Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
W I\'EItSOS JORNAES
FL'NCWAL
TYPUC hAP1lIA FUNCHALENSL
c-
1883.
UM PRIVILEGIO INDUSTRIAL
no iss:1.
~'rnililclo: coiircnzi-ma de cjiie o rnellior meio de fazer prosperar a
hlad(3ii.a estaliclcccn~loa cultura de canna sôbre bases seguras e 6s-
iarcis, o meio uiiico (?e podeicm .os cultivadores ter a certeza de
\!"i. bom preço esle nosso tão importante producto
v c ~ i ~ p sc~i~pi.c
i.
agricilid, o in:io de podermos, todos (lue somos consumidores de
assucar, ter p!-,ilpr.eCi, corninodo, sem perjuizo da agricultura, um
grncio que i: Iioje tle primeira ncccssidade e que so esta vendendo
cai,issiiiio, i: o cstai)i:Iecimcirto iicsta ilha de uma OU mais fabricas
crim os aplinicllios modernos e aperfci-O~~OSD.
..,....,..**.......*. ' I . . . * . . . * * . * * *..***.**..
.Os ~ p p a ~ c l i i otlcs que se servem a s fhbricas de assucar que
temos a c t i i ; ~ i m ~ i i ilia
c >ladeira, e em geral todas a3 fabricas de a&
sucnr, para estraliircm o succo da canna, sáo altamente perjodieiaes
:I i a , o tcem mostrado, theorica e practiumeote,
i ~ i l l l ~ ~ t l ~como
honiciis crim~ietentissirnosno assumpto: guer dizer que, depois de
t i l * sido n coloia csj~~.ejnida pelos cgli~adros,/ica ainda nella unu,
grantle , ~ r t ~ t ~ : i i d ~dct l cflSs?!Cor,
a Pondo nosmo dc paiaic a consideraçao da fbrça dos cyliadros
e do s c ~ i diamelro, o que teia uma grando imporiancia sbbre a
quantidade dc assucar que estcs opparelbos extrahem da canna, per-
gunta-se:-coiiiii-nos-lia coolinuar a empregar, para 8 extracção
da guarapa. 05 ini3sinos npl>nrellios qtio esláo sendo geralmente em.
pregados, perdendo a qnai~ti~?nde consideracel d e ossucnr qrcc &ca
tia palha?
.Homens eomiietentes promcttem fazer apparelhos que, $04
guindo systeina clivcrso, deveni retirar da canna maior rendimento;
Nas, serão esses apparslhos manufactureiras, isto 6, ds uío facil
applzcnrcío prácticg como os niol)llros de espremer canias, de modo
que tenham sdbre elles rrma un?ztagon real?
#Se for aproceztaccl para a,qi<atndenteo asstccar qtre fiUa na
palha que sne do moinho, será mais simples empregnrmos tambem
rrm d'estes o~~pwelhos para reduzir a eufina a guarapa?~
Ve-se, pois, que, no dia 12 de junlio de 1870, eu dava,
perante a assembleia gcral da Companhia Fabi*il de Assucar
hladeirense, corno facto averiguado (que por ninguem foi na
dicta assernblcia contestado) que o larninador deixava no ba-
gaço urna grande qiianiidnde de assiicsr, que ficava arsim
perdido. E, commuiiicando então á mosma asscmbleia que
havia quem prometiia maior rendimenio da canna por meio
de apparelhos de systema diverso, eu apreseritava as seguin-
tes qucslões:
Corrsspondcr~o esses spparelhos 6s promessas dos soas
auctorcs?
Teráo nr práciica vantngei~srcaes sbbre o lamioador?
Se for ayrovcitarel para aguardente o assucar que o la-
minador dcira no bagaço, será mais rantajoso adoptar o la-
minador?
Quando esse assoear niio seja oproveilarel, será, ainda
assim, preferirei o lamioador'?
Ninguem nnquella asscmbleia se julgou habilitado para
resolver tncs rliies\ões; nem revelou o eoobecimento .de ne-
nlium prci*eLso cflicaz e dc facil applicação pari o aproveí-
tamento d:, rssucar do baga~o.
E, não tendo a companhia elemeiilos para resolver estes o
ouiros ~~roblernas importantes, quando desejava montar a sua
fibrica lias melhores condiçóes indusiriaes, encarregou-me de
ir a França cootraetar os apparelhos que eu, depois do neces-
sario estudo o exanic, reconlieeesse serem os mais convenientes.
Foi uma cornmissáo ardua, espinhosa, de gravissima re-
sponsabilidade, quo cu tive, todavia, o arr6jo de acceitar.
Paro hoje aqui, snr. redactor; mas náo lecbo és& carta
sem pedir a V Ex."que noie a nova -gentileza do redactor do
Direito, que, tendo-me aggredido injustamente no peoultimo
+
=-, - O
a 2 z
=.
PI
x. 2
2 2
,
-
-. - z, 2 -
f3.
3
r*
G
4
E"
- c - . 5
-- =
=i 2 r,
+
V'Q%=)3
,
Crsog
2 S
r
-
- 0 2
O%$G,
a
ci:i..-o
2.25
%.r%
m
E3
-=I-. 7
o P ? c w
e
s,C Z U O
pga-CL
2CiO
0
%
O -
g z %=..r
13
R%
O
" m -
rn-25
2 SG*'
u, Q,'&
c<o 0
-9
bn
0.2 5 -3
=aw
09 $pt?
;-w n q
z:.&s
C" g 5.
0:
m o q si-
do ~ ~ O C C S S do O privilllgio qiie cnliio solicitei, 0 me foi conc%&-
do por i 5 aniios por dccrcbio de 10 do novembro de 1870, p u ~
blicado no Dirrrio do G ' o c c ~ ~ i on.9250,
, de 17 do mesmo mec.
Tendo en\Go muito ein visia dar principalmente vaotageng
6 Compnnliia ITabril de ~ i s s u c a r\la(lcirense, do que era funda-
dor c uiii dos maiores accioiiisias, pareceu-me que ósia com-
p~dliin,dcvcndo moril;ir na su:i fabrica a cnrbonalaçjio dobra-
(Ia, icrin grande conveiiiriicir cm podiir diluir a guarapa eom
agiia que já tivesse crii dissoluç~oo assuear que o Iaminador
tivesse dcixado no b:iyço; c este, indo depois a seccar 8th o
ponto ncccssario para servir do eombus~ivel,deveria chegar á
I'ornrilia em boas coiid i y ~ c s .
As razões qiic, o prioll, mc faziam crer que o segundo
processo sciiii melios vali tajoso tlo que o priineiro, eram:-! .O
tci. O 1)ngaço ile IinssJi. pcli, laiiiiiiador, o que exigia maior des-
p t ? x a ( \ l i vapor; 2.0r tiilticuldade para as fábricas de grande Ia-
I~ornyT~oq:ie iiressem utii moinlio sú, coino a I'5biiea de S.
Jocio, cm passar nelle caniin c bagaço; 3.0o receio de quo o
bngnço, passando no hminliilor. e fieaodo mais diridido, não
pcrdcsse iniiiio corno coinl)u.ciivel.
Erarn probleiiins aiiiilri a rcsolvcr; eram qoestües r eluci-
dar, (IUC cu Lciii elaraincnic nprcscnlci na minlici primeira de-
scrip~iiaddi:posiiatl.r no rnirii:~eiio das obras públicas, commercio
e iiitlusti*ia, coin dai:i tle 19 ile oulul~rode 1870; na qual não
julgiici oppoi0tunodar iiciiliuiiir ii~dicaçãoprecisa do meu se-
gti niio processo, mas onde o deixei, todavia, visitlelme~~te, de-
riiirici:hiio, coiii as dúvidas que ainda me offereeia, nos seguintes
lcrrtios:
nSc se ynssnssd de 1ini.o este bagaço pelo moinho, OU se sê M-
prcinussc por iiicio dc uiiia prtinsa qualquer, obter-sehia pelo me-
nos a m;iioi. liarte d'ozte lirliii(li~.
all:is, seiido o moinho de grinfla flrça, nZo licaria o bagaçu
ncssc caso tão dividido qiic náo podesse depois servir de com-
bustivcl ?
aN 3 0 demoraria isso o traballlo do moinho?
.--Nrio augnisntai*ia considuravelmente a mlo d'obra ?u
Nfio tronsercvo aqui ii~tegraltnenic, sns. rednclor, a de-
scripção de que faz par10 csto crcerplo, náo sti pela sua exlea-
s50, soci5o letnbem porclu': ella diz, l ~ r i ~ ~ c i p a l ~ ~ ercipeib
i)tc, a
:t
um processo que nãio está actualmente em questão, e porqur
um periodico d'esta cidade a está transcrevendo.
Em compensação farei outras tran-cripçóes que o mesmo
periodico se não dará, de certo, ao incommodo de fazer.
Reclamo de novo, snr. redactor, a benevolencia de V Ex?;
pois preciso de escrever ainda ~nuitas cartas para esclarecw
bem ésia guesião.
De V. EK.&
iiluito att .O venerador obr,%O
E%.@"
Srir. Ile!lacior (e).
(e) POPULAR,
Cartz dirigida ao DI,~RIO O publicada oin 31 dc inarçn
de i883,
ni;3 (!o nnno fiii,io, tlc ~ ~ mcommiss3o
a clificil, ardua, espinliosa,
d~ granilissiiiia ics~~oiiscrbili~ladc, aeccitei-a, bzendo nisso, sú cu o
sci, uin grni:Ji? saei*ificio; urceitei-a por dedicaçáo a ésta empreza
ilue coniitleio táo iiti!, pelo amor que Ilie tenlio, pelo desejo quo
iiiiii*o i!e a ver sealisada; acceiteia-a, cotn toda ri franqueza o di-
go, ~~on~i~mOll:antlo cm ro:la ile mim, iiáo via ninguem em cir-
ciiiiistançias de n dcscrnpe!iliar mcll!or;
i c tlci:,nrit!o n mirilia iamilia, e a miiiha clínica, sem
~ ~ i pai,ti,
ulliar, nem para os porjuizos que soffridm os meus iiit~resses, nem
~~u~imsiiiicoinmo~los e riscos da \.ilig-em;
.Que ;í Diya tlo mais aclivo e zeloso traballio, consegiii para
u riocco cstal~elccirncr~to, coin economia de muitos contos de reis,
as mnrimas raii!agcns coinpaii~eiscom o capital da companliia, o
c ~ i mo cstatlo actual (13 ir~di~st~-ia; consegui tornar já uma rculida-
(?c o que, pnrS3 (luasi todos, 1190 passaria de uma ideia, d e uma il-
I , 1 unr i)liantaimn cjiie nao podoriamos nunca attingir;
d ~ i i ca tlerlai-açao q i i o u dii-ercGo fez i assembleia geral na
iiliiifia sessão, do que f u i :i i:i8;in~:~ por canta cla companhia, p r o u
bem que ii;i» csicse nui:ca nu inente dos que ino eiicarregaram de
to1 comrnissiio qiic dcvesscm ser gratuitos estes serviços, que po-
dern ses a\:ilic:ilos, náo s0 pelos sncrificit~sque fiz, pelos incommo-
dos que sofiri, c iiilos cslor~os cjuc cni~iicguci, sen9o lambem
~ic!osi ~ ~ u i i u i lciiic
o ~ c o n s v ~ u iI'nr J 3 cnrnpanliia;
«Qiie i!, tudavia, ccisto, qiie, atS o presente, não recebi da
companl~iuremiiiieraç5o alguma por taes serviç~s;
((Que, terido reccl~ido da direcçSo, na occasião da minlia par-
tida, dirilieiro psi.a as dcspezas da viagem, fiz por conta da compa-
nhia unicamenle as qLie foram indispensavcis, c, i minl~a chegada,
entreguei o que ficou;
a Q o e , anlcs de partir, declarei 4 tlircc1;3o q i i ~ so ? ésla em-
preza se 1120 realisasse, t ~ á oqueria qt1e a eo~iipanhia me desse re-
it.iliiii~%it algliiii:~ pelo rnm tiabcillio e perjuizos;-mas .hoje, qiie.
corisidero 3 e r x ~ p w n j3 i.c:ilisada, pr*escindo lota1me;t)te do dzrcito
que possa ter d~ pedir (i coijipn?~liioqlc~ilqiterre~iilrtlcraçáoque me
seja devida pelos scrcicos que atú o yi,essute Ilrr iotlhu prestado nega
ia zlhn, oii /dra d'ella, os quaes lodos llre ofiercco.~
Em srgiiida a ésta declnraeáo encontra-se, na acta da
mesma sessão, o srgiiinle:
«Pediu eniáo a palavra o snr. Dr. Manoel José Vieira, e pro-
poz que a assembleia, agradeezndt ao snr, Dr. Camara os importan-
tes serviços cluc elle ha prestado s esta compaiiliia que a elle deve
to<lo o que hr conseguido, lhe désso ~ I I U roto de loiivoi., c quo esse
se consignasse na acta; o que foi appio~ntlopor onaiiitniilada.B
Conlinuaiei, na proxin~a correspoiidencia, a chamar a
allenção de V. Exea,siir. redactor, para o niencioiiado parcçer
da niesma diiecçáo.
De V. 1 3 ~ "
dc i
A) &$ta diritlili r) D~ARKI
~ ' Q I Iiin, r iiultiii.aAi rin 28 do r n i i t o
Parece que, cm visia d'csia moilificnç'io da minlin pito-
posta, dcrcriam cessar lodas as opposições;. era de esperar q iie
ninguem se insurgisse conira o que, em caso nentium, podia Lra-
zer perjuizo á conipantiiii.
Nio succedeu, porém, assim; porquanko iiiio Iiouse em-
baraços que não poressem, não tiouve rlocslócs cjuc o50 levriii-
iassem os mcmbros da clireccao, que ilunca sc satisfariam c o m
cousa nenIiurna.
E ianto içlo 6. exacto, que o relriorio dc 22 Je junlio de
1871, referindo-se a este fucto, exprime-sc assim:
~ D C V C scm
~ S , d i i ~ i d a ,lembrar- os que os mcmbros da direc-
çáo prolongaram por tal moda a scss80, o cansaram tanto a assem-
blcia, gim vaiios accionistas se rcliraram de cnladados quando vi-
ram que ir ji adiantada a noite, sem quo se tivesse podido consc-
guir votar esta mateiia, »ztlito tempo depois de ella ter sido jtilgada
discztiickr pela assenibicia e poslu ti cotiicõo!))
Tendo eu, em vista de tzo estrai~hoprocedirnento, reiira-
do a rninbr preposta, mciitos accionistas instaram e consegui-
ram que eu consen~issc em que ella fosse votada na asseinl~leia
geiul do 10 do jaiieiro di: 187 i, sendo approvada por unani-
f~zidadc.
Na mesma assqrnbleia cu fui eleito director por ctnani-
midude, niio sc contundo os meus rotos.
Resolveu, pois, a Companbiri Fabril do Assuear Madei-
rense, por proposta minha, em 10 de janeiro de 1871, tornar
iodos os esclai*ecirnentos qiie julgasse necessarios s6bre o apro-
~eitameiitodo assuear do I~agaçoda eanna; experimentar, além
do processo de que eu lirilia privilegio, qualyiier ou~!*oqiiu
Ilie parecesse vaniajose; c, no fim de todas as indagaçaos, ae-
eeitar ou rejeitar o meu processo, segundo que elle offereccsse,
ou não, mais vantagens do q u o qualquer oulro.
E, não s6 nessa assemhleia ilinguern rcrcloo conliociíiieii~
to de oerihum processo que podesse ser ensaiado, senão iam-
bem, rnezes depois, nas assembleias gei8acs ile 22 de junlio e
22 de jueo de 187 1, quando foi apresentado e discutido um
relatorio da direeçso da companliia, em que este assurnplo foi
longarncntc tractado, ninguein linlia ainda acliado ncnhum pro-
cesso que pudesse propor cm subs~itui~.ão ao meu, a<pezai. do
ser evideiile que, em tacs cireurns!ancias, dcvia Iinvcr qiieni ii-
vcsse desejos de fazer tal acliado. -
Parece-me, eni. redactor, qcc ningiiciii podcri drixar de
vcr nestes íiic~osunia clarissiiiia tlcriionstra~50de que tido ertc
1)teio anatojoso de apro-
eritiio conliecido na ili«dei~*trfioil~rr112
veitar o assucar que o iiioiiilio dcisa i10 bagaço da cannn.
5
saiu do se11 processo; e, tendo-sc con~encido por este eiisaio, A-
pezar das cireumstancias desfarorarcis em que era [cita a cxpericn-
cia, de que o meio era bom, tractou de obter (10 Governo de Sua
Maagestade privilegio exclusivo por 15 annos, clue Il~c foi concedi<lo
por Decreto de 40 de novembro de 1870, publicado no Diario do
Gooer~~o, n." $260,da 47 do dicto mez.»
Desculpe-me V. Elea, snr. redactor, sc bsla transcripçso,
qnc & dão desejhra cortar, me obrigou a pedir hoje a V. E R . ~
mais espaço no seu jornal do que dcsejira occupar.
De V. Ex."
ln1.O rr1t.O ~vcnerador01)r.~"
Funchal, 28 de março de 1883.
E X . ~Snr.
. Rcdacior (+).
L I ) ciímiu,
O ~ S S ~ ~ L drl . pelo C ~ I ; C I I ~ ~ C ~ I 3.
. ~ ) 1). 11~1r;\1, p t ~ l j l i ~ a t l ~
cin LonJrcs ciij i 8(i3 (..l ' i O i ~ ~ i n c k i i i9c /ilr c-fic-
C
1).
-d% tlie proccrs of producing stignr from tlre i a l t e r e f i ~ t i t c ~
mmf and loaf szcgar home and cololiicll).
No capitulo primeiro, fullando dos pr6cessos coloniaes, diz
que o apparellro ,usado nas colonias para a extracçáo da gun-
rapa 6 o moinho, e que o de tres cyli~lc?~os é o eiclhor (tkc threc
rolled stiga~-niillhaving bee~zproved to be the best).
Não se referc ao assuear que fiei no bagaço, nem a ne-
nhum processo para o seu rproveilamenlo.
Em i865 N. Basset publicou a 2."parte do seu Guia
pructico do fubriculite ds aosucar, na qual estuda a quesiáo da
grande quantidade de assueir que o iiioinlio deixa no bagaço
da canna; e, combaicndo os argumenios dos que diziam que,
ainda quando se podesse enirahir esse assucar, se n5o devia tal
fazer, porque isso tiraria ao bagaço uma pari0 do seu valor
eomo combosiirel, sustenta que haveria grande conreniencia
para o fabricante em pracuwr uni processo mais van~ajosopa-
i a a extrreçãio da goarapa, o qual, llic parccia, devia ter por
base a maeeri-@o; mas que, se, por falta de material, ou de
meios d'acçáo, se não podesse evitar que ficasse ao bagaço uma
qum"iidadc de assocar imporiante, lirircria sempre meio de a
aproveilar, fuzendo-n fernientnr no a~csliiobagaço, c oblendo-
a debaixo di f6rrna de aguardeiile (tnfin).
Foi ésia opioiao de Basset que, quando em 1870, m o
resolvi a adoptar o larninador para r fibrica de S. João, me fez
propor, á falia de melhor meio, o processo de IIugoulin, de que
já dei conliecirnento a V. Exea
Mas, snr. redactor, vejo ainda deniita da mim viirias obras
o qne desejo referi?-me: e ~ ã oo podaria fazer hojc sem ean-
sar a attenção de V. E&."Amanhã continuarei.
Acabo de pweorrer uiii livro iliio tetil por t i ~ u i o - ~ i /[is-
torta do nssticnr e das pla~itcisqite pro8il;ein ossit&,, C01]23)1'(?-
hcndendo u),i rcsrlnio de todos os processos fiotnccis de cst,-nr-
ão manufact irrn do nsstrcnr dcsclr. os t s ~ ~ y ~nlnis o s reiriolus
at8 o presejrte (The histor,~/of suyni* arid sugar yieiding pbz~ils,
together tuitlt ali E ~ ) ~ ~ O I )ofZ C e ~ e r y notable p,-bccsc of srcgcl*
extrntioa, alid t12nr~ic/actui*e, from tlic cilrliest ti,ricls to the pre-
sofit), por U'illiani lc., piiblicado eiii Lonlli-ci cm 1S(iG.
Diz e ô l c livro qiic o i i i o i i i l i ù dc ssprcrncr cnniias, cin iiina
ou outra das muitas ~aiicJnJcs,O o meio usado por toda a par-
t e para extraliir a guarnpe; nlns que esic systcmn d i um graotlc
perjuizo porque nZo extr3lic, provarclincotc, niais tlc 507,,, tle
90 1, de sumo que tcm a cnniin. (Tlrc trnsle depe~l<leillof this
cause is vercy 9,-eaf: pi*ohably not aiojlc Iltuu / i / t i / pcr ccnt. o[
juice i s cxtracted otlt uf tlre tiitiety /ler cerlt. toliich Iins becu
knocnii ta esist in tlic cane).
Náo diz, porEm, quo eni parie ncnli!iinn sc nprorcilc, por
qualquer modo, o assucnr rjiio o moinlio dcisn no bagaço.
Abrindo o 2." volnii~cda 3."cdicçGo dr fliir*yloperlia le-
chriolo9ica ou Dicciorinrio das Artes e ozci~~~c/'í~ctnraa, por Gli.
IJaboulaye, publicado em Paris cm 1867, iicllc vuju tsiiil~cm,
num Iorigo artigo sobre a industria do sssiicar tl3 clinnn, ciia-
do o moinlio como uriico mcio iisado para n cxíi8:iiy50 t l : ~gwi-
rapa; podendo 6 ~ ~ C3 ~, ~ ~ I ~I sI ~~ )Oc r i c ~ l çii a i CIII 4. i r ~ u i -
ntios, ser de r>?,"? 6 1,s ~ { r l ~ iiC'O - c dc caiinns.
E C~1âobra (anhem rico Cnlla em iiicio nciilium eonliaci-
ù~ do aproveitamento do assticar do bagaço.
Aqui esli o-Novo ~ ~ l n i ~ i coi,iplet[~ cril tio [(iõricmte dc ns-
srtctrr e do refinador, da 12iiei-clopiidia I:orc\, i)ublica~locrn 1858.
Falia esicnsainciitc do.; divi!i*sor nioiiiiios (li: csprcrncr
eannai, desde o de (;oiiza!cç dc \.'elosa 316 O tlc Cai! t!k C..'
ires cylindrog dc i nlclro de diaiiieiro c 'L, 10 iiiciros do com-
Ex."" Siiiw.Redactor ( b ) .
E X . "Snr.
~ Redactor (+).
respondirem;
uh."Para o c8lciilo alas cleepezas dar-se-lia a cada Ires litros
e meio da aguardente rcelilicada ,?rn '30TC., o valor de 950 rkisy
a5."-Se, depois dos t1.e~dias de espciiencia, e em quanto
n30 8 conhecido o resultado deiin(iivo d'esia, V. Es." qiiizer conli-
nuar o aproveitamento do assucar do liasaco, as condiCões seráo,
pelo que respeita á parle que me Ira de ser dada, as mesmas que
as da referida 1.Qeliperiencia;
e6."-Se náo viermos a ac,cbrdo para o contraclo definitivo, e
estando salisfeitas as condições do coiilraclo [iro!.isorio, ficaremos
desligados; não 6c;iiiilo V. Ex." ariclorisado a continiiar a aprcreitar
o assucar do bagaço pelos processos de que tcnbo privilegio.
~ E s g e r omerecer a V. &."a fineza de @e &eçlarar 80 sso bem
dstas as suas ideias.-Sou de V. Ex.; nmuito atlonlo venerador o.
Brigado- Visconde do Cunt~itve'ala.
Passados 25 dias o snr. D. %anue1 mandou.iile a segi~in-
to resposta:
.
tiPunchal 12 de mai'ço de 1883.--. . Snr Visconde do Can-
navia!.--Quiz evitar quanto possirel enirsr em qocstõee com V. . .
chegando esse meu desejo a ponto de propor a V. . . u m accbrdo
provisorio pelo qual, com qilun!o V. . . usi:friiisse de certo ber.eR-
cio, eu náo reconliecia o direito que V. .. julçu ter acerca [!o a-
.
proveitamento do assuear do bagaço. V. . , poróm, 1180 se conten-
tou corii isso, e por carta de $ 5 de fi?vereiro irnpne-me (mesmo pa-
ra o provisorio accardo) taes coiidições que, s e f6sse:n por mim ac-
ceilas, ficaria iiliplicitamente reeorihcciilo o ja ciiado direito.
«Entendi, pois;qoe não devia [jioseguir nessa transacça~scrn
consultar advogados, e a esp6i.a de resposta cl'cstes (lcu logar a
qiie s6 agora podesse tsmbcni responder o V. . . , pe!o que peço
desculpa,
nos advogados consi~itatlosForam dc opinião, qiia não p6do
.
ler cffeito o privilegio de V. . . e por isso sinto diz1.r a V. . que
não podemos entrar em accbrdo alçitiii sAbre esse assiirnplo.-Sou
.
com muita corisideraçáo, de V. . ., muito attenlo venerador obriga- '
do-E). iIfo?itrel ;irlles da Gnf>aa.s
No dia i 3 do riicsano mez de março escrevi ao 801.. o$.
Manuel o que segue:
' ~ D. Xanuel da ama.--~end&rnc V. Ex." escri-
B G x . ~Snr.
pto, no dia 9 de forereiro úilimo, pediililo-me iima entrevisis, OU
tire a hoiira do o procurar na sua ELiLsica. o i'.E.i.Vinostron.se
. .. dis-
posto a tractar comigo para se utilisar do nieu pri\.!reyio; rilus di3-
se-me que lhe nZo corivin!~a seiiGo dgr-me uma parte do pcoducto
liquido q ~ l etirasse do bagaço.
uNssse dia n%o podhmos ficar de açcbrdo.
«Alguns dias depois torilei a procurar V. Es." na saa fabrica;
a Ecoii aceordado entre nós que se Faria uma osperlencia, diiiçida
por mim, para servir de base a urn coiitracto dcfiriitivo; devciid»
eu ter um terço do prociucio liqiiirlo da exl~ericncia,e depois iim
''
que a guaraps.
De moilo quc, se o meu processo Mssr: emprrga20 no ba-
gayo saido do moi~iho tle \troo'ootis, aiiids iiraria d'esse bagaço,
como iiia do bagaco que sae da moioiio d a mesnta fabrica do,
9. Juão, uma qriariti<ladetio liquii!o coriespondenÍe a iim quin-
to da guarapa obtida em 10 graus Baum6, como ien em geral
v -
guar:ipn.
' L C ~ oB rnen Invciito faz çubir o fendimeuia da canna em
guarapa, ou iiyi~idoerjuiuainnie, de 60 ou 70 por 1 0 0 , si-
$,!tido o inoinho empregùú'o, a 80 66-SO p o r 1OOl Quer dizer
que, pilo riikii inrenin, a canna cln !+ladeira pede render ane
riilalmenle mais c6rca i!e 50:000$000 réls !
Resunilndo as èonsideraç6es quc acnho de oipender, paro*
cem beiri 'salikiiles as segtiin!es differenças i
b."Nos rnoia!~osde cinco cglindros do Pagen ou do J.
Woods & C.", o repor e a a ç i ~ a s à oiançidos sbbre a s cnnnas
em qiianio passzin de uns p a r a dutros cyliiidros do mcsnie
moin!io.
- No meii processõ a aGua é.laiçada sdhre o reçirloo de
moinho, sdbre o t i a g u ~ oque ia'ser qieimado 'nas forgaili:is, ou
i a 'kertir de adilbo;
2."-No tnoinlro ciz J.'Woorls & C." a mzteria regada
nunca pdde fiear mais tcmpo i i ~ o i i ~ n dcio a qiic o curio eepar,o
& iempo que,- gas:a 'em passar do i."jogo de e,y-yiir~dros para
o 2>, -com o nioi'in~eiiio uoifo~meque iire é impsiu~idonu$
ãpparelho &jiisspastis s i 'molem iodàa ii~neiameoie;
em que se baseia, e os resultados que obtem, o appareito de
woods &C." e os do meu processo são tamanhas, e de tal or-
dem,que não é possivel, de modo algum, confundil-os, nem
sequer achar-lhes simiibança; porque não lia confusão; nem si-
milhança possivel, entre um mero desusado e abandonado por
inutil, e um meio tão proveitoso como é o meu invento.
O que é tambem muito notavel é que os que pretendem
&ar usando de um processo que esiá, inseparavelmente, ligado
aos moinhos de Payen ou de J. Woods, que não teem, allegam
que não podem estar contrafazeiido o objecto da addição ao
meu invento de 1870, porque não possuem nas suas fábrisas
o apparellio especialmente inveriiado para a execução do meu
primeiro processo, appareltio que não é indispeusavel para a
a execução do processo que contrafazem !
De mais, snr. redactor, para que haja eon[rafracçZo, nZo &
neceçsario que ésta somprehenda lodo o objecto de um privile-
gio; basta que haja imitaçào.
F. Coré, engenheiro civil, antigo constructor, e peiito do
tribunal do primeira instancia, em Paris, publioou, em 4867,
a edicção de um livro que tem por titulo-C Guidc conimer-
cial des constructeurs mecaniciens, des fabricants de sucre et
des chefs d'itadustrie,t--no qual (pag. 195) diz o seguinte:-
aA conti.afacção póde comprehender a lotalidade do privilegio,
ou dimmitar-se a uma ou nzais partes especiaes.-A conirafac-
@o, de qualquer modo que ella se opere, por imitacão ou por
reproducçiio, é considerada um delioto; pois isso, alfm das p e ~
das e darnnas e penhora dos objectos contrafeitos em benefi.
cio do invenlor que tem pat~ute,ella dá logar a u m mulcla,
á afiixação do julgamento, e mesmo a prisão no caso de rein-
cidencia. .-ala contrefar,on,-peut-embrasser i'ençembie du bra.
vet ou cz'en concerner qu'uns ou plusiems parties spêciaEes.-
La contrefagon, de quelque manibre qu'elle soit opésée, pap
imitation, ou par feprodsction, esk considirée eomiile un ddit;
à ce tilre, outi!es les dommages-intérêls, et Ia confiscation des
objects contrefaits, au prolit de I'inveuteur brevete, ellk entrâi-
no une amende, I'afficbe du jugement,
'
et meme I'eaiprisonne-
ment en cas de récidive.~
Snr. redactor, eu tinha ainda diversas coniideraçaas cjiie
fazer com relação ao assiimpto de que me tonl~o oecug)ada pâ4
c.
correspondcncias que tenlio tido a Etanra de dirigir a V. EX.~;
mas, parecendome sufficiente, para esclarecer ésia qiiestão, o
que, ha mez e meio, tenlio publicado sem contestação, não quc-
ro abusar mais da bencvolericia de V. Ex." e da aos leitores
do seu jornal, que. sendo essencialmente nokieioso, não pdde
occupar-se, em longas eolrininas, do mesmo abjecto.
Dou, pois, hoje por terminadas éstas ininlias correspon-
dencias; a n%o ser que algiima circumstancia superveniente mo
obrigue a tornar a incornmodar a V. Ex."
Creio que deixo evidentemente derno%trado que eu sou
o inventor do invento de quc teoi~o patente; que este invento
realisa um grande melhoramenlo na induslris de assiicar ou
da aguardenle dc eannas; e que nenhuma eircumstancia me
esbulhou da propriedade d'esse inreiilo,
A prova tesiimunhal confirmará éçta dernonstrag.ão.
De V. Ex."
mt." ate." venerador ohr.*"
Fuinebal, 2%de abril de 1883.