espécies apresentam órgãos com funções similares
localizados no manto e no pé, como olhos vestigiais, ocelos, osfrádio (quimiorreceptor) e
estatocistos (órgão de orientação). A boca e o ânus estão em posições opostas do corpo e
determinam o lado anterior e posterior do corpo. A boca está localizada entre dois pares de
estruturas ciliadas, conhecidas como palpos labiais, que auxiliam na condução do alimento

57
até a boca. O pé, presente na maioria dos bivalves, é um órgão extensível que auxilia na
escavação. A maioria dos bivalves possui um par de brânquias, responsáveis pelas trocas
gasosas e, nos filtradores, pela captura e transporte de partículas da corrente de água,
utilizadas como alimento.
Segundo Rios (1994), são registradas para o Brasil 390 espécies de bivalves, o que
corresponde a 24,8% das espécies de moluscos do país. Simone (1999) estima a existência
de 1000 espécies, das quais 300 ocorreriam no Estado de São Paulo. Os bivalves ocorrem
em ambientes marinhos e dulciaquícolas, ocupando diferentes tipos de substrato, areia,
rocha, corais, podendo ser infaunais ou epifaunais, sésseis (presos pelo bisso ou
cimentados) ou de vida livre, além de existir espécies perfuradoras de madeira e corais.
Poucas espécies de bivalves são comensais, usualmente com equinodermos cavadores
como ouriços, pepinos do mar e ofiuróides, além de crustáceos cavadores, semelhantes a
camarões. Os únicos bivalves parasitas conhecidos são do gênero Entovalva (Família
Lasaeidae).
De acordo com Russel-Hunter (1983) os moluscos são de importância ecológica
considerável devido a biomassa de suas espécies dominarem os níveis tróficos inferiores de
muitos ecossistemas marinhos, atraindo carnívoros como peixes, aves e outros
invertebrados. Muitas espécies de bivalves são particularmente importantes para
alimentação humana, sendo muitas vezes cultivados. Países como Japão, Coréia e Chile
estão entre os maiores produtores de mexilhões (Mytilidae), ostras (Ostreidae) e vieiras
(Pectinidae). O Estado de Santa Catarina é o maior produtor de mexilhões no Brasil, mas
ainda representa pouco em comparação a outros produtores mundiais
(www.mercadodapesca.com.br).

Informações sobre a classe: Coan, et al., 2000; Quast, 2003.

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros
1-3, em ordem filogenética (modificada de Coan, et al., 2000).

SUBCLASSE PROTOBRANCHIA GLYCYMERIDIDAE Newton, 1822


ORDEM SOLEMYOIDA Gycymeris pectinata (Gmelin, 1791)
SUPERFAMILIA SOLEMYOIDEA
SOLEMYIDAE Gray, 1840 SUBCLASSE HETERODONTA
SUPERFAMILIA NUCINELLOIDEA ORDEM VENEROIDA
NUCINELLIDAE Wood, 1851 SUPERFAMÍLIA LUCINOIDEA
ORDEM NUCULOIDA LUCINIDAE Fleming, 1828
SUPERFAMÍLIA NUCULOIDEA Mrytea leans (Verril & Smith, 1880)
NUCULIDAE Gray, 1824 THYSARIDAE Dall, 1901
SUPERFAMÍLIA NUCULONOIDEA UNGULINIDAE Adams & Adams, 1857
NUCULANIDAE Adams & Adams, 1858 SUPERFAMÍLIA CARDITOIDEA
SUBCLASSE PTERIOMORPHA CARDITIDAE Fleming, 1820
ORDEM ARCOIDA Cyclocardia moniliata (Dall, 1902)
SUPERFAMÍLIA ARCOIDEA Cyclocardia sp. 1
ARCIDAE Lamarck, 1809 Carditamera sp. 1
Bathyarca pectunculoides (Scacchi, 1834) Carditamera sp. 2
SUPERFAMÍLIA LIMOPSOIDEA SUPERFAMÍLIA CRASSATELLOIDEA
LIMOPSIDAE Dall, 1895 CRASSATELIDAE Ferussac, 1822
Limopsis aurita (Brocchi, 1814) SUPERFAMÍLIA CARDIOIDEA
Limopsis davinae Esteves, 1894 CARDIIDAE Lamarck, 1809
Limopsis minuta (Philippi, 1836) Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758)
SUPERFAMÍLIA GLYCYMERIDOIDEA SUPERFAMÍLIA TELLINOIDEA

58
TELLINIDAE Blainville, 1814 ORDEM LIMOIDA
SEMELIDAE Stoliczka, 1870 SUPERFAMÍLIA LIMOIDEA
Abra brasiliana E. A. Smith, 1885 LIMIDAE Rafinesque, 1815
Abra sp. 1 ORDEM OSTREOIDA
SUPERFAMÍLIA PHILOBRYOIDEA SUPERFAMÍLIA PECTINOIDEA
PHILOBRYIDAE Bernard, 1897 PECTINIDAE Rafinesque, 1815
Cosa brasiliensis Klappenbach, 1966 Leptopecten ?
ORDEM MYTILOIDA PROPEAMUSSIIDAE Abbott, 1954
SUPERFAMÍLIA MYTILOIDEA Cyclopecten nanus Verril & Busch, 1897
MYTILIDAE Rafinesque, 1815 Cyclopecten subimbrifer Verril & Busch,
ORDEM PTERIOIDA 1897
SUPERFAMÍLIA PTERIOIDEA Parvamussium pourtalesianum (Dall, 1886)
MALLEIDAE Lamarck, 1819 Parvamussium sp. 1

Comentários Gerais

Em águas mais profundas, os bivalves estão bem representados em abundância e


número de espécies. Knudsen (1970) estima, por exemplo, que existam 312 espécies
abissais e hadais e Allen (1983) estima cerca de 400. A maioria dos bivalves de águas
profundas são depositívoros da Sub-Classe Paleotaxodonta e os supensívoros Heterodonta.
Algumas espécies são carnívoras e predadoras e pertencem em sua maioria a Sub-Classe
Anomalodesmata. Os Pteriomorpha são relativamente menos representados.
Foram identificados um total de 50 táxons de bivalves, entre estes 31 famílias e 19
espécies, coletados na região entre a Baía de Ilha Grande (RJ) e a Baía de Paranaguá (PR).
Das espécies identificadas, até o momento, Bathyarca pectunculoides e Cyclopecten
subimbrifer, são consideradas ocorrências novas para a costa brasileira.
As famílias mais abundantes foram Corbulidae (829 indivíduos), Nuculanidae
(485), Semelidae (399), Crassatelidae (318) e Ungulinidae (301), que representam 72,98%
dos indivíduos coletados. Estes dados diferem um pouco dos apresentados por Knudsen
(1970), que estudou os bivalves abissais de várias regiões do mundo. Segundo o autor as
famílias Nuculanidae, Malletiidae, Cuspidariidae, Pectinidae, Verticordiidae, Nuculidae e
Poromyidae são as mais abundantes e ricas em regiões profundas. Dos bivalves coletados
no Programa REVIZEE ao largo do Estado de São Paulo, destacam-se famílias da Ordem
Veneroida como Corbulidae, Semelidae e Crassatelidae. Entre as famílias identificadas
muitas possuem importância econômica e médica. Estudos estão sendo realizados com
espécies das famílias Arcidae, Glycymerididae, Malleidae, Mytilidae Pectinidae e
Veneridae para extração de produtos naturais que auxiliem no combate a células
cancerígenas (http://dtp.nci.nih.gov/docs/cancer/natural_products/by_phylum/mollusca.
html).
Das 31 famílias identificadas, 10 foram analisadas em nível específico, e observa-se
que algumas estão bem representadas em número de indivíduos, mas com poucas espécies.
Na família Semelidae, por exemplo, foram identificadas apenas dois morfotipos, Abra
brasiliana (7 indivíduos) e Abra sp. A (392). Dentre as espécies de Semelidae, as do
gênero Abra parecem ser as mais adaptadas a regiões profundas (Glémarec, 1964;
Knudsen, 1970; Rios, 1994). Allen & Sanders (1966) estudando as adaptações de Abra
profundorum à vida abissal, observaram que espécies que ocorrem em grandes
profundidades possuem brânquias reduzidas, que atuam essencialmente no transporte de
partículas do sifão para os palpos labiais. Estes, por sua vez, são grandes e provavelmente
esta é uma compensação para perda de superfície ciliada da brânquia. O intestino também
é maior e armazena grande quantidade de pelotas fecais, possivelmente para garantir uma
maior absorção de nutrientes, em um ambiente com pouca quantidade de matéria orgânica.

59
Em relação aos Pteriomorpha, apesar de pouco representados, alguns dos táxons
encontrados são típicos de águas profundas, como o gênero Bathyarca e as famílias
Limopsidae e Propeamussiidae. O gênero Bathyarca parece ter evoluído recentemente,
adaptando-se a este ambiente ao qual é restrito. Os membros desse gênero apresentam um
par de extensões na região posterior da borda do manto. O estudo de Morton (1982) com
Bathyarca pectunculoides mostrou que estas expansões funcionam como sifões
rudimentares, possibilitando que o animal tenha acesso à água acima do sedimento, mesmo
que esteja parcialmente enterrado. Também permitem que as brânquias se estendam além
dos limites da cavidade palial, o que faz com que sejam relativamente grandes. A família
Limopsidae aparentemente é a única da superfamília Limopsacea (que inclui ainda
Glycymerididae e Philobryiidae) com representantes genuinamente de águas profundas.
Oliver & Allen (1980) estudaram o comportamento de Limopsis aurita em laboratório e
verificaram que a espécie é capaz de sobreviver em diferentes tipos de substrato. Essa
ampla tolerância é incomum, sendo atribuída pelos autores ao comportamento do animal e
aos pêlos do perióstraco, que evitam a entrada de grandes quantidades de partículas.
Algumas estações foram particularmente abundantes, tais como: 6653 (705
indivíduos), 6657 (355) e 6654 (384), nas quais famílias como Corbulidae, Ungulinidae e
Crassatelidae ocorreram em grande número. Com relação a batimetria, cerca de 60,46%
dos bivalves foram coletados entre 101-200m de profundidade, 27,82% em profundidades
< 100m, 8,73% entre 201-300m e 2,97% em profundidades > 301m. A maior profundidade
registrada para os bivalves foi na amostra 6679, com 808 m, no qual foram identificadas as
espécies Bathyarca pectunculoides, Limopsis minuta, Cyclopecten subimbrifer e Abra
brasiliana, além de bivalves septibrânquios. Este grupo de bivalves, dos quais fazem parte
as famílias Poromyidae, Cuspidariidae e Verticordiidae, é carnívoro ou consumidor de
detritos, e é mais comum em mar profundo, onde os bivalves filtradores predominam.

Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
inds.
Solemyidae 3 6658 (3)
Nucinellidae 1 6671 (1)
Nuculidae 14 6644 (3) 6658 (3) 6660 (1) 6661 (1) 6672 (1) 6678 (1) 6680 (1)
6684 (1) 6697 (1) 6705 (1)
Nuculanidae 486 6650 (1) 6651 (21) 6652 (96) 6653 (285) 6655 (1) 6658 (24)
6659 (1) 6661 (3) 6666 (8) 6667 (1) 6669 (1) 6671 (2) 6672(7)
6673 (13) 6674 (1) 6677 (10) 6678 (5) 6679 (1) 6681 (3) 6684
(1) 6703 (1)
Arcidae
Bathyarca pectunculoides 8 6679 (8)
Limopsidae
Limopsis aurita 69 6661 (18) 6665 (48) 6673 (1) 6681 (1) 6686 (1)
Limopsis davinae 19 6665 (1) 6666 (1) 6672 (1) 6676 (4) 6681 (3) 6686 (9)
Limopsis minuta 4 6679 (3) 6684 (1)
Limopsidae (jovens) 6 6661 (5) 6676 (1)
Limopsidae 3 6681 (3)
Glycymerididae
Glycymeris pectinata 6 6676 (6)
Cont.

60
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
inds.
Phylobryidae
Cosa brasiliensis 4 6661 (2) 6664 (1) 6686 (1)
Mytilidae 30 6653 (2) 6655 (2) 6658 (4) 6661 (3) 6665 (4) 6666 (2) 6672 (3)
6673 (2) 6677 (1) 6681 (7)
Malleidae 1 6665 (1)
Limidae 14 6666 (4) 6672 (1) 6673 (2) 6676 (2) 6678 (1) 6681 (1) 6686 (3)
Pectinidae
Leptopecten ? 1 6658 (1)
Propeamussiidae 6 6665 (1) 6674 (1) 6676 (3) 6678 (1)
Cyclopecten nanus 25 6646 (1) 6661 (7) 6666 (2) 6673 (2) 6674 (1) 6676 (3) 6681 (9)
Cyclopecten subimbrifer 67 6661 (8) 6665 (34) 6672 (3) 6673 (1) 6676 (1) 6678 (2) 6679
(1) 6681 (17)
Parvamussium pourtalesianum 10 6661 (1) 6665 (1) 6673 (1) 6681 (2) 6693 (5)
Parvamussium sp. 1 19 6659 (1) 6679 (1) 6684 (17)
Lucinidae 2 6658 (2)
Myrtea leans 4 6669 (1) 6683 (2) 6692 (1)
Thysaridae 1 6666 (1)
Ungulinidae 301 6646 (1) 6653 (1) 6666 (1) 6669 (282) 6673 (14) 6678 (2)
Carditidae
Cyclocardia moniliata 7 6684 (7)
Cyclocardia sp. 1 75 6644 (2) 6665 (19) 6666 (4) 6673 (43) 6674 (7)
Carditamera sp. 1 2 6678 (2)
Carditamera sp. 2 3 6657 (1) 6678 (2)
Crassatelidae 318 6646 (7) 6652 (1) 6653 (223) 6655 (1) 6658 (1) 6660 (1) 6660
(1) 6661 (10) 6665 (2) 6666 (10) 6671 (1) 6674 (29) 6676 (1)
6678 (4) 6681 (4) 6683 (1) 6686 (3) 6693 (4) 6698 (12) 6702
(1) 6704 (1)
Cardiidae
Trachycardium muricatum 1 6658 (1)
Tellinidae 13 6658 (11) 6672 (2)
Semelidae
Abra brasiliana 7 6679 (3) 6684 (5)
Abra sp. 1 391 6646 (4) 6652 (2) 6661 (23) 6665 (7) 6666 (72) 6669 (3) 6671
(1) 6672 (11) 6673 (18) 6674 (12) 6676 (7) 6677 (2) 6678 (56)
6681 (78) 6683 (1) 6686 (30) 6695 (29) 6696 (4) 6698 (26)
6699 (4) 6703 (1)
Veneridae 7 6658 (6) 6681 (1)
Corbulidae 829 6654 (384) 6655 (1) 6656 (21) 6657 (354) 6658 (51) 6672 (1)
6673 (1) 6674 (1) 6678 (11) 6681 (3) 6692 (1)
Gastrochaenidae 8 6658 (16)
Pholadidae 1 6665 (1)
Thraciidae 2 6646 (2)
Periplomatidae 1 6651 (1)
Pandoridae 2 6658 (1) 6678 (1)
Poromyidae 22 6656 (1) 6658 (1) 6659 (3) 6665 (1) 6666 (4) 6673 (1) 6674 (1)
6679 (4) 6684 (1) 6686 (1) 6693 (4)
Cuspidariidae 8 6658 (1) 6661 (1) 6674 (1) 6679 (4) 6681 (1)
Verticordiidae 14 6646 (1) 6658 (2) 6661 (2) 6666 (2) 6672 (4) 6679 (2) 6693 (1)
Não identificado 225 6646 (22) 6653 (164) 6658 (5) 6661 (1) 6666 (3) 6669 (1) 6673
(2) 6675 (1) 6676 (4) 6678 (9) 6679 (2) 6681 (4) 6686 (2) 6698
(2) 6700 (2) 6703 (1) 6705 (1)
Total 675

61
Referências Bibliográficas

ABBOTT, R.T. 1974. American Seashells. 2a. ed., van Nostrand Reinhold Company, New
York, 663p.
ALLEN, J.A. 1983. The ecology of deep sea Molluscs. In: Russel-Hunter, W.D. (ed.), The
Mollusca 6, Ecology, pp: 29-75. Academic Press, New York.
ALLEN, J.A. & SANDERS, H.L. 1966. Adaptations to abyssal life as shown by the
Bivalve Abra profundorum (Smith). Deep-Sea Research, 13: 1175-1184.
COAN, E.V.; SCOTT, P.V. & BERNARD, F. 2000. Bivalve Seashells of Western North
America. Marine Bivalves Mollusks from Arctic Alaska to Baja California. Santa
Barbara Museum of Natural History, Santa Barbara, California, 764p.
GLÉMAREC, M. 1964. Le genre Abra sur les côtes Atlantiques de Bretagne. Systématique
et Écologie. J. Conchy., 104(57): 15-28.
KNUDSEN J. 1970. The systematics and biology of abyssal and hadal bivalvia. Galathea
Report 11: 241pp, 20pl.
MORTON, B. 1982. The functional morphology of Bathyarca pectunculoides (Bivalvia:
Arcacea) from a deep Norwegian fjord with a discussion of the mantle margin in the
Arcoida. Sarsia, 67: 269-282.
OLIVER, G. & ALLE, J.A. 1980. The functional and adaptative morphology of the deep-
sea species of the family Limopsidae (Bivalvia: Arcoida) from the Atlantic.
Philosophical Transactions of the Royal Society of London, Series B, 291: 77-125.
QUAST, M.P. 2003. Moluscos bivalves (Arcoida e Ostreoida) da Região Sudeste do
Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Biologia, Unicamp.
RIOS, E.B. 1994. Seashells of Brasil. Fundação Universidade do Rio Grande, Museu
Oceanográfico, Rio Grande, 494p.
RUSSEL-HUNTER, W.D. 1983. Overview: Planetary distribution of and ecological
constraints upon the mollusca. Cap. 1. In: The Mollusca 6, Ecology pp: 1-27.
Academic Press, New York.
SALVADOR, L.B.; DOMANESCHI, O.; AMARAL, A.C.Z.; MORGADO, E.H. &
HENRIQUES, S.A. 1998. Malacofauna da região entremarés de praias da Ilha de São
Sebastião (São Paulo, Brasil). Revista Brasileira de Zoologia, 15(4): 1013-1035.
SIMONE, L.R.L. 1999. Fillo Mollusca. In: Miggoto, A. E & Tiago, C. G. (eds.),
Biodiversidade do Estado de São Paulo: síntese do conhecimento ao final do século
XX, 3: Invertebrados Marinhos, pp: 129-136, FAPESP, São Paulo.

62
CLASSES GASTROPODA &
BIVALVIA - Rio Grande do Sul

INGA L. VEITENHEIMER MENDES; FÁBIO WIGGERS & DANIEL M.


PIMPÃO

Turritella hookeeri Reeve,1849


Foto: F.WIGGERS

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelo cruzeiro 9
em ordem sistemática segundo Rios (1994).

GASTROPODA

PROSOBRANCHIA Caecum achinorum (Folin, 1867)


Archeogastropoda Caecum massambabensis Absalão,1994
COCCULINIDAE DALL, 1882 Caecum sp.
Cocculinidae sp. 1 VITRINELLIDAE Bush, 1897
TROCHIDAE Rafinesque, 1815 Vitrinellidae sp. 1
Brookula conica (Watson, 1886) TURRITELLIDAE Clarke-Woodward, 1851
Calliostoma echinatum Dall, 1881 Turritella hookeri Reeve, 1849
Calliostoma jucundum (Gould, 1849) CALYPTRAEIDAE LAMARCK, 1809
Halistylus colomna (Dall, 1890) Crepidula aculeata (Gmelin, 1791)
Solariela carvalhoi Lopes & Cardoso,1958 Crepidula plana Say, 1822
TURBINIDAE Rafinesque, 1815 ATLANTIDAE, Wiegmann & Ruthe, 1832
Arene microforis (Dall, 1889) Atlanta peroni Lesueur, 1817
HYDROBIIDAE Troschell, 1857 NATICIDAE Guilding, 1834
Heleobia australis (Orbigny, 1835) Natica aff. isabelliana Orbigny,1840
RISSOIDAE Gray, 1847 Natica pusilla Say, 1822
Alvania sp. Natica sp.
BARLEEIDAE Gray, 1857 Polinices lacteus (Guilding, 1833)
Barleeia rubrooperculata (Castellanos, TONNIDAE Suter, 1913
1972) Tonna sp.
CAECIDAE Gray, 1850 RANELLIDAE Gray,1854

63
Cymathiun aff. parthenopeum (von Salis, Pleurotomella cala (Watson, 1886)
1793) Veprecula morra (Dall, 1881)
CERITHIOSPIDAE H. & A. Adams, 1853 Spirotropis aff. lithocolleta (Watson, 1881)
Cerithiopsis sp. Spirotropis stirophora (Watson, 1881)
TRIPHORIDAE GRAY, 1847 Splendrillia carolinae (Bartsch, 1934)
Triphora sp. Stenodrillia goundlachi (Dall & Simpson,
EPITONIIDAE Berry, 1910 1901)
Epitonium aff. albidum (Orbigny, 1842) TEREBRIDAE Mörch,1852
Epitonium unifasciatum (Sowerby, 1844) Terebra brasiliensis E. A. Smith, 1873
Epitonium tenuistriatum (Orbigny,1840) HETEROBRANCHIA
Cylindriscala andrewsii (Verril,1882) Heterostropha
EULIMIDAE Philippi, 1853 ARCHITECTONICIDAE Gray, 1840
Eulima mulata Rios & Absalão, 1990. Acutitectonica (?)
Eulima aff. hypsela Verril & Bush, 1900 Heliacus bisulcatus (Orbigny, 1842)
Melanella conoidea (Kurtz & Stimpson, Pseudomalaxis nobilis (Verril, 1885)
1851) MATHILDIDAE Dall, 1889
Niso aeglees Bush, 1885 Mathilda aff. scitula Dall, 1889
Neogastropoda PYRAMIDELLIDAE Gray, 1840
MURICIDAE Rafinesque, 1815 Chrysallida sp
Siphonochelus riosi (Bertsch & D’ Attilio, Odostomia sp.
1980) Pyramidella aff. crenulata (Holmes, 1859)
Trachypollia turricula. (Von Maltzan, 1884) Pyramidela sp.
CORALLIOPHILIDAE Chenu, 1859 Turbonilla aff. abrupta Bush, 1899
Latiaxis dalli Emesron & D’Áttilio, 1965 Turbonilla aff. pusilla (C. B. Adams, 1850)
COLUMBELLIDAE Swainson, 1840 Turbonilla sp. 1
Amphissa acuminata (E. A. Smith, 1915) Turbonilla sp. 2
Amphissa cancellata (Castellanos, 1979) Turbonilla sp. 3
Amphissa sp. Turbonilla sp. 4
Anachis sparsa (Reeve, 1859) Turbonilla sp. 5
NASSARIIDAE Iredale, 1916 OPISTHOBRANCHIA
Nassarius scissuratus (Dall, 1889) Caephalaspidae
OLIVIDAE Latreille, 1825 ACTEONIDAE Orbigny, 1842
Ancilla dimidiata (Sowerby, 1850) Acteon pelecais Macus, 1981
Olivella formicacorsii Klappenbach, 1962 Acteon sp.
Olivella orejasmirandai Klappenbach, 1986 Mysouffa cumingii (A. Adams, 1854)
MARGINELLIDAE Fleming, 1828 CYLICHNIDAE H. & A. Adams, 1854
Dentimargo janeiroensis (E.A. Smith, 1915) Acteocina candei (Orbigny, 1841)
Granulina ovuliformis (Orbigny, 1841) Cylichna crispula Watson, 1883
Prunum martini (Petit, 1853) Cylichna discus Watson, 1883
MITRIDAE Swainson, 1831 Cylichna verrillii Dall, 1889
Cancilla larranagai (Carcelles, 1947) Scaphander sp.
CANCELLARIIDAE Forbes & Hanley, 1853 RETUSIDAE Thiele, 1926
Axelella brasiliensis Verhecken, 1991 Pyrunculus caelatus (Bush, 1885)
CONIDAE Rafinesque, 1815 Volvulella persimilis (Morch, 1875)
Conus clerii Reeve, 1844 Thecostomata
TURRIDAE Swainson, 1840 CAVOLINIIDAE Fisher, 1883
Brachytoma rioensis (E. A. Smith, 1915) Cavolinia inflexa (Lesuer, 1813)
Daphnella retifera Dall, 1889 Cavolinia longirostris (Blainville, 1821)
Daphnella sp. Cavolinia uncinata (Rang, 1829)
Drilliola loprestiana (Calcara, 1841) Clio piramidata Linné, 1767
Fusiturricula lavinoides limoensis (Olsson, Creseis virgula Rang, 1828
1922) Cuverina columnella (Rang, 1827)
Ithycythara lanceolata (C. B. Adams, 1850) Diacria trispinosa (Blainville, 1821)
Kurtziella serga (Dall, 1881) Styliola subula (Quoy & Gaimard, 1827)
Mitrolumna biplicata (Dall, 1889)
Nannodiella vespuciana (Orbigny, 1842)
Pleurotomella aguayoi (Carcelles, 1953)

64
BIVALVIA
PROTOBRANCHIA Crassinella lunata (Conrad, 1834)
NUCULOIDA Crassinella martinicensis (Orbigny, 1842)
NUCULIDAE Gray, 1824 CARDIIDAE Lamarck, 1809
Nucula semiornata Orbigny, 1846 Trachycardium sp.
Nucula puelcha Orbigny, 1846 MACTRIDAE Lamarck, 1809
Nucula sp. Mactra sp.
NUCULANIDAE Adams & Adams, 1858 Mactridae sp. 1
Nuculana larranagai Klappenbach & Mactridae sp. 2
Scarabino, 1968 Mactridae sp. 3
Nuculana fortiana Esteves, 1984 TELLINIDAE Blainville, 1814
Nuculidae sp. 1 Tellina sp. 1
PTERIOMORPHA Tellina sp. 2
ARCOIDA Tellina sp. 3
NOETIDAE Stewart, 1930 Strigilla sp.
Arcopsis adamsi (Dall, 1886) Tellinidae sp. 1
LIMOPSIDAE Dall, 1895 SEMELIDAE Stoliczka, 1870
Limopsis janeiroensis E. A. Smith, 1915 Semelidae sp. 1
MYTILOIDA PSAMMOBIIDAE Fleming, 1828
MYTILIDAE Rafinesque, 1815 Psammobiidae sp. 1
Brachidontes rodriguezi (Orbigny, 1846) DONACIDAE Fleming, 1826
Crenella divaricata (Orbigny, 1846) Donax hanleyanus Philippi, 1842
Musculus sp. VESICOMYIDAE Dall & Simpson, 1901
Mytilidae sp. 1 Vesicomya albida (Dall, 1889)
Mytilidae sp. 2 VENERIDAE Rafinesque, 1815
PTERIOIDA Pitar sp.
PTERIIDAE Gray, 1847 Veneridae sp. 1
Pteria hirundo (Linnaeus, 1758) MYOIDA
PINNIDAE Leach, 1819 MYIDAE Lamarck, 1809
Pinnidae sp. 1 Myidae sp. 1
LIMOIDA CORBULIDAE Lamarck, 1818
LIMIDAE Rafinesque, 1815 Corbula sp. 1
Limatula pygmaea (Philippi, 1845) Corbula sp. 2
OSTREOIDA Corbula sp. 3
OSTREIDAE Rafinesque, 1815 Corbula sp. 4
Ostreidae sp. 1 ERODONIDAE Winckworth, 1932
PECTINIDAE Rafinesque, 1815 Erodona mactroides Bosc, 1802
Chlamys sp. HIATELLIDAE Gray, 1824
Leptopecten bavayi (Dautzenberg, 1900) Hiatellidae sp. 1
Cyclopecten sp. Hiatellidae sp. 2
PROPEAMUSSIIDAE Abbott, 1954 PHOLADINA
Propeamussium pourtalesianum (Dall, PHOLADIDAE Lamarck, 1809
1886) Subfamília Pholadinae sp. 1
HETERODONTA Subfamília Pholadinae sp. 2
VENEROIDA ANOMALODESMATA
LUCINIDAE Fleming, 1828 PHOLADOMYOIDA
Lucina sp. PANDORIDAE Rafinesquel, 1815
Myrtea aff. lens (Verril & Smith, 1880) Pandora sp.
Lucinidae sp. 1 POROMYIDAE Dall, 1886
THYASIRIDAE Dall, 1901 Poromya cymata Dall, 1889
Thyasira croulinensis Jeffreys, 1874 Poromya granulata (Nyst & Westendorp,
Thyasira trisinuata Orbigny, 1842 1839)
Thyasira sp. CUSPIDARIIDAE Dall, 1886
UNGULINIDAE Adams & Adams, 1857 Cardiomya cleryana (Orbigny, 1846)
Diplodonta sp. Cardiomya sp.
CARDITIDAE Fleming, 1820 VERTICORDIIDAE Stoliczka, 1871
Carditamera plata (Ihering, 1907) Verticoidia ornata (Orbigny, 1842)
Cyclocardia moniliata (Dall, 1902) Verticoidia fisheriana Dall, 1881
Carditiidae sp. 1
CRASSATELIDAE Ferussac, 1822

65
Comentários Gerais
Os dados apresentados com relação ao material de Bivalvia correspondem a
resultados preliminares da dissertação de Daniel Pimpão. Os relativos aos Gastropoda
correspondem à dissertação de mestrado de Fábio Wiggers, tendo sido parte da mesma
encaminhada para publicação na Revista Brasileira de Paleontologia. Foram identificados
6.020 exemplares distribuídos em 37 famílias sendo 83 táxons em nível de espécie e 18 em
nível de gênero. A família Turridae é a que apresenta o maior número de táxons com 16
spp, sendo Turritella hookeri a mais abundante em termos de exemplares - 684 exs;
Registram-se 22 novas ocorrências para o Rio Grande do Sul e 31 novos limites de
profundidade.
Com relação à metodologia – dragas – utilizada para as coletas nas diferentes
estações de amostragem, pode-se estabelecer para Gastropoda uma comparação preliminar,
entre o uso da draga de arrasto e van Veen, na estação 6839, mostrando-se mais eficaz, em
termos dos resultados, a draga de arrasto. Nas demais estações não é possível fazer esta
correlação, uma vez que não é possível afirmar que a diferença na quantidade de material
coletado seja fruto do amostrador utilizado – Box-corer – e não da profundidade ou
sedimento, por exemplo.

Registro de Ocorrência por táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

GASTROPODA
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Cocculinidae
Cocculinidae sp. 1 4 6839(4)
Trochidae
Brookula conica 6 6839(2); 6841(3); 6842(1)
Calliostoma echinatum 20 6839(20)
Calliosotoma jucundum 6 6839(6)
Halistylus columna 1 6839(1)
Solariela carvalhoi 48 6839(48)
Turbiniidae
Arene microforis 21 6839(21)
Hydrobiidae
Heleobia australis 601 6839(600); 6841(1)
Rissoidae
Alvania sp. 47 6839(47)
Barleeidae
Barleeia rubrooperculata 613 6839(611); 6840(2)
Caecidae
Caecum achinorum 15 6839(15)
Caecum massambabensis 10 6839(10)
Caecum sp. 2 6839(2)
Vitrinellidae
Vitrinellidae sp. 1 1 6839(1)
Turritellidae
Turritella hookeri 684 6839(683); 6840(1)
Calyptraeidae
Crepidula aculeata 39 6839(39)
Crepidula plana 18 6839(18)
Cont.

66
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Atlantidae
Atlanta peroni 5 6839(5)
Naticidae
Natica aff. isabelliana 133 6839(133)
Natica pusilla 28 6839(28)
Natica sp. 15 6839(15)
Polinices lacteus 5 6839(5)
Tonnidae
Tonna sp. 1 6839(1)
Ranellidae
Cymathium aff. parthenopeum 3 6839(3)
Cerithiospidae
Cerithiopsis sp. 1 6839(1)
Triphoridae
Triphora sp. 1 6839(1)
Epitoniidae
Epitonium aff. albidum 2 6839(2)
Epitonium aff. unifasciatum 1 6839(1)
Epitonium aff. tenuistriatum 3 6839(3)
Cylindriscala andrewsii 7 6839(7)
Eulimidae
Eulima mulata 4 6839(4)
Eulima aff. hypsela 2 6839(2)
Melanella conoidea 2 6839(2)
Niso aeglees 5 6839(5)
Muricidae
Siphonochelus riosi 42 6839(42)
Trachypollia turricula 5 6839(5)
Coralliophilidae
Latiaxis dalli 1 6839(1)
Columbellidae
Amphissa acuminata 227 6839(227)
Amphissa cancellata 152 6839(152)
Amphissa sp. 582 6839(580); 6840(2)
Anachis sparsa 4 6839(4)
Nassariidae
Nassarius scissuratus 415 6839(415)
Olividae
Ancilla dimidiata 56 6839(56)
Olivella formicacorsii 3 6839(3)
Olivella orejasmirandai 587 6839(587)
Marginellidae
Dentimargo janeiroensis 111 6839(111)
Granulina ovuliformis 117 6839(117)
Prunum martini 26 6839(26)
Mitridae
Cancilla larrangai 83 6839(83)
Cancellariidae
Axelella brasiliensis 7 6839(7)
Conidae
Conus clerii 3 6839(3)
Turridae
Brachytoma rioensis 22 6839(22)
Daphnella retifera 1 6839(1)
Daphnella sp. 4 6839(4)
Drilliola loprestiana 80 6839(80)
Fusiturricula lavinoides limoensis 14 6839(14)
Ithycythara lanceolata 28 6839(28)
Kurtziella serga 25 6839(25)
Mitrolumna biplicata 27 6839(27)
Nannodiella vespuciana 11 6839(11)
Cont.

67
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Pleurotomella aguayoi 2 6839(2)
Pleurotomella cala 3 6839(3)
Veprecula morra 56 6839(55); 6641(1)
Spirotropis aff. lithocolleta 42 6839(42)
Spirotropis stirophora 76 6839(76)
Splendrillia carolinae 16 6839(16)
Stenodrillia goundlachi 5 6839(5)
Terebridae
Terebra brasiliensis 3 6839(3)
Archtectonicidae
Acutitectonia (?) 7 6839(7)
Heliacus bisulcatus 4 6839(4)
Pseudomalaxis nobilis 1 6839(1)
Mathildidae
Mathilda aff. scitula 7 6839(7)
Pyramidellidae
Chrysallida sp. 8 6839(8)
Odostomia sp. 1 6839(1)
Pyramidella aff. crenulata 70 6839(70)
Pyramidella sp. 7 6839(7)
Turbonilla aff. abrupta 6 6839(6)
Turbonilla aff. pusilla 8 6839(8)
Turbonilla sp. 1 2 6839(2)
Turbonilla sp. 2 2 6839(2)
Turbonilla sp. 3 147 6839(147)
Turbonilla sp. 4 6 6839(6)
Turbonilla sp. 5 2 6839(2)
Acteonidae
Acteon pelecais 14 6839(14)
Acteon sp. 2 6839(2)
Mysouffa cumingii 203 6839(203)
Cylichnidae
Acteocina candei 10 6839(10)
Cylichna crispula 2 6839(2)
Cylichna discus 23 6839(23)
Cylichna verrillii 77 6839(77)
Scaphander sp. 1 6839(1)
Retusidae
Pyrunchulus caelatus 90 6839(90)
Volvulella persimilis 3 6839(3)
Cavoliniidae
Cavolinia inflexa 7 6839(7)
Cavolinia longirostris 87 6839(87)
Cavolinia uncinata 16 6839(16)
Clio piramidata 17 6839(17)
Creseis virgula 6 6839(6)
Cuverina columnella 4 6839(4)
Diacria trispinosa 15 6839(15)
Styliola subula 7 6839(7)
Total 6595

68
BIVALVIA
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de valvas/nº de valvas unidas)
inds.
Nuculidae
Nucula semiornata 15 6839(14); 6841(1)
Nucula puelcha 91 6839(91)
Nucula sp. nc 6839(nc)
Nuculanidae
Nuculana larranagai 94 6839(77/14); 6841(3)
Nuculana fortiana 3 6839(3)
Nuculanidae sp. 1 1 6841(1)
Noetidae
Arcopsis adamsi 2 6839(2)
Limopsidae
Limopsis janeiroensis 8483 6839(8474/7); 6841(2)
Mytilidae
Mytilidae sp. 1 nc 6839(nc)
Mytilidae sp. 2 nc 6839(nc)
Brachidontes rodriguezi nc 6839(nc)
Crenella divaricata 17 6839(17)
Musculus sp. nc 6839(nc)
Pteriidae
Pteria hirundo nc 6839(nc)
Pinnidae
Pinnidae sp. 1 nc 6839(nc)
Limidae
Limatula pygmaea 13 6839(13)
Ostreidae
Osteridae sp. 1 nc 6839(nc)
Pectinidae
Chlamys sp. nc 6839(nc)
Leptopecten bavayi nc 6839(nc)
Cyclopecten sp. >4 6839(nc); 6841(4)
Propeamussiidae
Propeamussium pourtalesianum nc 6839(nc)
Lucinidae
Lucina sp. nc 6839(nc)
Myrtea aff. lens 9 6642(9)
Lucinidae sp. 1 nc 6839(nc)
Thyasiridae
Thyasira croulinensis 173 6839(165/8)
Thyasira trisinuata 5 6839(5)
Thyasira sp. nc 6839(nc)
Ungulinidae
Diplodonta sp. nc 6839(nc)
Carditidae
Carditidae sp. 1 nc 6839(nc)
Carditamera plata 2462 6839(2427/30); 6841(5)
Cyclocardia moniliata 2032 6839(2030); 6841(2)
Crassatelidae
Crassinella lunulata 550 6839(545/5)
Crassinella martinicensis 57 6839(57)
Cardiidae
Trachycardium sp. nc 6839(nc)
Mactridae
Mactra sp. nc 6839(nc)
Mactridae sp. 1 nc 6839(nc)
Mactridae sp. 2 nc 6839(nc)
Mactridae sp. 3 nc 6839(nc)
Tellinidae
Tellina sp. 1 1 6841(-/1)
Tellina sp. 2 nc 6839(nc)
Cont.

69
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de valvas/nº de valvas unidas)
inds.
Tellina sp. 3 nc 6839(nc)
Strigilla sp. nc 6839(nc)
Tellinidae sp. 1 nc 6839(nc)
Semelidae
Semelidae sp. 1 205 6839(200/5)
Psammobiidae
Psamobidae sp. 1 nc 6839(nc)
Donacidae
Donax hanleyanus 1 6839(1)
Vesicomyidae
Vesicomya albida 37 6839(37)
Veneridae
Pitar sp. nc 6839(nc)
Veneridae sp. 1 nc 6839(nc)
Veneridae sp. 2 nc 6839(nc)
Myidae
Myidae sp. 1 nc 6839(nc)
Corbulidae
Corbula sp. 1 nc 6839(nc)
Corbula sp. 2 nc 6839(nc)
Corbula sp. 3 nc 6839(nc)
Corbula sp. 4 nc 6839(nc)
Erodonidae
Erodona mactroides 260 6839(2601)
Hiatellidae
Hiatellidae sp. 1 nc 6839(nc)
Hiatellidae sp. 2 nc 6839(nc)
Pholadidae
Pholadidae sp. 1 nc 6839(nc)
Pholadidae sp. 2 nc 6839(nc)
Pandoridae
Pandora sp. nc 6839(nc)
Poromyidae
Poromya cymata 232 6839(232)
Poromya granulata 8 6839(8)
Cuspidariidae
Cardiomya cleryana 128 6839(127/1)
Cardiomya sp. nc 6839(nc)
Verticordiidae
Verticordia ornata 268 6839(268)
Verticordia fisheriana 10 6839(10)
Total 15157
nc - não contabilizado

Referências Bibliográficas

ABBOT, R.T. 1974. American sheashells. New York, Van Nostrand Reinhold, 663p. il.
MALACOLOG 3.1.3, 2002: Banco de dados. Disponível em
<http://erato.acnatsci.org/wasp/ search.php> Acesso em: 10 fev. 2003.
RIOS, E. C. 1994. Seashells of Brazil. 2a ed., Rio Grande, Editora da FURG, 368p. 113 il.
WIGGERS, F. 2003. Moluscos gastrópodes da plataforma continental externa e talude
continental ao largo da Laguna dos Patos – Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação
de mestrado, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
126p, 140 fig.

70
CLASSES
CEPHALOPODA,
POLYPLACOPHORA &
SOLENOGASTRES

LUIZ RICARDO L. SIMONE


Semirossia tenera Steenstrup, 1887
Foto: L.R.SIMONE

Características

A classe Cephalopoda, com cerca de 1000 espécies, é caracterizada por animais cujo
manto apresenta-se muscular, podendo se contrair, ejetando a água em seu interior e
promovendo a propulsão. O movimento é coordenado pelo sifão, uma estrutura cônica e
muscular e se posicional na região de saída da água. Há uma boca apresentando um bico
semelhante ao dos papagaios, rodeada por braços. Tais braços, que são em número de 8 ou
mais, em geral apresentam ventosas preênseis na sua superfície interna. O sistema nervoso
é muito desenvolvido, sendo os cefalópodes animais com considerável inteligência.
A classe Polyplacophora, com cerca de 800 espécies, é constituída de animais
rastejadores e sedentários, vivendo em substratos duros. Apresentam um pé com sola
ampla, que ocupa quase toda a superfície ventral, aderindo o animal fortemente ao
substrato. A concha dos poliplacóforos se caracteriza por possuir 8 placas sucessivamente
encaixadas, articuladas, recobrindo a superfície dorsal. Rodeando a concha há um cinturão
espesso chamado noto.
A classe Solenogastres, com não mais de 100 espécies, é constituída de espécies que
ocorrem em águas profundas, quase vermiformes. O tegumento é quase todo recoberto de
espículas calcárias pontiagudas. Há um sulco pedioso que corre ao longo da superfície
ventral, que começa próximo da extremidade anterior, onde há a boca, e termina próximo
da extremidade posterior, onde há a cavidade do manto, contendo as brânquias e o ânus.

71
Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros
1-3.

CLASSE CEPHALOPODA CLASSE POLYPLACOPHORA


SEPIOLIDAE Leach, 1817 ACANTHOCHITONIDAE Pilsbry, 1893
Semirossia tenera (Steenstrup, 1887) Acanthochitona (?) sp.
LOLIGINIDAE Steenstrup, 1861 CLASSE SOLENOGASTRES
Lolliguncula brevis (Blainville, 1823) NEOMENIIDAE Ihering, 1876
Proneomenia (?) sp.

72
FILO ANNELIDA

CLASSE POLYCHAETA

A. CECÍLIA Z. AMARAL, PAULO C. LANA, ALEXANDRA E.


RIZZO, TATIANA M. STEINER, ERICA V. PARDO, CINTHYA
S.G. SANTOS, ALESSANDRA C. CARVALHO, M. FERNANDA R.
WAGNER, ANDRÉ S. GARRAFONI, ANA CLAUDIA S. BRASIL,
ZELDON RIBEIRO, JOÃO M. M. NOGUEIRA ADRIANO ABBUD,
MAÍRA C. S. ROSSI & MARCELO V. FUKUDA

Marphysa sp.
Foto: T.M.STEINER

Características

O Filo Annelida, inclui os vermes segmentados – Polychaeta, Oligochaeta


(minhocas) e Hirudinea (sanguessugas) – que vivem no mar, água doce e terra. Embora
sejam muito abundantes, na maioria das vezes, são desconhecidos pelas pessoas por
viverem em tubos, galerias ou enterrados na areia . O longo corpo mole é metamérico, ou
seja, dividido em anéis os quais externamente são demarcados por sulcos. Internamente, o
metamerismo reflete-se na compartimentalização do celoma por um septo entre cada
segmento.
Os poliquetas distinguem-se dos outros anelídeos (minhocas e sanguessugas) pela
presença de duas projeções laterais em cada segmento, os parapódios, que são providos de
cerdas; tais segmentos são denominados setígeros. A “cabeça” é composta de prostômio,
peristômio e, em alguns casos, de segmentos anteriores. O prostômio, geralmente é bem
desenvolvido e pode sustentar várias estruturas sensoriais ou alimentares (antenas, palpos e
olhos). A boca está localizada abaixo do prostômio. A extremidade anterior do tubo
digestivo – a faringe – pode ser eversível. É freqüente a presença de brânquias, que podem
ser simples filamentos, arborescentes ou pectinadas, distribuídas ao longo do corpo ou
concentradas na região anterior.
A capacidade de construção de um tubo, onde vive o animal, é comum entre os
poliquetas. Dependendo da espécie, os tubos podem ser constituídos de um simples
revestimento de muco das galerias escavadas na areia, ou serem membranosos, córneos ou
calcários e ornamentados ou não com diferentes materiais que os animais coletam nas
proximidades.

73
As mais de 8.000 espécies de poliquetas exibem uma grande diversidade, tanto na
forma como no hábito. A maioria é de vida livre, mas existem formas comensais ou
parasitas e são muito abundantes em diferentes tipos de substratos (areia, rocha, conchas,
corais, algas, entre outros).
A importância dos poliquetas foi constatada em praticamente todos os ecossistemas
bentônicos, tanto de áreas tropicais como temperadas. Habitam em sua maioria, as
camadas superficiais do substrato, podendo participar ativamente na movimentação,
reciclagem e aeração das camadas superficiais dos sedimentos. Os poliquetas são animais
com alta capacidade de reprodução. A alimentação, em conseqüência da multiplicidade de
formas e adaptações, é muito variada: predadores, comedores de detritos, suspensívoros,
filtradores ou ainda aqueles que reunem vários hábitos, como os onívoros.
Os poliquetas representam aproximadamente um terço do número total de espécies
do macrobentos e podem ser considerados como um dos mais abundantes. Dada a
abundância desse grupo, é de se esperar que sejam importantes no controle populacional de
outros organismos e que também sejam uma importante fonte alimentar para peixes, aves,
crustáceos e outros organismos, participando significativamente da cadeia alimentar das
populações bentônicas (Amaral & Migotto, 1980). Para Mühlenhard-Siegel (1988) a
infauna de poliquetas representa uma maior potencialidade de matéria orgânica para peixes
que se alimentam do bentos, do que a epifauna constituída por esqueletos duros (esponjas,
briozoários e equinodermas) e poucos componentes orgânicos. Espécies das famílias
Arenicolidae, Eunicidae, Glyceridae e Nereididae vem sendo utilizadas como isca na pesca
esportiva e, devido ao alto valor comercial que estes vermes atingem, sua exploração
tornou-se altamente organizada em algumas regiões da Europa e Estados Unidos. O grau
de distúrbio ambiental de determinada área pode ser refletida pela composição das
populações de poliquetas. Algumas espécies são utilizadas como bioindicadoras ou
oportunistas. Pearson & Rosenberg (1978) listam várias dessas espécies.

Informações sobre a classe: Amaral & Nonato (1996); Rouse & Pleijel (2001).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7,
em ordem filogenética (modificada de Rouse & Pleijel, 2001).

SCOLECIDA Aedicira sp.


ARENICOLIDAE Johnston, 1835 Aricidea sp.
CAPITELLIDAE Grube, 1862 Cirrophorus sp.
Dasybranchus sp. Paradoneis sp.
Mediomastus sp. Paraonis sp.
Neomediomastus sp. SCALIBREGMATIDAE Malmgren, 1867
Notomastus sp. PALPATA - ACICULATA
Paraleiocapitella sp. APHRODITIDAE Malmgren, 1867
COSSURIDAE Day, 1963 EULEPETHIDAE Chamberlim, 1919
MALDANIDAE Malmgren, 1867 POLYNOIDAE Malmgren, 1867
OPHELIIDAE Malmgren, 1867 POLYODONTIDAE Buchanan, 1894
ORBINIIDAE Hartman, 1942 PHOLOIDAE Kinberg, 1858
Haploscoloplos sp. SIGALIONIDAE Kinberg, 1856
Naineris sp. PISIONIDAE Ehlers, 1901
Phylo sp. Ephesiopsis guayanae Hartman &
Scolaricia sp. Fauchald, 1971
Scoloplos sp. PISIONIDAE sp. 1
Scoloplos (Leodamas) sp. CHRYSOPETALIDAE Ehlers, 1864
PARAONIDAE Cerruti, 1909 HESIONIDAE Grube, 1850

74
NEREIDIDAE Johnston, 1865 PALPATA - CANALIPALPATA
Micronereides capensis Day, 1963 OWENIIDAE Rioja, 1917
Nereididae sp. 1 SABELLARIIDAE Johnston, 1865
Nereididae sp. 2 SABELLIDAE Latreille, 1825
Nereis sp. Chone sp.
Nereis sp. 1 Euchone sp.
Nereis sp. 2 Potamethus singularis Hartman, 1965
Nicon sp. Pseudopotamilla reniformes (Bruguière,
PILARGIDAE Saint-Joseph, 1899 1789)
SYLLIDAE Grube, 1850 Pseudopotamilla sp. 1
Sphaerosyllis (Sphaerosyllis.) sp. Sabellidae sp. 1
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) isabelae Sabellidae sp. 2
Nogueira, San-Martín & Amaral, 2001 SERPULIDAE Latreille, 1825
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) sp. Ficopomatus sp.
Exogone sp. Hydroides plateni (Kinberg, 1867)
GLYCERIDAE Grube, 1850 Placostegus sp.
Glycera brevicirris Grube, 1870 Pseudovermilia occidentalis (McIntosh,
Glycera lapidum Quatrefages, 1865 1885)
Glycera oxycephala Ehlers, 1887 Pseudovermilia sp. 1
GONIADIDAE Kinberg, 1866 CIRRATULIDAE Ryckholdt, 1851
Bathyglycinde sp. CTENODRILIDAE Kennel, 1882
Glycinde nordmanni Malmgren, 1865 FAUVELIOPSIDAE Hartman, 1971
Glycinde picta Berkeley, 1927 Fauveliopsis cf. olgae Hartmann-Schröder,
Goniada sp. 1983
Goniada brunnea Treadwell, 1906 Fauveliopsis fauchaldi Katzmann &
Goniada littorea Hartman, 1950 Laubier, 1974
Goniada maculata Örsted, 1843 Fauveliopsis sp.
Goniada teres Treadwell, 1931 FLABELLIGERIDAE Saint-Joseph, 1894
Goniada vorax (Kinberg, 1866) STERNASPIDAE Carus, 1863
Goniadella sp. AMPHARETIDAE Malmgren, 1866
Ophioglycera cf. eximia (Ehlers, 1901) PECTINARIIDAE Quatrefages, 1866
Progoniada regularis Hartman, 1965 TEREBELLIDAE Grube, 1850
NEPHTYIDAE Grube, 1850 Terebellides sp.
PARALACYDONIIDAE Pettibone (1963) TRICHOBRANCHIDAE Malmgren, 1866
Paralacydonia paradoxa Fauvel, 1913 CHAETOPTERIDAE Audoin & Milne-Edwards,
PHYLLODOCIDAE Örsted, 1843 1833
SPHAERODORIDAE Malmgren, 1867 MAGELONIDAE Cunningham & Ramage, 1888
AMPHINOMIDAE Lamarck, 1818 Magelona variolamellata Bolivar & Lana,
EUPHROSINIDAE Williams, 1851 1986
DORVILLEIDAE Chamberlim, 1919 Magelona sp. 1
EUNICIDAE Berthold, 1827 Magelona sp. 2
LUMBRINERIDAE Schmarda, 1861 Magelona sp. 3
OENONIDAE Kinberg, 1865 HETEROSPIONIDAE Hartman, 1963
ONUPHIDAE Kinberg, 1865 POECILOCHAETIDAE Hannerz, 1956
Anchinothria sp. Poecilochaetus sp.
Brevibrachium sp. Poecilochaetus sp. 1
Diopatra sp. 1 Poecilochaetus sp. 2
Diopatra sp. 2 Poecilochaetus sp. 3
Diopatra sp. 3 SPIONIDAE Grube, 1850
Diopatra tridentata Hartman, 1944 Aonides sp.
Hyalinoecia sp. 1 Dipolydora sp.
Kinbergonuphis sp. 1 Laonice cirrata (Sars, 1851)
Kinbergonuphis sp. 2 Laonice sp.
Kinbergonuphis sp. 3 Malacocerus indicus (Fauvel, 1928)
Kinbergonuphis sp. 4 Minuspio sp.
Kinbergonuphis sp. 5 Paraprionospio pinnata (Ehlers, 1901)
Mooreonuphis nebulosa (Moore, 1911) Polydora sp.
Mooreonuphis sp. 1 Prionospio dubia Day, 1961
Mooreonuphis sp. 2 Prionospio (Minuspio) cirrifera Wirén, 1883
Nothria sp. 1 Prionospio steenstrupi Malmgren, 1867
Nothria sp. 2 Scolelepis texana Foster, 1971
Nothria sp. 3 Spiophanes berkeleyorun Pettibone, 1962
Nothria sp. 4 Spiophanes bombyx (Claparède, 1870)
Paradiopatra sp. Spiophanes duplex (Chamberlin, 1919)
Rhamphobrachium sp. Spiophanes kroeyeri Grube, 1860
Spiophanes sp.

75
Comentários Gerais

Os poliquetas estão entre os grupos melhor representados tanto em abundância


como em número de espécies da macrofauna bentônica coletada na região sul-sudeste. A
diversidade de espécies é expressiva, uma vez que já foram identificados 160 táxons (entre
famílias, gêneros e espécies), num total de 17.342 indivíduos examinados. O número de
espécies novas é grande e a maioria das identificações incompletas indicam novas
ocorrências ou espécies inéditas para a ciência.
Os poliquetas ocorreram em 138 estações amostrais. As estações com maior
número de táxons foram: 6661 (55), 6759 (54), 6762 (53), 6739 (50), 6666 (46), 6665 (44)
e 6669 (43), 6681 (42), 6658 (40). Os táxons identificados estão incluídos em 51 famílias,
67 gêneros e 108 espécies. Entre essas famílias, dominaram numericamente: Syllidae
(2781 inds./16,04% do total), Onuphidae (2745/15,83%), Eunicidae (2318/13,37%),
Serpulidae (1104/6,37%), Spionidae (955/5,51%), Nereididae (702/4,05%) e
Ampharetidae (681/3,93%). Algumas dessas apresentaram ampla distribuição na área de
estudo e quanto ao hábito alimentar, em sua maioria, são carnívoras ou suspensívoras.
As espécies mais abundantes foram: Kinbergonuphis sp. 4 (731 inds./4,21% do
total), Kinbergonuphis sp. 2 (406/2,34%), Nothria sp. 1 (422/2,43%), Nothria sp. 2
(367/2,12%), Nereis sp. 1 (260/1,50%), Kinbergonuphis sp. 5 (159/0,92%), Spiophanes
berkeleyorum (149/0,86%), Mooreonuphis sp. 2 (139/0,80%), Nothria sp. 3 (132/0,76%) e
Notomastus sp. (103/0,59%). Essa maior abundância ocorreu em profundidades entre 50 e
260m. Este fato pode ter ocorrido devido ao maior esforço amostral nessa área. No
entanto, elas podem estar distribuídas por extensos limites batimétricos.
Nem todas as espécies abundantes foram frequentes. Os táxons com maior
frequência foram: Kinbergonuphis sp. 2 (57 estações/41,3% do total de estações),
Kinbergonuphis sp. 4 (49/35,5%), Notomastus sp. (33/23,9%), Progoniada regularis
(28/20,3%), Goniadella sp. (21/15,2%), Micronereides capensis (15/10,8%), Magelona sp.
1 (13/9,42%), Nothria sp. 2 (13/9,42%) e Nereis sp. 1 (12/8,69%). O material já
identificado revelou um limitado número de espécies com ampla distribuição mundial.
Alguns táxons são registrados pela primeira vez na costa brasileira, como
Fauveliopsidae, Paralacydonia e Bathyglycinde, entre outros. Dentre esses, os
fauveliopsídeos constituem um grupo pouco conhecido que ocorre em zonas abissais e/ou
hadais e ocasionalmente em regiões menos profundas. Algumas espécies habitam conchas
de gastrópodas e/ou escafópodas ou tecas de foraminíferos.

Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Arenicolidae 2 6659(1); 6741(1)
Capitellidae 99 6658(3); 6660(4); 6661(9); 6665(1); 6669(3); 6673(1); 6678(1);
6739(7); 6741(2); 6744(13); 6747(4); 6750(2); 6753(3);
6758(1); 6759(3); 6761(3); 6762(13); 6763(10); 6765(5);
6766(2); 6768(1); 6772(2); 6775(5); 6778(1)
Dasybranchus sp. 33 6658(4); 6661(16); 6666(1); 6669(1); 6739(1); 6741(1);
6754(1); 6758(1); 6759(3); 6762(3); 6763(1)
Cont.

76
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Mediomastus sp. 2 6755(1); 6765(1)
Neomediomastus sp. 11 6744(1); 6749(1); 6753(1); 6759(2); 6762(2); 6763(1); 6765(1);
6773(1); 6775(1)
Notomastus sp. 103 6657(1); 6664(1); 6669(2); 6673(1); 6674(2); 6678(1); 6684(1);
6686(1); 6692(1); 6706(1); 6737(6); 6738(4); 6739(5); 6741(4);
6742(1); 6744(3); 6746(1); 6747(7); 6749(5); 6750(5); 6751(1);
6752(1); 6753(3); 6758(2); 6759(10); 6760(2); 6762(20);
6763(1); 6765(2); 6769 (1); 6775(1); 6778(1); 6783(5)
Paraleiocapitella sp. 20 6644(1); 6651(1); 6664(1); 6684(3); 6742(1); 6744(2); 6748(2);
6756(1); 6759(1); 6761(2); 6762(1); 6773(2); 6775(1); 6783(1)
Cossuridae 10 6654(1); 6656(1); 6657(1); 6661(1); 6686(1); 6751(1); 6764(1);
6767(1); 6768(1); 6774(1)
Maldanidae 283 6644(2); 6656(4); 6657(25); 6658(9); 6660(3); 6661(27);
6665(10); 6666(1); 6669(6); 6671(3); 6673(1); 6675(1);6678(3);
6680(1); 6681(2); 6684(5); 6686(1); 6699(1); 6737(2); 6741(1);
6743(1); 6744(3); 6746(5); 6747(26); 6750(1); 6751(2);
6753(13); 6754(3); 6755(6) 6758(1); 6759(58); 6760(3);
6761(1); 6762(23); 6764(6); 6765(3);6766(1); 6767(2); 6769(2);
6770(3); 6772(2); 6774(3); 6775(4); 6793(1); 6804(1); 6809(1)
Opheliidae 278 6644(4); 6651(1); 6653(4); 6657(1); 6658(26); 6660(4);
6661(1); 6666(3); 6669(2); 6672(1); 6673(2); 6678(7); 6679(2);
6681(9); 6684(2); 6685(3); 6686(13); 6689(1); 6697(1);
6703(3); 6706(2); 6737(1); 6738(11); 6739(5); 6741(5);
6744(1); 6746(1); 6747(1); 6748(11); 6749(12); 6750(5);
6751(4); 6752(35); 6753(12); 6754(3); 6758(2); 6759(17);
6762(9); 6763(8); 6764(3); 6765(7); 6766(3); 6767(1); 6768(1);
6769(2); 6773(1); 6774(3); 6775(5); 6779(1); 6783(14); 6785(2)
Orbiniidae 3 6737(2); 6744(1)
Haploscoloplos sp. 37 6650(1); 6660(1); 6681(2); 6684(1); 6685(1); 6697(2); 6737(2);
6738(1); 6743(1); 6744(2); 6746(1); 6748(1); 6749(2); 6751(3);
6752(1); 6756(2); 6760(2); 6762(2); 6763(1); 6765(3); 6769(2);
6772(2); 6773(1)
Naineris sp. 1 6766(1)
Phylo sp. 6 6669(1); 6751(2); 6758(2); 6762(1)
Scolaricia sp. 4 6658(4)
Scoloplos sp. 46 6656(3); 6657(4); 6658(1); 6664(2); 6669(1); 6740(1); 6743(2);
6747(7); 6748(1); 6752(1); 6753(1); 6759(3); 6762(4); 6763(7);
6765(2); 6768(3); 6769(3)
Scoloplos (Leodamas) sp. 10 6657(1); 6658(1); 6738(1); 6759(4); 6760(1); 6762(2)
Paraonidae 316 6644(2); 6650(1); 6651(1); 6652(1); 6653(2); 6656(14);
6657(9); 6658(8); 6660(2); 6661(28); 6662(3); 6665(19);
6666(9); 6669(3); 6670(2); 6673(3); 6678(5); 6679(1); 6680(1);
6681(2); 6683(1); 6684(4); 6685(4); 6689(2); 6690(3); 6696(1);
6698(4); 6699(1); 6702(3); 6703(3); 6706(3); 6737(4); 6738(2);
6739(1); 6740(1); 6741(11); 6742(2); 6744(3); 6747(5);
6748(4); 6749(3); 6750(4); 6751(12); 6752(3); 6753(17);
6754(2); 6755(3); 6756(1); 6758(4); 6759(39); 6760(5);
6761(6); 6762(16); 6763(1);6764(3); 6765(2); 6766(1); 6767(3);
6770(2); 6774(6); 6775(4); 6783(1)
Aedicira sp. 10 6671(1); 6740(1); 6759(2); 6761(1); 6762(5)
Aricidea sp. 74 6738(4); 6743(1); 6747(4); 6751(2); 6755(5); 6759(50);
6761(1); 6762(2); 6768(1); 6769(3); 6772(1)
Cirrophorus sp. 8 6739(1); 6746(3); 6763(3); 6772(1)
Paradoneis sp. 8 6743(4); 6744(2); 6750(1); 6764(1)
Paraonis sp. 78 6669(1); 6736(2); 6738(2);6739(5); 6743(1); 6744(2); 6746(1);
6750(1); 6751(4); 6754(1); 6755(3); 6759(11); 6762(32);
6763(1); 6764(3); 6765(1); 6767(2); 6769(1); 6774(3); 6775(1)
Scalibregmatidae 6 6658(1); 6738(1); 6744(1); 6749(1); 6766(1); 6772(1)
Aphroditidae 29 6661(3); 6665(1); 6666(2); 6669(2); 6674(2); 6676(1); 6681(3);
6686(2); 6693(1); 6739(2); 6741(1); 6747(1); 6759(1); 6760(1);
6763(3); 6772(3)
Eulepethidae 20 6651(3); 6671(8); 6680(2); 6694(5); 6744(2)
Polynoidae 106 6644(2); 6651(1); 6654 (4); 6657(3); 6658(12); 6659(2);
6661(8); 6665(9); 6666(2); 6669(1); 6672(1); 6676(2); 6678(2);
6681(2); 6686(5); 6736(1); 6739(8); 6741(18); 6744(1);
6746(4); 6750(2); 6751(1); 6758(1); 6761(1); 6762(2); 6763(8);
6766(2); 6772(1)
Cont.

77
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Polyodontidae 12 6654(1); 6656(1); 6657(5); 6661(1); 6671(1); 6672(1);
66693(1); 6698(1)
Pholoidae 209 6658(1); 6665(19); 6666(2); 6672(13); 6673(9); 6676(3);
6681(25); 6686(27); 6739(7); 6741(12); 6747(1); 6753(10);
6754(2); 6758(2); 6759(7); 6762(2); 6763(65); 6772(1); 6775(1)
Sigalionidae 337 6652(6); 6653(1); 6657(2); 6658(26); 6661(11); 6665(6);
6666(8); 6669(1); 6671(3); 6673(10); 6674(8); 6676(7);
6741(40); 6746(2); 6747(5); 6750(18); 6753(7); 6754(2);
6757(1); 6759(52); 6761(1); 6762(28); 6763(7); 6766(13);
6769(4); 6772(7)
Pisionidae
Ephesiopsis guayanae 3 6661(3)
Pisionidae sp. 1 1 6700(1)
Chrysopetalidae 287 6661(83); 6665(26); 6666(14); 6669(8); 6672(7); 6673(1);
6676(9); 6678(1); 6681(6); 6686(8); 6739(38); 6741(31);
6742(1); 6750(13); 6753(12); 6754(3); 6759(3); 6761(2);
6762(11); 6763(5); 6766(2); 6769(1); 6772(2)
Hesionidae 16 6657(2); 6661(3); 6666(1); 6669(1); 6672(1); 6678(1); 6741(1);
6763(1); 6766(1); 6769(1); 6772(3)
Nereididae 368 6644(1); 6658(11); 6661(5); 6665(2); 6666(3); 6672(12);
6739(62); 6741(106); 6742(1); 6743(1); 6744(4); 6746(1);
6747(4); 6748(4); 6749(2); 6750(17); 6751(1); 6752(2);
6753(19); 6754(4); 6757(3); 6758(3); 6759(4); 6761(3);
6762(61); 6763(20); 6766(5); 6769(4); 6772(2); 6773(1)
Micronereides capensis 57 6666(3); 6684(3); 6706(2); 6778(3); 6779(2); 6782(21);
6783(1); 6785(5); 6790(1); 6792(5); 6793(1); 6796(6); 6800(3);
6812(1); 6817(1);
Nereididae sp. 1 1 6821(1)
Nereididae sp. 2 3 6786(3)
Nereis sp. 1 6656(1); 6685(1)
Nereis sp. 1 260 6646(1); 6661(111); 6665(5); 6666(12); 6669(15); 6672(39);
6673(13); 6676(30); 6679(1); 6681(22); 6686(10); 6821(1)
Nereis sp. 2 11 6661(7); 6666(4)
Nicon sp. 1 6661(1)
Pilargidae 188 6651(2); 6652(2); 6654(1); 6656(3); 6657(4); 6658(1); 6660(1);
6661(1); 6662(6); 6666(2); 6667(1); 6668(1); 6669(4); 6670(1);
6672(1); 6676(1); 6677(1); 6683(1); 6684(2); 6685(1); 6686(4);
6691(2); 6692(2); 6695(2); 6696(2); 6697(3); 6699(1); 6737(3);
6738(2); 6739(11); 6740(1); 6741(7); 6743(8); 6744(1);
6746(10); 6750(7); 6751(2); 6753(3); 6755(1); 6756(8);
6759(17); 6760(2); 6762(31); 6763(6); 6765(1); 6766(1);
6768(5); 6772(3); 6773(5)
Syllidae 2763 6561(1); 6651(1); 6652(1); 6656(4); 6657(2); 6658(51);
6659(1); 6660(2); 6661(1008); 6665(231); 6666(25);
6669(208); 6671(2); 6672(18); 6673(6); 6674(2); 6676(24);
6677(1); 6679(1); 6681(54); 6684(1); 6686(61); 6689(1);
6690(1); 6702(1); 6706(4); 6735(2); 6737(4); 6738(6);
6739(217); 6740(2); 6741(34); 6742(1); 6744(3); 6747(9);
6748(1); 6750(91); 6751(14); 6753(45); 6754(9); 6756(1);
6757(1); 6758(7); 6759(115); 6760(5); 6761(27); 6762(289);
6763(95); 6764(4); 6765(5); 6766(28); 6768(1); 6769(12);
6772(23)
Sphaerosyllis (Sphaerosyllis) sp. 7 6672(6); 6686(1)
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) isabelae 1 6674(1)
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) sp. 2 6678(1); 6679(1)
Exogone sp. 8 6656(5); 6673(1); 6678(1); 6681(1)
Glyceridae
Glycera brevicirris 2 6652(1); 6751(1)
Glycera lapidum 18 6644(1); 6657(1); 6661(1); 6665(2); 6666(4); 6672(3); 6673(2);
6674(1); 6678(3)
Glycera oxycephala 13 6658(11); 6672(1); 6676(1)
Goniadidae
Bathyglycinde sp. 5 6689(1); 6749(1); 6783(2); 6811(1)
Glycinde nordmanni 9 6661(1); 6678(2); 6681(1); 6685(1); 6741(1); 6751(1); 6763(1);
6772(1)
Glycinde picta 5 6658(5)
Cont.

78
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Goniada sp. 4 6646(1); 6661(1); 6766(1); 6772(1)
Goniada brunnea 10 6657(1); 6658(6); 6737(2); 6750(1)
Goniada littorea 1 6793(1)
Goniada maculata 19 6651(1); 6657(1); 6658(10); 6669(1); 6685(1); 6701(1);
6705(1); 6760(1); 6762(1); 6774(1)
Goniada teres 4 6652(1); 6681(1); 6686(1); 6741(1)
Goniada vorax 12 6657(2); 6669(2); 6678(1); 6751(2); 6759(2); 6762(2); 6772(1)
Goniadella sp. 97 6646(1); 6666(2); 6671(1); 6673(3); 6674(3); 6676(1); 6678(3);
6679(2); 6681(1); 6686(1); 6739(6); 6744(1); 6747(2); 6750(1);
6753(4); 6754(2); 6759(32); 6762(27); 6784(1); 6797(1);
6817(2)
Ophioglycera cf. eximia 2 6665(1); 6669(1)
Progoniada regularis 88 6646(1); 6660(2); 6669(6); 6671(4); 6672(1); 6676(1); 6677(3);
6678(2); 6681(1); 6686(3); 6690(1); 6706(1); 6737(1); 6738(2);
6739(2); 6741(5); 6744(7); 6749(2); 6753(7); 6762(6); 6769(3);
6773(1); 6783(10); 6784(4); 6791(2); 6797(1); 6801(2); 6821(7)
Nephtyidae 202 6651(4); 6654(1); 6655(2); 6656(23); 6657(14); 6658(45);
6660(2); 6662(1); 6665(2); 6666(1); 6668(1);6669(8); 6678(3);
6679(8); 6683(1); 6685(2); 6688(2); 6691(1); 6694(1); 6695(1);
6696(1); 6703(3); 6704(1); 6706(2); 6737(2); 6738(2); 6739(2);
6740(7); 6741(1); 6744(2); 6746(5); 6747(2); 6749(2);
6751(12); 6755(4); 6759(1); 6762(2); 6763(3); 6764(3);
6765(1); 6768(10); 6770(2); 6774(7); 6775(2)
Paralacydoniidae
Paralacydonia paradoxa 19 6749(2); 6651(1); 6685(1); 6690(1); 6707(1); 6738(1); 6760(5);
6765(3); 6768(1); 6770(2); 6774(1)
Phyllodocidae 159 6652(2); 6653(1); 6658(20); 6660(1); 6661(30); 6665(15);
6666(2); 6673(4); 6674(1); 6676(1); 6677(1);6681(3); 6686(2);
6738(1); 6739(12); 6741(6); 6744(3); 6749(3); 6750(3);
6753(2); 6755(3); 6758(1); 6759(14); 6762(8); 6763(9);
6764(1); 6765(1); 6766(5); 6768(1); 6769(1); 6772(1); 6774(1)
Sphaerodoridae 9 6659(2); 6676(1); 6739(5); 6759(2)
Amphinomidae 205 6650(1); 6651(2); 6652(1); 6656(5); 6657(7); 6660(3);
6661(34); 6665(12); 6666(2); 6669(7); 6674(5); 6676(1);
6678(4); 6679(2); 6681(1); 6685(4); 6695(2); 6706(2); 6736(2);
6738(2); 6739(2); 6740(3); 6741(5); 6742(2); 6744(3); 6746(6);
6747(7); 6749(6); 6751(3); 6753(4); 6754(3); 6755(4); 6756(1);
6758(4); 6759(38); 6760(1); 6763(6); 6765(2); 6766(1);
6772(2); 6775(3)
Euphrosinidae 11 6681(3); 6753(3); 6760(1); 6762(3); 6772(1)
Dorvilleidae 74 6658(2); 6661(5); 6666(3); 6672(4); 6681(1); 6686(2); 6706(1);
6739(10); 6741(2); 6750(4); 6755(2); 6759(4); 6762(15);
6763(9); 6769(7); 6772(3)
Eunicidae 2318 6646(4); 6651(1); 6652(22); 6653(1); 6654(1); 6656(10);
6657(12); 6658(1); 6660(3); 6661(674); 6662(1); 6665(759);
6666(27); 6667(2); 6669(58); 6670(1); 6671(1); 6672(19);
6673(21); 6674(66); 6675(1); 6676(4); 6678(1); 6679(2);
6681(10); 6684(1); 6685(3); 6686(6); 6693(2); 6695(2);
6697(1); 6699(2); 6706(5); 6739(156); 6740(1); 6741(29);
6742(3); 6744(10); 6747(85); 6748(2); 6749(1); 6750(40);
6752(1); 6753(32): 6754(6); 6758(8); 6759(37); 6760(33);
6761(27); 6762(29); 6763(68); 6764(1); 6765(1); 6766(15);
6769(3); 6772(5); 6773(1)
Lumbrineridae 472 6646(1); 6652(8); 6653(1); 6654(1); 6656(4); 6657(21);
6658(80); 6661(3); 6665(5); 6666(7); 6669(1); 6671(1);
6672(1); 6673(1); 6674(6); 6678(1); 6680(2); 6681(2); 6684(2);
6686(5); 6688(1); 6689(1); 6691(1); 6692(1); 6696(1); 6698(1);
6699(1); 6700(3); 6704(2); 6706(2); 6707(1); 6735(2); 6736(1);
6737(1); 6738(4); 6739(17); 6740(7); 6741(14); 6743(3);
6744(5); 6746(16); 6747(71); 6748(1); 6749(5); 6750(6);
6751(2); 6752(1); 6753(5); 6754(2); 6755(12); 6758(1);
6759(34); 6760(3); 6761(5); 6762(31); 6763(27); 6765(2);
6766(4); 6768(1); 6769(8); 6770(1); 6772(5); 6774(4); 6775(2);
6793(1)
Cont.

79
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Oenonidae 64 6651(1); 6652(1); 6654(3); 6656(4); 6658(12); 6660(1);
6661(1); 6665(1); 6666(1); 6670(1); 6671(1); 6672(1); 6673(1);
6674(1); 6681(1); 6683(1); 6685(3); 6686(2); 6694(1); 6698(1);
6706(1); 6738(2); 6739(1); 6741(6); 6744(2); 6750(2); 6753(2);
6759(9)
Onuphidae 157 6646(1); 6651(2); 6652(19); 6653(2); 6660(4); 6661(8);
6665(2); 6666(16); 6668(1); 6669(1); 6671(12); 6672(12);
6678(2); 6680(3); 6681(1); 6685(4); 6686(3); 6694(2); 6695(5);
6698(1); 6699(11); 6703(3); 6706(11); 6759(2); 6779(13);
6780(3); 6784(2); 6787(1); 6792(1); 6793(2); 6801(2); 6817(1);
6821(4)
Anchinothria sp. 1 5 6661(2); 6665(3)
Brevibrachium sp. 1 6703(1)
Diopatra sp. 1 4 6661(2); 6794(1); 6810(1)
Diopatra sp. 2 10 6658(1); 6661(6); 6678(3)
Diopatra sp. 3 24 6751(5); 6759(19)
Diopatra tridentata 16 6656(2); 6657(9); 6658(2); 6669(1); 6694(1); 6789(1)
Hyalinoecia sp. 1 61 6652(1); 6660(6); 6661(18); 6665(15); 6666(2); 6672(4);
6673(8); 6674(4); 6676(2); 6686(1)
Kinbergonuphis sp. 1 2 6701(2)
Kinbergonuphis sp. 2 406 6644(3); 6646(1); 6651(15); 6652(41); 6653(3); 6654(50);
6655(5); 6656(8); 6657(22); 6658(3); 6660(1); 6661(9);
6664(1); 6666(2); 6668(1); 6669(25); 6670(1); 6674(1);
6683(6); 6684(2); 6685(3); 6688(2); 6690(1); 6691(5); 6693(2);
6694(7); 6695(7); 6697(2); 6700(4); 6703(5); 6704(1); 6705(8);
6706(26); 6707(1); 6776(1); 6777(4); 6779(20); 6780(14);
6782(2); 6783(7); 6784(3); 6786(1); 6788(9); 6790(2);
6793(13); 6794(2); 6798(12); 6800(2); 6801(13); 6802(7);
6807(1); 6809 (6); 6810(5); 6811(2); 6814(1); 6818(4); 6819(1)
Kinbergonuphis sp. 3 31 6654(1); 6656(2); 6657(16); 6661(1); 6666(1); 6678(2);
6694(1); 6759(3); 6794(3); 6822(1)
Kinbergonuphis sp. 4 731 6646(3); 6652(10); 6653(2); 6655(1); 6661(328); 6664(1);
6665(219); 6666(16); 6667(2); 6669(4); 6670(1); 6671(2);
6672(8); 6673(10); 6676(3); 6677(2); 6678(6); 6681(11);
6686(10); 6690(3); 6697(1); 6698(1); 6699(4); 6703(2);
6706(1); 6752(1); 6759(1); 6763(2); 6778(6); 6779(25);
6780(1); 6782(8); 6785(1); 6787(5); 6790(5); 6791(5); 6793(1);
6796(3); 6801(1); 6805(1); 6807(1); 6811(1); 6813(1); 6815(2);
6816(4); 6818(1); 6819(1); 6821(2); 6822(1)
Kinbergonuphis sp. 5 159 6661(1); 6759(158)
Mooreonuphis nebulosa 5 6658(5)
Mooreonuphis sp. 1 1 6674(1)
Mooreonuphis sp. 2 139 6674(9); 6759(126); 6787(4)
Nothria sp. 1 422 6661(48); 6665(139); 6673(6); 6693(2); 6785(1); 6786(215);
6787(3); 6811(5); 6815(3)
Nothria sp. 2 367 6646(1); 6656(6); 6657(3); 6661(228); 6665(93); 6666(1);
6671(1); 6672(11); 6673(4); 6676(4); 6678(1); 6681(8);
6686(6)
Nothria sp. 3 132 6652(1); 6657(1); 6660(1); 6661(74); 6665(39); 6672(12);
6673(1); 6681(2); 6686(1)
Nothria sp. 4 1 6665(1)
Paradiopatra sp. 4 6693(2); 6748(1); 6812(1)
Rhamphobranchium sp. 67 6661(5); 6666(2); 6669(1); 6674(6); 6681(1); 6759(51);
6787(1)
Oweniidae 153 6594(1); 6652(10); 6656(1); 6658(38); 6660(8); 6661(32);
6665(4); 6666(6); 6669(9); 6672(3); 6674(1); 6676(1); 6678(1);
6681(1); 6684(1); 6685(1); 6739(4); 6741(1); 6744(6); 6750(2);
6751(1); 6753(5); 6755(1); 6758(1); 6759(10); 6762(2);
6763(1); 6772(1)
Sabellariidae 13 6659(1); 6661(2); 6669(6); 6672(1); 6693(1); 6762(1); 6789(1)
Sabellidae 326 6651(1); 6657(4); 6658(74); 6660(2); 6661(43); 6665(14);
6666(13); 6669(6); 6671(5); 6672(3); 6673(9); 6674(2);
6676(7); 6678(1); 6679(1); 6681(13); 6686(10); 6693(1);
6699(2); 6706(1); 6739(15); 6741(8); 6744(1); 6747(1);
6749(1); 6750(24); 6753(8); 6754(1); 6759(20); 6762(18);
6763(8); 6764(1); 6765(2); 6766(3); 6768(1); 6772(2)
Chone sp. 13 6658(1); 6661(7); 6681(1); 6744(1); 6754(1); 6759(2)
Cont.

80
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Euchone sp. 9 6666(1); 6681(1); 6739(2); 6744(1); 6759(4)
Potamethus singularis 1 6681(1)
Pseudopotamilla reniformes 4 6661(2); 6739(1); 6741(1)
Pseudopotamilla sp. 2 1 6739(1)
Sabellidae sp. 1 1 6754(1)
Sabellidae sp. 2 3 6676(3)
Serpulidae 1003 6658(46); 6661(367); 6665(196); 6666(15); 6669(38); 6672(8);
6673(2); 6676(5); 6678(1); 6679(1); 6681(27); 6686(48);
6739(16); 6741(43); 6750(77); 6753(20); 6754(3); 6757(1);
6758(1); 6759(17); 6760(12); 6762(53); 6763(3); 6766(2);
6769(1)
Ficopomatus sp. 15 6665(5); 6762(5); 6739(5)
Hydroides plateni 3 6739(3)
Placostegus sp. 10 6739(10)
Pseudovermilia occidentalis 44 6665(10); 6672(1); 6681(1); 6739(20); 6744(1); 6762(11)
Pseudovermilia sp. 29 6665(3); 6666(1); 6681(1); 6686(1); 6739(14); 6762(9)
Cirratulidae 499 6644(3); 6651(2); 6656(3); 6657(11); 6658(36); 6660(3);
6661(55); 6665(7); 6666(3); 6669(5); 6671(4); 6673(1);
6674(5); 6678(2); 6680 (1); 6681 (2); 6684(2); 6689(1);
6697(1); 6699(2); 6705(1); 6706(2); 6738(12); 6739(5);
6740(1); 6741(5); 6743(3); 6744(16); 6746(1); 6747(20);
6748(2); 6749(2); 6750(7); 6751(3); 6752(8); 6753(18);
6754(4); 6756(3); 6758(1); 6759(105); 6761(5); 6762(84);
6763(16); 6764(1); 6765(3); 6766(6); 6768(1); 6769(1);
6770(1); 6772(1); 6773(2); 6774(6); 6775(3); 6785(1)
Ctenodrilidae 12 6738(3); 6742(1); 6744(3); 6749(1); 6759(4)
Fauveliopsidae
Fauveliopsis cf. olgae 1 6684(1)
Fauveliopsis fauchaldi 6 6652(1); 6684(2); 6697(1); 6701(1); 6760(1)
Fauveliopsis sp. 45 6661(32); 6669(3); 6678(10)
Flabelligeridae 104 6650(1); 6657(1); 6658(43); 6660(1); 6661(3); 6665(13);
6666(2); 6669(1); 6678(5); 6679(1); 6686(1); 6693(1); 6705(1);
6735(2); 6739(1); 6740(1); 6741(2); 6747(1); 6749(1); 6750(4);
6751(2); 6756(2); 6757(1); 6758(1); 6759(4); 6760(1); 6762(4);
6763(1); 6769(1); 6772(1)
Sternaspidae 74 6653(2); 6654(12); 6655(2); 6656(4); 6662(1); 6665(1);
6668(2); 6669(1); 6676(1); 6683(16); 6688(4); 6696(1);
6700(4); 6704(5); 6736(4); 6740(1); 6746(2); 6751(2); 6755(1);
6760(1); 6763(1); 6764(1); 6768(2); 6770(1); 6773(1); 6775(1)
Ampharetidae 681 6644(1); 6651(2); 6652(3); 6654(2); 6656(1); 6657(12);
6658(26); 6659(1); 6660(7); 6661(33); 6665(7); 6666(7);
6669(5); 6671(3); 6672(1); 6673(10); 6674(8); 6676(2);
6678(8); 6679(18); 6680(2); 6681(4); 6697(1); 6685(2);
6686(2); 6688(1); 6692(1); 6693(1); 6698(5); 6703(3); 6706(5);
6735(5); 6737(2); 6738(1); 6739(46); 6740(1); 6741(6);
6744(9); 6746(1); 6747(6); 6749(4); 6751(7); 6752(2);
6753(17); 6754(3); 6755(9); 6756(2); 6758(10); 6759(324);
6760(18); 6761(4); 6763(4); 6764(1); 6765(4); 6768(1);
6774(5); 6775(2); 6779(1); 6783(2)
Pectinariidae 26 6654(1); 6661(1); 6665(2); 6669(1); 6672(1); 6674(2); 6676(1);
6739(8); 6741(2); 6750(1); 6753(4); 6760(1); 6765(1)
Terebellidae 342 6652(3); 6658(60); 6661(18); 6665(18); 6666(4); 6669(1);
6671(1); 6673(1); 6674(3); 6677(1); 6678(5); 6679(145);
6681(1); 6686(5); 6692(3); 6694(1); 6695(1); 6698(1); 6700(1);
6706(1); 6739(30); 6740(2); 6741(1); 6744(1); 6746(3);6753(1);
6754(1); 6759(12); 6761(1); 6762(11); 6763(2); 6769(1);
6772(2)
Terebellides sp. 11 6666(2); 6780(1); 6783(1); 6784(3); 6787(1); 6797(1); 6813(1);
6822(1)
Trichobranchidae 31 6644(1); 6658(7); 6660(1); 6666(1); 6671(1); 6676(1); 6681(2);
6738(1); 6746(2); 6747(3); 6749(2); 6750(1); 6751(2); 6753(2);
6759(4)
Chaetopteridae 2 6665(1); 6677(1)
Cont.

81
Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Magelonidae 91 6651(1); 6659(8); 6660(1); 6661(1); 6673(1); 6683(1); 6738(2);
6739(10); 6741(4); 6744(8); 6749(13); 6750(3); 6752(1);
6753(7); 6754(6); 6758(1); 6759(5); 6760(4); 6761(1); 6762(3);
6765(1); 6768(1); 6773(1); 6774(3); 6775(4)
Magelona sp. 1 27 6651(3); 6652(2); 6665(1); 6666(5); 6671(2); 6672(4); 6673(1);
6676(1); 6779(2); 6786(2); 6792(2); 6812(1); 6815(1)
Magelona sp. 2 17 6652(1); 6660(4); 6665(1); 6671(2); 6698(1); 6706(1); 6783(4);
6790(1); 6791(1); 6813(1)
Magelona sp. 3 4 6783(4)
Magelona variolamellata 11 6657(3); 6658(6); 6680(2)
Heterospionidae 3 6651(1); 6679(1); 6703(1)
Poecilochaetidae 45 6646(1); 6665(2); 6666(1); 6671(1); 6681(1); 6690(1); 6698(2);
6706(1); 6739(3); 6740(1); 6742(5); 6744(9); 6746(2); 6750(4);
6751(2); 6758(2); 6762(1); 6764(1); 6765(2); 6774(1); 6775(2)
Poecilochaetus sp. 4 6646(1); 6669(1); 6780(1); 6817(1)
Poecilochaetus sp. 1 2 6780(1); 6792(1)
Poecilochaetus sp. 2 7 6665(1); 6668(2); 6671(1); 6780(1); 6783(1); 6784(1)
Poecilochaetus sp. 3 8 6651(1); 6660(1); 6666(1); 6706(3); 6781(1); 6817(1)
Spionidae 692 6594(2); 6644(1); 6651(6); 6652(9); 6655(1); 6656(4);
6657(19); 6658(247); 6660(7); 6661(17); 6662(2); 6665(10);
6666(6); 6667(1); 6668(1); 6669(5); 6671(2); 6674(7);
6676(10); 6677(4); 6678(3); 6679(2); 6681(1); 6684(1);
6685(3); 6686(3); 6690(1); 6696(3); 6698(2); 6703(2); 6705(2);
6706(2); 6735(8); 6737(2); 6738(14); 6739(43); 6741(10);
6744(18); 6747(10); 6748(1); 6749(5); 6750(7); 6751(10);
6752(1); 6754(2); 6758(5); 6759(92); 6760(2); 6761(9);
6762(22); 6763(13); 6764(1); 6768(8); 6769(6); 6772(2);
6773(3); 6774(8); 6775(5)
Aonides sp. 1 6760(1)
Dipolydora sp. 2 6659(2)
Laonice cirrata 1 6755(1)
Laonice sp. 6 6738(3); 6755(1); 6760(2)
Malacocerus indicus 2 6747(1); 6762(1)
Minuspio sp. 2 6749(2)
Paraprionospio pinnata 8 6736(1); 6740(2); 6746(3); 6755(2)
Polydora sp. 1 6739(1)
Prionospio dubia 10 6739(7); 6765(1); 6774(2)
Prionospio (Minuspio) cirrifera 1 6751(1)
Prionospio steenstrupi 28 6678(1); 6741(4); 6742(1); 6744(2); 6747(3); 6749(1); 6756(1);
6762(12); 6765(2); 6774(1)
Scolelepis texana 1 6739(1)
Spiophanes sp. 1 6770(1)
Spiophanes berkeleyorun 149 6736(2); 6739(4); 6746(2); 6753(1); 6756(1); 6758(7);
6759(96); 6761(1); 6762(33); 6765(1); 6774(1)
Spiophanes bombyx 46 6738(1); 6739(3); 6747(2); 6754(1); 6759(33); 6762(4); 6763(2)
Spiophanes duplex 3 6746(1); 6759(2)
Spiophanes kroeyeri 1 6739(1)
Total 17342

Referências Bibliográficas

AMARAL, A.C.Z. & MIGOTTO, A.E. 1980. Importância dos anelídeos poliquetas na
alimentação da macrofauna demersal e epibentônica da região de Ubatuba. Boletim
do Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, 29(2): 31-35.
AMARAL, A.C.Z. & NONATO, E.F. 1996. Annelida Polychaeta: características,
glossário e chaves para famílias e gêneros da costa brasileira. Campinas: Ed.
Unicamp. 124p.
MÜHLENHARD-SIEGEL, U. 1988. Quantitative investigations of Antartic zoobenthos
communities in winter (May/June) 1986 with special reference to the sediment
structure. Arch. Fisch Wiss., 39(1): 123-141.

82
PEARSON, T.H. & ROSENBERG, R. 1978. Macrobenthic sucession in relation to organic
enrichment and pollution of the marine environment. Oceanography and Marine
Biology: an annual review, 16: 229-311.
ROUSE, G.W. & PLEIJEL, F. 2001. Polychaetes. Oxford University Press. Inc., New
York. 354p.

83
SUB-FILO CRUSTACEA

O sub-filo Crustacea é composto por animais que apresentam a maior diversidade


morfológica entre todos os seres vivos (Martin & Davis, 2001). Atualmente, o número de
espécies descritas é de aproximadamente 52.000. O grupo pode apresentar espécies
microscópicas, componentes do zooplâncton, e formas gigantescas, como o caranguejo
aranha japonês Macrocheira kaempferi, que pode atingir, com os quelípodos estendidos,
até 4 m de comprimento, ou como o caranguejo gigante da Tasmânia, Pseudocarcinus
gigas, que pode alcançar até 46 centímetros de largura da carapaça.
Entre os crustáceos, a ordem Decapoda abriga as formas mais conhecidas, como os
caranguejos e siris, lagostas, camarões e ermitões, provavelmente pelo fato de serem
amplamente explorados comercialmente, seja para alimentação ou como isca para pesca ou
como animais de aquários ornamentais, nesse caso, os ermitões.

84
ORDENS
DECAPODA &
STOMATOPODA

Pylopagurus discoidalis (A. Milne-Edwards, 1880)


PAULO R. NUCCI, GUSTAVO A. S. DE MELO, Foto: A.TURRA
GUSTAVO A. S. DE MELO-FILHO & OSWALDO
CAMPOS JÚNIOR

Características

Nos Decapoda, a carapaça e os segmentos torácicos são fusionados dorsalmente e


as porções laterais da carapaça envolvem as brânquias, formando câmaras branquiais bem
definidas. Os 3 primeiros pares de apêndices torácicos são modificados em maxilípodos
(peças bucais) e os 5 pares restantes são os pereiópodos (patas ou pernas), de onde se
origina o nome Decapoda (deka = dez; podos = pé). Geralmente, o primeiro par de
pereiópodos não é usado na locomoção, é muito mais forte do que os demais, sendo
chamado de quelípodo, podendo ser usado na apreensão e “manuseio” de alimentos e como
arma de defesa.
Com relação aos hábitos alimentares, a maioria dos decápodos associa a predação
com saprofagia, existindo, ainda, espécies filtradoras, detritívoras e herbívoras. Os
decápodos podem habitar todos os ambientes marinhos, desde regiões profundas até a zona
costeira, também em estuários, água doce, com algumas espécies apresentando hábitos
semi-terrestres.
A ordem Stomatopoda pertence à subclasse Hoplocarida e é considerada uma das
mais primitivas entre os Malacostraca (Manning, 1969). Embora primitivos, seus membros
são altamente especializados. São notáveis predadores e chegam a atingir 30 cm de
comprimento total. Vivem em diversos tipos de fundo e profundidades, sendo que algumas
espécies vivem em buracos na areia ou na lama. São conhecidos por vários nomes
regionais, como: louva-deus do mar, tamburutaca, entre outros. Distribuem-se em todos os
oceanos tropicais e subtropicais.
Os estomatópodos apresentam 8 pares de apêndices torácicos, sendo os primeiros 5
considerados maxilípodos e são subquelados, e os últimos 3, patas ambulatórias. O
segundo maxilípodo é o maior e possui uma forte garra raptorial, cujo dátilo apresenta,

85
geralmente, uma série de fortes espinhos. Uma das principais características dos
Stomatopoda é a presença de 2 somitos móveis anteriores à carapaça. A maioria das
espécies apresenta uma carena mediana na carapaça, que, muitas vezes, se bifurca
anteriormente. O abdome é formado por 6 somitos achatados, armados, geralmente, com
carenas longitudinais.
A ordem Stomatopoda está dividida, presentemente, em 7 superfamílias e 18
famílias (Martin & Davis, 2001) das quais 10 ocorrem no litoral brasileiro.

Informações sobre as ordens: Melo (1996, 1999); Martin & Davis (2001).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7.

ORDEM DECAPODA PARTHENOPIDAE MacLeay, 1838


INFRAORDEM BRACHYURA Parthenope (Platylambrus) fraterculus
DROMIIDAE De Haan, 1833 (Stimpson, 1871)
Cryptodromiopsis antillensis (Stimpson, INFRAORDEM PALINURA
1858) SCYLLARIDAE Latreilli, 1825
LATREILIIDAE Stimpson, 1858 Scyllarides deceptor Holthuis, 1963
Latreillia williamsi Melo, 1990 INFRAORDEM ASTACIDEA
CYCLODORIPPIDAE Ortmann, 1892 NEPHROPIDAE Dana, 1852
Clythrocerus carinatus Coelho, 1973 Nephropsis aculeata Smith, 1881
Clythrocerus moreirai Tavares, 1993 Metanephrops rubellus (Moreira, 1903)
Deilocerus analogus (Coelho, 1973) INFRAORDEM ANOMURA
Deilocerus perpusillus (Rathbun, 1901) CHIROSTYLIDAE Ortmann, 1892
Neocorycodus stimpsoni (Rathbun, 1937) Munidops sp.
CYMONOMIDAE Bouvier, 1897 Uroptychus nitidus (A. Milne Edwards,
Cymonomus magnirostris Tavares, 1991 1880)
Cymonomus quadratus A. Milne Edwards, GALATHEIDAE Samouelle, 1819
1880 Munida iris A. Milne Edwards, 1880
DORIPPIDAE De Hann, 1833 Minida longipes A. Milne Edwards, 1880
Ethusa tenuipes Rathbun, 1897 Munida forceps A. Milne Edwards, 1880
PORTUNIDAE Rafinesque, 1815 Munida flinti Benedict, 1902
Portunus spinimanus Latreille, 1819 Munida irrasa A. Milne Edwards, 1880
CALAPPIDAE De Haan, 1833 Munida constricta A. Milne Edwards, 1880
Acanthocarpus alexandri Stimpson, 1871 Munida pusilla Benedict, 1902
GONEPLACIDAE MacLeay, 1838 Munida spinifrons Henderson, 1885
Bathyplax typhla A. Milne Edwards, 1880 LITHODIDAE Samouelle, 1819
Chasmocarcinus typicus Rathbun, 1898 Paralomis grossmani Macpherson, 1988
Frevillea hirsuta (Borradaile, 1916) Lithodes murrayi Henderson, 1888
Neopilumnoplax americana (Rathbun, 1898) PARAPAGURIDAE Smith, 1882
PALICIDAE Bouvier, 1897 Oncopagurus gracilis (Henderson, 1888)
Palicus sica (A. Milne Edwards, 1880) PAGURIDAE Latreille, 1803
Palicus sp. Pylopagurus discoidalis (A. Milne Edwards,
GERYONIDAE Colosi, 1924 1880)
Chaceon ramosae Manning, Tavares & Iridopagurus reticulatus García-Gómez,
Albuquerque, 1989 1983
XANTHIDAE MacLeay, 1838 Phimochirus occlusus (Henderson, 1888)
Micropanope nuttingi (Rathbun, 1898) Catapagurus sharreri A. Milne Edwards,
Tetraxanthus rathbuni Chace, 1939 1880
MAJIDAE Samouelle, 1819 Nematopaguroides fagei Forest & Saint
Euprognatha acuta A. Milne Edwards, 1880 Laurent, 1967
Microlissa brasiliensis (Rathbun, 1923) DIOGENIDAE Ortmann, 1892
Rochinia gracilipes A. Milne Edwards, 1875 Dardanus insignis (Saussure, 1858)
Stenocionops furcata (Oliver, 1791) Paguristes iris Forest & Saint Laurent, 1967
Stenocionops spinosissima (Saussure, ORDEM STOMATOPODA
1857) HEMISQUILLIDAE Manning, 1980
Stenocionops spinimana (Rathbun, 1892) Hemisquilla brasiliensis (Moreira, 1903)

86
Comentários Gerais

Os caranguejos litodídeos eram representados, na costa brasileira, por 2 espécies do


gênero Paralomis. Recentemente, por meio do Programa REVIZEE, foram registradas pelo
menos mais 2 espécies (o material ainda está sendo estudado) da família Lithodidae, sendo
registrado pela primeira vez o gênero Lithodes para águas brasileiras.
Os caranguejos da família Lithodidae são comuns nas águas frias da Argentina e
Chile, onde são bastante explorados comercialmente. Como buscam águas mais frias, só
recentemente vêm sendo encontrados no Brasil, em grandes profundidades, o que
impossibilita, no momento, sua exploração comercial por navios brasileiros.
Entre os táxons identificados estão incluídos espécimens coletados com espinhel ou
com armadilhas.

Registro de Ocorrência dos Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por estação
de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Dromiidae
Cryptodromiopsis antillensis 2 6671(1); 6672(1)
Latreiliidae
Latreillia williamsi 2 6661(2)
Cyclodorippidae
Clythrocerus carinatus 2 6661(1); 6673(1)
Clythrocerus moreirai 9 6661(4); 6665(4); 6671(1)
Deilocerus analogus 8 6661(1); 6672(3); 6673(1); 6674(1); 6686(2)
Deilocerus perpusillus 2 6676(1); 6681(1)
Neocorycodus stimpsoni 2 6661(2)
Cymonomidae
Cymonomus magnirostris 18 6679(18)
Cymonomus quadratus 5 6665(4); 6660(1)
Dorippidae
Ethusa tenuipes 3 6661(1); 6669(1); 6681(1)
Portunidae
Portunus spinimanus 1 sn(1)
Callapidae
Acanthocarpus alexandri 1 sn(1)
Goneplacidae
Bathyplax typhla 4 sn(1); 6679(3)
Chasmocarcinus typicus 1 6703(1)
Frevillea hirsuta 1 6678(1)
Neopilumnoplax americana 2 6661(1); 6706(1)
Palicidae
Palicus sica 5 6660(1); 6678(2); 6681(1); 6686(1)
Palicus sp. 1 6673(1)
Geryonidae
Chaceon ramosae 7 #1-1999(4); #3-2000(1); sn(2)
Xanthidae
Micropanope nuttingi 3 6661(3)
Tetraxanthus rathbuni 2 6683(2)
Majidae
Euprognatha acuta 237 6636(1); 6661(26); 6664(1); 6665(180); 6666(3);
6672(1); 6673(4); 6674(2); 6681(6); 6686(13);
Cont.

87
Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Microlissa brasiliensis 3 6665(3)
Rochinia gracilipes 4 6661(1); 6674(3)
Stenocionops furcata 2 6661(2)
Stenocionops spinosissima 17 sn(1); 6661(10); 6664(3); 6665(1); 6673(1); 6681(1)
Stenocionops spinimana 22 6661(21); 6684(1)
Parthenopidae
Parthenope (P.) fraterculus 18 6661(13); 6681(3); 6686(2)
Scyllaridae
Scyllarides deceptor 3 sn(3)
Nephropidae
Nephropsis aculeata 3 sn(3)
Metanephrops rubellus 2 sn(2)
Chirostylidae
Munidops sp. 6693(1)
Uroptychus nitidus 6679(3); 6782(1); 6811(1);
Galatheidae
Munida iris 5 1004(4); 1141(1); 6684(1)
Munida longipes 71 403(1); 405(1); 1004(54); 1005(13); 1007(1); 1139(1);
6651(1); 6660(20);6665(21); 6671(5)
Munida forceps 5 1019(2); 1139(1); 11--(1); 1246(1); 6660(7); 6693(1);
Munida flinti 16 419(1); 921(1); 1012(1); 1019(3); 1020(6); 1123(4);
6651(3); 6652(1); 6660(4)
Munida irrasa 10 138(4); 4859(6); 6661(61); 6665(54); 6673(1); 6676(6);
6678(1); 6681(48); 6686(8)
Munida constricta 5 1142(1); 1255(2); 1256(2); 6659(1); 6679(9); 6684(2);
6693(2)
Munida pusilla 6661(8);6665(2); 6666(11); 667?(1); 6673(1); 6686(5)
Munida spinifrons 6673(5)
Lithodidae
Paralomis grossmani 1 #3
Lithodes murrayi 10 #2(8); #3(2)
Parapaguridae
Oncopagurus gracilis 17 6659(10); 6670(1); 6684(1); 6786(3); 6811(1); 6815(1)
Paguridae
Pylopagurus discoidalis 26 6659(2); 6660(19); 6665(4); 6786(1)
Iridopagurus reticulatus 1 6786(1)
Phimochirus occlusus 5 6661(5)
Catapagurus sharreri 67 6660(1); 6661(50); 6665(10); 6666(1); 6673(2);
6674(1); 6678(1); 6686(1)
Nematopaguroides fagei 2 6658(2)
Diogenidae
Dardanus insignis 1 6658(1)
Paguristes iris 1 6673(1)
Hemissquillidae
Hemisquilla brasiliensis 13 sn(13)
Total 648
sn – sem número

88
Referências Bibliográficas

MANNING, R.B. 1969. Stomatopod Crustacea of the Western Atlantic. University of Miami
Press. 380p.
MARTIN, J.W. & DAVIS, G.E. 2001. An Update Classification of the Recent Crustacea.
Los Angeles, Natural History Museum of Los Angeles County. Science Series, No 39.
124p.
MELO, G.A.S. 1996. Manual de Identificação dos Brachyura (Caranguejos e Siris) do
Litoral Brasileiro. São Paulo, Plêiade. 603p.
MELO, G.A.S. 1999. Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda do Litoral
Brasileiro: Anomura, Thalassinidea, Palinuridea, Astacidea. São Paulo, Editora
Plêiade. 551p.

89
SUPER-ORDEM
PERACARIDA/
ORDEM TANAIDACEA

Pseudosphyrapus sp.
Foto: K.C.SANTOS
KÁTIA CHRISTOL DOS SANTOS

Características

Tanaidacea distinguem-se dos outros Peracarida pela carapaça presente e fundida


com os dois primeiros segmentos torácicos, o primeiro toracópodos transformado em
maxilípedes e o segundo em um gnatópodo; toracópodos 3-7 simples, ambulatórios;
pleópodos presentes ou ausentes; Urópodos filamentosos; telson e pelo menos o 1 ou 2
pleonitos fundidos com o pleotelson.
Como em outros Peracarida, os primeiros estágios de desenvolvimento, chamado de
manca, ocorre dentro do marsúpio, formado pelos oostégitos ou ovisaco. Em Tanaidacea
pode ocorrer hermafroditismo protândrico e protogênico, variando entre os taxa. O
desenvolvimento é similar, geralmente envolvendo três estágios manca, estágio juvenil,
machos e fêmeas preparatórios e copulatórios primários, não sendo entretanto, uma regra
para todos os taxa.
Embora muitos trabalhos classifiquem os Tanaidacea como principalmente tubícolas,
a construção de um tubo, buraco ou ninho no qual vive é desenvolvido por relativamente
poucos gêneros. Os construtores de tubo estão restritos a poucos gêneros da Subordem
Tanaidomorpha, entretanto muitos gêneros de Apseudomorpha são bem adaptados para
escavar sedimentos.
Os tubos de Tanaidacea consistem de uma estrutura mucosa que pode permanecer
nua ou ser recoberta por diversos tipos de material disponíveis nas proximidades, como lodo,
silte, areia, foraminíferos, espículas de esponja e detritos orgânicos.
Apesar do grande número de trabalhos taxonômicos feitos no passado, a Ordem é
praticamente ignorada na maior parte das discussões que abordam aspectos ecológicos ou
zoogeografia. Os poucos trabalhos que trataram da distribuição de Tanaidacea abordaram o
grupo no nível de Família ou mesmo de Ordem. Os dados para Tanaidomorpha estudado por
Sieg (1983) revelaram que Tanaidae, Paratanaidae e Nototanaidae (com algumas exceções)
são taxa de águas rasas. Pseudotanaidae e Anarthruridae alcançam de profundidades batiais a

90
hadais. Leptognathiidae e Neotanaidae mostram um aumento progressivo na riqueza de
espécies em profundidades batiais as quais gradualmente decrescem em profundidades
habissais e hadais. Não há dúvida que Leptognathiidae é uma família típica de águas
profundas.

Informações sobre a Ordem: Holdich & Jones (1993), Sieg (1986), Sieg (1983), Hassack &
Holdich (1987)

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

SUBORDEM APSEUDOMORPHA Sieg,1980 SUBORDEM TANAIDODOMORPHA Sieg,1980


APSEUDIDAE Leach,1814 ANARTHRURIDAE Lang,1971
METAPSEUDIDAE Lang,1970 LEPTOCHELIIDAE Lang,1973
SPHYRAPIDAE Gutu,1980 PARATANAIDAE Lang,1949
TANAIDAE Dana,1849
TYPHLOTANAIDAE Sieg,1984

Comentários Gerais

Trabalhos sobre os Tanaidacea brasileiros foram mais intensamente desenvolvidos


na década de 70, onde Brum (1969,1971,1973,1974,1977 e 1978) trabalhando com a
coleção de Tanaidacea do Museu Nacional do Rio de Janeiro fez o levantamento da antiga
Subordem Monokonophora.
Mais recentemente Gutu (1998) designou a ocorrência de 29 espécies da costa
brasileira no “Catalogue of Crustacea of Brazil”, baseado na bibliografia com referências a
ocorrência do grupo na costa brasileira, com coletas inferiores a 100m de profundidade.
O levantamento da distribuição batimétrica e latitudinal está em estudo, contando
com material coletado em diversos cruzeiros oceanográficos realizados por grandes
projetos (incluindo REVIZEE), bem como proveniente da coleção de museus nacionais,
abrangendo desde a região entre-marés até a quebra da plataforma e talude, permitindo um
melhor conhecimento da Ordem no Brasil.
As Famílias Sphyrapidae, Anarthruridae e Typhlotanaidae são ocorrências novas
para a costa brasileira, já que não foram incluídas no levantamento citado acima (Gutu,
op.cit.). São Famílias típicas de águas profundas, região que vem sofrendo uma maior
investigação científica nos últimos anos.
A Família Leptocheliidae e Anarthruridae atualmente estão passando por revisão
de especialistas estrangeiros devido a inúmeras sinonímias, especialmente da F.
Leptocheliidae e por conta de descrições incompletas baseadas em um pequeno número de
indivíduos ou mesmo em um único exemplar incompleto ou imaturo, particularmente na F.
Anarthruridae, que só é encontrada em águas profundas.
A Família Metapseudidae foi representada por um grande número de indivíduos,
especialmente coletados na estação 6661 (147m). Os Metapseudidae são representados na
costa brasileira pelas espécies Calozodion bacescui Gutu,1986 e C. codreanui Gutu,1986 e
Synapseudes rectifrons Gutu,1986, geralmente coletados em grandes densidades.

91
Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Apseudidae 14 6381(1); 6651(2); 6652(1); 6660(1); 6664(2); 6673(1); 6674(1);
6678(1); 6686(1); 6688(2); 6694(1)
Metapseudidae 334 6661(257); 6665(18); 6666(2); 6667(2); 6669(2); 6672(19);
6673(2); 6674(1); 6676(3); 6678(3); 6679(22); 6681(2); 6686(1)
Sphyrapidae 1 6666(1)
Anarthruridae 5 6660(2); 6661(2); Avulso(1)
Leptocheliidae 24 6661(5); 6665(13); 6669(1); 6672(1); 6676(1); 6678(2); 6679(1)
Paratanaidae 18 6661(7); 6665(10); 6672(1)
Tanaidae 3 6660(2); 6665(1)
Typhlotanaidae 99 6661(7); 6665(51); 6666(6); 6672(6); 6673(25); 6676(4)
Total 498

Referências Bibliográficas

BRUM, I.N.S. 1969. Ocorrência de Apseudes intermedius Hansen,1985 e Tanais cavolinii


Milne-Edwards,1829, no litoral brasileiro (Crustacea, Tanaidacea). Rev. bras. Biol.,
29(4): 601-605.
BRUM, I.N.S. 1971. Apseudes paulensis nova espécie de Tanaidacea do litoral brasileiro
(Crustacea). Arquivos do Museu Nacional, 54: 9-12.
BRUM, I.N.S. 1973. Contribuição ao conhecimento da fauna do Arquipélago de Abrolhos,
Bahia, Brasil, N° 4. Crustacea – Tanaidacea. Boletim do Museu de História Natural
da Universidade Federal de Minas Gerais, Zoologia, 18: 1-14.
BRUM, I.N.S. 1974. Contribuição ao conhecimento da fauna do Arquipélago de Abrolhos,
Bahia, Brasil, N° 5. Crustacea – Tanaidacea. Boletim do Museu de História Natural
da Universidade Federal de Minas Gerais, Zoologia, 20: 1-10.
BRUM, I.N.S. 1977. Tanaidaceos brasileiros da subordem Monokonophora (Crustacea).
Dissertação de Mestrado.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
98 p.
BRUM, I.N.S. 1978. Paraleiopus macrochelis, g.n., sp.n., do litoral sudeste do Brasil
(tanaidacea, Monokonophora). Rev. Bras. Biol., 38: 639-645.
GUTU, M. 1998. Malacostraca – Peracarida. Tanaidacea. In: Young, P.S. (ed.) Catalogue
of Crustacea of Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. P.549-557. (Série Livros
n°6).
HOLDICH, D.M. & JONES, J.A. 1993. Tanaids. Cambridge University Press. 98 p.
SIEG, J. 1983. Pars 6: Tanaidacea. In L.B. Holthius & H.E. Gruner (eds.), Catalogus
Crustaceorum.
SIEG, J. 1986. Distribution of the Tanaidacea: synopsis of the known data and suggestions
on possible distribution patterns. In Crustacean biogeography (eds R.H. Gore &
K.L. Heck): 165-194. Balkema, Rotterdam.
HASSACK, E. & HOLDICH, D.M. 1987. The tubicolous habit amongst the Tanaidacea
(Crustacea, Peracarida) with particular reference to deep-sea species. Zoologica
Scripta, 16(3): 223-233.

92
FILO BRYOZOA

MARIA ANGÉLICA HADDAD, FACELÚCIA B. C. SOUZA


& RICARDO V. DA SILVA

ASCOPHORINA – Imagem SEM do Instituto


Smithsonian (Cheetham et. al. 2002)

Características

Os briozoários são invertebrados celomados, coloniais, fixos e predominantemente


marinhos em águas costeiras, embora tenham sido encontrados em profundidades de
8200m. São conhecidas aproximadamente 16.000 espécies fósseis e 5.000 viventes, das
quais uma pequena parte vive em água doce. A aparência da colônia varia desde uma
massa gelatinosa até formas coralinas fortemente calcificadas. Independente do grau de
calcificação, as colônias podem ser lineares, laminares, incrustantes ou eretas. As formas
arborescentes, levemente calcárias, conferem-lhes o aspecto de musgos, daí o nome
briozoário (animal semelhante a musgo), sendo freqüentemente confundidos com algas e
hidrozoários. Os briozoários são micrófagos filtradores, portadores de uma estrutura de
filtração característica, o lofóforo, uma dobra da parede do corpo que circunda a boca,
provida de tentáculos ciliados. Esta coroa de tentáculos é protrusível e a corrente de água
que se forma leva partículas alimentares à boca (Rocha & Haddad, 2002).
Os zoóides, como são chamados os indivíduos da colônia, dificilmente passam de
0,5mm. O zoóide básico, autozoóide, apresenta duas partes distintas: o cistídio (ou zoécio)
e o polipídio. A primeira refere-se ao envoltório em forma de tubo, caixa ou vaso, formado
pela parede do corpo e pelo exoesqueleto. O cistídio tem uma abertura, coberta ou não por
um opérculo, que permite a protração do lofóforo. Em seu interior, encontra-se as gônadas
e o polipídio, constituído pelo lofóforo, sistema digestivo em forma de “U”, músculos e
sistema nervoso.
Colônias polimórficas são características dos Gymnolaemata, a maior das classes de
briozoários, apresentando heterozoóides reduzidos ou modificados, a exemplo das

93
aviculárias, que defendem a colônia de predadores e do recrutamento de larvas, vibráculas,
que atuam na limpeza e no deslocamento de algumas espécies vágeis, oécios, com a função
de incubar os ovos, e quenozoóides responsáveis pela fixação e brotamento da colônia
(Rocha & Haddad, 2002).
A Sistemática clássica dos Bryozoa baseia-se principalmente em características do
exoesqueleto, como grau de calcificação, forma da abertura, posição e forma dos
heterozoóides, etc..

Informações sobre o filo: Marcus, 1937; Ryland & Hayward, 1977; Hayward, 1985.

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

CLASSE STENOLAEMATA CRIBRILINIDAE Hincks, 1879


ORDEM CYCLOSTOMATA Puellina radiata
STOMATOPORIDAE Pergens & Meunier, 1886 ONCHOPORIDAE Levinsen, 1909
Stomatopora sp. ADEONIDAE Busk, 1884
FILISPARSIDAE Borg, 1944 Reptadeonella tubulifera (Canu & Bassler,
Filisparsa sp. 1930)
Nevianipora spp. LEPRALIELLIDAE Vigneaux, 1949
MECYNOECIIDAE Canu, 1918 Celleporaria carvalhoi Souza, 1986
Mecynoecia sp. Celleporaria sp.
TUBULIPORIDAE Johnston, 1838 METRARABDOTOSIDAE Vigneaux, 1949
Tubulipora sp. Metrarabdotos unguiculatum Canu &
LICHENOPORIDAE Smitt, 1867 Bassler, 1928
Disporella spp. (3 espécies) SMITTINIDAE Levinsen, 1909
Disporella cristata SMITTINIDAE spp. (2 espécies)
CLASSE GYMNOLAEMATA SCHIZOPORELLIDAE Jullien, 1883
ORDEM CHEILOSTOMATIDA Schizoporella unicornis Johnston, 1847)
SUBORDEM MALACOSTEGINA Schizoporella spp.
MEMBRANIPORIDAE Busk, 1852 MICROPORELLIDAE Hincks, 1879
Membranipora membranacea (Linnaeus, Microporella ciliata
1767) MAMILLOPORIDAE Canu & Bassler, 1927
Membranipora tuberculata Marcus, 1937 Mamillopora cupula Smitt, 1878
SUBORDEM FLUSTRINA CREPIDACANTHIDAE Levinsen, 1909
CUPULADRIIDAE Lagaaij, 1952 Crepidacantha sp
Cupuladria monotrema Busk, 1884 CLEIDOCHASMATIDAE Cheetham & Sandberg,
Discoporella umbelata Defrance, 1923 1964
Discoporella sp. Cleidochasma porcellana Busk, 1860
CANDIDAE d'Orbigny, 1851 CELLEPORIDAE Johnston, 1838
Scrupocellaria sp. Costazia sp.
EPISTOMIIDAE Gregory, 1903 Aulopocella spp.
Synnotum aegypticum (Audouin, 1826) EXOCHELLIDAE Bassler, 1935
STEGINOPORELLIDAE Gregory, 1903 Exochella longirostris Jullien, 1888
Steginoporella granulosa PHIDOLOPORIDAE Gabb & Horn, 1862
Steginoporella magnilabris Busk, 1854 Rhynchozoon arborescens Canu & Bassler,
CELLARIIDAE Fleming, 1828 1928
Cellaria spp. Rhynchozoon rostratum Souza, 1986
SUBORDER ASCOPHORINA

94
Comentários Gerais

Até esta data, foram analisadas cerca de 2/3 das amostras de Bryozoa do Projeto
Revizee - Score Sul, registrando-se 50 táxons identificados.
Como se observa na Tabela do Registro de Ocorrências, cerca de 2/3 das espécies
foram identificadas até o nível de Gênero, de Família ou mesmo de Sub-ordem somente,
devido principalmente ao desconhecimento de sua presença na costa brasileira e devido a
falta de bibliografia específica, que estamos viabilizando para continuar o estudo.
Ficou evidente com as coletas do Projeto Revizee, em profundidades de até 800 m,
ainda pouco ou nada investigadas na costa brasileira, que várias espécies de Bryozoa,
desconhecidas em águas mais rasas, teriam aqui seu primeiro registro. Algumas foram
especialmente abundantes, como a espécie de Onchoporidae, registrada em três estações de
coleta, até o momento.
É interessante observar que as duas espécies mais abundantes, Cupuladria
monotrema e Discoporella umbelata (foto), também são abundantes em fundos não
consolidados de águas rasas (Souza, 1986). Estas espécies apresentam uma característica
singular e incomum entre os Bryozoa, a capacidade de locomoção através das vibráculas,
zoóides modificados para limpeza e deslocamento.

Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Táxons Total Estações de coleta (nº de indivíduos)


de
inds.
Ciclostomata sp. 1 1 6664(1)
Stomatoporidae
Stomatopora sp. 1 6666(1)
Filisparsidae
Filisparsa sp. 1 6661(1)
Nevianipora sp. 1 1 6650(1)
Nevianipora sp. 2 1 6661(1)
Mecynoeciidae
Mecynoecia sp. 1 6674(1)
Tubuliporidae
Tubulipora sp. 1 6681 (1)
Lichenoporidae
Disporella cristata 1 6666(1)
Disporella sp. 1 1 6646(1)
Disporella sp. 2 1 6661(1)
Disporella sp. 3 1 6661(1)
Membraniporidae
Membranipora membranacea 2 6661(2)
Membranipora tuberculata 1 6674(1)
Cupuladriidae
Cupuladria monotrema 6922 6646(10); 6650(1); 6658(18); 6661(241); 6662(1495);
6666(105); 6668(889); 6669(2607); 6672(31); 6673(305);
6674(427); 6675(11); 6676(378); 6677(119); 6678(90);
6680(1); 6681(23); 6685(63); 6695(10); 6699(6); 6703(92)
Discoporella umbelata 12200 6646(59); 6658(1538); 6661(402); 6662(440); 6666(2);
6668(1226); 6669(7033); 6673(140); 6674(439); 6675(3);
6676 (2); 6677(8); 6678(197); 6680(7); 6681(16); 6685(620);
6703(60); 6706(8);
Discoporella sp. 1 6675(1)
Cont.

95
Táxons Total Estações de coleta (nº de indivíduos)
de
inds.
Candidae
Scrupocellaria sp. 1 6664(?); 6674(1)
Epistomiidae
Synnotum aegypticum 1 6665(1)
Steginoporellidae
Steginoporella granulosa 1 6678(1)
Steginoporella magnilabris 3 6678(2); 6681(1)
Cellariidae 11 6661(7); 6672(2); 6681(2)
Cellaria sp1 38 6674(1); 6678(35); 6685(2)
Cellaria sp2 2 6661(1); 6672(1)
Ascophorina 1 1 6646(1)
Ascophorina 2 2 6658(2)
Ascophorina 3 5 6661(1); 6674(1); 6678(2); 6681(1)
Ascophorina 4 3 6661(1); 6664(1); 6674(1)
Ascophorina 5 3 6661(3); 6678(?)
Ascophorina 6 1 6673(1)
Ascophorina 7 2 6678(2)
Ascophorina 8 1 6669(1)
Ascophorina 9 1 6678(1)
Cribrilinoidea 5 6661(5)
Cribrilinidae
Puellina radiata 1 6678(1)
Onchoporidae +++ 6661(muitos fragmentos); 6664(muitos fragmentos);
6673(muitos fragmentos); 6674(1)
Adeonidae
Reptadeonella tubulifera 1 6678(1)
Lepraliellidae
Celleporaria carvalhoi 5 6661(1); 6678(4)
Celleporaria sp. 1 6674(1)
Metrarabdotosidae
Metrarabdotos unguiculatum 2 6646(2)
Smittinidae 2 6664(1); 6672(1)
Schizoporellidae
Schizoporella unicornis 1 6658(1)
Schizoporella sp. 1 1 6673(1)
Schizoporella sp. 2 1 6673(1)
Schizoporella sp. 3 1 6678(1)
Microporellidae
Microporella ciliata 6 6658(1); 6661(1); 6673(3); 6678(1)
Mamilloporidae
Mamillopora cupula 6 6703(6)
Crepidacanthidae
Crepidacantha sp. 2 6673(2)
Cleidochasmatidae
Cleidochasma porcellana 2 6674(1); 6678(1)
Celleporidae 2 6678(2)
Costazia sp. 97 6646(4); 6661(23); 6664(2); 6666(3); 6672(14); 6673(23);
6676(2); 6677(6); 6678(10); 6695(1); 6699(6); 6703(3)
Aulopocella sp. 1339 6661(67); 6666(5); 6672(12); 6673(12); 6674(99); 6675(11);
6676(4); 6677(3); 6678(81); 6680(1); 6681(2); 6685(8);
6693(1032); 6664(1); 6699(1)
Exochellidae
Exochella longirostris 1 6661(1)
Phidoloporidae
Rhynchozoon arborescens 14 6661(13); 6678(1)
Rhynchozoon rostratum 2 6661(1); 6673(1)
Total 20705

96
Referências Bibliográficas

BARBOSA, M.M. 1970. Lista dos Bryozoa recentes e fósseis do Brasil. Publicações
avulsas do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 54: 3-23.
BASSLER, R.S. 1953. Bryozoa. In; Moore, R.C. (Ed.) Treatise on Invertebrate
Paleontology. Parte G. Geological Society of America. 253 pp.
CANU, F. & BASSLER, R.S. 1928. Bryozoaires du Brésil. Bulletin Societé Seine-&-Oise,
9(5): 58-119, t. 1-9.
HAYWARD, P.J. 1985. Ctenostome Bryozoans. In: D.M. Kermack and RSK. Barnes,
(eds). Synopses of British Fauna, (New Series), Academic Press, London, 33: 1-169.
HAYWARD, P.J. & RYLAND, J.S. 1985. Cyclostome Bryozoans. In: D.M. Kermack and
RSK. Barnes, (eds). Synopses of British Fauna, (New Series), Academic Press,
London, 34: 1-147.
MARCUS, E. & MARCUS, E. 1962. On some lunulitirome Bryozoa. Boletim da
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, 24: 281-324.
MARCUS, E. 1937. Bryozoarios marinhos brasileiros I. Boletim da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Zoologia 1:5-224, est. I-XXIX.
MARCUS, E. 1938a. Bryozoarios marinhos brasileiros II. Fac. Fil. Cienc. Letr. Univ. São
Paulo, Zool. 2:1-196, est. I-XXIX.
MARCUS, E. 1939. Briozoários marinhos brasileiros III. Boletim da Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Zoologia 3: 111-353, est. V-
XXXI.
OSBURN, R.C. 1952. Bryozoa of the Pacific coast of America. Part II, Cheilostomata-
Ascophora. Allan Hancock Pacific Expeditions. University of California
Publications, 14(2): 271-597.
ROCHA, R.M. & HADDAD, M.A. 2002. Bryozoa. In: Ribeiro-Costa, C. S. & Rocha, R.
M. Invertebrados: Manual de Aulas Práticas. Editora Holos, Ribeirão Preto, 179-
183.
RYLAND, J.S. & HAYWARD, P.J. 1977. British Anascan Bryozoans. In: D.M. Kermack
and R.S.K. Barnes, (eds). Synopses of British Fauna, (New Series), Academic Press,
London, 10: 1-188.
SOULE, J.D; SOULE, D.F & CHANEY, H.W. 1995. Taxonomic Atlas of the Santa Maria
Basin and Western Santa Barbara Channel: The Bryozoa. Irene McUlloch
Foundation Monograph Series, 2: 343 p.
SOUZA, F.B.C. 1986. Ecologie et distribuition des Bryozoaires Cheilostomes dans les
sediments des Plateformes continentales de Colombie et du Brésil. Thèse de
Doutorat, Université Bordeaux, France. 353pp.

http://www.civgeo.rmit.edu.au/bryozoa/orders.html

http://porites.geology.uiowa.edu/database/bryozoa/systemat/bryotaxa.htm#cupula

97
FILO BRACHIOPODA
RHYNCHONELLIFORMEA

Bouchardia rosea (Mawe, 1823)


Foto: L.B.SIMÕES
MARCELLO GUIMARÃES SIMÕES

Nothria sp.

Características

O Filo Brachiopoda inclui invertebrados marinhos, bentônicos, que à primeira vista,


assemelham-se aos moluscos bivalves, dada a presença de uma concha, em geral,
constituída por duas valvas de carbonato de cálcio. Entretanto, esses invertebrados são, do
ponto de vista anatômico, muito distintos dos moluscos bivalves. Na realidade, evidências
embriológicas, morfológicas e moleculares indicam que os braquiópodes pertencem ao
grupo dos Lofoforata, sendo, desse modo, aparentados dos Briozoa, Phoronida e
Entoprocta. Em comum, dentre outras características, esses invertebrados compartilham a
presença de um órgão, chamado lofóforo.
Embora os braquiópodes possam parecer raros atualmente, eles estão distribuídos
em todos os oceanos, sendo, na verdade, bastante comuns. Ocorre que, em geral, esses
invertebrados colonizam, preferencialmente, fundos em regiões de águas frias e profundas.
Cerca de 300 espécies viventes são conhecidas. Entretanto, os braquiópodes foram
dominantes nas comunidades marinhas bentônicas da Era Paleozóica, especialmente do
Ordoviciano ao Permiano. Na passagem dos períodos Permiano e Triássico (Mesozóico),
vários grupos de braquiópodes foram extintos, juntamente com diversos outros grupos de
organismos marinhos, naquele que é conhecido como o maior evento de extinção da
história geológica da Terra.
Classicamente, os braquiópodes são atribuídos a dois grandes grupos, denominados
Inarticulata e Articulata (=Rhynchonelliformea). Nas duas últimas décadas, entretanto, o
estudo filogenético dos braquiópodes evoluiu muito, havendo, atualmente, propostas de
classificação mais refinadas. De maneira muito geral, pode-se dizer que os Inarticulata

98
possuem concha constituída por fosfato de cálcio, sendo as duas valvas conectadas por
pequenos músculos. Os Articulata, por sua vez, possuem conchas de carbonato de cálcio,
sendo articuladas por um conjunto de músculos adutores e didutores, possuindo também na
margem anterior da concha vários dentes e fossetas que facilitam a articulação entre
valvas.
Nos braquiópodes, as duas conchas que envolvem suas partes moles são designadas
de ventral (ou pedicular) e dorsal (ou braquial), havendo tendência entre os sistematas para
o abandono dos termos pedicular e braquial. Diferentemente do que ocorre nos moluscos
bivalves, nos braquiópodes o plano de simetria (bilateral) passa no meio das valvas
(perpendicularmente) e não entre elas.
O espaço interior da concha é dividido em duas partes, ou seja, a cavidade do corpo
(celoma) e a cavidade do manto, as quais são separadas pela parede anterior do corpo. A
cavidade do corpo aloja os órgãos do animal e o sistema muscular, já a cavidade do manto
é revestida por uma dupla camada de tecido epitelial, denominada manto. O lofóforo
consiste de dois lobos guarnecidos por fileiras de cílios que se projetam a partir da boca,
ocupando quase todo espaço da cavidade do manto. A sua função é a de movimentar a
água, auxiliando a respiração pelo manto e propiciando a formação de correntes que levam
alimentos à boca ou que conduzem para o exterior os produtos da desassimilação e
produtos sexuais. O lofóforo pode ou não ser suportado por estruturas rígidas (braquídeo)
que se projetam da parede interna da concha, na valva dorsal.
Braquiópodes são invertebrados bentônicos, sésseis de epifauna, tipicamente
marinhos. Entretanto, raras formas (Lingulata) colonizam ambientes de águas salobras,
sendo estas também as únicas de infauna.

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7.

CANCELLOTHYRIDIDAE Thomson, 1926 PLATIDIIDAE Thomson, 1927


Terebratulina sp. Platidia anomioides (Scacchi & Philippi),
MEGATHYRIDIDAE Dall, 1870 1844
Argyrotheca cf. cuneata (Risso, 1826) BOUCHARDIIDAE Allan, 1940
Bouchardia rosea (Mawe, 1823)

Comentários Gerais

Até recentemente a fauna de braquiópodes articulados da plataforma brasileira era


representada apenas por uma espécie endêmica, denominada Bouchardia rosea. Essa
espécie era reportada, principalmente, para as águas costeiras dos estados do Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados obtidos pelo programa REVIZEE-Scour Sul,
para águas com profundidades entre 99 - 485 m, mostraram, contudo, a presença de uma
abundante e amplamente distribuída fauna de braquiópodes. A fauna é mais diversificada
do que anteriormente suposto. Fundamentados no exame de mais de 10.000 espécimes, as
seguintes espécies foram identificadas (Simões et al., in press): Bouchardia rosea, Platidia
anomioides, Argyrotheca cf. cuneata e Terebratulina sp. Nas águas rasas, até 100 metros
de profundidade, a fauna é denominada por Bouchardia rosea. Raros especimes jovens (<
2 mm) de Argyrotheca cf. cuneata são também verificados nessas águas. Nas águas com
profundidades entre 100 e 200 metros, a fauna de braquiópodes é mais diversificada,

99
incluindo Bouchardia rosea, Terebratulina sp., Argyrotheca cf. cuneata, and Platidia
anomioides. Notavelmente, entretanto, Bouchardia rosea foi encontrada em águas tão
profundas quanto 485 metros, ampliando consideravelmente a distribuição batimétrica
dessa espécie. Também a descoberta de espécimes de Bouchardia rosea em águas do
Estado do Paraná, amplia sua distribuição geográfica, cujo limite sul conhecido abrangia
as águas do Estado de São Paulo. Os dados do programa REVIZEE-Scour Sul, permitiram
identificar, também, pela primeira vez, os gêneros Platidia and Terebratulina em águas do
Oceano Atlântico Sul (Kowalewski et al., 2001, Simões et al., in press).

Registro de ocorrência por táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Cancellothyrididae
Terebratulina sp. 452 6646(1); 6650(3); 6661(2); 6665(91); 6666(49); 6672(31);
6673(50); 6674(3); 6676(148); 6677(50); 6678(3); 6681(11);
6685(2); 6686(5); 6699(2); 6706(1)
Megathyrididae
Argyrotheca cf. cuneata 394 6646(1); 6665(14); 6666(46); 6672(30); 6673(46); 6676(165);
6677(65); 6678(10); 6681(10); 6686(7)
Platidiidae
Platidia anomioides 446 6665(440); 6666(4); 6672(1); 6686(1)
Bouchardiidae
Bouchardia rosea 10062 6644(1); 6646(69); 6650(1); 6651(1); 6652(1); 6653(8041);
6665(1); 6669(1); 6673(20); 6674(103); 6678(8); 6686(1);
6695(15); 6698(57); 6699(1268); 6703(194); 6704(1);
6706(137); 6787(5); 6808(137)
Total 11354

Referências Bibliográficas

KOWALEWSKI, M.; SIMÕES, M.G.; CARROLL, M. & RODLAND, D.L., 2002.


Abundant brachiopods on a tropical, upwelling-influenced shelf (Southeast Brazilian
Bight, South Atlantic). Palaios, 17:277-286.
SIMÕES, M.G.; KOWALEWSKI, M.; MELLO, L.H.C.; RODLAND, D.L. & CARROL,
M. (in press) Present-day terebratulid brachiopods from the southern Brazilian shelf:
paleontological and biogeographic implications. Palaeontology.

100
FILO ECHINODERMATA

O filo Echinodermata inclui animais exclusivamente marinhos e, principalmente


bentônicos. Estão entre os mais diversificados, abundantes e adaptados organismos da
macrofauna bêntica (Hendler et al., 1995), sendo amplamente distribuídos em todos os
oceanos e profundidades.
Compreendem atualmente cerca de 6.600 espécies recentes e mais de 13.000
fósseis, estando o filo dividido em 6 classes: Crinoidea (lírio-do-mar), Asteroidea (estrela-
do-mar), Concentricycloidea (margarida-do-mar), Ophiuroidea (serpente-do-mar ou
ofiuróides), Echinoidea (ouriço-do-mar) e Holothuroidea (pepino-do-mar).
São animais que variam bastante em tamanho, desde menos de 1 cm (como em
alguns pepinos-do-mar e serpentes-do-mar) até algumas estrelas, que chegam a atingir 1 m
de diâmetro, e pepinos, 2 m de comprimento. São deuterostômios, possuem um celoma
bem desenvolvido, um endoesqueleto composto de ossículos calcáreos e simetria radial
pentâmera, ou seja, corpo usualmente dividido em cinco partes organizadas em torno de
um eixo central. Esta simetria é secundária e as formas larvais são sempre bilaterais. Uma
característica única dos equinodermas é a presença de um sistema vascular aquífero, o qual
é derivado do celoma como um sistema complexo de canais e reservatórios com uma
variedade de funções (Brusca & Brusca, 1990). A autotomia (automutilição) é bastante
freqüente no grupo, realizada como meio de defesa e reprodução assexuada e a capacidade
de regeneração destes animais é bastante desenvolvida (Tommasi, 1999).
Os equinodermas são de vida livre ou pedunculados (fixos a um substrato), nunca
coloniais. São epi ou infaunais em substratos não consolidados, além de viverem também
em substratos consolidados, em cavidades ou fendas de rochas, ou ainda em espaços sob as
mesmas. Podem também estar associados com esponjas, algas calcárias, gorgônias e corais
(Tommasi, 1999). Em sua maioria, não são animais gregários, porém algumas espécies
chegam a formar, em determinadas comunidades bênticas, populações muito numerosas,
que podem representar até 80% da biomassa total (Hendler et al., 1995).
A forma de alimentação destes organismos é muito variada, podendo-se considerar
que englobam quase todas as estratégias alimentares, já que há espécies filtradoras,
fitófagas, carnívoras, comedoras de depósito e detritos, o que demosntra o quanto estão
bem adaptados para explorar os diferentes hábitats bentônicos (Hendler et al., 1995). São,
portanto, importantes componentes do bentos, servindo de alimento e sendo predadores de
muitos outros organismos marinhos.

101
CLASSE OPHIUROIDEA

Ophiothrix rathbuni Ludwig, 1882


Foto: M. BORGES

MICHELA BORGES; ANA MARIA G. MONTEIRO & A.CECÍLIA


Z. AMARAL

Características

A classe Ophiuroidea com aproximadamente 2.000 espécies é, sem dúvida, a


melhor adaptada entre os equinodermos, ocorrendo em todas as regiões e faixas
batimétricas (Hendler, 1996).
Apresentam uma considerável variedade no tamanho e planos corporais. O disco,
bem delimitado, pode estar dorsalmente coberto por escamas, espinhos, grânulos, placas
ou até mesmo tegumento, e apresenta os 5 pares de escudos radiais localizados na região
marginal, próximo à base dos braços. O revestimento corpóreo ventral pode apresentar-se
igual ao da região dorsal ou diferenciado. De um modo geral, os ofiuróides possuem 5
braços, que podem ser simples ou ramificados, apresentando duas fileiras de placas
laterais, uma de placas dorsais e uma de placas ventrais. As laterais sustentam os espinhos
braquiais, que podem ocorrer em número de 2 a 15 e tamanho variando de grande a
inconspícuo, dependendo da espécie. Nestes equinodermos, os pés ambulacrais que estão
localizados ao longo dos braços, são modificados e denominados tentáculos, cujo papel
principal é o de auxiliar no processo de alimentação, transportando as partículas
alimentares até a boca. Em cada segmento braquial há poros através dos quais os
tentáculos se exteriorizam. A região oral é formada por placas organizadas em 5
mandíbulas triangulares interradiais com o ápice voltado para o centro do disco. Em cada
mandíbula observa-se 1 escudo oral acompanhado por 2 escudos adorais. Ao redor das
mandíbulas, existem papilas orais em número e formato variáveis e no ápice as
infradentais, sobre as quais encontram-se os dentes. O madreporito é constituído por um
escudo oral modificado.

102
A maioria dos ofiuróides é de vida livre, mas existem formas comensais. Ocorrem
em diferentes hábitats marinhos, com densidade muitas vezes elevada, devido ao
comportamento gregário de muitas espécies. São animais principalmente onívoros e
exploram diversas fontes de alimento, incluindo fitoplâncton, zooplâncton e matéria
orgânica depositada no fundo ou em suspensão (Monteiro, 1987).
A importância da classe nas comunidades bênticas é refletida em sua abundância e
ampla distribuição (Hendler, 1996). Segundo Hendler et al. (1995), os ofiuróides
contribuem com até 50% da macrofauna total em fundos cascalhosos na região da Flórida
(EUA) e participam da dieta alimentar de caranguejos, camarões, estrelas-do-mar e outros
ofiuróides, mas os peixes são seus principais predadores. São considerados estruturadores
de comunidades marinhas (Barnard & Ziesenhenne, 1961; Sumida, 1994) e bioindicadores
de poluição, por serem abundantes e residentes permanentes, refletindo assim as condições
ambientais locais (Harmelin, et al., 1981; Manso & Absalão, 1988).

Informações sobre a classe: Borges et al. (2002); Monteiro (1987); Tommasi


(1970, 1999).

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-7.

OPHIOMYXIDAE Ljungman, 1866 OPHIOLEUCIDAE Matsumoto, 1915


Ophioleptoplax brasiliana Tommasi & Ophiostriatus striatus (Mortensen, 1933)
Abreu, 1974 OPHIACTHIDAE Matsumoto, 1915
OPHIACANTHIDAE Perrier, 1891 Ophiactis brasiliensis Manso, 1988b
Ophiacantha brasiliensis Tommasi & Abreu, Ophiactis lymani Ljungman, 1871
1974 Ophiactis savignyi (Müller & Troschel, 1842)
Ophiacantha cosmica Lyman, 1878 AMPHIURIDAE Ljungman, 1867
Ophiacantha sp. Amphilimna olivacea (Lyman, 1869)
Ophiomyces frutectuosus Lyman, 1869 Amphilimna mirabilis (H.L.Clark, 1941)
OPHIURIDAE Müller & Troschel, 1840 Amphioplus. albidus (Ljungman, 1867)
Ophiomastus satelitae Tommasi & Abreu, Amphioplus lucyae Tommasi, 1971
1974 Amphioplus sp.
Ophiomastus sp. Amphipholis squamata (Delle Chiaje, 1828)
Ophiomisidium pulchellum (W. Thomsom, Amphiura complanata Ljungman, 1867
1877) Amphiura flexuosa Ljungman, 1867
Ophiomisidium sp. Amphiura . joubini Köehler, 1912
Ophiura ljungmani (Lyman, 1878) Amphiura mülleri Marktanner-Turnerstscher,
Ophiura sp. 1 1887
Ophiura sp. 2 Nudamphiura carvalhoi Tommasi, 1965
Amphipholizona delicata H.L.Clark, 1915 OPHIOTRICHIDAE Ljungman, 1866
Ophiomusium anaelisae Tommasi & Abreu, Ophiothrix angulata (Say, 1825)
1974 Ophiothrix rathbuni Ludwig, 1882
Ophiomusium sp.

103
Comentários Gerais

Das 32 espécies identificadas Ophiostriatus striatus e Amphilimna mirabilis


constituem ocorrências novas para a costa brasileira e 2 (Ophiomisidium sp e Ophiura sp.)
são novas para a Ciência.
A família Amphiuridae foi a melhor representada em número de espécies (11),
seguida da família Ophiuridae (10). Quanto à abundância específica destacaram-se
Ophiomisidium sp. com 3762 exemplares (29,9%), Ophiura sp. com 3697 indivíduos
(29,38%), Ophiura ljungmani com 2593 (20,6%) e Ophiomisidium pulchellum com 1427
(11,34%), todas pertencentes a família Ophiuridae e representando mais de 90% do
material coletado.
As amostragens foram realizadas com auxílio de 3 tipos de aparelhos: draga,
vanVeen e “Box-corer”, porém o maior número de espécies (18) e de indivíduos (98,87%)
foi coletado com a draga. Este equipamento foi o mais utilizado, o que pode explicar o
domínio numérico da família Ophiuridae, com representantes predominantemente
epifaunais e facilmente amostrados por este tipo de aparelho. Outro fator que deve ser
considerado é o hábito gregário de muitas espécies desta família, formando os chamados
bancos de ofiuróides que, segundo Sumida (1994) ocorrem possivelmente em zonas mais
profundas, onde existe uma maior dominância de algumas espécies.
A análise da distribuição destes organismos permite verificar que o estoque
regional está constituído principalmente por espécies comuns ao Atlântico Ocidental,
algumas com distribuição ampla na costa brasileira (ex: Ophiacantha cosmica,
Ophiomisidium pulchellum, Ophiactis savignyi, Amphipholis squamata, Ophiothrix
rathbuni) e outras com ocorrência registrada somente para o sul e sudeste (ex:
Ophioleptoplax brasiliana, Ophiomastus sateliate, Amphioplus lucyae, Nudamphiura
carvalhoi, Amphiura complanata). Estes registros no entanto, estão limitados a falta de
estudos ao longo da costa brasileira.
Neste estudo, a maioria das espécies foram amostradas dentro dos limites de
profundidade já registrados para cada uma delas, sendo que apenas sete tiveram este limite
máximo ampliado: Ophioleptoplax brasiliana de 148 m, para 520 m; Ophiomusium
anaelisae de 180 m para 258 m; Ophiactis brasiliensis, de 41 para 163 m; Amphioplus
albidus de 14 para 500 m; Amphiura complanata de 600 para 810 m e A. flexuosa de 183
para 810 m. Já Ophiostriatus striatus, espécie amostrada em grandes profundidades (de
1370 a 3500 m), ocorreu na costa sudeste brasileira entre 270 e 430 m.
Com base em estudos realizados na costa do Brasil, tanto em regiões mais rasas
quanto em mais profundas (Tommasi, 1970; Monteiro, 1987, 1990, 1997; Manso, 1988a,b,
1989, 1991; Absalão, 1990; Heitor, 1996; Alves & Cerqueira, 2000; Capítoli & Monteiro,
2000) pode-se considerar que a fauna de ofiuróides amostrada no presente estudo está
representada principalmente por espécies de ampla distribuição batimétrica, como
Amphiura complanata e A. flexuosa, que ocorrem de cerca de 10 até mais de 500 m de
profundidade. Foram obtidas também espécies características de regiões mais rasas
(plataforma interna) como Ophiactis brasiliensis e Ophiactis savignyi.
Atualmente os ofiuróides estão sendo utilizados como bioindicadores de poluição.
Manso & Absalão (1988), estudando uma região sob influência de descarga termo-química
na Baía da Ribeira (RJ), constararam associações de algumas espécies, as quais foram
utilizadas na análise da condição ambiental. Entre as citadas estão Ophiactis savignyi,
Amphipholis squamata e Ophiothrix angulata, também amostradas no presente estudo.
Segundo Hendler et al. (1995), os ofiuróides participam da dieta de vários
organismos marinhos, incluindo peixes de importância comercial e, espécies como por

104
exemplo Ophiothrix angulata, têm-se mostrado importante recurso alimentar. Manso &
Farias (1999), analisando o conteúdo gastrointestinal do peixe Sphoeroides testudineus
(Linnaeus, 1758) (“baiacu”) constataram a presença de ofiuróides pertencentes às famílias
Amphiuridae e Ophiactidae, os quais chegaram a representar até 100% do alimento
ingerido.

Registro de Ocorrência por Táxons

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons de Estações de coleta (número de indivíduos)
Inds.
Ophiomyxidae
Ophioleptoplax brasiliana 3 6644(1); 6675(1); 6684(1)
Ophiacanthidae
Ophiacantha brasiliensis 5 6661(4); 6686(1)
Ophiacantha cosmica 307 6651(2); 6659(5); 6661(9); 6679(171); 6681(1); 6684(10);
6686(100)
Ophiacantha sp. 2 6679(2)
Ophiomyces frutectuosus 24 6665(5); 6666(3); 6672(16)
Ophiuridae
Ophiomastus satelitae 79 6644(1); 6651(9); 6659(35); 6660(1); 6684(10); 6693(21);
6786(2)
Ophiomastus sp. 25 6786(25)
Ophiomisidium pulchellum 1427 6660(42); 6661(764); 6665(374); 6666(20); 6671(3); 6672(42);
6673(25); 6674(3); 6676(1); 6677(1); 6681(6); 6686(145)
Ophiomisidium sp. 3762 6644(3); 6659(620); 6660(1); 6664(2); 6670(1); 6679(1850);
6680(9); 6684(1155); 6685(3); 6689(3); 6693(82); 6694(1);
6702(3); 6705(1); 6777(2); 6782(8); 6785(3); 6786(14); 6790(1)
Ophiura ljungmani 2593 6659(2418); 6660(5); 6661(26); 6665(142); 6693(2)
Ophiura sp.1 46 6679(46)
Ophiura sp.2 3697 6659(3600); 6660(7); 6693(87); 6786(3)
Amphipholizona delicata 3 6674(1); 6681(2)
Ophiomusium anaelisae 5 6665(5)
Ophiomusium sp. 78 6679(6); 6684(45); 6693(18); 6705(1); 6786(8)
Ophioleucidae
Ophiostriatus striatus 28 6693(24); 6694(4)
Ophiacthidae
Ophiactis brasiliensis. 6 6658(5); 6666(1)
Ophiactis lymani 2 6660(1); 6666(1)
Ophiactis savignyi 4 6661(3); 6686(1)
Amphiuridae
Amphilimna olivacea 9 6660(2); 6671(3); 6685(1); 6692(1); 6696(1); 6704(1)
Amphilimna mirabilis 4 6651(2); 6698(2)
Amphioplus albidus 4 6665(3); 6815(1)
Amphioplus lucyae 1 6674(1)
Amphioplus sp. 2 6679(2)
Amphipholis squamata 7 6661(7)
Amphiura complanata 92 6654(1); 6656(14); 6657(2); 6673(8); 6678(15); 6679(6);
6683(2); 6684(1); 6692(3); 6693(11); 6696(2); 6700(12);
6704(14); 6789(1)
Amphiura flexuosa 80 6655(1); 6656(61); 6657(1); 6665(1); 6672(1); 6678(1);
6679(2); 6693(2); 6789(1); 6794(2); 6814(2); 6815(4); 6822(1)
Amphiura joubini 3 6657(2); 6666(1)
Amphiura mülleri 2 6791(2)
Nudamphiura carvalhoi 1 6678(1)
Ophiothricidae
Ophiothrix angulata 1 6681(1)
Ophiothrix rathbuni 276 6661(151); 6664(1); 6681(1); 6686(96)
Total 12581

105
Referências Bibliográficas

ABSALÃO, R. S. 1990. Ophiuroid assemblages off the Lagoa dos Patos outlet, southern
Brazil. Ophelia, v.31, n.2, p.133-143.
ALVES, O.F.S. & CERQUEIRA, W.R.P. 2000. Echinodermata das praias de Salvador
(Bahia, Brasil). Revta bras. Zool., v.17, n.2, p.543-553.
BARNARD, J.L. & ZIESENHENNE, F.C. 1961. Ophiuroid communities of southern
californian coastal bottoms. Pacif.Nat., v.2, n.2, p. 132-152.
BORGES, M.; MONTEIRO, A.M.G. & AMARAL, A.C.Z. 2002. Taxonomia de
Ophiuroidea (Echinodermata) da plataforma e talude continental da costa sul-sudeste
brasileira. Biota Neotropica, v.2, n.2, p. 1-69. www.biotaneotropica.org.br
BRUSCA, R.C. & BRUSCA, G.J. 1990. Invertebrates. Massachusetts: Ed. Sunderland,
922 p.
CAPÍTOLI, R.R. & MONTEIRO, A.M.G. 2000. Distribuição e abundância de ofiuróides
na plataforma interna do extremo sul do Brasil. Atlântica, v.22, p. 41-56.
HARMELIN, J.G.; BOUCHON, C. & HONG, J.S. 1981. Impact de la pollution sur la
distribution des échinodermes des substracts durs en Provence (Méditerranée Nord-
Occidentale). Téthys, v.10, n.1, p.13-36.
HEITOR, S.R. 1996. Composição e distribuição de Echinodermata na Plataforma
Continental da Região da Bacia de Campos (RJ), Brasil. São Paulo, 121p. Dissertação
(Mestrado). Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo.
HENDLER, G. 1996. Taxonomic Atlas of the Benthic Fauna of the Santa Maria Basin and
Western Santa Barbara Channel. Class Ophiuroidea. Miscell. Taxa. n.14, p.113-179.
HENDLER, G., MILLER, J.E., PAWSON, D.L. & KIER, P.M. 1995. Sea stars, sea
urchins and allies: echinoderms of Florida and the Caribbean. Washington:
Smithsonian Institution Press. 391p.
MANSO, C.L.C. 1988a. Ofiuróides da Plataforma Continental Brasileira. Parte I: Rio de
Janeiro. (Echinodermata: Ophiuroidea). Rev. Brasil. Biol. v.48, n.4, p.845-850.
MANSO, C.L.C. 1988b. Uma Nova Espécie de Ophiactis (Echinodermata: Stelleroidea)
da Costa Sudeste do Brasil. Rev. Brasil. Biol. v.48, n.2, p.375-379.
MANSO, C.L.C. 1989. Os Echinodermata da Plataforma Continental Interna entre Cabo
Frio e Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Brasil. Biol. v.49, n.2, p.355-359.
MANSO, C.L.C. 1991. Ophiuroidea (Echinodermata) da região sul-sudeste do Brasil,
coletados durante as operações Sueste do N/Oc. Almirante Saldanha”. Curitiba, 77 p.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná.
MANSO, C.L.C. & ABSALÃO, R.S. 1988. Ophiuroidea: situação pré-operacional nos
sacos de Piraquara, região sob influência da descarga da Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto (CNAAA). Rev.Brasil. Biol., v.48, n.1, p. 75-82.
MANSO, C.L.C. & FARIAS, M.C.V. 1999. Ocorrência de ofiuróides no conteúdo
gastrointestinal de “baiacu” Sphoeroides testudineus (Linnaeus, 1758) (Teleostei:
Tetraodontidae) no estuário do Rio Sergipe (Sergipe). Rev. Nordest. Zool., v.2, n.1,
p.35-37.
MONTEIRO, A.M.G. 1987. Ophiuroidea (Echinodermata) da região de Ubatuba (SP) -
Aspectos morfológicos e ecológicos. São Paulo, 166 p. Tese (Doutorado). Instituto
Oceanográfico, Universidade de São Paulo.
MONTEIRO, A.M.G. 1990. Ophiuroidea (Echinodermata) in the coastal system of the
State of São Paulo (Brazil). In: SIMPÓSIO DE ECOSSISTEMA DA COSTA SUL E
SUDESTE BRASILEIRA: Estrutura, Função e Manejo, v.1, Águas de Lindóia. Anais
São Paulo: ACIESP, p.186-201.

106
MONTEIRO, A.M.G. 1997. Ocorrência de Ophiuroidea (Echinodermata) na plataforma do
Estado de São Paulo. In: VII CONGRESSO LATINO-AMERICANO SOBRE
CIÊNCIAS DO MAR, v.2, Santos. Resumos. São Paulo, p.182- 183.
SUMIDA, P.Y.G. 1994. Associações bênticas da quebra da plataforma e talude superior
al largo de Ubatuba-SP, Brasil. São Paulo, 101 p. Tese (Doutorado). Instituto
Oceanográfico, Universidade de São Paulo.
TOMMASI, L.R. 1970. Os ofiuróides recentes do Brasil e de regiões vizinhas. Contrções
Inst. oceanogr. Univ. S. Paulo, sér. Ocean. Biol., n.20, p.1-146.
TOMMASI, L.R. 1999. Echinodermata recentes e fósseis do Brasil.
http://www.bdt.org.br/zoologia/echinodermata 27/03/2003. 36 pp.

107
CLASSES ASTEROIDEA,
CRINOIDEA,
HOLOTHUROIDEA &
ECHINOIDEA

LUIZ ROBERTO TOMMASI

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

ASTEROIDEA ECHINOIDEA
LUIDIIDAE Sladen, 1889 CIDARIDAE Gray, 1825
Luidia ludwigi Bell, 1917 Stylocidaris lineata Mortensen, 1910
ASTROPECTINIDAE Gray, 1840 FIBULARIIDAE Gray, 1825
Astropecten articulatus (Say, 1825) Echinocyamus grandiporus Mortensen,
Astropecten sp. 1907)
GONIOPECTINIDAE Verril, 1889 BRISSIDAE Gray, 1855
Ctenodiscus australis Lütken, 1872 Brissopsis atlantica Mortensen, 1907
GONIASTERIDAE Forbes, 1841 PALAEOPNEUSTIDAE Agassiz, 1904
Anthenoides brasiliensis Bernaconi, 1956 HOLOTHUROIDEA
Tosia parva (Pierrer, 1881) CUCUMARIIDAE Ludwig, 1894
ASTERIIDAE Gray, 1840 Cucumariidae sp. 1
Allostichaster hartii (Rathbun, 1879) Cucumariidae sp. 2
CRINOIDEA HOLOTHURIIDAE Ludwig, 1894
BATHYCRINIDAE Bather, 1899 Holothuriidae sp. 1
Democrinus conifer (Clark, 1909) SYNAPTIDAE Burmeister, 1837
COMASTERIDAE Clark, 1908 Protankira benedeni (Ludwig, 1881)
Comactinia echinoptera (J. Müller, 1841) Synaptidae sp. 1

108
Registro de Ocorrência por Táxon

Na tabela abaixo é apresentado o número total de indivíduos por táxon e por


estação de coleta.

Total
Táxons Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Asteroidea
Allostichaster hartii 4 6661(3); 6686(1)
Anthenoides brasiliensis 1 6686(1)
Astropecten articulatus 1 6658(1)
Astropecten sp. 1 6673(1)
Ctenodiscus australis 36 6658(1); 6659(2); 6661(10); 6664(3); 6666(1); 6671(1); 6673(2);
6674(4); 6681(2); 6684(7); 6686(2); 6693(1)
Luidia ludwigi 1 6658(1)
Tosia parva 2 6661(1); 6665(1)
Crinoidea
Comactinia achinoptera 367 6661(355); 6664(1); 6678(1); 6681(4); 6686(6)
Democrinus conifer 87 6653(14); 6652(25); 6659(16); 6693(26); 6694(2); 6701(1); 6706(3)
Echinoidea
Brissopsis atlantica 2 6684(1); 6698(1)
Echinocyamus 205 6646(2);6651(1); 6653(2); 6661(2); 6665(24); 6666(51); 6669(2);
grandiporus 6672(26); 6673(7); 6674(8); 6676(34); 6677(7); 6678(4); 6679(11);
6681(14); 6685(1); 6686(4); 6695(2); 6698(2); 6706(1)
Palaeopneustidae ? 3 6679(3)
Stylocidaris lineata 46 6664(1); 6665(3); 6684(23); 6686(19)
Holothurioidea
Cucumariidae sp. 1 6673(1)
Cucumariidae sp. 1 2 6684(2)
Holothurioidea sp. 1 1 6693(1)
Protankyra benedeni 1 6669(1)
Synaptidae sp. 1 1 6684(1)
Total 762

109
FILO CHORDATA
CLASSE ASCIDIACEA

ROSANA MOREIRA DA ROCHA

Pyura mariscata Rodrigues, 1966 Foto: J. J.


ROPER

Características

O filo Chordata compreende os vertebrados e dois subfilos de invertebrados, um


deles os Tunicata. Estes animais apresentam um tecido vivo recobrindo todo o corpo,
conhecido como túnica. Apesar de auxiliar na manutenção da forma do corpo e protege-lo,
a túnica não é propriamente um exoesqueleto, pois trata-se de um tecido vivo, formado por
células e fibras, algumas delas muito semelhantes à celulose. Tunicados são animais
filtradores, utilizando o muco produzido pelo endóstilo como uma rede de captura e o
batimento dos cílios da faringe para produzir a circulação de água. Endóstilo é um tecido
glandular presente na margem ventral da faringe, característico dos cordados. As ascídias
são animais sésseis, na grande maioria, e podem apresentar hábito de vida colonial ou
solitário. Cada indivíduo apresenta duas aberturas, uma delas inalante e outra exalante.
Além de proporcionar a captura de alimento, a circulação de água no interior do animal
permite a realização de trocas gasosas, eliminação de excretas e de gametas ou larvas.
A dispersão das espécies ocorre na fase larval, pois a larva é girinóide,
apresentando uma cauda muscular com notocorda. A ondulação da cauda é responsável
pelo deslocamento da larva que irá selecionar o local de fixação do novo adulto. A
presença de cauda muscular e notocorda, apesar de regredirem durante a metamorfose é
mais uma característica exclusiva dos cordados.

Informações sobre a classe: Rodrigues et al. (1998, 1999)

Lista dos Táxons

Segue abaixo a relação dos táxons identificados na área amostrada pelos cruzeiros 1-3.

Pyuridae
Pyura mariscata Rodrigues, 1966

Comentários Gerais
Sendo animais filtradores, ascídias são raramente encontradas em associação a fundos
moles e os representantes encontrados neste tipo de ambiente são geralmente animais de
hábito solitário, como é o caso da espécie aqui relatada. Apesar da pequena diversidade

110
em fundos moles, ascídias podem ser encontradas até grandes profundidades e algumas
famílias se especializaram à vida em mar profundo, a ponto de haver uma mudança do
hábito filtrador para carnívoro (Monniot, 1884).
Pyura mariscata foi relatada apenas duas vezes na literatura, a primeira no litoral de
São Paulo a 140 m de profundidade – 4 indivíduos (Rodrigues, 1966) e a segunda ao
largo da costa de Sergipe a 34 m de profundidade – 1 indivíduo (Monniot, 1969-70).
Portanto, foi uma espécie pouco coletada e pouco se conhece sobre sua distribuição
espacial ou batimétrica.

Registro de Ocorrência e Distribuição Batimétrica

Total
Táxons Estações de coleta (nº de indivíduos)
inds.
Pyuridae
Pyura mariscata 2 6672 (2)

Referências Bibliográficas
MONNIOT, C. 1969-1970. Ascidies Phlebobranches et Stolidobranches. In: Campagne de
la Calypso au large des cotes de l'Amerique du Sud. Annls. Inst. oceanogr., 47: 33-
59.
MONNIOT, C. 1984. Les invertebrées suspensivores : adaptations a un regime carnivore
chez les tuniciers. Oceanis, 10(6): 605-621.
RODRIGUES, S.A. 1966. Notes on Brazilian ascidians. 1. Pap. Avulsos Depto Zool., São
Paulo 19: 95-115.
RODRIGUES, S.A., LOTUFO, T.M.C., ROCHA, R.M. 1999. In: MIGOTTO, A.E. &
TIAGO, C.G. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do
conhecimento ao final do século XX, 3: Invertebrados Marinhos. (41) Ascidiacea –
São Paulo: FAPESP, 286-292.
RODRIGUES, S.A., ROCHA, R.M., LOTUFO, T.M.C. 1998. Guia Ilustrado para
Identificação das Ascídias do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo, 190 p.

111
6. CONSIDERAÇÕES GERAIS

As águas da plataforma e talude continental da costa sul-sudeste são basicamente


tropicais e temperadas em suas afinidades abióticas e bióticas. Como conseqüência,
surgem marcados gradientes na diversidade, densidade e biomassa da fauna bêntica. Tais
gradientes podem implicar direta ou indiretamente na variabilidade da produção primária e
secundária do ecossistema como um todo, dificultando o reconhecimento de padrões ou
tendências na distribuição e abundância dos organismos, de modo a direcionar e otimizar
sua exploração.
A partir dos dados atuais é possível reconhecer as características principais sobre
biodiversidade bentônica da plataforma externa e talude da região Sul-Sudeste da costa
brasileira:

A porcentagem de indivíduos dentre os diferentes grupos, salvo algumas exceções,


mostrou-se semelhante entre os amostradores (Box-corer e van Veen) e draga.

Os grupos predominantes foram representados pelos Bryozoa, Gastropoda,


Polychaeta, Ophiuroidea e Brachiopoda.

Os valores de abundância mais expressivos foram obtidos para os Echinodermata,


Crustácea, Porifera, Bivalvia e Polychaeta.

Em profundidades entre 100 e 200 m todos os táxons estiveram presentes e em


maior abundância.

Para Gastropoda e Ophiuroidea, notou-se que a composição das associações de


espécies analisadas apresenta alterações relacionadas ao gradiente batimétrico, mais
acentuadas na transição plataforma/talude. Embora os limites batimétricos de distribuição
apresentem graus de sobreposição variados, as associações de espécies permitiram uma
boa definição de grupos relacionados à profundidade. Assim como para os grupos
superiores, o teor de carbonato de cálcio no sedimento mostrou-se particularmente
determinante na ocupação do substrato pelos gastrópodes, mostrando claramente grupos de
associações e de espécies associadas (Borges, 2001; Miyaji, 2001).
Através desses resultados nota-se que a região sul-sudeste tem uma fauna bentônica
muito rica e diversificada, com um número total de indivíduos expressivo, nas estações
analisadas. Desse total, uma grande maioria dos grupos, pertence à endofauna e, um menor
número, à epifauna, como, por exemplo, os Porifera, Cnidaria, Bryozoa e alguns
Crustacea. Na endofauna estão incluídas também certas formas semi-epifaunais, tais como
Mollusca, Polychaeta, Crustacea e Echinodermata (Levinton, 1995).
É evidente o papel desta fauna nos ciclos biogeoquímicos; na produção de
alimentos e de fármacos (Porifera, por exemplo) com diferentes finalidades.
Esta composição da fauna em grupos ecológicos distintos (epi- e endofauna) pode
determinar fortemente o tipo de alimentação disponível para outros organismos
predadores, pois um dos aspectos mais importantes no estudo do hábito alimentar dos
predadores é o conhecimento do modo de vida e preferência alimentar de suas presas.
Vários trabalhos mostram a importância desta fauna para dieta de crustáceos, moluscos e
peixes demersais e/ou bentônicos (Mills, 1975; Amaral et.al., 1994). De um modo geral, a
maior biomassa é fornecida pelos poliquetas, moluscos, crustáceos e ofiuróides, os quais,
neste estudo, estão entre os grupos mais abundantes.

112
Estudos com espécies de peixes que se alimentam da fauna bentônica, como
Gerreidae, Bothidae, Sciaenidae entre outros de importância comercial, tem revelado que
animais como poliquetas e pequenos bivalves constituem uma das mais importantes fontes
de alimento, cerca de 70% do total ingerido (Amaral & Migotto, 1980; Kawakami &
Amaral, 1983).
A variação da abundância e biomassa bêntica está associada a fatores como o
hidrodinamismo larval, aporte de nutrientes e/ou detritos e também pela distribuição
granulométrica do sedimento. Tais fatores podem modificar desde a composição e
dominância e redução da abundância específica. No caso específico da região sul-sudeste
as maiores abundâncias, assim com a composição da fauna, encontradas no período de
amostragem, refletem a heterogeneidade sedimentar detectada ao norte (Rio de Janeiro) e
uma maior homogeneidade em direção ao sul. Esta maior diversidade de ambientes
propicia um aumento no número de microhabitats e conseqüentemente a possibilidade de
um maior número de espécies encontram ambiente propício para se estabelecerem nessas
áreas (Pires-Vanin, 1993).
Entre os resultados já obtidos com as identificações mais específicas para alguns
táxons, tem se constatado um elevado número de ocorrências e táxons novos (famílias,
gêneros e espécies) e ampliação do limite de profundidade. Considerando os filos Porifera,
Cnidaria, Sipuncula, Mollusca, Annelida, Crustacea, Bryozoa, Brachiopoda,
Echinodermata e Chordata, já foram identificados cerca de 741 táxons.
Este número, obtido com uma análise parcial da coleção de invertebrados
bentônicos, garante uma contribuição inestimável ao conhecimento da diversidade marinha
e atenderá inclusive, às metas do movimento denominado Agenda Sistemática 2000. Cujos
objetivos principais, para os próximos 25 anos, são: 1) descobrir, descrever e catalogar a
diversidade global das espécies; 2) analisar e sintetizar a informação derivada deste esforço
num sistema classificatório previsivo, que reflita a história da vida; e 3) organizar e tornar
os dados obtidos acessíveis e adequados às necessidades da ciência (Systematics Agenda
2000, 1994).
As dificuldades de identificação precisa em nível de espécies são grandes, porém,
sem estudos mais aprofundados de sistemática, aqueles voltados para ecologia de
comunidades e avaliação de impacto ambiental ou o manejo, tornam-se extremamente
comprometidos ou mesmo inviáveis. Exemplo deste fato pode ser constatado quando se
estuda a conveniência da utilização de espécies indicadoras e conclui-se que os organismos
bentônicos são particularmente adequados para trabalhos de monitoramento ambiental.
Assim, em conseqüência disso, é fundamental identificá-los corretamente. Para tanto, é
indispensável a participação dos taxônomos em programas deste porte e, tanto com
enfoque zoológico quanto ecológico, com o devido incentivo e sem divisas políticas.
De um modo geral os resultados mais específicos estão sendo desenvolvidos em
forma de dissertações, teses e/ou artigos, como os já publicados por Mello Filho (1997),
Nucci & Melo (2000), Absalão et. al. (2001), Borges (2001), Campos Junior (2001),
Miyaji (2001), Santos (2001), Wiggers (2001), Borges et. al. (2002), Garrafoni (2002),
Jarmes et. al. (2002), Kowalewski et.al. (2002), Nucci (2002), Rizzo (2002), Brasil (2003),
Quast (2003), Sene-Silva (2003), Rizzo & Amaral (a, b prelo) e Simões et. al. (prelo), além
de uma série de contribuições que estão sendo apresentadas em reuniões científicas e
publicadas em forma de resumos.
Inventários do porte do Programa REVIZEE são imprescindíveis para a
conservação e gestão da biodiversidade, não apenas por serem a base para estudos de
monitoramento dos ecossistemas, mas por permitirem entender, manter e racionalizar seu
uso. No entanto, a biodiversidade dos oceanos vem sendo drasticamente alterada, antes

113
mesmo de ser conhecida. Estima-se que nos oceanos ainda exista uma grande quantidade
de espécies não descritas. Espécies ameaçadas de extinção são também de difícil
percepção, devido conseqüentemente ao pouco conhecimento sobre a distribuição e
biologia populacional da quase totalidade da fauna bentônica.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABSALÃO, R.S., MIYAJI, C. & PIMENTA, A.D. 2001. The genus Brookola Iredale,
1912 (Gastropoda, Trochidae) from Brazil: description of a new species, with notes
on other South America species. Zoosystema 23(4): 675-687.
ALMEIDA, E.M. de 2001. Estrutura da população, crecimento e reprodução de
Maurolicus stehmanni Parin & Kobaliansky, 1993 (Teleostei: Sternoptychidae) na
Zona Econômica Exclusiva do Sul e Sudeste do Brasil. Dissertação de mestrado,
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo.
ALONGI, 1990. The ecology of tropical soft-bottom benthic ecossystems. Oceanogr. Mar.
Biol. Ann. Rev., 28: 381-496.
AMARAL, A.C.Z, NONATO, E.F. & PETTI, M.A.V. 1994. Contribution of the
polychaetous annelids to the diet of some brazilian fishes. Memoires du Museum
National d’Histoire Naturelle – Serie A. Zoologia, Paris, 162: 331-337.
AMARAL, A.C.Z. & MIGOTTO, A.E. 1980. Importância dos anelídeos poliquetos na
alimentação da macrofauna demersal e epibentônica da região de Ubatuba. Boletim
do Instituto Oceanográfico, 29(2): 31-35.
BORGES, M, MONTEIRO, A.M.G & AMARAL, A.C.Z. 2002. Taxonomy of
Ophiuroidea (Echinodermata) from continetal
BORGES, M. 2001. Biodiversidade de Ophiuroidea (echinodermata) da plataforma e
talude continental da costa sul-sudeste brasileira. Dissertação de mestrado, Instituto
de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 150p.
BRASIL, A.C.S. 2003. Filogenia de Magelonidae Cunningham & Ramage, 1888
(Annelida – Polychaeta) com base na morfologia externa. Tese de Doutorado, Setor
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
CAMPOS JÚNIOR, O. 2001. Revisão e filogenia do gênero Palicus Philippi, 1838
(Crustacea: Decapoda: Brachyura: Heterotremata). Tese de doutorado, Instituto de
Biociências, Universidade de São Paulo.
CAPITOLI R.R. & BONILHA, L.E.C. 1991. Relatório final do porjeto talude. (FIPEC -
Fundação Universidade do Rio Grande). Capítulo XI: Comunidades Bentônicas.
Fundação Universidade do Rio Grande, Rio Grande.
ETTER, R.J. & MULLINEAUX, L.S. 2001. Depp-sea communities. In BERTNESS,
M.D., GAINES, S.D. & HAY, M.H. (eds.) Marine community ecology. Sinauer.
550p.
FIGUEIREDO, J.L., SANTOS, A.P. YAMAGUTI, N. BERNARDES, R.A. & ROSSI-
WONGTSCHOWSKI, C.L.B 2002. Peixes da Zona Econômica Exclusiva da região
sudeste-sul do Brasil: levantamento com malha de meia água. São Paulo, Editora da
Universidade de São Paulo.
FIGUEIREDO, A.G. & MADUREIRA, L.S.P. 1999. Programa de Avaliação do Potencial
Sustentável de Recursos vivos na Zona Econômica Exclusiva – REVIZEE -
Relatório Final dos Dados Geológicos. Subcomitê Regional Sul – Área de
Oceanografia Geológica.

114
FIGUEIREDO, A.G. & TESSLER, M.G. 1999. Programa de Avaliação do Potencial
Sustentável de Recursos vivos na Zona Econômica Exclusiva – REVIZEE. Relatório
Final dos Dados Geológicos.
FOLK, R.L., & WARD, W.C. 1957. Brazos River bar, a study in the significance of grain-
size parameters. Journal of Sedimentary Petrology 27 3-27.
GAGE, J.D. & TYLER, P.A. 1991. Deep-sea biology – A natural history of organisms at
deep-sea floor. Cambrigde University Press. 504p.
GARRAFONI, A.R.S. 2002. Análise cladística e catálogo taxonômico da sub-família
Triochobranchinae Malmgren, 1866 (Terebellidae: Polychaeta). Dissertação de
mestrado, Universidade Federal do Paraná.
JARMS, G.; MORANDINI, A.C. & SILVEIRA, F.L. da, 2002a. Methods and experiences
with cultivating polyps and medusae of Coronatae (Cnidaria, Scyphozoa) with a
review of important characters. Helgoland Marine Research, 56(3): 203-210.
JARMS, G.; MORANDINI, A.C. & SILVEIRA, F.L. da, 2002b. Polyps of the families
Atorellidae and Nausithoidae (Scyphozoa: Coronatae) new to the Brazilian fauna.
Biota Neotropica, 2(1): 11p.
KAWAKAMI, E. & AMARAL, A.C.Z. 1983. Importância DOS ANELÍDEOS poliquetos
no regime alimentar de Etropus longimanus Norman, 1983 e Symphurus jenynsi
Evermann Kendal, 1907 (Peixes, Pleuronectiformes). Iheringia Série Zoológica,
Porto Alegre, 62: 47-54.
KOWALEWSKI, M.; SIMÕES, M.G.; CARROLL, M. & RODLAND, D.L., 2002.
Abundant brachiopods on a tropical, upwelling-influenced shelf (Southeast Brazilian
Bight, South Atlantic). Palaios, 17:277-286.
LANA, P.C.; CAMARGO, M.G.; BROGIM, R.A. & ISAAC, V.J. 1996. O Bentos da
Costa Brasileira: avaliação crítica e levantamento bibliográfico. Rio de Janeiro,
FEMAR, 432 p.
LARSONNEUR, C. 1977. La caryographie de’s dépots meubles sur le plateau continental
français: méthode mise du points et utilisée em Manche. J. Redi oceanog, 2: 34-39.
LEVINTON, J.S. 1995. Marine Biology: function, biodiversityu, ecology. Oxford
University Press. 420p.
MELO-FILHO, G.A.S. 1997. O gênero Munida Leach (Crustacea: Decapoda: Galatheidae)
no Atlântico e Mediterrâneo: composição e biogeografia. Tese de Doutorado,
Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
MIGOTO, A.E. & TIAGO, C.G. 1999. In: Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil:
síntese do conhecimento ao final do século XX, 3: Invertebrados Marinhos. (44)
Síntese – São Paulo: FAPESP, 301-310.
MILLS, E.L. 1975. Benthic organisms and the structure of marine ecosystems. J. Fish.
Res. Bd Can., 32: 1657-1663.
MIRANDA, L.B. 1985. Forma do correlação T-S de massas de água das regiões costeira e
oceânica entre o Cabo de São Tomé (RJ) e a Ilha de São Sebastião (SP), Brasil.
Bolm. Inst. Oceanogr., S. Paulo, 33(2): 105-119.
MIYAJI, C. 2001. Gastrópodes prosobrânquios da plataforma continental externa e
talude superior da costa sudeste brasileira. Tese de doutorado. Departamento de
Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico da USP, São Paulo. 128p.
NUCCI, P.R. & MELO, G.A.S. 2000. Range extensions for eight species of Western
Atlantic hermit crabs (Crustacea, Paguroidea). Nauplius, 8(1): 141-147.
NUCCI, P.R. 2002. Taxonomia e biogieografia da superfamília Paguroidea Latreille
(Crustacea: Decapoda: Anomura) no litoral brasileiro. Tese de doutorado, Instituto de
Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

115
PIRES-VANIN, A.M.S. 1993. A macrofauna bêntica da plataforma continental ao largo de
Ubatuba, São Paulo, Brasil. Publicação Especial do Instituto Oceanográfico, São
Paulo, 10: 137-158.
QUAST, M.P. 2003. Moluscos bivalves (Arcoida e Ostreoida) da Região Sudeste do
Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Biologia, Unicamp.
RIZZO, A.E. & AMARAL, A.C.Z. no prelo. A new species of Bathyglycinde (Polychaeta:
Goniadidae) from the south-southeastern Brazilian coast. ONDE
RIZZO, A.E. & AMARAL, A.C.Z. no prelo. Progoniada and Goniadella (Annelida:
Polychaeta: Goniadidae) of the outer shelf and continental slope off the southeastern
coast of Brazil. ONDE
RIZZO, A.E. 2002. Anelídeos poliquetas da plataforma externa e talude continental ao
largo da costa do Estado de São Paulo. Tese de doutorado, Instituto de Biociências,
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
SENE-SILVA, G. 2003. Revisão taxonômica e análise cladística de Owenia (Polychaeta,
Annelida). Dissertação de mestrado, Setor de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Paraná.
SHEPARD, F.P. 1954. Nomenclature based on sand-silt-clay ratios. J. Sed. Petrol., 24:
151-158.
SIMÕES, M.G.; KOWALEWSKI, M.; MELLO, L.H.C.; RODLAND, D.L. & CARROL,
M. (in press) Present-day terebratulid brachiopods from the southern Brazilian shelf:
paleontological and biogeographic implications. Palaeontology.
SUMIDA, P.Y.G. & PIRES-VANIN A.M.S. 1997. Benthic associations of the Shelfbreak
and Upper Slope off Ubatuba-SP, South-eastern Brazil. Estuarine Coastal and Shelf
Science 44: 779-784.
SYSTEMATICS AGENDA 2000, 1994. Systematics Agenda 2000: charting the
biosphere. Nova Iorque: Society of Systematics Biologists, American Society of
Plant Taxonomists, Willi Henning Society, Association of Systematics Collections.
WIGGERS, F. 2003. Moluscos gastrópodes da plataforma continental externa e talude
continental ao largo da Laguna dos Patos – Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação
de mestrado, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
126p, 140 fig.
ZAR, J. H. 1999. Biostatistical analysis. Fourth Edition. Prentice Hall, New Jersey, USA.

116
8. ANEXOS

117
Anexo 1 – Lista dos táxons registrados
FILO PORIFERA Desmacella annexa Schmidt, 1870 (NR)
Desmacella aff. pumilio Schmidt, 1870
CLASSE CALCAREA Bowerbank, 1864 Desmacella sp. 3
ORDEM LEUCOSOLENIDA Hartman, 1958 ESPERIOPSIDAE Hentschel, 1923
GRANTIIDAE Dendy, 1892 Esperiopsis sp.
Grantia sp. HAMACANTHIDAE Gray, 1872
LEUCOSOLENIIDAE Minchin, 1900 Hamacantha sp. 1
Leucosolenia sp. Hamacantha sp. 2
CLASSE DEMOSPONGIAE Sollas, 1885 Hamacantha sp. 3
ORDEM ASTROPHORIDA Sollas, 1888 LATRUNCULIIDAE Topsent, 1922
ANCORINIDAE Schmidt, 1870 Sceptrella sp. (NR)
Jaspis sp. MICROCIONIDAE Carter, 1875
Stelletta sp. Clathria (Clathria) sp.
GEODIIDAE Gray, 1867 MYXILLIDAE Dendy, 1922
Erylus diminutus Mothes, Lerner & Silva, Myxilla (Ectyomyxilla) tenuissima (Thiele,
1999 1905) (NR)
Erylus soesti Mothes & Lerner, 2001 RASPAILIIDAE Hentschel, 1923
Geodia sp. Aulospongus sp. (NR)
PACHASTRELLIDAE Carter, 1875 Raspaciona sp. (NR)
Pachastrella monilifera Schmidt, 1868 Raspailia (Parasyringella) sp. (NR)
Poecillastra sollasi Topsent, 1904 (NR) Raspailia (Raspaxilla) phakellina (Topsent,
Vulcanella sp. 1913) (NR)
THROMBIDAE Sollas, 1888 RHABDEREMIIDAE Topsent, 1928
Thrombus sp. (NR) Rhabderemia uruguaiensis Van Soest &
ORDEM SPIROPHORIDA Bergquist & Hogg, Hooper, 1993 (NR)
1969 Rhabderemia aff. africana Van Soest &
TETILLIDAE Sollas, 1886 Hooper, 1993 (NR)
Cinachyra sp. (NR)
ORDEM LITHISTIDA Schmidt, 1870
Lithistida sp. 1 FILO CNIDARIA
SIPHONIDIIDAE Lendenfeld, 1903
Gastrophanella sp. CLASSE HYDROZOA
ORDEM HADROMERIDA Topsent, 1894 SUBCLASSE ANTHOMEDUSAE
CLIONAIDAE d´Orbigny, 1851 ORDEM FILIFERA
Cliona sp. EUDENDRIIDAE L. Agassiz, 1862
POLYMASTIIDAE Gray, 1867 Eudendrium sp.
Polymastia sp. HYDRACTINIIDAE L. Agassiz, 1862
TETHYIDAE Gray, 1848 STYLASTERIDAE Gray, 1847
Halicometes minuta Sara & De Rosa SUBCLASSE LEPTOMEDUSAE
Barbosa, 1995 ORDEM CONICA
TIMEIDAE Topsent, 1928 CAMPANULINIDAE Hincks, 1868
Timea sp. LAFOEIDAE A. Agassiz, 1865
ORDEM HALICHONDRIDA Gray, 1867 Acryptolaria sp.
BUBARIDAE Topsent, 1894 Filellum serratum (Clarke, 1879)
Bubaris sp. (NR) Lafoea sp.
AXINELLIDAE Carter, 1875 Zygophylax sp.
cf. Axinella sp. HALECIIDAE Hincks, 1868
cf. Dragmacidon sp. SERTULARIIDAE Lamouroux, 1812
HALICHONDRIIDAE Gray, 1867 Sertularella sp.
Halichondria sp. Sertularella conica Allman, 1877
Topsentia sp. Symplectoscyphus sp.
ORDEM HAPLOSCLERIDA Topsent, 1928 HALOPTERIDIDAE Millard, 1962
CHALINIDAE Gray, 1867 ORDEM PROBOSCOIDA
Haliclona (Gellius) sp. (NR) CAMPANULARIIDAE Johnston, 1813
PHLOEODICTYIDAE Carter, 1882 Clytia sp.
Pachypellina sp. (NR)
ORDEM POECILOSCLERIDA Topsent, 1928 CLASSE SCYPHOZOA
COELOSPHAERIDAE Dendy, 1922 ORDEM CORONATE
Forcepia sp. ATORELLIDAE VANHÖFFEN, 1902
Lissodendoryx (Lissodendoryx) sp. Atorella spp. (duas formas)
CRELLIDAE Dendy, 1922 NAUSITHOIDAE HAECKEL, 1880
Crella (Yvesia) sp. (NR) Nausithoe spp. (duas formas)
DESMACELLIDAE Ridley & Dendy, 1886
Cranopsis billsae (Perez Farfante, 1947)
CLASSE ANTHOZOA Cranopsis granulata (Seguenza, 1862)
SUBCLASSE OCTOCORALLIA Emarginula sp.
ORDEM GORGONACEA SCISSURELLIDAE Gray, 1847
ISIDIDAE Lamouroux, 1812 Anatoma spp.
Acanella sp. Sinezona brasiliensis Mattar, 1987
ELLISELLIDAE Gray, 1859 HALIOTIDAE Rafinesque, 1815
Riisea sp. Haliotis aurantium Simone, 1998
SUBCLASSE HEXACORALLIA TROCHIDAE Rafinesque, 1815
ORDEM SCLERACTINIA Tegula sp.
OCULINIDAE Gray, 1900 Euchelus hummelincki Moolenbeek &
Madrepora sp. Faber, 1989
CARYOPHYLLIIDAE Dana, 1846 Dentistyla cf. dentifera (Dall, 1889)
Deltocyathus calcar Pourtalès, 1874 Mirachelus clinocnemus Quinn, 1979
Deltocyathus eccentricus Cairns, 1979 Brookula conica (Watson, 1886)
Deltocyathus italicus (Michelotti, 1838) Brookula pfefferi Powell, 1951
Deltocyathus sp. Brookula spinulata Absalão, Miyaji &
Trochocyatus sp. Pimenta, 2001
Dasmosmilia variegatta (Pourtalès, 1871) Calliostoma rota Quinn, 1992
Caryophyllia ambrosia caribeana Cairns, Calliostoma dnopherum (Watson, 1879)
1979 Solariella carvalhoi Lopes & Cardoso, 1958
Caryophyllia sp. Solariella lubrica (Dall, 1881)
Tethocyatus sp. Halistylus columna Dall, 1890
POCILLOPORIDAE Gray, 1840 SEGUENZIIDAE Verrill, 1884
Madracis sp. Seguenzia hapala Woodring, 1928
FAVIIDAE Gregory, 1900 Ancistrobasis sp.
Cladora debilis Milne Edwards & Haime, SKENEIDAE Clarke, 1851
1849 Parviturbo weberi Pilsbry & McGinty, 1945
FUNGIACYATHIDAE Chevalier & Beauvais, 1987 Parviturbo sp.
Fungiacyathus crispus (Pourtalès, 1871) TURBINIDAE Rafinesque, 1815
Fungiacyathus sp. Arene bairdii (Dall, 1889)
FLABELLIDAE Burner, 1905 Arene variabilis (Dall, 1889)
Javania cailleti (Duchassaing & Michelotti, Arene tricarinata (Stearns, 1872)
1864) Homalopoma linnei (Dall, 1889)
GUYNIIDAE Hickson, 1910 Eugabrielona sulcifera (Robertson, 1973)
Schyzocyathus fissilis Pourtalès, 1874 TURRITELLIDAE Clarke-Woodward, 1851
Schyzocyathus sp. Turritella hookeri Reeve, 1849
Turritellopsis cf. marplatensis Castellanos &
Landoni, 1987
FILO SIPUNCULA Turritellopsis spp.
TRIPHORIDAE Gray, 1847
CLASSE SIPUNCULIDEA Inella sp.
ORDEM GOLFINGIIORMES Metaxia sp.
GOLFINGIIDAE Stephen & Edmonds, 1972 CERITHIOPSIDAE H. & A. Adams, 1853
Nephasoma sp. 2 Seila adamsi (H. Lea, 1845)
Nephasoma sp. 3 EPITONIIDAE Berry, 1910
PHASCOLIONIDAE E. Cutler & Gibbs, 1985 Epitonium sp.
Phascolion hedraeum Epitonium candeanum d’Orbigny 1842
Phascolion collare Epitonium novangliae Couthouy, 1838
CLASSE PHASCOLOSOMATIDEA Epitonium celesti (Aradas, 1854)
ORDEM PHASCOLOSOMATIFORMES Epitonium fractum Dall, 1927
PHASCOLOSOMATIDAE Stephen & Edmonds, 1972 Epitonium multistriatum (Say, 1826)
Apiosoma misakianum Epitonium tenuistriatum (d’Orbigny,1840)
Apiosoma sp. 1 Epitonium polacia (Dall, 1889)
ORDEM ASPIDOSIPHONIFORMES Depressiscala nitidella (Dall, 1889)
ASPIDOSIPHONIDAE Baird, 1868 Depressiscala nautlae (Mörch, 1875)
Aspidosiphon mexicanus Cylindriscala cf. andrewsi (Verrill, 1882)
Aspidosiphon gosnoldi Opalia spp.
Aspidosiphon leavis Opalia cf. pumilio (Mörch, 1874)
Aspidosiphon sp. 1 Opalia cf. morchiana
Opalia eolis Clench & Turner, 1950
Opalia abbotti Clench & Turner, 1952
FILO MOLLUSCA Eccliseogyra cf. sericea Bouchet & Warén,
CLASSE GASTROPODA 1986
Opaliopsis cf. atlantis (Clench & Turner,
FISSURELLIDAE Fleming, 1822 1952)
Opaliopsis sp. Astyris sp.
Narrimania azelotes (Dall, 1927) Parvanachis cf. obesa (C. B. Adams, 1845)
Narrimania cf. concinna (Sykes, 1925) Metula agassizi Clench & Aguayo, 1941
EULIMIDAE Philippi, 1853 COSTELARIIDAE MacDonald, 1860
Niso aeglees Bush, 1885 Vexillum sp.
Eulima spp. Thala crassa (Simone, 1995)
RISSOIDAE Gray, 1847 MARGINELLIDAE Fleming, 1828
Alvania spp. Dentimargo cf. janeiroensis (E. A. Smith,
Alvania valeriae Absalão, 1993 1915)
Alvania faberi de Jong & Coomans, 1988 Eratoidea sp.
Benthonellania xantias (Watson, 1886) Prunum fulminatum (Kiener, 1841)
ASSIMINEIDAE H. & A. Adams, 1856 Prunum martini (Petit, 1853)
Assiminea succinea (Pfeiffer, 1840) Prunum rubens (Martens, 1881)
BARLEEIDAE Gray, 1847 Prunum sp.
CAECIDAE Gray, 1850 Volvarina spp.
Caecum eliezeri Absalão, 1997 Volvarina pontesi Rios & Leal, 1993
VITRINELLIDAE Bush, 1897 CYSTICIDAE Stimpson, 1865
Pseudorotella incertum Pilsbry & McGinty, Persicula cf. sagitatta (Hinds, 1844)
1945 Persicula sp.
TORNIDAE Sacco, 1896 Granulina cf. clandestinella Bavay, 1908
Macromphalina sp. MITRIDAE Swainson, 1831
VANIKORIDAE Gray, 1840 Cancilla larranagai (Carcelles, 1947)
CALYPTRAEIDAE Lamarck, 1809 OLIVIDAE Latreille, 1825
Calyptraea centralis (Conrad, 1841) Eburna dimidiata (Sowerby, 1850)
Crepidula aculeata (Gmelin, 1791) Olivella spp.
HALOCERATIDAE Warén & Bouchet, 1991 VOLUTIDAE Rafinesque, 1815
Haloceras trichotropoides Warén & Nanomelon viperinum Leal & Bouchet, 1989
Bouchet, 1991 Minicymbiola corderoi (Carcelles, 1953)
CAPULIDAE Fleming, 1822 CANCELLARIIDAE Forbes & Hanley, 1853
Capulus sp. Axelella brasiliensis Verhecken, 1991
TRIVIIDAE Troschel, 1863 CONIDAE Rafinesque, 1815
Trivia candidula (Gaskoin, 1836) Conus villepinii Fischer & Bernardi, 1857
OVULIDAE Fleming, 1822 Conus mazei Deshayes, 1874
Cyphoma intermedium (Sowerby, 1828) TURRIDAE Swainson, 1840
Simnia acicularis (Lamarck, 1810) Brachytoma rioensis (E. A. Smith, 1915)
NATICIDAE Guilding, 1834 Drilliola loprestiana (Calcara, 1841)
Polinices lacteus (Guilding, 1833) Leptadrillia cookei (E. A. Smith, 1915)
Natica sp. Leptadrillia spp.
BURSIDAE Thiele, 1925 Spirotropis spp.
Bursa ranelloides tenuisculpta Spirotropis stirophora (Watson, 1881)
(Dautzenberg & Fischer, 1906) Sediliopsis riosi Tippett, 1995
MURICIDAE Rafinesque, 1815 Gemmula spp.
Siratus tenuivaricosus (Dautzenberg, 1927) Cochlespira elongata Simone, 1999
Trachypollia sp. Ancistrosyrinx cf. clytotropis (Sykes, 1906)
Orania grayi (Dall, 1889) Fusiturricula maesae Rios, 1985
Typhis belcheri Broderip. 1833 Fusiturricula spp.
Siphonochelus riosi (Bertsch & D’Attilio, Stenodrillia horrenda (Watson, 1886)
1980) Carinodrillia braziliensis (E. A. Smith, 1915)
Stramonita sp. Lioglyphostoma hendersoni (Batsch, 1934)
Coronium coronatum (Penna-Neme & Cordieria sp.
Leme, 1978) Taranis malmii (Dall, 1889)
CORALLIOPHILIDAE Chenu, 1859 Mitrolumna biplicata (Dall, 1889)
Coralliophila cf. squamosa (Bivona, 1838) Mitrolumna sp.
Babelomurex dalli Emerson & D’Attilio, 1963 Glyphostoma epicasta Bartsch, 1934
FASCIOLARIIDAE Gray, 1853 Nannodiella vespuciana (d’Orbigny, 1842)
Fusinus frengueli (Carcelles, 1953) Benthomangelia sp.
BUCCINIDAE Rafinesque, 1815 Ithycythara cymella (Dall, 1889)
Belomitra pourtalesii (Dall, 1881) Ithycythara spp.
NASSARIIDAE Iredale, 1916 Kurtziella serga (Dall, 1881)
Nassarius spp. Daphnella corbicula Dall,1889
COLUMBELLIDAE Swainson, 1840 Daphnella cf. eugrammata Dall, 1902
Aesopus stearnsii (Tryon, 1883) Daphnella cf. retifera Dall, 1889
Aesopus obesus (Hinds, 1844) Daphnella spp.
Amphissa acuminata (E. A. Smith, 1915) Eubela limacina (Dall, 1881)
Amphissa cancellata (Castellanos, 1982) Pleurotomella aguayoi (Carcelles, 1953)
Amphissa sp.
Pleurotomella benedicti Verrill & Smith in Abra sp. 1
Verrill, 1884 SUPERFAMÍLIA PHILOBRYOIDEA
Pleurotomella bureaui (Dautzenberg & PHILOBRYIDAE Bernard, 1897
Fischer, 1897) Cosa brasiliensis Klappenbach, 1966
Pleurotomella gibbera (Jeffreys ms) ORDEM MYTILOIDA
Bouchet & Warén, 1980 SUPERFAMÍLIA MYTILOIDEA
Pleurotomella spp. MYTILIDAE Rafinesque, 1815
Pleurotomella cf. demosia ORDEM PTERIOIDA
Neopleurotomoides callembryon SUPERFAMÍLIA PTERIOIDEA
(Dautzenberg & Fischer, 1896) MALLEIDAE Lamarck, 1819
Gymnobela extensa Dall, 1881 ORDEM LIMOIDA
Gymnobela sp. SUPERFAMÍLIA LIMOIDEA
Gymnobela blakeana Dall, 1881 LIMIDAE Rafinesque, 1815
Rimosodaphnella morra (Dall, 1881) ORDEM OSTREOIDA
TEREBRIDAE Mörch,1852 SUPERFAMÍLIA PECTINOIDEA
Terebra crassireticula Simone, 1999 PECTINIDAE Rafinesque, 1815
Leptopecten ?
PROPEAMUSSIIDAE Abbott, 1954
CLASSE BIVALVIA Cyclopecten nanus Verril & Busch, 1897
SUBCLASSE PROTOBRANCHIA Cyclopecten subimbrifer Verril & Busch,
ORDEM SOLEMYOIDA 1897
SUPERFAMILIA SOLEMYOIDEA Parvamussium pourtalesianum (Dall, 1886)
SOLEMYIDAE Gray, 1840 Parvamussium sp. 1
SUPERFAMILIA NUCINELLOIDEA
NUCINELLIDAE Wood, 1851
ORDEM NUCULOIDA CLASSES GASTROPODA & BIVALVIA – Rio
SUPERFAMÍLIA NUCULOIDEA Grande do Sul
NUCULIDAE Gray, 1824
SUPERFAMÍLIA NUCULONOIDEA GASTROPODA
NUCULANIDAE Adams & Adams, 1858 PROSOBRANCHIA
SUBCLASSE PTERIOMORPHA Archeogastropoda
ORDEM ARCOIDA COCCULINIDAE DALL, 1882
SUPERFAMÍLIA ARCOIDEA Cocculinidae sp. 1
ARCIDAE Lamarck, 1809 TROCHIDAE Rafinesque, 1815
Bathyarca pectunculoides (Scacchi, 1834) Brookula conica (Watson, 1886)
SUPERFAMÍLIA LIMOPSOIDEA Calliostoma echinatum Dall, 1881
LIMOPSIDAE Dall, 1895 Calliostoma jucundum (Gould, 1849)
Limopsis aurita (Brocchi, 1814) Halistylus colomna (Dall, 1890)
Limopsis davinae Esteves, 1894 Solariela carvalhoi Lopes & Cardoso,1958
Limopsis minuta (Philippi, 1836) TURBINIDAE Rafinesque, 1815
SUPERFAMÍLIA GLYCYMERIDOIDEA Arene microforis (Dall, 1889)
GLYCYMERIDIDAE Newton, 1822 HYDROBIIDAE Troschell, 1857
Gycymeris pectinata (Gmelin, 1791) Heleobia australis (Orbigny, 1835)
RISSOIDAE Gray, 1847
SUBCLASSE HETERODONTA Alvania sp.
ORDEM VENEROIDA BARLEEIDAE Gray, 1857
SUPERFAMÍLIA LUCINOIDEA Barleeia rubrooperculata (Castellanos,
LUCINIDAE Fleming, 1828 1972)
Mrytea leans (Verril & Smith, 1880) CAECIDAE Gray, 1850
THYSARIDAE Dall, 1901 Caecum achinorum (Folin, 1867)
UNGULINIDAE Adams & Adams, 1857 Caecum massambabensis Absalão,1994
SUPERFAMÍLIA CARDITOIDEA Caecum sp.
CARDITIDAE Fleming, 1820 VITRINELLIDAE Bush, 1897
Cyclocardia moniliata (Dall, 1902) Vitrinellidae sp. 1
Cyclocardia sp. 1 TURRITELLIDAE Clarke-Woodward, 1851
Carditamera sp. 1 Turritella hookeri Reeve, 1849
Carditamera sp. 2 CALYPTRAEIDAE LAMARCK, 1809
SUPERFAMÍLIA CRASSATELLOIDEA Crepidula aculeata (Gmelin, 1791)
CRASSATELIDAE Ferussac, 1822 Crepidula plana Say, 1822
SUPERFAMÍLIA CARDIOIDEA ATLANTIDAE, Wiegmann & Ruthe, 1832
CARDIIDAE Lamarck, 1809 Atlanta peroni Lesueur, 1817
Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758) NATICIDAE Guilding, 1834
SUPERFAMÍLIA TELLINOIDEA Natica aff. isabelliana Orbigny,1840
TELLINIDAE Blainville, 1814 Natica pusilla Say, 1822
SEMELIDAE Stoliczka, 1870 Natica sp.
Abra brasiliana E. A. Smith, 1885 Polinices lacteus (Guilding, 1833)
TONNIDAE Suter, 1913 Stenodrillia goundlachi (Dall & Simpson,
Tonna sp. 1901)
RANELLIDAE Gray,1854 TEREBRIDAE Mörch,1852
Cymathiun aff. parthenopeum (von Salis, Terebra brasiliensis E. A. Smith, 1873
1793) HETEROBRANCHIA
CERITHIOSPIDAE H. & A. Adams, 1853 Heterostropha
Cerithiopsis sp. ARCHITECTONICIDAE Gray, 1840
TRIPHORIDAE GRAY, 1847 Acutitectonica (?)
Triphora sp. Heliacus bisulcatus (Orbigny, 1842)
EPITONIIDAE Berry, 1910 Pseudomalaxis nobilis (Verril, 1885)
Epitonium aff. albidum (Orbigny, 1842) MATHILDIDAE Dall, 1889
Epitonium unifasciatum (Sowerby, 1844) Mathilda aff. scitula Dall, 1889
Epitonium tenuistriatum (Orbigny,1840) PYRAMIDELLIDAE Gray, 1840
Cylindriscala andrewsii (Verril,1882) Chrysallida sp
EULIMIDAE Philippi, 1853 Odostomia sp.
Eulima mulata Rios & Absalão, 1990. Pyramidella aff. crenulata (Holmes, 1859)
Eulima aff. hypsela Verril & Bush, 1900 Pyramidela sp.
Melanella conoidea (Kurtz & Stimpson, Turbonilla aff. abrupta Bush, 1899
1851) Turbonilla aff. pusilla (C. B. Adams, 1850)
Niso aeglees Bush, 1885 Turbonilla sp. 1
Neogastropoda Turbonilla sp. 2
MURICIDAE Rafinesque, 1815 Turbonilla sp. 3
Siphonochelus riosi (Bertsch & D’ Attilio, Turbonilla sp. 4
1980) Turbonilla sp. 5
Trachypollia turricula. (Von Maltzan, 1884) OPISTHOBRANCHIA
CORALLIOPHILIDAE Chenu, 1859 Caephalaspidae
Latiaxis dalli Emesron & D’Áttilio, 1965 ACTEONIDAE Orbigny, 1842
COLUMBELLIDAE Swainson, 1840 Acteon pelecais Macus, 1981
Amphissa acuminata (E. A. Smith, 1915) Acteon sp.
Amphissa cancellata (Castellanos, 1979) Mysouffa cumingii (A. Adams, 1854)
Amphissa sp. CYLICHNIDAE H. & A. Adams, 1854
Anachis sparsa (Reeve, 1859) Acteocina candei (Orbigny, 1841)
NASSARIIDAE Iredale, 1916 Cylichna crispula Watson, 1883
Nassarius scissuratus (Dall, 1889) Cylichna discus Watson, 1883
OLIVIDAE Latreille, 1825 Cylichna verrillii Dall, 1889
Ancilla dimidiata (Sowerby, 1850) Scaphander sp.
Olivella formicacorsii Klappenbach, 1962 RETUSIDAE Thiele, 1926
Olivella orejasmirandai Klappenbach, 1986 Pyrunculus caelatus (Bush, 1885)
MARGINELLIDAE Fleming, 1828 Volvulella persimilis (Morch, 1875)
Dentimargo janeiroensis (E.A. Smith, 1915) Thecostomata
Granulina ovuliformis (Orbigny, 1841) CAVOLINIIDAE Fisher, 1883
Prunum martini (Petit, 1853) Cavolinia inflexa (Lesuer, 1813)
MITRIDAE Swainson, 1831 Cavolinia longirostris (Blainville, 1821)
Cancilla larranagai (Carcelles, 1947) Cavolinia uncinata (Rang, 1829)
CANCELLARIIDAE Forbes & Hanley, 1853 Clio piramidata Linné, 1767
Axelella brasiliensis Verhecken, 1991 Creseis virgula Rang, 1828
CONIDAE Rafinesque, 1815 Cuverina columnella (Rang, 1827)
Conus clerii Reeve, 1844 Diacria trispinosa (Blainville, 1821)
TURRIDAE Swainson, 1840 Styliola subula (Quoy & Gaimard, 1827)
Brachytoma rioensis (E. A. Smith, 1915)
Daphnella retifera Dall, 1889
Daphnella sp. BIVALVIA
Drilliola loprestiana (Calcara, 1841)
Fusiturricula lavinoides limoensis (Olsson, SUBCLASSE PROTOBRANCHIA
1922) PROTOBRANCHIA
Ithycythara lanceolata (C. B. Adams, 1850) NUCULOIDA
Kurtziella serga (Dall, 1881) NUCULIDAE Gray, 1824
Mitrolumna biplicata (Dall, 1889) Nucula semiornata Orbigny, 1846
Nannodiella vespuciana (Orbigny, 1842) Nucula puelcha Orbigny, 1846
Pleurotomella aguayoi (Carcelles, 1953) Nucula sp.
Pleurotomella cala (Watson, 1886) NUCULANIDAE Adams & Adams, 1858
Veprecula morra (Dall, 1881) Nuculana larranagai Klappenbach &
Spirotropis aff. lithocolleta (Watson, 1881) Scarabino, 1968
Spirotropis stirophora (Watson, 1881) Nuculana fortiana Esteves, 1984
Splendrillia carolinae (Bartsch, 1934) Nuculidae sp. 1
PTERIOMORPHA Psammobiidae sp. 1
ARCOIDA DONACIDAE Fleming, 1826
NOETIDAE Stewart, 1930 Donax hanleyanus Philippi, 1842
Arcopsis adamsi (Dall, 1886) VESICOMYIDAE Dall & Simpson, 1901
LIMOPSIDAE Dall, 1895 Vesicomya albida (Dall, 1889)
Limopsis janeiroensis E. A. Smith, 1915 VENERIDAE Rafinesque, 1815
MYTILOIDA Pitar sp.
MYTILIDAE Rafinesque, 1815 Veneridae sp. 1
Brachidontes rodriguezi (Orbigny, 1846) MYOIDA
Crenella divaricata (Orbigny, 1846) MYIDAE Lamarck, 1809
Musculus sp. Myidae sp. 1
Mytilidae sp. 1 CORBULIDAE Lamarck, 1818
Mytilidae sp. 2 Corbula sp. 1
PTERIOIDA Corbula sp. 2
PTERIIDAE Gray, 1847 Corbula sp. 3
Pteria hirundo (Linnaeus, 1758) Corbula sp. 4
PINNIDAE Leach, 1819 ERODONIDAE Winckworth, 1932
Pinnidae sp. 1 Erodona mactroides Bosc, 1802
LIMOIDA HIATELLIDAE Gray, 1824
LIMIDAE Rafinesque, 1815 Hiatellidae sp. 1
Limatula pygmaea (Philippi, 1845) Hiatellidae sp. 2
OSTREOIDA PHOLADINA
OSTREIDAE Rafinesque, 1815 PHOLADIDAE Lamarck, 1809
Ostreidae sp. 1 Subfamília Pholadinae sp. 1
PECTINIDAE Rafinesque, 1815 Subfamília Pholadinae sp. 2
Chlamys sp. ANOMALODESMATA
Leptopecten bavayi (Dautzenberg, 1900) PHOLADOMYOIDA
Cyclopecten sp. PANDORIDAE Rafinesquel, 1815
PROPEAMUSSIIDAE Abbott, 1954 Pandora sp.
Propeamussium pourtalesianum (Dall, POROMYIDAE Dall, 1886
1886) Poromya cymata Dall, 1889
HETERODONTA Poromya granulata (Nyst & Westendorp,
VENEROIDA 1839)
LUCINIDAE Fleming, 1828 CUSPIDARIIDAE Dall, 1886
Lucina sp. Cardiomya cleryana (Orbigny, 1846)
Myrtea aff. lens (Verril & Smith, 1880) Cardiomya sp.
Lucinidae sp. 1 VERTICORDIIDAE Stoliczka, 1871
THYASIRIDAE Dall, 1901 Verticoidia ornata (Orbigny, 1842)
Thyasira croulinensis Jeffreys, 1874 Verticoidia fisheriana Dall, 1881
Thyasira trisinuata Orbigny, 1842
Thyasira sp.
UNGULINIDAE Adams & Adams, 1857 CLASSES CEPHALOPODA,
Diplodonta sp. POLYPLACOPHORA & SOLENOGASTRES
CARDITIDAE Fleming, 1820
Carditamera plata (Ihering, 1907) CLASSE CEPHALOPODA
Cyclocardia moniliata (Dall, 1902) SEPIOLIDAE Leach, 1817
Carditiidae sp. 1 Semirossia tenera (Steenstrup, 1887)
CRASSATELIDAE Ferussac, 1822 LOLIGINIDAE Steenstrup, 1861
Crassinella lunata (Conrad, 1834) Lolliguncula brevis (Blainville, 1823)
Crassinella martinicensis (Orbigny, 1842) CLASSE POLYPLACOPHORA
CARDIIDAE Lamarck, 1809 ACANTHOCHITONIDAE Pilsbry, 1893
Trachycardium sp. Acanthochitona (?) sp.
MACTRIDAE Lamarck, 1809 CLASSE SOLENOGASTRES
Mactra sp. NEOMENIIDAE Ihering, 1876
Mactridae sp. 1 Proneomenia (?) sp.
Mactridae sp. 2
Mactridae sp. 3
TELLINIDAE Blainville, 1814 FILO ANNELIDA
Tellina sp. 1
Tellina sp. 2 CLASSE POLYCHAETA
Tellina sp. 3 SCOLECIDA
Strigilla sp. ARENICOLIDAE Johnston, 1835
Tellinidae sp. 1 CAPITELLIDAE Grube, 1862
SEMELIDAE Stoliczka, 1870 Dasybranchus sp.
Semelidae sp. 1 Mediomastus sp.
PSAMMOBIIDAE Fleming, 1828
Neomediomastus sp. PARALACYDONIIDAE Pettibone (1963)
Notomastus sp. Paralacydonia paradoxa Fauvel, 1913
Paraleiocapitella sp. PHYLLODOCIDAE Örsted, 1843
COSSURIDAE Day, 1963 SPHAERODORIDAE Malmgren, 1867
MALDANIDAE Malmgren, 1867 AMPHINOMIDAE Lamarck, 1818
OPHELIIDAE Malmgren, 1867 EUPHROSINIDAE Williams, 1851
ORBINIIDAE Hartman, 1942 DORVILLEIDAE Chamberlim, 1919
Haploscoloplos sp. EUNICIDAE Berthold, 1827
Naineris sp. LUMBRINERIDAE Schmarda, 1861
Phylo sp. OENONIDAE Kinberg, 1865
Scolaricia sp. ONUPHIDAE Kinberg, 1865
Scoloplos sp. Anchinothria sp.
Scoloplos (Leodamas) sp. Brevibrachium sp.
PARAONIDAE Cerruti, 1909 Diopatra sp. 1
Aedicira sp. Diopatra sp. 2
Aricidea sp. Diopatra sp. 3
Cirrophorus sp. Diopatra tridentata Hartman, 1944
Paradoneis sp. Hyalinoecia sp. 1
Paraonis sp. Kinbergonuphis sp. 1
SCALIBREGMATIDAE Malmgren, 1867 Kinbergonuphis sp. 2
PALPATA - ACICULATA Kinbergonuphis sp. 3
APHRODITIDAE Malmgren, 1867 Kinbergonuphis sp. 4
EULEPETHIDAE Chamberlim, 1919 Kinbergonuphis sp. 5
POLYNOIDAE Malmgren, 1867 Mooreonuphis nebulosa (Moore, 1911)
POLYODONTIDAE Buchanan, 1894 Mooreonuphis sp. 1
PHOLOIDAE Kinberg, 1858 Mooreonuphis sp. 2
SIGALIONIDAE Kinberg, 1856 Nothria sp. 1
PISIONIDAE Ehlers, 1901 Nothria sp. 2
Ephesiopsis guayanae Hartman & Fauchald, Nothria sp. 3
1971 Nothria sp. 4
PISIONIDAE sp. 1 Paradiopatra sp.
CHRYSOPETALIDAE Ehlers, 1864 Rhamphobrachium sp.
HESIONIDAE Grube, 1850 PALPATA - CANALIPALPATA
NEREIDIDAE Johnston, 1865 OWENIIDAE Rioja, 1917
Micronereides capensis Day, 1963 SABELLARIIDAE Johnston, 1865
Nereididae sp. 1 SABELLIDAE Latreille, 1825
Nereididae sp. 2 Chone sp.
Nereis sp. Euchone sp.
Nereis sp. 1 Potamethus singularis Hartman, 1965
Nereis sp. 2 Pseudopotamilla reniformes (Bruguière,
Nicon sp. 1789)
PILARGIDAE Saint-Joseph, 1899 Pseudopotamilla sp. 1
SYLLIDAE Grube, 1850 Sabellidae sp. 1
Sphaerosyllis (Sphaerosyllis.) sp. Sabellidae sp. 2
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) isabelae SERPULIDAE Latreille, 1825
Nogueira, San-Martín & Amaral, 2001 Ficopomatus sp.
Sphaerosyllis (Prosphaerosyllis) sp. Hydroides plateni (Kinberg, 1867)
Exogone sp. Placostegus sp.
GLYCERIDAE Grube, 1850 Pseudovermilia occidentalis (McIntosh,
Glycera brevicirris Grube, 1870 1885)
Glycera lapidum Quatrefages, 1865 Pseudovermilia sp. 1
Glycera oxycephala Ehlers, 1887 CIRRATULIDAE Ryckholdt, 1851
GONIADIDAE Kinberg, 1866 CTENODRILIDAE Kennel, 1882
Bathyglycinde sp. FAUVELIOPSIDAE Hartman, 1971
Glycinde nordmanni Malmgren, 1865 Fauveliopsis cf. olgae Hartmann-Schröder,
Glycinde picta Berkeley, 1927 1983
Goniada sp. Fauveliopsis fauchaldi Katzmann &
Goniada brunnea Treadwell, 1906 Laubier, 1974
Goniada littorea Hartman, 1950 Fauveliopsis sp.
Goniada maculata Örsted, 1843 FLABELLIGERIDAE Saint-Joseph, 1894
Goniada teres Treadwell, 1931 STERNASPIDAE Carus, 1863
Goniada vorax (Kinberg, 1866) AMPHARETIDAE Malmgren, 1866
Goniadella sp. PECTINARIIDAE Quatrefages, 1866
Ophioglycera cf. eximia (Ehlers, 1901) TEREBELLIDAE Grube, 1850
Progoniada regularis Hartman, 1965 Terebellides sp.
NEPHTYIDAE Grube, 1850 TRICHOBRANCHIDAE Malmgren, 1866
CHAETOPTERIDAE Audoin & Milne-Edwards, 1833 Palicus sica (A. Milne Edwards, 1880)
MAGELONIDAE Cunningham & Ramage, 1888 Palicus sp.
Magelona variolamellata Bolivar & Lana, GERYONIDAE Colosi, 1924
1986 Chaceon ramosae Manning, Tavares &
Magelona sp. 1 Albuquerque, 1989
Magelona sp. 2 XANTHIDAE MacLeay, 1838
Magelona sp. 3 Micropanope nuttingi (Rathbun, 1898)
HETEROSPIONIDAE Hartman, 1963 Tetraxanthus rathbuni Chace, 1939
POECILOCHAETIDAE Hannerz, 1956 MAJIDAE Samouelle, 1819
Poecilochaetus sp. Euprognatha acuta A. Milne Edwards, 1880
Poecilochaetus sp. 1 Microlissa brasiliensis (Rathbun, 1923)
Poecilochaetus sp. 2 Rochinia gracilipes A. Milne Edwards, 1875
Poecilochaetus sp. 3 Stenocionops furcata (Oliver, 1791)
SPIONIDAE Grube, 1850 Stenocionops spinosissima (Saussure,
Aonides sp. 1857)
Dipolydora sp. Stenocionops spinimana (Rathbun, 1892)
Laonice cirrata (Sars, 1851) PARTHENOPIDAE MacLeay, 1838
Laonice sp. Parthenope (Platylambrus) fraterculus
Malacocerus indicus (Fauvel, 1928) (Stimpson, 1871)
Minuspio sp. INFRAORDEM PALINURA
Paraprionospio pinnata (Ehlers, 1901) SCYLLARIDAE Latreilli, 1825
Polydora sp. Scyllarides deceptor Holthuis, 1963
Prionospio dubia Day, 1961 INFRAORDEM ASTACIDEA
Prionospio (Minuspio) cirrifera Wirén, 1883 NEPHROPIDAE Dana, 1852
Prionospio steenstrupi Malmgren, 1867 Nephropsis aculeata Smith, 1881
Scolelepis texana Foster, 1971 Metanephrops rubellus (Moreira, 1903)
Spiophanes berkeleyorun Pettibone, 1962 INFRAORDEM ANOMURA
Spiophanes bombyx (Claparède, 1870) CHIROSTYLIDAE Ortmann, 1892
Spiophanes duplex (Chamberlin, 1919) Munidops sp.
Spiophanes kroeyeri Grube, 1860 Uroptychus nitidus (A. Milne Edwards,
Spiophanes sp. 1880)
GALATHEIDAE Samouelle, 1819
Munida iris A. Milne Edwards, 1880
Minida longipes A. Milne Edwards, 1880
FILO ARTHROPODA Munida forceps A. Milne Edwards, 1880
SUB-FILO CRUSTACEA Munida flinti Benedict, 1902
Munida irrasa A. Milne Edwards, 1880
ORDEM DECAPODA Munida constricta A. Milne Edwards, 1880
INFRAORDEM BRACHYURA Munida pusilla Benedict, 1902
DROMIIDAE De Haan, 1833 Munida spinifrons Henderson, 1885
Cryptodromiopsis antillensis (Stimpson, LITHODIDAE Samouelle, 1819
1858) Paralomis grossmani Macpherson, 1988
LATREILIIDAE Stimpson, 1858 Lithodes murrayi Henderson, 1888
Latreillia williamsi Melo, 1990 PARAPAGURIDAE Smith, 1882
CYCLODORIPPIDAE Ortmann, 1892 Oncopagurus gracilis (Henderson, 1888)
Clythrocerus carinatus Coelho, 1973 PAGURIDAE Latreille, 1803
Clythrocerus moreirai Tavares, 1993 Pylopagurus discoidalis (A. Milne Edwards,
Deilocerus analogus (Coelho, 1973) 1880)
Deilocerus perpusillus (Rathbun, 1901) Iridopagurus reticulatus García-Gómez,
Neocorycodus stimpsoni (Rathbun, 1937) 1983
CYMONOMIDAE Bouvier, 1897 Phimochirus occlusus (Henderson, 1888)
Cymonomus magnirostris Tavares, 1991 Catapagurus sharreri A. Milne Edwards,
Cymonomus quadratus A. Milne Edwards, 1880
1880 Nematopaguroides fagei Forest & Saint
DORIPPIDAE De Hann, 1833 Laurent, 1967
Ethusa tenuipes Rathbun, 1897 DIOGENIDAE Ortmann, 1892
PORTUNIDAE Rafinesque, 1815 Dardanus insignis (Saussure, 1858)
Portunus spinimanus Latreille, 1819 Paguristes iris Forest & Saint Laurent, 1967
CALAPPIDAE De Haan, 1833
Acanthocarpus alexandri Stimpson, 1871 ORDEM STOMATOPODA
GONEPLACIDAE MacLeay, 1838 HEMISQUILLIDAE Manning, 1980
Bathyplax typhla A. Milne Edwards, 1880 Hemisquilla brasiliensis (Moreira, 1903)
Chasmocarcinus typicus Rathbun, 1898
Frevillea hirsuta (Borradaile, 1916)
Neopilumnoplax americana (Rathbun, 1898) SUPER-ORDEM PERACARIDA
PALICIDAE Bouvier, 1897 ORDEM TANAIDACEA
Schizoporella unicornis Johnston, 1847)
SUBORDEM APSEUDOMORPHA Sieg,1980 Schizoporella spp.
APSEUDIDAE Leach,1814 MICROPORELLIDAE Hincks, 1879
METAPSEUDIDAE Lang,1970 Microporella ciliata
SPHYRAPIDAE Gutu,1980 MAMILLOPORIDAE Canu & Bassler, 1927
SUBORDEM TANAIDODOMORPHA Sieg,1980 Mamillopora cupula Smitt, 1878
ANARTHRURIDAE Lang,1971 CREPIDACANTHIDAE Levinsen, 1909
LEPTOCHELIIDAE Lang,1973 Crepidacantha sp
PARATANAIDAE Lang,1949 CLEIDOCHASMATIDAE Cheetham & Sandberg,
TANAIDAE Dana,1849 1964
TYPHLOTANAIDAE Sieg,1984 Cleidochasma porcellana Busk, 1860
CELLEPORIDAE Johnston, 1838
Costazia sp.
FILO BRYOZOA Aulopocella spp.
EXOCHELLIDAE Bassler, 1935
CLASSE STENOLAEMATA Exochella longirostris Jullien, 1888
ORDEM CYCLOSTOMATA PHIDOLOPORIDAE Gabb & Horn, 1862
STOMATOPORIDAE Pergens & Meunier, 1886 Rhynchozoon arborescens Canu & Bassler,
Stomatopora sp. 1928
FILISPARSIDAE Borg, 1944 Rhynchozoon rostratum Souza, 1986
Filisparsa sp.
Nevianipora spp.
MECYNOECIIDAE Canu, 1918 FILO BRACHIOPODA
Mecynoecia sp.
TUBULIPORIDAE Johnston, 1838 CANCELLOTHYRIDIDAE Thomson, 1926
Tubulipora sp. Terebratulina sp.
LICHENOPORIDAE Smitt, 1867 MEGATHYRIDIDAE Dall, 1870
Disporella spp. (3 espécies) Argyrotheca cf. cuneata (Risso, 1826)
Disporella cristata PLATIDIIDAE Thomson, 1927
CLASSE GYMNOLAEMATA Platidia anomioides (Scacchi & Philippi),
ORDEM CHEILOSTOMATIDA 1844
SUBORDEM MALACOSTEGINA BOUCHARDIIDAE Allan, 1940
MEMBRANIPORIDAE Busk, 1852 Bouchardia rosea (Mawe, 1823)
Membranipora membranacea (Linnaeus,
1767)
Membranipora tuberculata Marcus, 1937 FILO ECHINODERMATA
SUBORDEM FLUSTRINA
CUPULADRIIDAE Lagaaij, 1952 CLASSE OPHIUROIDEA
Cupuladria monotrema Busk, 1884 OPHIOMYXIDAE Ljungman, 1866
Discoporella umbelata Defrance, 1923 Ophioleptoplax brasiliana Tommasi &
Discoporella sp. Abreu, 1974
CANDIDAE d'Orbigny, 1851 OPHIACANTHIDAE Perrier, 1891
Scrupocellaria sp. Ophiacantha brasiliensis Tommasi & Abreu,
EPISTOMIIDAE Gregory, 1903 1974
Synnotum aegypticum (Audouin, 1826) Ophiacantha cosmica Lyman, 1878
STEGINOPORELLIDAE Gregory, 1903 Ophiacantha sp.
Steginoporella granulosa Ophiomyces frutectuosus Lyman, 1869
Steginoporella magnilabris Busk, 1854 OPHIURIDAE Müller & Troschel, 1840
CELLARIIDAE Fleming, 1828 Ophiomastus satelitae Tommasi & Abreu,
Cellaria spp. 1974
SUBORDER ASCOPHORINA Ophiomastus sp.
CRIBRILINIDAE Hincks, 1879 Ophiomisidium pulchellum (W. Thomsom,
Puellina radiata 1877)
ONCHOPORIDAE Levinsen, 1909 Ophiomisidium sp.
ADEONIDAE Busk, 1884 Ophiura ljungmani (Lyman, 1878)
Reptadeonella tubulifera (Canu & Bassler, Ophiura sp. 1
1930) Ophiura sp. 2
LEPRALIELLIDAE Vigneaux, 1949 Amphipholizona delicata H.L.Clark, 1915
Celleporaria carvalhoi Souza, 1986 Ophiomusium anaelisae Tommasi & Abreu,
Celleporaria sp. 1974
METRARABDOTOSIDAE Vigneaux, 1949 Ophiomusium sp.
Metrarabdotos unguiculatum Canu & OPHIOLEUCIDAE Matsumoto, 1915
Bassler, 1928 Ophiostriatus striatus (Mortensen, 1933)
SMITTINIDAE Levinsen, 1909 OPHIACTHIDAE Matsumoto, 1915
SMITTINIDAE spp. (2 espécies) Ophiactis brasiliensis Manso, 1988b
SCHIZOPORELLIDAE Jullien, 1883 Ophiactis lymani Ljungman, 1871
Ophiactis savignyi (Müller & Troschel, 1842) CLASSE CRINOIDEA
AMPHIURIDAE Ljungman, 1867 BATHYCRINIDAE Bather, 1899
Amphilimna olivacea (Lyman, 1869) Democrinus conifer (Clark, 1909)
Amphilimna mirabilis (H.L.Clark, 1941) COMASTERIDAE Clark, 1908
Amphioplus. albidus (Ljungman, 1867) Comactinia echinoptera (J. Müller, 1841)
Amphioplus lucyae Tommasi, 1971 CLASSE ECHINOIDEA
Amphioplus sp. CIDARIDAE Gray, 1825
Amphipholis squamata (Delle Chiaje, 1828) Stylocidaris lineata Mortensen, 1910
Amphiura complanata Ljungman, 1867 FIBULARIIDAE Gray, 1825
Amphiura flexuosa Ljungman, 1867 Echinocyamus grandiporus Mortensen,
Amphiura . joubini Köehler, 1912 1907)
Amphiura mülleri Marktanner-Turnerstscher, BRISSIDAE Gray, 1855
1887 Brissopsis atlantica Mortensen, 1907
Nudamphiura carvalhoi Tommasi, 1965 PALAEOPNEUSTIDAE Agassiz, 1904
OPHIOTRICHIDAE Ljungman, 1866 CLASSE HOLOTHUROIDEA
Ophiothrix angulata (Say, 1825) CUCUMARIIDAE Ludwig, 1894
Ophiothrix rathbuni Ludwig, 1882 Cucumariidae sp. 1
Cucumariidae sp. 2
HOLOTHURIIDAE Ludwig, 1894
CLASSES ASTEROIDEA Holothuriidae sp. 1
LUIDIIDAE Sladen, 1889 SYNAPTIDAE Burmeister, 1837
Luidia ludwigi Bell, 1917 Protankira benedeni (Ludwig, 1881)
ASTROPECTINIDAE Gray, 1840 Synaptidae sp. 1
Astropecten articulatus (Say, 1825)
Astropecten sp.
GONIOPECTINIDAE Verril, 1889 FILO CHORDATA
Ctenodiscus australis Lütken, 1872 SUB-FILO UROCHORDATA
GONIASTERIDAE Forbes, 1841 CLASSE ASCIDIACEA
Anthenoides brasiliensis Bernaconi, 1956
Tosia parva (Pierrer, 1881) PYURIDAE
ASTERIIDAE Gray, 1840 Pyura mariscata Rodrigues, 1966
Allostichaster hartii (Rathbun, 1879)
Anexo 2 – Abundância (número de indivíduos) de grandes grupos (Filos, classes ou ordens) por estação de coleta e amostrador.

HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
1 485 6644 van Veen SP 1 11 5 1 20 13 16 5 + 1 1 74
1 485 6644 Box-corer SP 1 5 4 1 2 13
1 198 6646 van Veen SP 1 2 61 23 1 2 79 71 240
1 198 6646 Draga SP +
1 417 6650 van Veen SP 6 303 1 1 1 7 1 2 4 326
1 417 6650 Draga SP
1 256 6651 van Veen SP 27 3 1 7 + 28 5 24 95
1 256 6651 Box-corer SP + 2 7 28 3 1 41
1 256 6651 Draga SP 1 7 + 2 1 1 48 35 14 1 1 1 112
1 206 6652 Draga SP 4 + 2 1 1 2 136 63 6 25 1 241
1 206 6652 van Veen SP 8 2 3 392 19 146 10 1 11 1 593
1 206 6652 Box-corer SP
1 155 6653 Box-corer SP 48 23 6 2 767 846
1 155 6653 Draga SP 482 47 10 2 + 2 1407 1950
1 155 6653 van Veen SP 6 3 429 56 14 5 1 12 6635 7161
1 90 6654 Box-corer SP 1 + 35 2 13 2 53
1 90 6654 Draga SP 2 20 1 348 97 7 475
1 90 6654 van Veen SP + 26 + 1 3 2 1 33
1 80 6655 Box-corer SP 1 8 1 1 4 1 17 4 37
1 80 6655 Draga SP 11 6 2 1 3 3 + 26
1 80 6655 van Veen SP 4 25 31 11 1 1 5 78
1 70 6656 Draga SP 20 45 1 1 13 51 8 178 38 52 10 2 419
1 70 6656 van Veen SP 4 23 1 3 60 13 30 + 1 135
1 60 6657 Box-corer SP + 2 2 3 86 102 1 24 1 + 1 222
1 60 6657 Draga SP 7 53 5 3 17 164 20 7 + 1 14 291
1 60 6657 van Veen SP 2 2 422 80 + 12 4 522
1 157 6658 Box-corer SP + 1 1 34 70 9 + 47 1 26 189
1 157 6658 Draga SP + 3 4 4 107 196 1 924 + 448 3 1 + 2298 8 2 3999
1 157 6658 van Veen SP 4 48 134 1 21 1 + 3 212
2 505 6659 Draga SP 3 59 1 14 6 92 33 53 2 7815 + 16 3 3 1 8101
2 314 6660 Draga SP 44 1 5 37 138 58 7 42 332
2 314 6660 van Veen SP 2 1 2 1 14 77 17 114
2 147 6661 Draga SP 396 88 31 1086 6 + 43 309 130 66 4133 12 2092 14 1443 2 355 250 2 1 5 1E+04
2 135 6662 van Veen SP 1 389 387 11 1 2202 1 2992

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
2 500 6664 Box-corer SP 1 10 1 40 4 2 30 88
2 500 6664 Draga SP + 1 27 3 1 1 1 34
2 258 6665 Box-corer SP 1 4 2 44 9 1 1 + 62
2 258 6665 Draga SP 123 545 10 516 12 1 67 193 19 1590 630 + 1 414 27 + 15 557 3 5 4728
2 258 6665 van Veen SP 3 3 92 5 103
2 163 6666 Box-corer SP 1 5 1 11 2 5 2 3 2 + 32
2 163 6666 Draga SP 482 16 183 9 206 157 325 2 102 + 1 26 48 177 81 1 5 1821
2 163 6666 van Veen SP 73 1 2 49 171 389 43 7 1 7 23 766
2 130 6667 van Veen SP 1 8 4 15 37 65
2 107 6668 van Veen SP 1 2 1 + 125 33 9 + 2184 2355
2 101 6669 Box-corer SP 1 2 12 1 25 3 51 72 1 1 915 1 1085
2 101 6669 Draga SP 25 1 5 30 3 43 42 1 1 5406 5557
2 101 6669 van Veen SP + 19 421 426 21 2 4826 5715
2 503 6670 Box-corer SP 1 2 1 1 2 1 8
2 503 6670 van Veen SP 5 1 8 2 1 17
2 260 6671 Draga SP + 9 14 4 1 28 11 1 7 5 80
2 260 6671 van Veen SP 54 84 1 23 + 6 46 57 5 46 322
2 165 6672 Draga SP + 2 127 2 3 22 1 215 3 127 + 2 61 25 17 33 2 642
2 165 6672 van Veen SP 3 9 2 6 1 + 4 9 24 1 1 40 36 136
2 133 6673 Draga SP 4 20 23 15 192 4 193 1 111 + 3 35 5 1 940 60 2 1609
2 133 6673 van Veen SP 8 1 + 27 14 3 2 + 109 60 2 226
2 122 6674 Draga SP + 4 6 97 15 59 5 168 2 27 4 9 8 1094 3 2 1503
2 122 6674 van Veen SP 2 117 20 86 13 1 130 103 472
2 517 6675 van Veen SP 1 3 2 3 + 1 27 37
2 153 6676 Draga SP 8 44 1 17 10 40 1 137 1 38 + 2 32 423 227 1 982
2 153 6676 van Veen SP 1 20 1 2 11 5 134 107 281
2 137 6677 van Veen SP 16 + + 29 19 1 1 7 498 117 688
2 99 6678 Box-corer SP 11 2 2 + 1 32 4 594 4 1 651
2 99 6678 Draga SP 2 83 1 8 27 1 2 94 114 37 10 2 1 1368 2 1752
2 99 6678 van Veen SP 3 33 16 41 38 3 7 2 908 16 1067
2 808 6679 Draga SP 2 219 24 50 29 12 258 3 241 2032 14 4 + 2888
2 258 6680 Box-corer SP 158 3 12 6 4 1 125 309
2 258 6680 van Veen SP 24 2 2 1 9 8 9 55
2 168 6681 Draga SP 83 116 3 21 4 7 158 1 242 5 244 2 67 2 4 152 11 2 2 1126
2 168 6681 van Veen SP 1 24 1 1 12 1 15 3 1 12 93 10 174
2 100 6683 Box-corer SP 1 2 27 6 1 37
2 100 6683 van Veen SP 6 2 4 1 1 14

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
2 511 6684 Box-corer SP 1 1 1 3 9 1 4 1 21
2 511 6684 Draga SP 5 29 2 13 33 466 2 + 19 7 1225 23 3 1827
2 511 6684 van Veen SP 2 2 1 8 9 23 3 + 48
2 282 6685 Box-corer SP 1 2 7 6 15 1 2 34
2 282 6685 van Veen SP 53 2 4 1 12 1 27 4 6 1 14 2 127
2 6686 Draga SP 54 181 3 92 12 37 330 3 120 4 398 23 7 249 14 1 3 1531
2 6686 van Veen SP 1 1 23 1 + 2 1 1 30
3 100 6704 Box-corer SP + 5 4 7 2 5 23
3 100 6704 van Veen SP 1 3 12 + 4 + 6 4 90 9 1 130
3 424 6705 Box-corer SP + + + 1 2 7 8 1 1 2 22
3 424 6705 van Veen SP 1 1 2
3 184 6706 Box-corer SP 3 10 4 24 49 11 1 3 31 121 257
3 184 6706 van Veen SP 2 3 16 55 40 8 17 141
3 156 6707 van Veen SP 1 9 10
3 100 6700 Box-corer SP + 7 4 11
3 100 6700 van Veen SP 6 5 9 14 1 8 9 52
3 433 6701 van Veen SP 2 1 4 2 1 10
3 359 6702 Box-corer SP 2 2 4
3 359 6702 van Veen SP 1 4 4 9
3 133 6703 Box-corer SP 1 1 2 33 12 1 42 194 286
3 133 6703 van Veen SP 1 2 16 10 + 121 415 565
3 92 6696 Box-corer SP 1 1 13 5 2 22
3 92 6696 van Veen SP 9 1 1 1 1 1 14
3 430 6697 Box-corer SP 2 2 4 1 9
3 430 6697 van Veen SP 1 1 1 13 16
3 241 6698 Draga SP 1 19 6 13 3 1 17 57 117
3 241 6698 Box-corer SP 1 1 28 4 48 2 2 35 1 122
3 150 6699 Draga SP 4 1 171 6 1 78 570 831
3 150 6699 van Veen SP 1 3 1 252 19 1 155 701 1133
3 100 6692 Box-corer SP 4 1 3 5 1 3 17
3 100 6692 van Veen SP 14 2 2 3 2 1 1 25
3 430 6693 Draga SP 115 1 16 16 24 8 1 310 12 1 26 875 1405
3 270 6694 Draga SP 5 15 24 4 2 50
3 153 6695 Box-corer SP + 10 1 1 1 314 4 1 332
3 153 6695 van Veen SP 5 2 2 + 97 1 17 5 2 741 13 885
3 100 6688 Box-corer SP + 2 15 3 20
3 100 6688 van Veen SP 4 28 1 2 35

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
3 500 6689 Box-corer SP 4 2 1 8 7 3 25
3 500 6689 van Veen SP 1 + 2 1 4
3 280 6690 Box-corer SP 5 16 6 2 29
3 280 6690 van Veen SP 2 5 7
3 140 6691 Box-corer SP 1 4 1 6
3 140 6691 van Veen SP 6 5 1 12
4 102 6735 Box-corer RJ + 1 1 30 2 38 335 4 + 411
4 103 6736 Box-corer RJ 5 2 30 7 10 142 10 + 206
4 103 6736 van Veen RJ 2 4 2 10 68 10 96
4 476 6737 Box-corer RJ 2 89 17 2 + 110
4 436 6737 van Veen RJ + 1 2 36 9 48
4 x 6738 Box-corer RJ + 1 12 8 25 1 42 11 2 102
4 x 6738 van Veen RJ + 4 12 2 142 35 7 + 202
4 147 6739 Draga RJ 2 97 43 333 30 1 765 1183 3 141 2 87 + 1 10 2698
4 147 6739 van Veen RJ 6 4 4 35 107 28 184
4 100 6740 Box-corer RJ 6 7 24 49 2 88
4 100 6740 van Veen RJ 2 4 1 1 34 26 8 + 76
4 138 6741 Draga RJ 6 47 18 103 2 3 631 12 1039 2 2 41 2 7 + 3 37 1955
4 138 6741 van Veen RJ + 6 14 2 + 22
4 208 6742 Box-corer RJ 2 80 18 7 1 4 112
4 208 6742 van Veen RJ 2 32 48 9 91
4 508 6743 Box-corer RJ 3 2 34 15 1 55
4 508 6743 van Veen RJ 1 7 14 15 4 2 43
4 254 6744 Draga RJ 3 2 24 14 28 139 29 8 247
4 254 6744 van Veen RJ 5 12 1 17 59 42 4 140
4 150 6745 Draga RJ 3 3 6 + 12
4 100 6746 Box-corer RJ + 16 2 44 5 2 69
4 100 6746 van Veen RJ 1 1 31 23 9 7 72
4 100 6747 Draga RJ + 15 49 49 2 14 1 445 2 183 13 10 32 4 17 + 836
4 100 6747 van Veen RJ + 3 1 47 63 68 2 15 20 219
4 497 6748 Box-corer RJ 3 1 7 2 13
4 497 6748 van Veen RJ 7 2 1 2 30 10 6 58
4 325 6749 Box-corer RJ 7 3 14 2 26
4 325 6749 van Veen RJ 1 21 5 68 13 2 110
4 162 6750 Draga RJ + 1 2 16 2 4 70 1 281 305 3 67 19 1 772
4 162 6750 van Veen RJ + 1 5 3 58 138 2 5 212
4 93 6751 Box-corer RJ 7 2 7 3 77 105 201

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
4 93 6751 van Veen RJ 16 10 3 89 127 11 2 258
4 502 6752 Box-corer RJ 3 27 4 4 38
4 502 6752 van Veen RJ 2 3 9 2 32 9 2 1 60
4 187 6753 Draga RJ + + 7 15 57 1 21 203 90 9 3 60 + 5 7 478
4 187 6753 van Veen RJ 2 21 7 1 31
4 131 6754 Draga RJ 1 1 2 1 10 2 17
4 131 6754 van Veen RJ + 2 4 1 5 89 34 1 + 2 1 2 141
4 102 6755 Box-corer RJ 1 22 1 35 59
4 102 6755 van Veen RJ + 1 16 1 7 76 101 9 211
4 435 6756 Box-corer RJ 1 5 6
4 435 6756 van Veen RJ 4 1 27 2 34
4 191 6757 Draga RJ 1 8 4 2 2 17
4 149 6758 Box-corer RJ 2 1 1 1 18 4 4 32 63
4 149 6758 van Veen RJ + + 1 2 4 13 67 45 + 132
5 110 6759 Box-corer RJ 1 15 6 3 104 65 1 2 197
5 110 6759 Draga RJ + 8 71 20 13 + 553 404 7 10 1 + 4 7 1098
5 110 6759 van Veen RJ 5 52 + 11 + 1 5 360 2 4 11 12 + 463
5 400 6760 Box-corer RJ 2 5 3 10
5 400 6760 Draga RJ + 2 3 3 8 5 75 32 12 1 2 20 163
5 400 6760 van Veen RJ + 11 3 42 9 65
5 275 6761 Box-corer RJ 1 8 4 + 1 91 14 1 + 2 122
5 275 6761 van Veen RJ 5 22 2 29
5 146 6762 Draga RJ + + 13 85 18 3 7 430 550 9 877 16 6 57 2 + 3 78 2154
5 146 6762 van Veen RJ + + 2 7 3 1 4 71 183 75 1 9 + 4 360
5 101 6763 Box-corer RJ + 12 10 1 4 22 41 3 6 4 103
5 101 6763 Draga RJ + + 29 73 64 81 106 2 804 + 1143 2 7 + 65 + 2376
5 101 6763 van Veen RJ + 1 4 2 18 21 + 46
5 425 6764 Box-corer RJ 1 1 115 15 78 210
5 425 6764 Draga RJ + 15 8 27 13 63
5 425 6764 van Veen RJ 23 11 34
5 257 6765 Box-corer RJ 14 1 1 39 8 63
5 257 6765 van Veen RJ 5 5 28 6 44
5 105 6766 van Veen RJ + + 1 17 16 + 3 4 8 148 68 8 + 23 1 297
5 453 6767 Box-corer RJ 2 8 3 13
5 453 6767 van Veen RJ 10 4 14
5 280 6768 Box-corer RJ 1 6 2 1 10
5 280 6768 van Veen RJ 2 74 1 26 13 116

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
5 93 6769 van Veen RJ + + 6 126 9 3 4 138 178 6 + 2 20 492
5 400 6770 Box-corer RJ 1 9 17 1 28
5 400 6770 van Veen RJ 7 3 2 3 15
5 110 6772 van Veen RJ 31 + 21 3 5 104 80 + 1 15 1 5 266
5 500 6773 Box-corer RJ 1 6 1 4 1 4 17
5 500 6773 van Veen RJ 3 14 18 1 36
5 235 6774 Box-corer RJ 1 21 5 27
5 335 6774 van Veen RJ 3 2 47 18 1 71
5 220 6775 Draga RJ 1 3 5 5 12 8 1 35
5 220 6775 van Veen RJ 1 1 23 6 1 32
6 100 6776 Box-corer PR 24 12 2 4 24 17 1 30 114
6 100 6776 van Veen PR 8 5 5 5 2 32 162 219
6 500 6777 Box-corer PR 14 60 2 4 12 1 93
6 500 6777 van Veen PR 11 5 39 6 3 75 9 4 11 1 164
6 322 6778 Box-corer PR 1 3 95 9 4 56 56 1 225
6 322 6778 van Veen PR 8 21 16 3 9 34 40 49 3 183
6 200 6779 Box-corer PR 215 1 29 38 3 168 149 1 1820 2 2426
6 200 6779 van Veen PR 106 10 59 34 186 7 2 60 1 1 466
6 102 6780 Box-corer PR 1 38 10 53 5 2 72 11 2 + 194
6 102 6780 van Veen PR 246 9 164 3 15 9 484 930
6 480 6782 Box-corer PR 1 59 4 4 32 3 2 109 5 2 + 221
6 480 6782 van Veen PR 32 7 4 2 41 1 6 265 21 14 + 393
6 350 6783 Box-corer PR 1 11 1 323 96 33 56 4 1 526
6 350 6783 van Veen PR 1 368 207 29 86 12 1 704
6 195 6784 Box-corer PR 4 3 7 39 2 55
6 195 6784 van Veen PR 8 1 48 13 2 129 2 + 203
6 510 6785 Box-corer PR 4 3 7 39 2 55
6 510 6785 van Veen PR 4 6 1 23 2 36
6 380 6786 Draga PR 3 37 2 1 26 6 9 259 16 2 56 1 + 5 423
6 380 6786 van Veen PR 2 63 2 137 157 6 8 7 3 1 386
6 151 6787 van Veen PR 65 70 275 20 42 267 + + 739
6 110 6788 Box-corer PR 1 55 26 18 31 1 16 148
6 110 6788 van Veen PR 2 4 29 1 3 + 39
6 95 6789 Box-corer PR 6 28 5 1 40
6 95 6789 van Veen PR 1 20 33 4 2 2 62
6 500 6790 Box-corer PR 2 7 2 60 2 1 3 77
6 358 6791 Box-corer PR 9 3 2 3 45 47 1 3 113

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
6 358 6791 van Veen PR 1 3 92 10 1 1 108
6 228 6792 van Veen PR 274 382 36 120 42 8 + + 10 872
6 138 6793 Box-corer PR 27 4 391 103 22 47 4 + 598
6 138 6793 van Veen PR 1 175 5 622 332 65 95 40 6 6 1347
6 100 6794 Box-corer PR 2 1 34 3 22 62
6 100 6794 van Veen PR 12 3 47 5 2 33 5 107
6 347 6796 Box-corer PR 6 1 2 1 71 5 1 2 2 91
6 347 6796 van Veen PR 1 3 1 1 101 7 1 16 12 143
6 190 6797 Box-corer PR + 4 4 1 9
6 190 6797 van Veen PR 34 2 1 3 + 26 2 68
6 100 6798 Box-corer PR 1 19 1 28 49 98
6 100 6798 van Veen PR 2 32 1 49 8 97 5 194
6 285 6800 Box-corer PR 17 1 9 5 13 1 48 2 96
6 285 6800 van Veen PR 1 8 2 90 25 2 128
6 166 6801 Box-corer PR 7 1 9 26 19 1 64 1 128
6 166 6801 van Veen PR 4 1 5 2 12 29 6 59 118
7 225 6807 Box-corer SC 50 65 13 5 822 + 955
7 225 6807 van Veen SC 1 115 65 8 2 4 357 552
7 141 6808 Box-corer SC + + 6 1 61 5 73
7 141 6808 van Veen SC 21 73 1171 597 10 74 150 3 2099
7 104 6809 Box-corer SC 5 2 11 24 25 2 3 72 144
7 104 6809 van Veen SC 2 2 38 20 10 38 110 220
7 100 6810 Box-corer SC 7 1 4 12 10 35 33 102 204
7 100 6810 van Veen SC 2 2 8 3 4 19 38
7 506 6811 Box-corer SC 16 69 175 811 19 7 15 1 7 1120
7 506 6811 van Veen SC 1 6 3 1 3 25 6 1 7 12 65
7 402 6812 van Veen SC 3 1 6 16 16 42
7 299 6813 Box-corer SC 2 2 1 18 18 4 1 46
7 299 6813 van Veen SC + 2 2 6 3 11 1 1 26
7 100 6814 Box-corer SC 1 9 8 2 20
7 100 6814 van Veen SC 1 373 1 3 51 29 2 7 467
7 500 6815 Draga SC 1 2 15 2 3 15 38
7 500 6815 van Veen SC 10 + 15 6 1 32
7 375 6816 van Veen SC 30 10 2 18 9 12 81
7 210 6817 Box-corer SC 1 6 4 110 1 3 + 1 126
7 210 6817 van Veen SC 26 1 28 13 68
7 108 6818 Box-corer SC 3 8 3 14

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
7 108 6818 van Veen SC 1 1 2 7 1 12
7 505 6819 van Veen SC 2 14 16
7 360 6820 van Veen SC 1 1
7 232 6821 Box-corer SC 2 1 328 75 1 41 2 3 11 5 469
7 232 6821 van Veen SC 107 189 87 53 5 1 403 845
7 103 6822 Box-corer SC 44 8 1 1 54
7 103 6822 van Veen SC 55 + 2 1 58
7 505 6855 Box-corer RS 1 1 2 2 2 2 10
7 414 6856 Box-corer RS + 3 1 4 8
7 242 6857 van Veen RS 1 1 13 2 4 21
7 242 6857 Box-corer RS 1 + 1 9 5 3 19
8 100 6858 van Veen RS + + + +
8 100 6858 Box-corer RS 16 4 3 2 1 4 1 1 32
8 100 6862 Box-corer RS + + +
8 515 6863 van Veen RS + +
8 650 6863 Draga RS + + + + + + + + + +
8 260 6864 van Veen RS + + +
8 260 6864 Draga RS 1 + + 1
8 131 6865 van Veen RS + + 6 3 1 3 13
8 100 6866 van Veen RS 3 4 4 1 8 + 2 22
8 100 6869 van Veen RS 6 4 5 41 2 1 2 10 4 75
9 104 6852 Box-corer RS 51 + 2 2 1 56
9 500 6853 Box-corer RS 7 1 22 8 1 1 1 41
9 100 6849 van Veen RS 6 1 2 1 1 3 14
9 100 6849 Box-corer RS 2 6 4 4 16
9 500 6850 Box-corer RS 6 3 10 19
9 160 6851 Box-corer RS + 5 1 43 + 3 3 55
9 100 6846 van Veen RS 1 1 15 2 5 5 + 29
9 100 6846 Box-corer RS 5 3 5 13
9 500 6847 Box-corer RS
9 152 6848 Box-corer RS 1 + 10 7 2 2 22
9 104 6843 van Veen RS 1 1 + 3 + 2 2 1 10
9 104 6843 Box-corer RS 1 + 2 1 11 15
9 500 6844 Box-corer RS 1 + 1 21 1 1 6 19 50
9 177 6845 Box-corer RS + + 1 1
9 99 6839 van Veen RS 1 + + 7 21 29
9 99 6839 Draga RS + + + + +
9 600 6840 Box-corer RS 2 3 5
9 500 6841 Box-corer RS 2 + 38 4 2 6 52
Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
9 187 6842 Box-corer RS 9 1 10
9 100 6836 van Veen RS 21 + 8 1 5 35
9 100 6836 Box-corer RS 18 + 32 + 35 4 89
9 500 6837 Box-corer RS 8 2 10
9 102 6833 van Veen RS 2 41 + + 3 4 + 50
9 500 6834 Box-corer RS 2 7 1 6 16
9 172 6835 van Veen RS 2 1 3
9 172 6835 Draga RS
9 100 6829 van Veen RS 36 22 9 9 9 85
9 100 6829 Box-corer RS 38 + 10 15 8 14 85
9 500 6830 Box-corer RS 2 5 2 1 10
9 154 6831 van Veen RS 1 15 2 35 90 9 2 1 155
9 360 6832 van Veen RS 1 7 24 86 5 9 132
9 100 6826 van Veen RS 2 + 14 2 3 21
9 200 6828 Draga RS 22 3 1 5 12 48 14 1 13 119
9 100 6823 van Veen RS 1 1 + 69 + 43 10 21 1 19 165
9 100 6823 Draga RS + 7 7 1 118 1 1 105 1 + 241
Total 1388 4006 5 209 811 4664 5 13 133 36 4549 11761 4289 78 22412 62 14248 1 61 446 178 16918 283 21 566 30501 12849 40 836 131369
Anexo 3 – Biomassa (g) de grandes grupos (Filos, classes ou ordens) por estação de coleta e amostrador.

HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
1 485 6644 van Veen SP 0,009 0,165 0,016 0,011 0,170 0,355 0,002 0,002 0,730
1 485 6644 Box-corer SP 0,005 0,060 0,116 0,008 0,189
1 198 6646 van Veen SP 0,018 0,003 0,155 0,051 0,001 0,328 0,556
1 198 6646 Draga SP 0,343 0,343
1 417 6650 van Veen SP 1,899 0,001 0,010 0,023 0,001 0,068 2,002
1 417 6650 Draga SP 0,162 0,162
1 256 6651 van Veen SP 0,006 0,002 0,170 0,234 0,089 0,501
1 256 6651 Box-corer SP 0,003 0,098 0,042 0,101 0,001 0,009 0,254
1 256 6651 Draga SP 0,017 0,089 0,099 3,721 0,006 1,011 4,210 0,020 9,173
1 206 6652 Draga SP 0,012 0,068 0,113 3,533 6,524 0,816 2,020 0,004 0,788 13,878
1 206 6652 van Veen SP 0,032 0,003 0,248 0,190 0,034 0,285 0,003 0,011 0,806
1 155 6653 Box-corer SP 0,129 0,035 3,265 3,429
1 155 6653 Draga SP 6,783 0,172 0,022 0,486 0,008 15,160 22,631
1 155 6653 van Veen SP 0,003 0,001 0,089 0,066 15,019 15,178
1 90 6654 Box-corer SP 0,007 2,763 0,031 0,030 2,831
1 90 6654 Draga SP 0,001 0,482 27,734 2,018 30,235
1 90 6654 van Veen SP 0,007 5,372 0,001 0,081 0,042 0,480 5,983
1 80 6655 Box-corer SP 0,178 0,002 0,008 0,032 0,040 0,260
1 80 6655 Draga SP 0,004 0,090 0,289 0,009 0,392
1 80 6655 van Veen SP 0,007 1,231 1,919 0,123 0,014 3,294
1 70 6656 Draga SP 0,008 0,328 0,006 0,001 0,014 2,792 0,076 0,485 5,081 1,030 5,725 15,546
1 70 6656 van Veen SP 0,051 0,516 0,240 0,207 0,001 0,846 0,001 1,862
1 60 6657 Box-corer SP 0,011 0,004 0,002 0,003 5,029 0,224 0,002 0,001 0,160 0,002 0,033 5,471
1 60 6657 Draga SP 0,007 0,007 0,464 1,569 4,426 0,462 0,032 0,016 6,983
1 60 6657 van Veen SP 0,001 0,276 29,861 1,069 0,001 0,001 0,242 31,451
1 157 6658 Box-corer SP 0,009 0,001 0,001 0,297 0,359 0,001 0,001 0,016 0,685
1 157 6658 Draga SP 0,342 0,006 0,030 1,701 17,807 13,974 1,473 4,929 0,001 5,486 0,013 0,357 46,119
1 157 6658 van Veen SP 0,003 0,396 0,358 0,002 0,002 0,761
2 505 6659 Draga SP 7,022 0,017 1,329 0,510 3,507 1,137 1,553 413,739 0,251 84,447 513,512
2 314 6660 Draga SP 0,159 3,529 0,435 4,016 1,430 81,670 91,239
2 314 6660 van Veen SP 0,002 0,001 0,002 0,004 0,039 0,700 0,005 0,753
2 147 6661 Draga SP 5,865 0,019 3,366 0,001 5,031 6,380 3,288 0,802 3,128 0,002 83,313 45,194 0,219 1,113 157,721
2 135 6662 van Veen SP 0,006 0,359 0,253 0,675 0,002 1,295

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
2 500 6664 Box-corer SP 0,001 0,015 0,091 0,009 0,003 0,119
2 500 6664 Draga SP 2,009 0,012 0,012 1,043 0,115 3,191
2 258 6665 Box-corer SP 0,001 0,132 0,031 0,004 0,432 2,605 3,205
2 258 6665 Draga SP 42,565 0,004 1,313 0,283 0,017 112,797 7,809 0,880 1,236 86,363 0,459 20,147 0,009 0,851 274,733
2 258 6665 van Veen SP 0,003 0,019 0,037 0,002 0,061
2 163 6666 Box-corer SP 0,520 0,552 0,095 0,017 0,001 0,049 1,234
2 163 6666 Draga SP 70,520 0,044 3,157 0,253 6,706 1,018 1,228 0,004 9,177 0,129 0,785 1,317 94,338
2 163 6666 van Veen SP 0,489 0,003 0,011 0,315 0,121 0,002 0,012 0,114 1,067
2 130 6667 van Veen SP 0,001 0,384 0,003 0,026 0,581 0,995
2 107 6668 van Veen SP 0,006 0,008 0,015 6,496 0,009 0,132 0,195 6,861
2 101 6669 Box-corer SP 0,001 0,001 0,597 0,001 0,342 0,052 0,203 0,003 0,010 1,210
2 101 6669 Draga SP 0,480 0,030 0,589 0,151 4,195 3,786 9,231
2 101 6669 van Veen SP 0,002 0,019 0,348 0,528 0,362 0,001 1,260
2 503 6670 Box-corer SP 0,001 0,004 0,052 0,016 0,001 0,074
2 503 6670 van Veen SP 0,106 0,009 0,115
2 260 6671 Draga SP 0,006 0,187 0,242 0,056 0,002 5,182 0,289 5,964
2 260 6671 van Veen SP 0,985 0,006 0,083 0,580 0,353 0,372 0,143 0,001 2,523
2 165 6672 Draga SP 0,209 0,349 0,012 0,429 0,040 0,636 0,007 9,248 0,561 1,589 0,070 13,150
2 165 6672 van Veen SP 0,205 0,002 0,042 0,121 0,143 0,048 0,072 0,038 0,671
2 133 6673 Draga SP 0,585 0,295 1,283 0,206 3,914 0,001 8,558 0,024 1,602 0,080 0,017 16,565
2 133 6673 van Veen SP 0,185 0,319 0,028 0,001 0,009 0,542
2 122 6674 Draga SP 0,100 0,011 2,315 0,913 0,689 0,109 2,245 0,009 4,700 0,113 0,009 11,213
2 122 6674 van Veen SP 0,019 0,620 0,151 0,496 0,004 0,048 1,338
2 517 6675 van Veen SP 0,018 0,001 0,019
2 153 6676 Draga SP 2,809 0,036 0,201 0,369 0,081 0,001 4,620 0,001 0,017 1,890 10,025
2 153 6676 van Veen SP 0,280 0,011 0,067 1,572 1,930
2 137 6677 van Veen SP 0,009 0,021 0,164 0,143 0,013 0,026 1,657 2,033
2 99 6678 Box-corer SP 0,004 0,016 0,687 0,064 0,790 0,017 1,578
2 99 6678 Draga SP 0,210 0,007 0,129 0,028 0,001 0,019 2,649 1,223 7,410 0,861 0,079 12,616
2 99 6678 van Veen SP 0,680 0,067 0,447 0,150 0,001 0,639 0,127 2,111
2 808 6679 Draga SP 0,997 0,006 14,407 6,312 0,380 0,001 0,025 18,388 0,099 0,696 41,311
2 258 6680 Box-corer SP 0,020 0,089 0,731 0,571 1,411
2 258 6680 van Veen SP 0,019 0,043 0,009 0,003 0,074
2 168 6681 Draga SP 28,414 0,089 0,107 0,006 2,638 0,003 0,724 0,004 23,109 0,159 0,289 1,592 57,134
2 168 6681 van Veen SP 0,541 0,006 0,170 0,021 0,314 0,001 0,173 1,226
2 100 6683 Box-corer SP 7,657 0,880 0,001 0,346 8,884
2 100 6683 van Veen SP 0,316 0,540 0,071 0,001 0,549 1,477

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
2 511 6684 Box-corer SP 0,002 0,051 0,093 0,018 0,164
2 511 6684 Draga SP 1,384 2,844 1,916 24,884 0,407 0,018 1,691 0,087 0,732 33,963
2 511 6684 van Veen SP 0,005 0,024 0,003 0,089 0,130 0,038 0,005 0,294
2 282 6685 Box-corer SP 0,001 0,152 0,015 0,055 0,001 0,467 0,691
2 282 6685 van Veen SP 0,003 0,037 0,320 0,007 0,276 0,896 0,054 1,593
2 6686 Draga SP 21,819 0,001 1,207 0,645 1,011 0,560 0,012 8,677 30,245 0,172 0,175 64,524
2 6686 van Veen SP 0,061 0,170 0,089 0,008 0,001 0,510 0,008 0,847
3 100 6704 Box-corer SP 0,021 15,282 2,100 17,403
3 100 6704 van Veen SP 0,010 0,435 0,003 0,048 0,101 0,173 0,083 4,267 0,008 5,128
3 424 6705 Box-corer SP 0,008 0,001 0,002 0,086 0,016 0,015 0,001 0,129
3 424 6705 van Veen SP
3 184 6706 Box-corer SP 0,006 0,011 0,210 0,102 0,001 0,078 0,408
3 184 6706 van Veen SP 0,001 0,289 0,347 0,002 0,036 0,675
3 156 6707 van Veen SP 0,002 0,026 0,028
3 100 6700 Box-corer SP 0,106 1,080 1,186
3 100 6700 van Veen SP 0,065 0,248 0,482 0,001 1,630 2,426
3 433 6701 van Veen SP 0,003 0,017 0,011 0,001 0,032
3 359 6702 Box-corer SP 0,101 0,101
3 359 6702 van Veen SP 0,011 0,011
3 133 6703 Box-corer SP 0,008 0,003 0,006 0,029 0,024 0,002 3,140 3,212
3 133 6703 van Veen SP 0,001 0,004 0,091 0,017 0,001 1,315 1,429
3 92 6696 Box-corer SP 0,100 0,071 0,001 0,440 0,612
3 92 6696 van Veen SP 0,266 0,002 0,112 0,570 0,950
3 430 6697 Box-corer SP 0,002 0,008 0,010
3 430 6697 van Veen SP 0,019 0,098 0,014 0,017 0,148
3 241 6698 Draga SP 0,007 1,629 1,636
3 241 6698 Box-corer SP 0,002 1,276 0,203 0,185 1,666
3 150 6699 Draga SP 0,005 0,729 0,034 0,181 3,176 4,125
3 150 6699 van Veen SP 0,201 0,019 0,009 0,931 0,028 0,001 4,136 5,325
3 100 6692 Box-corer SP 0,029 1,601 0,039 0,180 1,849
3 100 6692 van Veen SP 0,887 2,548 0,013 0,340 3,788
3 430 6693 Draga SP 0,198 1,043 2,602 0,297 0,916 1,505 0,446 7,007
3 270 6694 Draga SP 0,378 0,884 1,534 2,796
3 153 6695 Box-corer SP 0,007 0,169 0,001 0,002 0,360 0,539
3 153 6695 van Veen SP 0,402 0,007 0,002 1,483 0,049 0,025 0,246 0,003 2,217
3 100 6688 Box-corer SP 0,001 0,398 0,038 0,002 0,439
3 100 6688 van Veen SP 0,025 1,362 0,076 1,463

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
3 500 6689 Box-corer SP 0,003 0,001 0,004 0,004 0,002 0,014
3 500 6689 van Veen SP 0,001 0,001
3 280 6690 Box-corer SP 0,012 0,010 0,165 0,002 0,189
3 280 6690 van Veen SP 0,002 0,002
3 140 6691 Box-corer SP 0,001 0,002 0,003
3 140 6691 van Veen SP 0,012 0,001 0,013
4 102 6735 Box-corer RJ 0,032 0,008 0,756 0,001 0,253 0,091 0,081 0,015 1,238
4 103 6736 Box-corer RJ 0,014 0,001 0,006 0,004 0,025 0,651 0,469 0,016 1,185
4 103 6736 van Veen RJ 0,005 0,005 0,002 0,163 0,130 0,263 0,568
4 476 6737 Box-corer RJ 0,028 0,125 0,017 0,027 0,006 0,203
4 436 6737 van Veen RJ 0,013 0,002 0,002 0,020 0,004 0,042
4 x 6738 Box-corer RJ 0,251 0,022 0,004 0,067 0,058 0,025 0,144 1,262 0,007 1,839
4 x 6738 van Veen RJ 0,013 0,001 0,055 0,001 0,116 0,071 0,035 0,031 0,323
4 147 6739 Draga RJ 0,026 0,246 1,181 6,728 1,111 4,197 2,711 5,550 1,078 65,646 0,004 135,440 0,375 0,139 0,069 224,500
4 147 6739 van Veen RJ 0,003 0,006 0,206 0,153 0,008 0,375
4 100 6740 Box-corer RJ 0,008 0,076 0,219 0,075 0,096 0,474
4 100 6740 van Veen RJ 0,017 0,021 0,003 0,001 0,460 0,003 2,359 0,004 2,868
4 138 6741 Draga RJ 0,133 0,152 0,698 0,003 0,049 1,275 0,024 2,490 1,187 0,227 0,447 6,385 0,079 1,073 0,005 0,604 14,831
4 138 6741 van Veen RJ 0,790 0,076 0,130 0,087 0,180 1,263
4 208 6742 Box-corer RJ 0,391 0,014 0,002 0,001 0,002 0,411
4 208 6742 van Veen RJ 0,208 0,048 0,030 0,286
4 508 6743 Box-corer RJ 0,002 0,010 0,030 0,026 0,141 0,208
4 508 6743 van Veen RJ 0,001 0,084 0,009 0,010 0,013 0,035 0,152
4 254 6744 Draga RJ 0,359 0,045 0,001 0,042 1,458 0,289 0,370 0,162 2,726
4 254 6744 van Veen RJ 0,001 0,005 0,002 0,086 0,345 0,060 0,044 0,542
4 150 6745 Draga RJ 0,270 0,885 36,618 1,198 38,971
4 100 6746 Box-corer RJ 0,095 4,882 0,050 6,739 0,090 1,567 13,423
4 100 6746 van Veen RJ 0,103 0,008 3,294 6,666 0,260 11,024 21,355
4 100 6747 Draga RJ 0,045 0,022 0,003 0,497 0,096 0,270 0,002 5,680 0,410 27,701 4,427 94,131 0,012 3,530 0,321 137,146
4 100 6747 van Veen RJ 0,005 0,004 0,002 1,982 0,184 0,220 0,004 0,177 0,081 2,659
4 497 6748 Box-corer RJ 0,004 0,017 0,049 0,002 0,072
4 497 6748 van Veen RJ 0,013 0,029 0,017 0,113 0,009 0,009 0,103 0,292
4 325 6749 Box-corer RJ 0,002 0,006 0,012 0,020
4 325 6749 van Veen RJ 0,002 0,010 0,111 0,049 0,001 0,173
4 162 6750 Draga RJ 0,124 0,009 0,042 0,226 0,015 0,326 1,642 2,279 1,538 10,870 0,015 2,704 0,722 0,020 20,531
4 162 6750 van Veen RJ 1,202 0,016 0,005 0,104 0,854 0,065 0,088 2,334
4 93 6751 Box-corer RJ 0,007 0,002 0,004 0,010 11,165 0,040 11,228

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
4 93 6751 van Veen RJ 0,011 0,041 0,025 1,748 0,090 5,159 0,001 7,075
4 502 6752 Box-corer RJ 0,019 0,035 0,020 0,091 0,165
4 502 6752 van Veen RJ 0,011 0,001 0,032 0,003 0,022 0,182 0,033 0,284
4 187 6753 Draga RJ 0,109 0,002 0,027 0,001 0,144 0,004 0,292 0,663 0,760 0,077 0,049 2,380 0,008 0,007 0,060 4,583
4 187 6753 van Veen RJ 0,017 0,076 0,010 0,002 0,105
4 131 6754 Draga RJ 0,019 0,450 0,003 0,001 0,274 0,035 0,782
4 131 6754 van Veen RJ 0,018 0,024 0,035 0,055 0,185 0,018 0,027 0,027 0,017 0,002 0,006 0,415
4 102 6755 Box-corer RJ 0,066 0,084 3,174 3,324
4 102 6755 van Veen RJ 0,001 1,024 0,002 0,423 1,191 0,060 8,113 10,814
4 435 6756 Box-corer RJ 0,002 0,002
4 435 6756 van Veen RJ 0,006 0,234 0,042 0,003 0,286
4 191 6757 Draga RJ 0,129 0,040 0,003 0,036 0,001 0,209
4 149 6758 Box-corer RJ 0,032 0,001 0,006 0,106 0,002 0,019 0,312 0,479
4 149 6758 van Veen RJ 0,003 0,001 0,001 0,134 0,265 1,220 1,624
5 110 6759 Box-corer RJ 0,005 0,009 3,456 0,030 0,804 0,060 0,050 4,414
5 110 6759 Draga RJ 0,002 0,028 0,001 0,082 4,944 4,142 1,158 1,422 0,819 0,230 0,628 0,046 0,021 13,524
5 110 6759 van Veen RJ 0,083 0,001 0,022 0,906 0,019 0,747 0,058 0,325 0,048 0,158 0,095 2,462
5 400 6760 Box-corer RJ 0,023 0,045 0,010 0,078
5 400 6760 Draga RJ 0,007 0,073 0,021 0,024 0,314 0,067 0,765 0,304 0,371 0,167 0,015 0,372 2,502
5 400 6760 van Veen RJ 1,144 0,001 0,019 0,237 0,017 1,418
5 275 6761 Box-corer RJ 0,002 0,001 0,002 0,003 0,133 0,090 0,076 0,024 0,001 0,194
5 275 6761 van Veen RJ 0,031 0,160 0,003 20,942
5 146 6762 Draga RJ 0,440 0,021 0,333 0,002 0,246 0,003 0,017 11,274 2,899 0,006 0,812 2,951 0,090 0,510 0,028 0,685 0,037 0,589 3,372
5 146 6762 van Veen RJ 0,084 0,005 0,006 0,263 0,034 0,106 1,544 0,928 0,112 0,083 0,118 0,089 0,001 8,846
5 101 6763 Box-corer RJ 1,020 0,001 0,103 0,014 0,103 0,017 0,013 7,460 0,116 8,846
5 101 6763 Draga RJ 17,422 3,078 0,001 0,528 0,180 0,315 0,598 0,078 1,390 0,002 2,692 0,022 0,027 0,026 1,051 0,047 27,457
5 101 6763 van Veen RJ 0,255 0,251 0,033 0,299 0,007 2,598 0,031 3,474
5 425 6764 Box-corer RJ 0,002 0,003 0,187 0,040 0,008 0,240
5 425 6764 Draga RJ 0,002 0,279 0,604 0,223 0,238 1,347
5 425 6764 van Veen RJ 0,955 0,003 0,958
5 257 6765 Box-corer RJ 0,004 0,073 0,015 0,092
5 257 6765 van Veen RJ 0,058 0,105 0,207 0,010 0,381
5 105 6766 van Veen RJ 0,185 0,002 0,010 0,037 0,016 0,297 0,083 0,180 0,155 0,266 0,001 1,232
5 453 6767 Box-corer RJ 0,003 0,004 0,007
5 453 6767 van Veen RJ 0,014 0,095 0,109
5 280 6768 Box-corer RJ 0,036 0,031 0,001 0,324 0,392
5 280 6768 van Veen RJ 0,001 2,087 0,002 0,116 0,011 2,216

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
5 93 6769 van Veen RJ 0,001 0,004 0,306 0,051 0,003 0,030 0,140 0,040 0,350 0,202 0,004 0,131 1,260
5 400 6770 Box-corer RJ 0,002 0,045 0,016 0,001 0,064
5 400 6770 van Veen RJ 0,031 0,324 0,004 0,014 0,373
5 110 6772 van Veen RJ 0,029 0,002 0,016 0,003 0,011 0,094 0,018 0,002 0,192 0,285 0,001 0,653
5 500 6773 Box-corer RJ 0,003 0,060 0,128 0,039 0,001 0,002 0,233
5 500 6773 van Veen RJ 0,004 0,098 0,117 0,004 0,222
5 235 6774 Box-corer RJ 0,001 0,055 0,047 0,104
5 335 6774 van Veen RJ 0,002 0,002 0,089 0,016 0,017 0,125
5 220 6775 Draga RJ 0,035 0,779 0,469 0,669 0,544 0,640 43,922 47,057
5 220 6775 van Veen RJ 0,070 0,055 0,003 0,009 0,137
6 100 6776 Box-corer PR 0,090 0,010 0,060 0,020 0,180
6 100 6776 van Veen PR 0,030 0,010 0,010 0,060 0,110
6 500 6777 Box-corer PR 0,070 0,070
6 500 6777 van Veen PR 0,080 0,060 0,030 0,030 0,200
6 322 6778 Box-corer PR 0,120 0,010 0,210 0,070 0,410
6 322 6778 van Veen PR 0,040 0,420 0,010 0,130 0,150 0,750
6 200 6779 Box-corer PR 0,370 0,030 0,340 0,070 0,810
6 200 6779 van Veen PR 0,210 0,080 0,260 0,010 0,560
6 102 6780 Box-corer PR 0,030 0,510 0,040 0,010 0,590
6 102 6780 van Veen PR 2,430 0,280 2,710
6 480 6782 Box-corer PR 0,040 0,160 0,010 0,320 0,020 0,550
6 480 6782 van Veen PR 0,340 0,010 0,660 0,190 1,200
6 350 6783 Box-corer PR 0,860 0,070 0,010 0,940
6 350 6783 van Veen PR 2,430 0,300 0,130 0,270 3,130
6 195 6784 Box-corer PR
6 195 6784 van Veen PR 1,570 1,030 0,290 0,010 2,900
6 510 6785 Box-corer PR 0,200 0,200
6 510 6785 van Veen PR 0,070 0,070
6 380 6786 Draga PR 25,480 9,250 0,300 41,320 1,750 0,120 0,020 78,240
6 380 6786 van Veen PR 0,720 0,250 0,200 0,130 1,300
6 151 6787 van Veen PR 0,780 0,090 0,680 0,070 0,060 0,860 2,540
6 110 6788 Box-corer PR 0,080 0,020 0,040 0,140
6 110 6788 van Veen PR 0,290 0,120 0,410
6 95 6789 Box-corer PR 0,060 0,310 0,370
6 95 6789 van Veen PR 4,920 0,850 5,770
6 500 6790 Box-corer PR 0,040 0,040
6 358 6791 Box-corer PR 0,030 0,090 0,120

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
6 358 6791 van Veen PR 0,050 0,050
6 228 6792 van Veen PR 1,250 0,350 0,360 0,120 0,050 2,130
6 138 6793 Box-corer PR 2,680 0,700 8,050 11,430
6 138 6793 van Veen PR 1,330 2,110 0,120 0,720 0,050 5,570 9,900
6 100 6794 Box-corer PR 0,080 0,010 0,330 0,050 0,470
6 100 6794 van Veen PR 2,160 0,750 1,240 4,150
6 347 6796 Box-corer PR 0,040 0,040
6 347 6796 van Veen PR 0,060 0,060
6 190 6797 Box-corer PR 0,010 0,020 0,030
6 190 6797 van Veen PR 0,020 0,080 0,020 0,120
6 100 6798 Box-corer PR 0,050 0,050
6 100 6798 van Veen PR 0,530 0,220 0,750
6 285 6800 Box-corer PR 0,370 0,020 0,030 0,040 0,460
6 285 6800 van Veen PR 0,080 0,890 0,970
6 166 6801 Box-corer PR 0,070 0,100 0,010 0,180
6 166 6801 van Veen PR 0,050 0,080 0,110 0,060 0,300
7 225 6807 Box-corer SC 1,240 0,760 0,020 0,930 2,950
7 225 6807 van Veen SC 0,180 0,180
7 141 6808 Box-corer SC 0,220 1,880 0,060 2,160
7 141 6808 van Veen SC 0,040 0,790 0,640 1,470
7 104 6809 Box-corer SC 0,020 0,110 0,030 0,160
7 104 6809 van Veen SC 0,420 0,010 0,430
7 100 6810 Box-corer SC 0,020 0,010 0,140 0,090 0,260
7 100 6810 van Veen SC 0,030 0,030
7 506 6811 Box-corer SC 0,150 0,010 0,160
7 506 6811 van Veen SC 0,100 0,160 0,260
7 402 6812 van Veen SC 0,040 0,250 0,290
7 299 6813 Box-corer SC 0,090 0,010 0,100
7 299 6813 van Veen SC 26,170 0,080 26,250
7 100 6814 Box-corer SC 0,070 0,120 0,190
7 100 6814 van Veen SC 0,360 0,210 0,570
7 500 6815 Draga SC 0,150 0,040 0,060 0,250
7 500 6815 van Veen SC 0,020 0,180 0,200
7 375 6816 van Veen SC 10,550 0,530 0,020 11,100
7 210 6817 Box-corer SC 0,020 0,020 0,050 0,090
7 210 6817 van Veen SC 0,030 0,080 0,110
7 108 6818 Box-corer SC 0,040 0,040

Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
7 108 6818 van Veen SC 0,050 0,170 0,220
7 505 6819 van Veen SC 0,090 0,090
7 360 6820 van Veen SC 1,310 1,310
7 232 6821 Box-corer SC 0,500 0,050 2,790 3,340
7 232 6821 van Veen SC 1,650 0,020 0,050 1,720
7 103 6822 Box-corer SC 0,070 0,070
7 103 6822 van Veen SC 1,600 0,460 2,060
7 505 6855 Box-corer SC
7 414 6856 Box-corer SC 0,180 0,030 0,210
7 242 6857 van Veen SC 0,040 0,500 0,030 0,160 0,070 0,800
7 242 6857 Box-corer SC 0,430 0,030 0,160 0,070 0,690
8 100 6858 van Veen RS 0,570 0,380 0,500 0,790 0,110 2,350
8 100 6858 Box-corer RS 0,560 0,310 0,100 0,030 0,250 0,240 1,490
8 100 6862 Box-corer RS 0,030 0,620 4,250 4,900
8 515 6863 van Veen RS 0,110 1,340 1,450
8 650 6863 Draga RS 20,710 0,080 0,320 0,320 0,030 9,320 0,840 0,900 60,040 7,760 100,320
8 260 6864 van Veen RS 0,080 0,030 0,110
8 260 6864 Draga RS 1,870 0,220 0,240 2,330
8 131 6865 van Veen RS 3,110 1,400 0,040 0,080 0,120 4,750
8 100 6866 van Veen RS 0,730 0,170 0,830 1,730
8 100 6869 van Veen RS 1,640 0,030 0,250 0,100 2,020
9 104 6852 Box-corer RS 1,610 0,020 0,600 0,030 2,260
9 500 6853 Box-corer RS 0,120 0,020 0,140
9 100 6849 van Veen RS 0,320 0,460 0,600 0,510 0,050 1,940
9 100 6849 Box-corer RS 0,050 0,080 2,440 2,570
9 500 6850 Box-corer RS 0,050 0,140 0,190
9 160 6851 Box-corer RS 3,530 0,050 0,520 0,200 1,430 0,060 0,150 5,940
9 100 6846 van Veen RS 0,090 0,080 1,100 0,260 0,180 0,100 1,810
9 100 6846 Box-corer RS 0,100 0,280 0,380
9 500 6847 Box-corer RS
9 152 6848 Box-corer RS 0,020 1,290 0,030 0,050 0,050 1,440
9 104 6843 van Veen RS 0,040 0,900 0,510 0,100 0,030 0,910 2,490
9 104 6843 Box-corer RS 0,020 0,050 0,130 0,200
9 500 6844 Box-corer RS 0,020 0,020 0,510 0,120 0,670
9 177 6845 Box-corer RS 0,330 0,130 0,020 0,480
9 99 6839 van Veen RS 3,820 0,060 0,150 4,030
9 99 6839 Draga RS 0,200 4,240 8,270 1,170 0,130 14,010
9 600 6840 Box-corer RS
9 500 6841 Box-corer RS 0,210 0,040 0,250
Cont.
HEMICHORDATA
Profundidade (m)

CHAETOGNATA

BRACHIOPODA

Total / Estação /
Não identificado
Polyplacophora

Holothuroidea
CRUSTACEA
Cephalopoda
PRIAPULIDA

Pycnogonida
SIPUNCULA
NEMATODA

Aplacophora

Scaphopoda
NEMERTEA

Ophiuroidea
Gastropoda
Amostrador

PORIFERA

Polychaeta

Echinoidea

BRYOZOA
Ascidiacea

Asteroidea
CNIDARIA

Turbellaria

ECHIURA

Crinoidea
Cruzeiro

PISCES
Estação

Bivalvia
Estado

Radial
9 187 6842 Box-corer RS 0,120 0,120
9 100 6836 van Veen RS 0,890 0,410 0,030 0,240 1,570
9 100 6836 Box-corer RS 0,510 0,520 0,590 0,110 1,730
9 500 6837 Box-corer RS 0,050 0,050
9 102 6833 van Veen RS 0,710 0,770 0,480 3,560 0,030 0,110 5,660
9 500 6834 Box-corer RS 0,020 0,050 0,070
9 172 6835 van Veen RS
9 172 6835 Draga RS
9 100 6829 van Veen RS 0,630 0,460 0,360 1,770 0,100 3,320
9 100 6829 Box-corer RS 0,660 4,660 0,160 1,120 0,020 0,160 6,780
9 500 6830 Box-corer RS
9 154 6831 van Veen RS 2,920 0,790 0,060 1,690 5,460
9 360 6832 van Veen RS 0,440 0,440
9 100 6826 van Veen RS 0,040 0,420 2,860 0,730 1,240 5,290
9 200 6828 Draga RS 0,030 1,090 0,060 1,540 1,460 0,030 4,130 8,340
9 100 6823 van Veen RS 0,130 0,170 0,040 0,430 6,330 0,240 2,350 9,690
9 100 6823 Draga RS 13,400 0,310 4,670 0,290 7,660 0,030 6,720 6,650 9,120 0,080 0,520 49,450
Total

Potrebbero piacerti anche