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INTRODUÇÃO
A utilização do instrumental cirúrgico é planejada em função do tipo de cirurgia e do tempo
cirúrgico. As intervenções cirúrgicas se realizam em quatro tempos:
• Diérese (abertura)
• Hemostasia
• Cirurgia propriamente dita (exerese)
• Síntese (sutura)
Os instrumentais cirúrgicos são agrupados de acordo com os tempos cirúrgicos e para efeito
didático, classificados em 7 grupos, mas este trabalho enfatizará apenas o grupo III que se
refere aos instrumentos de síntese.
HISTÓRICO
Ao longo da história da humanidade, encontram-se episódios que retratam atitudes
cirúrgicas para a manutenção da vida. Inicialmente, as cirurgias eram dirigidas para a
correção deferimentos traumáticos e o controle do sangramento. O controle da dor intra e
pós-operatório, a anestesia e os passos inicias do controle da infecção cirúrgica também
transformaram a historia da cirurgia, contribuindo para sua evolução. Em princípio, a
cirurgia era mutiladora e visava extipar a parte do doente ou o órgão afetado. Após a
descoberta da narcose e da assepsia, no século XIX, as cirurgias passaram a ser
restauradoras e conservadoras. A partir daí então, observa-se um avanço acelerado no
desenvolvimento, tanto cientifico como de técnicas cirúrgicas cada vez mais especifica,
menos mutilantes e mais curativas. Vale ressaltar que o alivio da dor, o cotrole do
sangramento e da infecção são aspectos que continuam a ser focalizados como indicadores
do sucesso cirúrgico.
Outro ponto a ser considerado na evolução da cirurgia foi o desafio de transformar o ato
cirúrgico em uma atividade cientifica e em uma escolha terapêutica segura. Aliados a
evolução cirúrgica, muitos instrumentos foram idealizados e utilizados por cirurgiões em
todos os períodos da historia. Com o passar do tempo vários desses instrumentos, em
especial os instrumentos de síntese, foram reformulados, adaptados, dispensados ou
substituídos por outros mais práticos e específicos para um determinado procedimento. Os
instrumentos cirúrgicos são essenciais para o desenvolvimento das seqüência que compõe
os tempos cirúrgicos.
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TEMPOS CIRÚRGICOS
Diérese: consiste em separar tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou
órgão. A diérese pode ser realizada por vários métodos: mecânico, térmico, crioterapia e
raio laser, sendo que o mais empregado é o mecânico, utilizando materiais cortantes, como
o bisturi elétrico, tesoura, faca, serra trepano, agulhas e outros.
Hemostasia: Consiste em determinar ou prevenir um sangramento. Pode ser feito por meio
de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação e compressão. Estes métodos podem
ser usados simultaneamente ou individualmente.
Na síntese dos planos deve ser respeitada hierarquia tecidual, sua estratificação, fazendo-a
a reconstituição pela síntese de tecidos idênticos entre si. As condições necessárias para
uma boa síntese são: anti-sepsia local, vascularização perfeita das bordas de incisão. Bordas
nítidas, hemostasia perfeita, ou seja, ausência de hematomas ou outras coleções, pois o
sucesso da síntese depende da hemostasia orgânica correta, coaptação sem compressão dos
tecidos, ausência de corpos estranhos e tecidos necrosados, escolha de fios apropriados para
cada tecido, execução com técnica correta.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
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Grupo I: de Diérese
Grupo II: de Hemostasia
Grupo III: de Síntese
Grupo IV: Especiais
Grupo V: Auxiliar
Grupo VI: de Campos
Grupo VII: Afastadores ou de exposição
Grupo I: Este grupo praticamente é composto por instrumentos cortantes, como bisturi e
tesouras, em diversos tipos e tamanhos, e outros como faca, serra, trepano, agulhas.
Grupo II: este grupo é composto por instrumentos destinados ao pinçamento de vasos
sangrantes, sendo estas pinças hemostáticas, retas ou curvas, com ou sem dente, de diversos
tipos e tamanhos. Em geral são denominadas pelo nome de seu idealizador.
Grupo III: Este grupo é composto de instrumentos de sutura, como agulhas retas ou
curvas, triangular ou traumática, redonda ou atraumaticas com fundo fixo ou falso. Fazem
parte deste grupo ainda os porta-agulha e os fios de sutura. Este grupo será detalhado logo a
seguir, por ser o tema principal deste trabalho.
Grupo IV: Este grupo é composto por instrumentos cuja indicação é determinada pelo tipo
de cirurgia. Estes instrumentos são usados somente no tempo cirúrgico propriamente dito,
por isso ocupam o lugar mias distante na mesa de instrumentos. Cita-se como exmeplo as
pinças: Duval, Satinsky e Allis.
Grupo VI: Este grupo é composto por pinças que se destinam a fixação dos campos
estéreis para delimitação do campo operatório. Basicamente fazem parte deste grupo as
pinças de backhaus.
Grupo VII: Este grupo é composto por instrumentos de exposição que permitem a melhor
visualização da cavidade operatória..
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INSTRUMENTOS DE SÍNTESE MANUAL COM FIOS E AGULHAS
A síntese manual com fios e agulhas é o tipo mais utilizado nos procedimentos cirúrgicos, a
seguir detalharemos os principais instrumentos.
AGULHAS
São utilizadas para com o objetivo de transfixar os tecidos, servindo de guia para os fios de
sutura.
Forma: Podem ser retas e curvas. As curvas podem ser de 90º, 135º, 180º e 225ºde circulo.
Tipo de ponta ou secção: pode ser cilíndrica, triangular, losangular, espatular ou romba.
As cortantes são chamadas de traumáticas e as não cortantes de atraumaticas.
A geometria das agulhas cilíndricas possibilita um mínimo e trauma no momento de sua
penetração no tecido, ocorrendo uma melhor vedação entre o tecido e fio. As agulhas
cortantes têm o objetivo de seccionar as fibras do tecido transpassado por elas, por meio de
uma ou mais arestas cortantes.
Sem fundo: Sem fundo - a fio é inserido dentro da agulha - este tipo é chamado de
atraumática. Quando existe agulha em ambas extremidades do fio é chamado de dupla.
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Fundo fixo e falso: Fundo regular, alongado, Fundo quadrado, Fundo arredondado, Fundo
de Benjamim, Fundo francês, em garfo ou falso - quando o fio pode ser inserido por
pressão, sem ser enfiado.
formas de agulhas
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Tipo de pontas traumáticas e atraumáticas
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Fundos de agulhas
Indicações:
A agulha de sutura, de forma cilíndrica, está indicada para suturas em intestino, peritônio,
vasos e outros tecidos de fácil penetração.
A forma romba, para sutura de órgãos friáveis, como é o caso do fígado, rins e outros.
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FIOS DE SUTURA
Conceito
O fio de sutura é uma estrutura flexível, com formato circular e que apresenta um
diâmetro reduzido. Pode ser de material sintético, de fibras vegetais ou de material
orgânico. Mesmo sendo uma estrutura tão simples é um elemento da maior importância
dentro da cirurgia, pois é parte essencial da sutura e dos nós cirúrgicos. Fios de sutura já
estão dentro da prática médica desde os antigos egípsios e gregos, sendo usados e
conhecidos pelos homens muito antes da cirurgia como a conhecemos hoje.
Sempre importante lembrar que todos os fios de sutura são vistos como corpos
estranhos em nosso organismo, assim irão produzir um tipo de reação local. Porém existem
particularidades de cada fio e, desta forma, alguns causam maior reação e outros menor
reação.
Os fios de sutura são constituídos dos mais diversos tipos e os classificamos quanto:
• Absorção
• Origem
• Quantidade de filamentos
• Diâmetro.
Absorvíveis: São os que, decorrido algum tempo após a sutura, por ação orgânica são
absorvidos, podem ser de origem animal ou sintéticos.
Catgut simples: é de origem animal, recebeu essa denominação oriunda do inglês que tem
como tradução “tripa de gato”. Durante o processo de fabricação não foi submetido a
nenhum tratamento especifico para alterar o seu tempo de absorção quando em contato com
os tecidos orgânicos.
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• Fechamento Geral: peritôneo, subcutâneo e ligaduras.
• Ob-Gin: anastomoses, episiorrafias.
• Gastrointestinal: anastomoses, epiplon .
• Urologia: bexiga, cápsula prostática, ureter, ligações de artérias vesículares, uretra.
• Oftalmologia: conjuntiva.
• Otorrinolaringologia: amigdalectomias.
Catgut cromado: este tipo de fio é da mesma origem que o catgut simples, porem foi
impregnado com sais de cromo ou tânico, para lhe conferir um maior tempo de força tensil
e conseqüentemente aumentando o sue tempo de absorção. Os fios catgut simples e
cromado são mantidos em álcool isopropilico, para manter as suas propriedades.
Tipo de material natural
composiçao Serosa de intestino bovina e submucosa de intestino de ovino
Força tensil 21 a 28 dias
Tempo de absorção 90 dias
Esterilização Por cobalto 60
Apresentação 5-0 a 1
Caprofyl.
Força tensil 21
Tempo de absorção 91 a 119 dias
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Esterilização Oxido de etileno
Apresentação 5-0 a 1
Monocryl
Força tensil 21
Tempo de absorção 91 a 119 dias
Esterilização Oxido de etileno
Apresentação 5-0 a 3-0
Vicryl
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Vicryl Rapid
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Vicryl plus
sutura absorvível Vicryl Plus possui a mesma composição, características e construção
confiável que a sutura Vicryl.
A diferença entre eles é que o Vicryl Plus contém IRGACARE MP, a forma mais pura do
TRICLOSAN, o agente antibacteriano de amplo espectro, a uma concentração de
0,003mg/kg.
O IRGACARE MP é um anti-séptico. Não é um antibiótico, e não é tóxico na concentração
utilizada. O IRGACARE MP é eficaz contra os patogênicos mais comuns associados às
infecções no sítio cirúrgico :Staphylococcus Aureos e Staphylococcus Epidermides, Ambos
resistentes à meticilina.
Essa característica promove proteção contra colonização bacteriana ao redor da linha de
sutura, minimizando o risco de infecção
Pds II
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• Ob-Gin: ligaduras, cúpula vaginal, útero, bexiga, parede vaginal.
• Ortopedia: membrana sinovial e rótula.
• Cardiopediatria: coartação de aorta.
Mononylon
Usos freqüentes :
Polycot
Usos freqüentes :
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• Gastrointestinal: mucosa, submucosa.
Linho
Usos freqüentes :
• Geral: ligaduras
• Gastrointestinal: mucosa, submucosa.
Seda
Usos freqüentes :
Prolene
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Usos freqüentes :
• Fechamento Geral: aponeurose.
• Gastrointestinal: anastomoses
• Plástica: pele.
• Cardiovascular: enxerto de derivação da artéria coronária, anastomoses proximal e
distal, aortomia, aneurisma aorto-abdominal (AAA).
• Oftalmologia: fixação escleral.
Mersilene
Uso freqüente:
Ethibond
Usos freqüentes :
• Gastrointestinal: laparoscopia.
• Ortopedia: membranas sinoviais.
• Cardiovascular: canulação, fechamento do esterno, fixação de próteses, troca de
válvulas.
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Aciflex
Usos freqüentes :
Sternumband
Largura da fita de aço (6 vezes superior a dos fios de Aço) contribui para que a força seja
distribuída uniformemente através do osso, promovendo alta estabilidade e rápida
cicatrização.
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características descritas para o fio de sutura, como a reação tecidual, a infecção, a origem a
nós firmes e entre outra, são geralmente decorrentes da matéria prima para sua produção.
Quanto A Apresentação
Quase todos os tipos de fios de sutura são encontrados com ou sem agulhas.
Os fios de sutura são apresentados por números que indicam sua resistência e espessura. A
numeração varia de 6 (mais grosso) até 12 zeros (mais fino), tendo o numero 6 o diâmetro
de um cordão e o numero de 12 zeros, de um fio de cabelo de um bebê. Os fios também
apresentam diferentes comprimentos que variam de 0,13 a 2,50 m, cada comprimento
indicado para determinadas cirurgias.
Os fios deverão vir em embalagem grau cirúrgico ou a combinação desta com filme
plástico devidamente termoselado de acordo com NBR nº 12496 de 30/06/1994 e
reembalados em caixas conforme a praxe do fabricante, de forma a manter a integridade e
esterilização do produto durante o armazenamento até o momento do uso e rotulados
conforme a legislação em vigor.
Número cirúrgico
Comprimento do fio
Tipo de sutura
Tipo de agulha
Tamanho da agulha
Número de controle
Nome do fabricante
Número de fios (se múltiplos)
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EXEMPLO DE EMBALAGENS ETHICON
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PORTA AGULHAS
Mayo-regar
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Mathieu
O porta agulhas de Mathieu difere muito do anterior, na sua forma, por não possuir anéis
nas
hastes tem a abertura da parte prensora limitada, pois há uma mola em forma de lâmina
unindo suas hastes, o que faz com que fiquem automaticamente abertos, quando não
travados .São utilizados presos à palma da mão, o que os fazem abrir, se inadivertidamente
for empregada força excessiva durante a sua manipulação. Sua melhor indicação seria para
sutura de estruturas que oferecem pouca resistência à passagem da agulha. Um bom indício
disto é que não possuem a fenda longitudinal que aumenta o apoio da agulha.
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Olsen-Hegar
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Gillies
O porta-agulhas de GILLIES possui anéis nas hastes, que são assimétricas: a mais longa
para o dedo anular e a mais curta para o polegar, o que lhe confere maior ergonomia. Não
possui cremalheira para travar as hastes, o que indica ser o seu emprego mais adequado
para sutura com agulhas pequenas, em tecidos mais brandos.
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CONCLUSÃO
Neste trabalho, podemos observar que os princípios utilizados para a escolha dos
instrumentos de síntese ideais para cada tempo de uma cirurgia, é de extrema importância
para obtermos um prognostico positivo, livre de quaisquer iatrogenias a curto e longo
prazo.
Os instrumentos de síntese são utilizados se apresentam de diversas marcas e substancias
no mercado atual, e por isso devemos ressaltar a importância do profissional de
enfermagem na escolha dos instrumentos de síntese para a sua unidade, o sucesso de toda
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uma equipe depende deste profissional, que deve optar por um produto de melhor qualidade
possível.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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