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SOCIEDADE AGRICOU DO FUNCHAL

RELATORIO

Jgronomo d d i d o ao ~ o o w n oCioil do Di~trrcih


do Funchal.
Eucarregada iiela I>irecs2o da Sociedade Agricola deste
I)istric.to d c cnofi:ccionar o Relatorio que em conformidade
o R r g i i l a m a t o dt: 23 dc novembro de 1 8 b b tem de ser
aprcsentndo arinunlniente ao Governo de Sua Blagestadc, ve-
nho, como me cumpre, offrrecer á ronsidera$io da Socieda-
de o resultado dos trabalhos a qne mn entreguei para o de-
sempenho da honrosa inclunibcnt ia que me fora confiada.
O relatorio que tenho a honra de submetter á judiciosa
aypreciação da sociedade, foi organisado cm presenâa de in-
formacões que solicitei oficialmente dos Administradores dos
ùifferentes Concelhoa. e dos esclarerimentos que houve de be.
nevolencia de alguns membros desta sociedade, alem d'ou tras
noticias que por conta propria tenho iapiialisado no decurso
r?n commistão de que, por parte do Governo de Sua Magec
t ( i J . . . crtoii encarregado neste Districto.
Iada qae teriiio para mim, que presidiu a me!hor boa
fé e vontade 1 subministraçào das noticias a que mc refiro e
tanto pela parte dos agentes offitiaes, como pelo quc diz rcs-
peito L pessoas a cuja coadescendeneia recorri, não posso (4-
davia escurecer que algumas me pareceram de nienos criterio
r que a outras faltava aquelle cunbo de generalidade que se
requere para um trabalho desta ordem: as que tenho bavido
por investigações proprias estão igualmente longe de satisfa-
zer as desejaveis condições de miauciosidade e exactidao.
Inhabilitsdo para percorrer o districto, como importa
para formar um juizo seguro e insuspeito da agricultura do
paiz, inliibido de ir palpar no seio da producção, colhêr do
popria seara os materiaes para a confecção deste trabalho, 6
com reserva que o proponh3 6 attenção da sociedade.
ordem e exposição das materias aegoi, quanto me
*i posaivet, o programma a que se refere o arte03b.' do rc-
gubmenb-geral, juntando por vezes d relaçilo dos facios algu-
m= indicações, cuja leitura pensei Mo ser jateirsnieate deci
proveitavel.
-BNDUSTRlA PECUARIA
6ado bovino:-Figaram ar agricdlon do Dis(rkto io-
das r i raças de aoimaes domesticas do Continente do Rsh.
AS bovinas formam o capital n~aiaimportante da pecoaria ma.
deirense. O numero de cabeças dcstc gado, amparado ma
o dc cada tima das outras cspacics nas devidas relagões, e a
rsaneira prqoc concorrcrn na agricultura do pai.2, aucto$im
o que dissemos. Tambem nas suas respectivas aptidòes esta
cspeiie se rercla de mais prestimo e em maior aporamc@o,
em quanto u outras se mostram geralmente degeaeradu r
de pouco reodime~to.
fiodo do r estatidtiea do a m o ultima, posgao o
do Fuschal 36:338 cabeças de gado bovibo, c i h que xdim
dobra pios differentes ~~ncclbos da Ióruia seguiata:

- SITUAÇÃO II CONCEL~IOS N.' DO CAIBFAB

Funchal.. ............. %I30


Santa Crua.. .......... 1:8@8
Macbico. ............. 4:Sl0
Gamara de Lobos.. ..... 1:49&
Ponta do S o l . , . , ...... a319
Calbek.. .............

/ J.IY 1 SBo Vicente.,


Por@& ]YOBhii
Qant'Auna
.........

Ilha do. ... Porto Santo. ..........


e.....

............
8:668
8: õU0
1:$70
4:OOO
li i 6

Como esta quantidade de gado ebt6 n .i,% itg, das n p -


v

ceeidader economicas do Districto 4 dif€i~i~:iL


4 : tlizer. : ~ u k -L
gamos, porem, o pouco que a mingua dos recursos cc;s per-
mittiu apresentar.
E de 95 cabeças para cada 100 lia biiantcs s rclayito
entre aquelle gado e a população do Dist:icto.
A tabella seguinte mostra qual 8 esta relação nos outros
districtos do Reino.
Numero de cabecas de gado bovino para cadn 10 0 haoefrtn-
tes nos diferentes Disfçictos do Reino.

srru~~Ão I
i
DISTRICTOS / R.' 3 E ClBECIS
I
Vianna do Castello. .....
/ Villa Real.. ..........
Nortc I Braganca
Braga
Porto
.............
................
................

( Coimbra ..............

'entro
'( Castello Branco.. ......
~ e i r i a ...............
.
Santarem .............
? Lisboa .............,.
[ Portalegrc ............
Evora. ...............
Beja .................
f Faro ................
Ilhas doa
Angra.. ..............
................
Ponta Delgada. ........
Deste qutdro uC-se que a8 ilhas da Madeira c Porto
Saneto tem para a sua popuiago um nunioro do cabeças de
gah borino superior ao que se encontra na maioria doe dis-
trictos do Continente.
No entanto se compararmos agora r massa de carne re-
presentada pelas cifras respectivas a cada uma daquellas cir-
cumscrip~ões,teremos logar de observar que a superioridade
notada e apenas apparente pela desigualdade de volumes das
differentes raças destas diversas regiões. Por observações con-
signadas pelo sr. Lima, professor do Instituto Agricola, sobre
- -
as rasas do Barroso (districto de Braga c do Porto), sa-
be-se que o termo medio de peso vivo para cada animal 6 de
1533 kilogramnias. Todavia este numero referindo-se r uma
raça de notarel aptidão para a cagxda, cumpre.não ser to-
mado para significar a média em relafio aos individuos desta
especie de todo o continente. Parece-me, porém, que, se ex-
ceptuarnios as peqiienas raças do Algarvc, se pbde dizer coni
algum fundamento que aqirellrt cifra nunca baixari de 300
kilogramrnas para as denxiis do Reino.
Nesta illta, pelo que podemos deduzir dos mappas do
consumo da carne de sacca nos trilhos do Districto, e do
numero de rezes abattidap nos differeates matadouros, jui-
gamos que o peso vivo de cada cabeça andará por 238 kíb-
grdmmas, o que confirma sob&jamentc a proposiç8o que avan-
gamos.
Não merece citar-se o Iimitádiusitno comnercio de ex-
portacá0 de carne salgada que se faz eoni o Reino : parece
que anteriormente elle fdra rrais extenso, mas yite u prepa-
ração não agradara e viera ciii breve rcduzil-o.
No paiz, o consumo da cariic! ii:njta-se es?!*c~t,in~cnte aos
ioùividuo~de ~ e i o nao
s rn~dirfrr~s, coiiqtsctlc) (!i. i>;jt1:uri ç
-- *
Mappa ckmonstrato'uo da carrze de aaeca ~ o ~ r n fios
i d tnlbos
~ do I
I
Districlo do Funchal, +tos annoc de 1856 a 1869. !

I i
I
REZES GRANDES VITELLXS
T07AL ? MEDIA
kilogrammas kilogramrnas i
I

1855 588:964
1866 632:377,159
1867 605:733,120 569:7CSfi
1858 5341:504,384 4:969,590
1869 497:5?18,176 5:405,1%4
- - - i i . - - - - - -

?2.816:966.832 32:780,800
De outro documento que damos igualmente em seguida re-sc que d na ali-
mentaç8o do Concelho do Funehal, que pela maior parte se consome aquello
quantidade de carne, sendo o consumo do resto da populacáo do Dis:ricto re-
prcsentadopor um sexto apenas daquella cifra, s montando a raça0 alimentar der-
'-criero rio referido Concelho a 16 kilogrammas para cada Iiahitante.
r - * - --
-- . -- --
'\
I ;Vqpa darnowtratioo da carne de oiacca conaumáda nos talhos do Concelho do Funchal nqs
annos de 1865 a 18b9,

/
t

BAÇÁO PABA CADA HA-


AYXOS REZES GRARDES YITELLAS TOTAL Y~DIA BiTANTE

1855 / 161:467,ü81
1866 526:579,&88
1867 503:992,?76 9.369:3b0,688 173.870
1868 443:990,080
1859 614:3.88,480 ,

-
- - - - 3 C i - ----i-

I 2.347:377,408 81 " 9 7 3 , 2 4 8
- - f - .

Vamos agora ver tambem como responde aquella quantidade de gado ás necessidades agrieolas do IJistriçto.
A producção animal 6 não só uma parte importantissima da alimentapão dos povos, mas tambeai e prinri-
rrlni~ntea garantia da fertilidade do rolo como elemento indispensavel para a alimenta* vegetal. Como tal
fatia drv9 manter sempn, certa relação com a população, W melhor dizendo com a supebcie destioada a ali-
nccitayiio do honiem. Sabemos que 6 de pai% 1 bectwes a relqão do gado bovipo pam a s u ~ r $ c i a
~ f . ; :&iai; ilhac, de que se m p õ e o uisttictg,
Xo coiltincate do Reino eltà quota pecuarití e cic :i,7!1,
Pela mesma superficie possue a Fransa 20 tal)c!ri. a irlíiiiilii

A '2,758
-
conta 25, a Eucocia 12 e a 1ngla:erra 33.
--i y i i ~ r i ù $ ~ @ e --C-.--_.
"ta tres9ùoi paires q"': é i c a 1 ~ ~ 0 -
de citar não E porém real, ja porqoe na maioiin dos c;!-{,;. i
ccreatso bovina se faz no distrirto indcpendentemenic dii ciiI-
tura, ja porquc as qualidades desta raça n5o podcm conipetii'
com as qae sa 'riam xaquellu partc da K t i r i ~ p a . -eeiiiid~iid-;
poi- iirna abundante producsho forragino~a.
Como em tl.dos os paizes ondc se conscrla ;:iiidii a;;;iii:i
resto do pcriiirioso systema dos baldios. a cifra q u e cpiesrii-
tauios 4 forniada na maior partc por gados quc st: : r ~ n reai
plena liherdade naquclles magrissimas pgstos, por ccnia tic
iodividuos alheios a ~gricultura,ficando condernnadf\ ao desa-
proveiiamcnto uma grande quantidade de adubo, o consrit«-
indo assim esta crea$!o uma iadustria inteiramente indepn-
dkn te da producção agricola .
Neste lamentaire1 systema perde-se uma porção ronside-
ravel de fertilisantes que deviam reverter em favor das &r-
ras enltiyadas, sacrifica-se ao desperdicio uma superfitie que
a Irboriosidade e a intelligeneia podiam tornar contribuinte,
e promove-se o abastardamento e a degeneração das rayas
pelo abandono e insufficieste alimentação em que vivem.
A tabella seguinte mostra qual e a siiperficie destes ter-
*
renos nr ilha da Madeiis, assim como extenslio otcup;ida
pelas auas piincipaes culturas.
Tuliella compuratiou d a r upcrficira occupadar pelos baldias
e pelas crlturns mais importantes do Ilha da iaTa-
deirn e relacão para a sua superficie total.

1
BELAÇÃO PARA
CULTURAS XãCTABE 3 TOTAL A SUPERPICIE
TOTAL
1
Baldios e terras 1
I situadas a mais) I I
de 900 metros
acinia do aivel
do mar. ...... t9:148
\
Cereaes de pra-
gana ......... 4:619
Yinha....... $:boa
Canea d'asrucar
.......
Milho.
Batata, semilha,
inlianie, legumes,
hervagens, ete. . 10: 389

Estas cifras esuo longe do desejado rigor, .ao entanto


diio uma idea aproximada do que psrtendemcs. Foram
duzidas em relação ao producto médio de cada uma daquel.
Ias culturas por hectare a calculadas pela média da produc-
çáo total de cada anne.
A parte que se refere aos baldios foi avaliada por ia-
dividuos conhecedores da localidade e calculad~ssr.l,:.c Knrs
planta bastante p ~ r f t i ,,
980 $vis 2 9 i 8 8 S,ei:inrl:s s:i;eii:fs att conipascuo; isto
é, mais de -metade da superficic total vetada d esterilidaqe:
4:649 hectares dedicados ã cuitura dos cereacs; 2 :$O@\
hectares á vinba, 367 hectares a eanna de assucar, e final-
mente uma superficie de 10:389 hectares, que fica para re-
partir pelas diversas culturas da batata, da semilha, do inha-
me, dos legumes, hervagens, &e.
Satisfeitas, quanto cabia no apoucado dos meios, ns
primeiras iojuncções do programma em que deve moldar-se
este genero de cxposiçòes: vamos agora dar ~oticiado es-
tado actual das raças bovinas, com as reflexões de que jul-
gamos utiI acompanhal-a.
Alem das influencias mais especiacs excrcidris pelos pacs
nos seas descendentes, concorrem na constittiicno de ulna
raga dois factores variaveis ao infinito, c qiic dar) assiiri
logar as mil circuinstancias clifli!r,;ntt?s, qtiib t : , i . l ~ i i f ! : ~ .i%
rif)i

numerosas fácuilias cspalhadàs pcla supcrficic da terra.


São de um lado as condições physicas, meteoroIogicas
e topographicas, e do outro as condiçjes economiras, cir-
cumstancias e descavolvimrnto b ~ rtsvii!:i~;,e(i,
s Rrd. Na0 in-

teressa nem mesmo podemos apurar niuito sobre a origem


da raça da Madeira.
Ha boas razões para se acreditar que viessem do hIinho
(patria de Zargo) os primeiros indit-iduos. É tamhem de siip-
por que concorressem outros do Algarve, d ' o ~ d enas priinci-
ras epoctias accudiram grande numcro de colonos. A w r as'
sim, da conjugação dnqiiellcs dois ranns, proviria a rap
da ilha e a corpulencia dos bois do norte modificada pelo
aligeirado dos do Algarve, devia ainda ir apoucando-se no
vulto, de geragào em gcração, e affttiç.oando-se 4 imagem
das raças pequenas dos paizeç quentes, de pastos finos e de
relêvo tão caprichosamente niontanhoso.
R Q ~ ~ TROÇ trabalho,
O mediapia na secreção de leito, pru-
ducçíio a bu t daate dr: manteiga, 350 caracteres dcstas raças.
Nos psizcs ricos de uma agrieiiltura intensiva e num
slto estado de adiantameto, c onde um clima favorave! é
;ijudtido pela labariosidadc dc una popalação intelligente, as
raias 1 onL:izeni-~c a unia p;od:!.c;io singular e o trabalho
distril)ue-se c esjtcc*ialisa-sc scg:ind!~a aptidão da machina.
. É o f c c u a t l i ~ ç i m oprincipio c!n divisAo do trabalho ap-
plii-ndo n r s t d s fabricas ~ n i m n i l . ~ . .Mas nas localidades em
cirt i::i.stanr,ias int crsas, pobrcs, :i:i.asadas c separadas de ou-
tros etntros tie ~rodurção,habilndaç por uma população me-
nos abasíadti, convern que a macliina possa satisfazer, embo-
ra prestando-se, mais imperfcitanientc, a uma muItiplicidqde
de fins que lhe assegurem oceupação em todas as epochas.
Naqutllles paiacs, os protoiypos de cada uma das aptidões,
para o traba:lio. para o leitc c para a carne são a ultima er-
pressão de z p r i r ~ m c n t ode rada uma destas especialidades.
NPS!CSa r~iii:i3r)de tres aptidi2cs em uin individuo é indis-
ppn~r"I, r a mplhor ron4lincâo das condições anatomicas e
phy.ii~;lngit~s q118 a favorecilm será a perfeição.

A raya da Rfad2ira vive nas cireumstanciae em que se


cria este ultimo typo, e a meu ver será um erro qualquer ai-
lianca qiie tenda a imprimir-lhe um caracter dífferente. Va-
mos ver como etla se comporta em relação a cada um dmtea
misteres.
A raça pura de hoje 6 muito pouco numerosa; achamos
no Archivo do Governo Civil noticia de que foram em 18091
irnportado~,por Miguel Fitzgerald, os primeiros individuos
da raça ingleza.
Propozcra-se este estrangeiro estabelecer aqui uma Gran-
ja-nioclblo, o sollicitára para isso a cooperação do Goyerno, a
qual lho foi concedida.
Tomos presente o cantraeto cele6rado entre este ayeniu-
reiro e o Capitão General, D. Jos&hfaooel da Camara, e igual-
mente a noticia de que Fitzgerald se vira pouco dupois abri-
gado, sem durida pela falta de conhsoimentos appropriados c
diffieuldades que d'ahi lhe resuharam, a abandonar aqiiella
cmpreu. De ha vinte annos a esta parte que não tem CCS-
sado a introducção de raças leiteiras ãas illias Normandas, quc
se tem misturado coni a primeira, enl. repetidos criisnmentos.
Esta aliança avdtou-a ntaiq desbastou-lhe o csqíicleto c afi-
nou-lhe o todo, communiceil-lhe mais actividade nn secreção
do leite; mas por outro Iado afinou-lhe as formas, csmore-
tendo-lhe o aninio para o trabalho, e sueisanl-se geralinentc
da rebeldia que os novos productos offerecem á engorda.
Como leiteiras podem considerar-se dc tcrccirn classe,
se bem que inferiores ás suissas e turinas, que se ciassificam
em segunda ordem, de Bastante superioridade em quanto ás
do reino, conhecidas pelo nome de barrosans.

Plrodiqdo de leik e@ aiqualas localidades da


Illra da Madeira.

'PI{O~UC-'
PERIODO
$h0 AN- MAXIMA PIXIMA MEDIA
LOCALIDADES NUBL D A LACTA-

Litros Litros Litros Litros çÃo


Porto da Cruz. .' 1 : 0 4 7 8,4 I,&4,9 10 mcz.
.
São Viccnte.. . 1:080 8 4 6 6 ))

Ribeira da Janol-
laatéaosCanhas.3:740 10,254 9,93 6,57 3 1)

Saa'Anna . . . , . 1 :t 60 7 1 6 );
Como I~cmé de suppor cm alguiiias siluaçúec ertremam-
se ellas mais que em outras nesta producção, o que se: vê
das i~iformaçóesque acabgmos dc apresentar.
E na penultima localidade, Ri beira da Janella ate aos
Ganhas, que esta rapa apresenta maior producçáo de leite.
Não vai com a regra geral esta circunistancia, porque é nas
situacões ao Norte e principalmente quando proxituas ao
mar, qiie a secreção do leite encontra condip3es mais favo-
raveis.
Com eucito nos logares semelhantemente dispostos a maior
hurnidade da atmosphcra entretem um meio ernoliente qae di-
minuindo a evaporação pela pelle e sollicitando os pulmões
corn menor actividade promove menos perdas no s a o g t e
conseguintemente ba bilita os animaes que partlciparn destas
vantagens a uma producção mais abundante. Tambem a cons-
tancia da temperatura entretida pela visinhança do mar e a
qualidade das hervagens não são alheias a estas circiimstancias.
É observação de todos os cultivadores a quem pedimos
iaformapões que o trabalho diminue a secreção do leite. So-
bre isto a experiencia pronunciau-se bem claramente. Segun-
do o Conde de Gasparin, está demonstrado que o trabalho
de quatro a cinco horas por dia imporia a perda de um quar-
to da producção de leite. Parece, porém, que a interrupção.
do trabalho, auxiliada por uma boa alimentaçiio de trevos,
lusernas, &c., &c., restitue completamente á primi tira aqnel-
la secreção. O Barão de Cr«d é mesmo de opinião que o
trabalho leve e methodieo de algomas Iioras, quando secun-
dado por um farto e escoltiido rcgimen alimenticio, não póde
prejudicar aquella secre$Ro, e è antes um elemento poderoso
a utilisar na hygiene destes animaes. Tambem pelo lado eeo-
nomico, o aprovcitaiilrnio das raras icitcirns para o traballic>
58 8 j ~ t an i n p ~ l ~ t m ~ ar ~certas
situaçóes em que 1i ~ ~ r o ~ r i e -
tt
sc, acha muito dividida e em peiiiieria cultiirti c cspeci-
alrne~ite50 o leite náo tem grande \alar. Como ri,anrt:lgiit!i-
ras sâo inferiorc.j á s vaccas dn Hretnnii3 c ris bons de Jrtrscf
e Guernesey, que yroduzcin iiin biln-rnmm? dc c:nn:ciga da
I 6 litros de Icite. Com cfTcito $30 necc~sarios para obter
aquella quantidade, de 40 a 32 litros dc 1 t . i : ~ da rara dd
Madeira. Mas é tambem verdade qtii: a rq,i IJclvctic~de
Sçliwitz dá apenas 1 kilogramnia dc 'L3 liiros dc Icite.
A rrianteiga é geralii~cntc,ma! confeccionada. Como esta
iodustria B cxcrcid,i princip:~lniente por indir idiios nlenos .il~is-
tùdos, que poasucin apcrlaç uma oti claai; s;!rc35, O Irl!e te111
de ser dcrilorniln a!<> sc pcrfiizcr a rliiun:idad(: (ia nntu iiidis-
pensarel para sc obter a roagula~5odos prii~cipiosbut~rosos,
demora que é muito prcjudii*ial. A assoiias50 destes pe(lui:-
ws industriaes c a fabriça$o da manteiga eni commuin c1 i-
faria este inconvenicntc. Mcrec*c brim i m itnr-se o qtie a ~ c -
melbante respeito se passa na Suissa. Tanibcrn não preside ii
confwção daquellc gcncro o des~jado aceio. Estas causas,
além da ignorancia quasi geral do nicthodo de salgar, tornam
a sna conservação muito precsria.
Em quanto á engorda, a raya insulana, supposto não ser
de uma conformacão irreprchcnsivel, apresenta muitos signaes
que por uma boa escolha de reproductores fora faríl fixar e
desenvolver. Effectivamente observâmos algiins individuos de
pescoço curto, cabeça pequena, de rins desenvolvidos c bem
formados d e alcaira, ainda qiic pela maior parte bastos de
esqueleto e demasiado pernaltcirns. Dizem-nos de mediana
precocidade. Pouco podemos 116s concluir das informa~õe
que á este respeito nos forneceram, tal (! a variedade d
factos e opioióes que nrllar se consigaam. Parece que a er-
gorda atura eiti algumas 1ocaliJades de 8 a 10 mezea, em
outras apenas 3, não estando em proporção o peso adquirido.
Tambeni uns sujeitam os animaes ja velhos c cançados a este
regimen, outros entregam-nos logo que tem completado o seu
crescimento. Do que supponios muito irregular o regimen da
ceva e milito variavel o estado de carnes em que os animaea
são levados ao mcrcado.
Como se v6 do mappa seguinte, foram abattidas nos
annoi dc 1851 a 1859 nos matadouros do Fnnchal 23:656
rezes grandes : a carne destes animaes vendida nos talhos foi
de 2.81 6:996,833 kilogrammas. Concedendo que ficasse por
vender iima pequena porção d'aquella quantidade, temos. que
o rendimento em carne limpa para cada animal será POUCO
superior a 1 2 4 kilogrammas, o que bem mostra o estado im-
perfeito de cera em que aquelles animaes foram offerecidoi
ao consunio.

Mappa n;imarico das cwbeca.r de gado unccum abattidas


n/.s naalcrtlouros do Dtstriclo do Funcitnl, o rendimento
cyozimodo de carne limpa para cada animal.

A N NOS

1855
VACCAS

Numero
E BOIS

11:118
I PESO EX EILOGRAlí-
IAS

tS48:96d
MEDIA DO RENDI-
MENTO POB CABEÇA
i

1856
1857
1858
tí:$iiiO
5:168
4:%07 I
6323377,152
605:733,120
533:50L,384
1i 134 kilog.

1869 f 3:887 697:218.176 ]


i----- -----I----'
L ] EB:BKS [ 9916:996,832
--- -- - .- - - ' C Y I - - - L I I * - - _ '
Sciilinios que por fiiItà de precisa i ~ l f o r ~ ~ ~tcnlianios
a~ão
dc nos limitar a fallar tão superficialmente deste objecto.
Tambem e pela mesma r a 5 o iiZo poden~osdiir ideia do
peso viro adquirido diiiriari~entc, a r e l a ~ ã o entre este e a
qunntidridc de alimento c ailida a propor$iio doa detelitros
para a carne limpa.
As raças ingleeas fora~iiiiitroduzidas na Madeira ha per-
io dc 1 0 annos. Espalliaraiu-se pouco a pouco por todas as
frcguczias da illin, c crusararn-se coni as r q a s do paiz.
Ja apontamos as influencias deste crusamedo, e ;i trans-
forniacão parcial que cni virtude delle solfreram as rayns iu-
digerias. Dc Guerncscy, Jersey e Alùerney tem sido a im-
portacão. Estas racas tenclcili a dcgcnerar fira do seu pniz
naíal, pcidein ein hreve milito da secreção de leite que Ia
as distinguia c emparelham nesta produc(ào as nossas turiaas,
amojando quinze a vinte litros de leite na foria de lactaçáo.
No que deixamos dicto jesumimos quanto julgamos de
maior interesse consignar. O que para ahi ennunciamos forti-
fica-nos na opiniao de que as raças indigenas tem em si oe
gerrncns do proprio nielhoraniento.
O clima da ilha, a feracidade do seu torrão, a perenni-
dade e ahundancia das suas aguas, estas prodigalidades que
a natureza lhe cencedeu, que a fazem rniffiosa e privilegiada,
não si10 unia ostentação vã, encerram par outro lado eiemen-
tos de riqueza, que secundados pelo trabalho do homem, hão
de florir cm beneficias progressivos.

Gado cclvullar : - A criação caprdllar constitue uma pe-


quena industria na Madeira e nem pode tomar outras propor,
~Ões.A (livisao da propriedudc, o montanhoso do solo, a di-
mintila e x t r n s h das pastaprns. o ponto prqucno em que a
tid;l a g i . ola cuorcx! clni twfas as su s relagõcs c dcpen-
si!

as l i i ~ i i t i *do
d e n l iiis, tis~igriiin~-lhc ~ sclii desenvolviirlento e
traynr:i-!!~c a i i \~i~l'ia!!ilid;id< (!c) S P ~ Imotio dc ser.
Os a i ~ i i i , í i ts d ~ t arnyn, sobrios, duros, P ~ ~ O ~ Oe~for-
SOJ,
ia, pnilian) por intcIIigentes empa-
gados c d c singular artl,%n(
incalfior ;ilin~rntnyãoadquirir maior cstatu-
reItiariit.rit~,sr iiiiia

ra e niais rtigiilarie'ade dc foi-mas, o que sobrctmaneira aug-


mentar.ia o p r i q c cdimacão qucBas su IS qualidades moraes
the trm grringrbado. E piira isso comiria que o Governo
para o cf-
esta hi lcc*cssc nosta ilha uiii posto candcllico, c que
feito fizrsse vir algiins ri~picduitores da pequena, mas boa
raça das montanlias da Escoiia.
-
6trdi oaino : Niimero de c n h ~ a sde gado oiino axís-
wnti? na Distrit to do Funchal no annai de 1863, sua produc-
@o em lan e media do rendimento para cada cabeça :

- i ~ t l = $ O . i ? Z E
I " s 2 g z + > F E > O
p @ E w $ 2 - g 0 ,522 1

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O prt*>t8nfci'iiiiiiitíi cixll.nliitlo t1;is cstatistic.ao oflic iucbs,
mostia tliiiil t rii 0 liiiii;tli'o dt: c ;il)cm!as i/c g;i(lo Iitliigvro t~xis-
e o S . I o 1 1 e ir1cJi1 a i g ~ l i l l l ~ l t ~a~ i t , t ~
quan~icintlu clr lilii /:',r t-1:c pi-Iiliiziila no niesitlt, anil,,, assim
como a niedia da prodiiccão por c abcya itm c*nd;l Cf,rlc~c liio.
Alguns pcquencs rebanhos dc raças estranp~~iras m~ri-
ilos, s o ~ i / hrlooi~2 c de outras ~)rc)cctlrn.ias faz.111 ;ituIlar

aquella cifra cru quosi todas as loraliiiíidt~s. porque a raça


c10 paiz é tniiito escassa nesta produc.~ào.
Por iaformações partif.ulai.cs podtlrnas saber que crn to-
da a região rluc \ai da Hib. ira da Janclla ate aos Canlias
uma ovclhn de raça iir;idvirc~iist? desl~fijnum tcllo de 1an de
688 praminas dc pi8so. t'rri c'nrrieiro simer.ta[' prí~duz ordsna-
rianivntit 1,032 kilogi nninia~. fio Cont.tblho dc S. Viuikntc a
prl cl~i!y;io(ir tirira ovc~ltiiiítriclii por I I I ~ I kil~graniiria. 0 s taar-
nciros t lit*g,tni a (liir 1 ,600 kilograniiiiiis. Etii Sanct'knna
passa-SI, prc~n;iiilniii:~ntc. o nic.sliio.
A; l i t i i ~I)r:tncas >do ns prcclt,niinnntcns n n Distrit.to; as de
côr prtht;i figuram apeniis por iiri! cliiiiito da ~)riidti,yão total.
U i ~ ~ acs outras sâo t.onciin~itlas n,i Ioc cilidiitltb e scrocrn á
conl;.iyão dt)s tersidos prns.ii*iros canhrc idos 1)t.lo nnme dc ma-
-. seguill~n,e ~(aadn (Ie quo se vestcin os habitantes do
canip.
1 ) ~c e t . \ a diflil il c tardia a raca do paiz não B babem
nota\( I p.la prtitli~~ :fio do I i b i t i ! , ynth um vclho prt~juizo da
localil!iirft? srt rific a cxt 1 i i i ;imentia á alin~iliita~ãodos anhos
Par~bir* qt;l: i\:nora aqui que o Itbitc dt? ovelha entra na fa-
tlric;.<tcc, 011 ;ii:r i j i i ~iili~isaff~,:iados qirvijos d\: Franca, o de
Ro&cf.~f!, i l,ir,o i i í ~ sdo AI. n~tthjo-c da Serra da Edrella no
C O U ~ ~ ~ ~ C I PfIOi~10.
~IX~,~

Asf'iri~C Q K i t , 6F:I ~ c I i l s 3 0 as rasas bovinas dicemos não


ser nccess3rio procurar fora do paiz os elemento; da sua re-
g e n e r a ~ . ? d~ e, i enios nii~nc-ioiirraqiii a inipossi hilidiide de oliter
o rnelhoraiucnto do gado ovino seia a ilitcrvcnçào dc uina
raça estranha.
E~titncc~cssidiirit! é de ha milito rctconhcc~i~la.e ternos
prescnte um oficio clirigid,~ao CaliitSo Gvnrral U. Jtisé Ma-
noel da Catiiara, rn) 1802. cn) qiiil o rogc.ntch o fvlicita IIPIO
bom rczultatln qi1ib Imuvi~rada in~rodui:~àodo gitdo o\(~lhum
de lan ronilirida nllsta ilha, c Ilie faz saber todo o tbii~pt~aho
quc o anima na iniportaiho dtbstc gado tanto piira n ill~n(-0-
mo para o contin[,nle. Tnirib:vm de alpiine pnpois que \irnos
n o Arclii\o, const a que ctm 1802 offtaroccra Fiizgc~r;iltl ao
Governo iim t risal de gatlo lanigcro da mnis es, el1en:e r o p
da Inglitterra. Co:no, porém, sc abnndonariitii aqut Ilas tcnnla-
tiws aiitrs dc havercni prot11~zido os rc'aultiidcis devitlos, C
mister recorrcr noiami*ntcás boas racas ingl(1zar, e nnniclada-
mcntc á c.onhoc.ida polo nornc de sotith-(lown. de quc jn se
tem introduzido algrinu individiins coin fvliz sii .cesso. Ttilvcz
que não fossc de a)mt3nos prorcitn H csi o(.eza dtb Bla k-fn +ed.
O meio pron~ptoe fal i1 de crear unia noia racii scria ii im-
portacão dc carnriros das origcns qui. i~idisnn)os.e o srly cru-
samento roiri as ovcllias do pniz polo tnethodo dc hlalingié.
Este engrlrihoso ri:ethoda consistc cm t3scoIlier pnrn cste ef-
feito fthrnvas sem nierito intlii idi al iorrse bred ((nisl nnsi ir!as)
sem íixidoz dr rarai.tflnBsde rayns att.ar~ssndas,para q116~ s6
transmiuaiii estas qiialidarlr~saos deic.~nd(v-Jtr$s, e ;to contra-
rio, pcla su:i piyutlna fiiriililadi: de as:iiiii~lhaÇão dt*rivada da
mistiira dos sangui!s, fac~lit1.m a iinpr, s d o da potrnl.ia nielho-
radora do macho. O mrllioramc nto das rayas oviiias iiào 6
questào de pcquclna nionfo. O capital ni*llas empri)gadci e
dos mais bem remunerados da agricultura e em muitas s:tua-
ções a sua imporuneia egualú, se n8o excede, a do gado
grosso.

Gndi caprin? : - A ea bra, animal pctularite e selvatico,


é o miiis crtici agoutc d ~ plantac3cs
s c tios bosqiics. Viven-
do a;is rnoiitanlias nll.antiladas c por enLrc rochas inaccessi-
veis. dos a!imentos mais ingriitns, s8 p6dt? arhrir ni1sta rusti-
cidade rdziio do siau niodn de victsr, quiwi natural c primiti-
VO, entrc! patos e c n ~ t i i i i ~ it ~ivilisados.
s Rnenilo a casca dar
novas arvores, ucrgandn-as t? traçando-lhes o s lançanientos
mais tenros. pareise inot*tilar-lhcso gibrinen de urna mmte 4-
ta, dz iinm atonia prtbmatui.a: tão diffil,iI é regpcbntaral-as ela
profiinllo r;ic*hiti.;nioq i i o Ilirs imprinie o diante damninho dcs*
tes aiii:i,aibs. Cr.ilnilns i: sri;tt\nrn I.: : oin I nliilndt~sclrn q!ie o
,(

suor d,, homcni scrin i n f t a í uiirl i, tbiri clli<: :;a air.v:,r~sfiiais sif-
vcstr.bs niin .a c~hcgariaii) a ad,ltiil ii* o dest.il\ o1v:iiii:nto de
acanlia4ns arbustos, eilas o!krecciri o i~riittameio de kxyloc
rar acltic~flestcrretios.
Crznas que no Di~trilbh,rlo Punrhal, s6 nitiito e a r q b
nafmentc, se dafio estas vir\.uiii!tilii: ias; raros scarrio os pon-
C ~ otlde
S afio p ~ ~ r dar-se
n i n.; c~~rz~fercts plantas qitc arrastam
com as sit~aqõçfsi l ~ i iaridiis
i~ e clrii: \lcbstiiidn as crista das
montanhas, abriga111 tla sua vcgc.tacáo os vallcs contra a im-
petuositfatlc das cnrrcntrs, consolii1~11n com OS S I I ~ Sraizes a
casca exterior (10 solo, mantem a frescura do clima e pnn-
tem a p:~rpi~tiliclàde das agrias.
A cxistcn-ia das antigas mattas c a í'tlta de combusti-
vel que d'ahi sc deriva, a tiltibração do clima, o entraqueci-
meato das nascentes, &o outras tantas razões *e tofnartt
Oiornrntosa n ai borrsasão (:as ia~,ntanIiasda \l,idcjrá, a scvc.
J'll t ' í I ~ % t *.il$i10
f dils niittiiis ii~llfilca e Uiilii (]t.svelaija protec-
cão Ai; plantatótls nas[ I iittls.
E nssiiii qi,~! julgaiii~is a njins4x~nt;i-âo<]as enbi.ns nas
moriianlias. ciii pivnii liheidadr, incoiiiliati\ I t.om 0 progresso
da agrii.ult~iraiiiutli~ircnse : fiic-il tios f6i.a iiiohLrar mais
. ~ os
OU mciios intlirtmitaiiicritc cste faleto fi:re t. j , r i . j ~ , i i ~toilos
ramos da protlu +cãoagricmola. I< tclja-se 4ur O IitInlerO de C8-
beças deste gado no Uis~ritto anda por 8 1 :8 J O.
Q rclndiiiic*iito das (.abras quca vittbni sinlillhantempnte 6
reniunerador qicantlo Ij:l?tai~i tini ttbi.ri.iios inii ir.;iiiiiBnttb iliipro-
prics ao oiitn~gra~igvio; niii.; cÓ niaini. I)*~rqu,Sa preduccso
do I;itc é dimiriatcl. o cistriiriiih n,i:, st: nijii,\ci:;i c cori!ra a
sua c.arntl ritnge o piilntlar iiiiiis gso*srirn.
Mas n3o lia a r111 n:)r rirc*c~ssiti;iti,! a< ditisnr pastar
(111

livn*iiii.ntcl. A s doztl c-oiiiiina~sitiii:das nn I,vão,


n r , r t l : b s t c b d t b

nas pt8qiiihn.:s in:)nt;iiilia. d1t Mf?rit'rllor 1,yonri;ii.; iip;indo (h

a lin~iiatla r i 1 8 kilnn~(ltrosq ~ i a r l ~d. ;:S. ~ustentam


3 3 : O O O rattras c*iii r*stnhiilac,in qiia4 pctrpcbtiia.
N w t e tantajwn crqtt3ma, uma cabra c.hfhgn ;I (lar r, pro-
dutnrt~bruto de 22: ti00 rr. ananno nat~~iriinrIn ;iiiiiides,
prndiirintlo para tinia do 600 litro!: I r Icitr. a. t rPai ttndo a
ibtn o aprovcitarnf~ntod i ~um ahiliidant~e c@ *na adtiho. A
)~.si*rnae carvilliai.a, n I;iniltt, as folhas d e pitvira. 3s bata-
tas. na b!:s, irili;inic~s,2s follia!: de \ inha, FRO cs a l i i l ~ ( * n tque
~~s
alli sc I l ~ ppri;pori~ionnm. Alkci, rl(lslibe tonl tani! ilm fogar OS
fs~rlIl~rt~1~ P ~ soro
I d~ Ivitr, as Iataduras das plantas midas,
.a rcgiiar g~irtlurosasíla Ii!v:igrm das louyas de (fiocinha. &C.

A qauaniitiadr de alirnibnio por dia anda por 10 kilngrammas


de 0" o a 3, de fthnn spcrn, isto é, 6 e
r q ~ i i t a l ~ b n t p

60 por ecoto do peso vivo de cada aoimal, calculando este


em tcrma wedio.
nwim qiic n rnr. de Lavrrgne fallando da ininirlaqfb
das tnya.: 11 ! hiilnra e dc Thi!wt cni Fri1n;a. diz qitt! o typo
indip II;I e tan pn*,iosc, ~ I I Cntiri ii (1211~sc fitllara bi~staiitt~,e
que (I.;: R *ii)~~I:s~n .ni.. a (.;ih .:i I .ira, n entig i A l i ilihea,
b i t

que ~ à éo tlifiit , qti c.oiilii,ii a nut .ir os Iii~iii.ns, q~i111d0


antes ali[~it&~it't~ii
os ii?;rls.

Cndo sl*tnr,: -- Encontt-nm-?;c na illia porcos das ralas


mfiis ingliws e de algiituris
g1rirn'fr.j ín;is. das differ~nt~s de
Ame! i:.a d Stt!.

do c l i r i r , ~ qiic os httrhi ioros. a a:.lirilt!ri tiiyà~)de qii;i Iqii!*r ra-


ça csiriig.-ira corte m:ani)s iWii es qiie as d e oiitriis F S ~ L ~ C - ~ C S
de giitlo.
A..<i!n c n n i a carni! f.)rn liai.l;i p*'Iit~r q a s ii,vinns $0

t ~ t mçín F,irtiirii n3 nilDsacio tra!).illi;iclor c10 (*litipo.


O I)!w.o C o animal dos ~ ~ i i i z ~ bpnhrcs s c clt! p ~ q u ,na
propri s i f a d , ! . Vor:iz .i; e o.iinivcrns, a fit a i i l l l i i I,! t l i su i pro-
papfln cr a ~~~)clici(liitl:? tio scsii ~)rcro,t i I nam-:I pre. i 1.0 c
&iasi u r l os po hr,.s ha hitiin t r i dos nnsws
i n ~ l i ~ p ~ ~ n s npara
campc. P tini *o c*ompatirel c-oiii n t?striaitc:s;i dc scLii; nicbios.
plaotaçà3 dd sobreiros, arvores qiie se Jiin brm na ilha,
havia de conti i buir poderosamente para o desenvoIrime~ia
da~tacriação.
O sobrciro tom sobre o carvalho, seu congencre, a van-
UCem de pr&íir e eoiiiça, cujo talur é hoje muito considc-
mel.
A criaea deste gado em plena libi*rdadc pelas serras,
como rc Bz nr ~iiaiorparte do Uirtrit.to. é iuí,onrcnicntissi-
mo. As alluvibcs, as quebradas, os rorrcgos catados pelas
y i i a s do inverno, &o Irequentcmcote orcazionadas pelas rc-
mqEões de terra practicadas por estes anininrs. Perdem além
disso o s arvotcdos novos c inutilisam compll~tamcstea pasta-
Eem para toda outra erpccie de gado. As raras pliandonadm
a si rncsnio (80 ~.iic-ccssit;inicritc ~)crdvntlo as qiialitiadcs rc-
vatris~~s q u a~ dniiiosti itfiitl,: l t i ~dera c fazendo-se pouco a
pouco s r l i agcus c RI :ntcsinris.

EXPOSIÇkO DE GADOS

Ao con:-liiirrnrs c ~ t inntii~ ia sobre as differentes errpe-


citss tlii p(~p1iiiry5np ~ ( u a r i u tla Madeira, cabe-nos natural-
rncirilkt rlizcnr algom;is p,il;ivras sobre as exposicõcs crcadas
por Ici dc 16 de dc zrii: bro dc 1852 c ou, o fim de promover
o diis!bn\olriniiiito das crcacõcs c foincntar o apuramento
dos g :(19s.
E s;~fiirloqiic rs!iSs concursos foram plantados no nosso
paiz a cisc~r!:pIo do quc prowitosaiiiente s e praticava no es-
traiigiiro.
Seo j5 dt.rorrirl?a dozc annos e tcdrivia apesar dos iu
ccntivos dc cfiversas ordens, qiie dc\irini attrahir os creá-
dores, cstns fcsias sJo sempre pouco concorridas. A repu-
gnancia para todo o genero de ionorasões , esta ma vonta-
de assistnla da indikrcnça que nos é Iilrbitual, e uma iw
iiierer ida dcnco~ilianynpelos actos publicou, tem tornado
tcrit 2 utiia *grande partc do Rcino estc providente pensa-
tncnto.
I:~izci.iiIionrosa csccp@o algiins districtos do norte do
paiz, onde a ideia do Gov~1.110f ~ intclligentenicnte
i acolhida
c. aprovcitudo o Lcncficia que ac~iicllamedida proporcionara.
As e s p o s i ~ k sdo Poslo, e c!c.Braga, tem prestado vern
d ~ t l t l i r ~scrviqos
s -aquelIa parte dù paiz.
Estes cscmplos, a for@ das ideias uovas dissiminadas
pelos jornacs c espalhadas pelo Instituto Agrieola, o notorio
adianlatnepto que nestes ultimos tciupos se tem manifestado
eiii todos.os ramos da indiistria dos campos, vão accordando
OS cspiritos para nlcllior caniinho e predispondo-os a acceita-

rcni com menos reserya as praticas e usos modcrnos.


Ilojc pois que coiiiecarn a ser mcllior coniprchendidos
os fins dcsta iristitui$io, parece-me que muito convinba in-
troduzir algunias inodificacóes no Regulamento que sçoinp-:
nhou a lei dc 1824. Para facilitar aos criadores o noviciado
da praciica importada por esta lei, e tornar os concursos ac-
cessiveis a tedas as iniciativas, abriu-se campo vago as diffe-
rentes aptidões e deixou-se ao conliccimento do Jury ( f o r
inado pelos representantes dos interesses locaes) a liberdade
de .encaminhar a producgão pecuaria em qualquer sentido.
Uma consideracão igualmente justa presidiu a parte do Regu-
lamento que determinou que as exposições fossem celebradas
nas capitaes do Distsicto. A presenca da primeira auctoridade
tlestas circnmscripcócs adininistrativas, a maior facilidade d e
conciliar uin certo numero de elementos c d e haver mais va-
riedade de recursos foram sem duvida as circumstancias que
determinaram este ponto. Parece-me, porém, que é ja oppor-
tunidade da tornar mais effectiva e nicllior fundada a dirccciio
que por via das exposieóes se póde imprirn~r oo iiiclliora-
mento dos gados. Julgo que em ordem a conseguir cstc in-
tento deveriam deterniiiiar-se por consultas sollicitadas is So-
ciedades Agricolas e pareceres dos empregados technicos, (Ve-
terinarios e Agronomos) as regiões agricolas mais bem cara-
oterisadas de cada Distrieto, e promover os concursos nas sé-
6es d e s s a regiões, auioldando o seu programma a índole es-
pecial da producção que, pelas condições da localidade, mais
~onvenhaincitar.
0 conçurso succedendo-sc annualmentc cm cada um
daquelleo centros agricolas, havia de Icvar lentamente o ger-
men de um adiantamento racional i pecuaria de todo o paiz,
desenvolvendo c animando as differentes especialidades que 3
variada comtituição do iin-o solo pode offereesr vantajera-
mente.
A quem esía ideia parecer ewgerada, em relaggo As
circumscripçóes tZLo limitadas como os nossos Districtos, só
fembrarcmos que em um paiz. tão accidentado a agricultura,
varia freqaenternente, as vezes mesmo de freguezia para fre-
guezia, mudando completamente d e condições desde a nritu-
reza, relevo de terreno, clima, até a constitui@o da propric-
dade, dando assim logar a produc~õesdiferentes.
11npeí.a ainda a favor da nossa ideia a difficuldade que
h?. na rcnioçiio dos gados de raças mais finas para localida-
(6's muitas vezes distantes, por caminhos pouco trsiisitaveis,
e occasinnandn rlespezas a que os criadores de mau grado
s~ sujeitam. Se isto se passa no continente, onde a \iaciio
mesmo nas peiores condicões não pode nunca comparar-se
qom as irrcgularidndcs da topographia da Iiatlcira, faril c
de concehcr que crii ttma c x y o ~ i ~ i i cclcbradu
o riu F i i n t l ~ a l ,
so nliri parcialmenic poderá scr representada a poptilaflo
pcctiaria do Districto. É isto o q u e a cl;periencia tem cabal-
mente confirn~ado nos quutros concursos para que em di-
versas cpocliris fora111 convidados 03 criadores deste pniz.
h piiiieira cxposicâo dc gntfos, cc1el)rada no Funchal,
ic\.c lugar cui ai!!.il dc 1 Sli0. ,i coriciirrciicia fqi muito li-
mitada.
E:ii abril de 1861 C z (i S.::.icdade Agricola uma expo-
=.siC;To geral, e, corii qriaiito ntio f.:ltasscm empcnlios para qiie
os criadores calril,issem OS seus gados, o resultado foi pouco
anirnâilor. A espeeia mais nun~crosanientc representada foi
a Iio\i«a qrio contava 28 indivi(!uos, todos dos arredores do
Funchal.
i erposiyão de gado de 1863, apesar de quanto,
por via das aectoridades locaes se fez dizer aos criadores,
compareceram apenas 9 caberas, que por falrareni d condi-
rão indirpensavcl da coii~pro\n.80 da natiiralidado c cria-
rão não poderanl ser admittidaz.
Em 1 8 6 4 n coacorrencia não foi maior, e no entanto
o concelho do Funchal poderia ter apresentado exempl-
res selectos de raças leiteiras e alguns carneiros de céva.
Igual censura não cabe aos outros concelhos da ilha, que
pelas difficuldades quasi i n s ~ p e r a v e i s ~ dvia@&,
a esgararn ea
impossibilidade absoluta de fazer representar os seus gados.
Em vista do que ternos exposto, julgamos que as exposi-
ç6es de gado pouco ou nenhum beneficio podem prestar
a pecuaria neste Districto, e convinha mais talvez animal-a
por outros meios.
Lembro entro ellcs as subvenções aos criadores que
sustentarem reprociuctores das racas mais prestadias a cada
localidade,--a distribiiiriío de sementes de forragens, pre-
mio9 aos individuos que cul~ivar~rn a maior parte dos seus
terrenos de plantas destinadas a .alimentaçáo dos gados.
Entre muitos outros meios, que estão em pratica cui
paizes mais adiantados, pareceram-me estes os de mais ia?
cil applica~ãoas circumstancias do Disiricto.

PRADOS NATURAES E ARTIFICIbES

PASTAGENS, COUTADAS E BALDIOS

Com o melhoramento dos gados prcndc csscricialniciite


o desenvolvimento dos prados naturacs s artificiacs a cxlcn-
ção e aperfeiçontncnto das pastagens.
%o pequenas as supcrficies destinadas no Districto a
cultura dos prados natiiraes mas é bem confeccionado c de
bDa qualidade o feno que delles se colhe : abunda princi-
pdmente em gramineas, fromenlal, aseoem, balaneo, feno
de cliezro, sendo mais raras as leguminosas.
Os prados artiíiciaes estão pouco introduzidos na agri-
cultura do Districto. Vimos algumas taboleiradas de lwscrna
que mostraram -a conveniencia dc uma mais ampla gencra-
lisa$io. Esta planta a niuito pouco coshccida na illia, oii
pelo menos, niui Iiiiiitadariicntc cultivada, o qiic 1120 posso
attribiiir senão ao desconliecirnento das qualidades dcstn for-
raginosa, c do reridimento que a sua cultura pode propor-
cionar.
Para que os leilores julguem das vaiitagcns que a in-
troducção desta planta deve trazer a agricultura do paiz,
apresentamos o seguinte qliadro em que cstll calculado o
producto liquido de um hectare de prado com applicayão ao
Sustento dc vaccas de leite.
Ec.odtodiiclo lipitla proctuoel de 1 httlnre de prado de
Itiserna applicadq ao stastcnfo de uaccas de leite,

DESPEZ.4 RECEITA

1 por cento de anior- Produc$ío annual do


tisacão e 6 por mantciga de Ei vac-
cento dc juro do caç p r o d u z i n d o
capital empregado 1:470 litros cada
na prcparaf8o do urna'(~ortoda Cruz)
prado (7866 1.0) , c calculando que
Conde de Gaspa- cada 20 litros dbni
rira ........... g$bOO um kilo."' de man-
Despezas annuacs de teiga-367 a 400
cultura e collieita. 15&000 reis. .......... 166&800
Renda do terreno. . 7 0 ~ 0 0 0 ' ~ x t r u mculciilado
e sc-
Juro dc 3 por cciito / guodo ~ e c o i < r i . i i , ~ ,
do capital cmpre- CIUC O consumo an-
gado na compra dc nua1 de forragcrii
Fi vaccaç a Ei0$000 por 100 dc peso
rs.-230$000 rs. 1E&:i00 vivo, mais 3 pa-
Para ainortisa@o c lha consumida nas
scguro deste ca- camas, multiplica-
pital, 10 por cen- da por 2,20 dê
to ............ 95&000 o valor pretcndi-
Para um tractsdor, do, c sahcndo que
antiiialmentc. .... 60&000 acluclla cifra por
Divcrsas dcspezas. .5&000 uma vacca da Ma-
Juro do capital em- deira é de 2:606
Transporte ... 193&000 Transporte ... 1Pfi&S00
pregado em utcn- li. mais 300 li.
silios. &c., no va- de caiiias 91:9GIi
lor d e 50&000 rs., k. a 600 rois ca-
30 por cento. ... 6&000 da 1000 kilogram-
7 - -
mas ........... 1941 80
f 98400 0 Rcsiduos de leite, ri-
.Differença parri a re-- tellos, &c. ...... 5OIj008
ceita .......... 4 8 ~ 0 8 0 ~ ~ a l c u l a n dao raqão
E===
de feno de cada
vacca em 2:60G
'/ L., e dando o
prado, 15:300 L.
fica coriio escc-
dente 2 : 1 4 0 do
valor de 9 0 0 rs.
cada 1ã,68 8 kilo-
logrammas ...... 31$000
---- ----
-- 246$980 2466980
---
--v-

De muitas outras plantas de forragens podia vantajosamen-


te lançar mão o agricultor deste paiz. O Lolium Italicum, o
Bromium, as dirersas especies de trevo, a ervilhaca, a serra-
della, o melilato, parece-me teriam um completo sucesso.
Nas pastagens não ha os cuidados de mondas e outros, que
n'algumas partes se praticam. Estas ç3o principalmente forma-
das de gramineas: o Loliurtr perenne, n Festuca bromiitdes,
4 Brisa nataximn, a POBanaila, irrolctis o lnnatns, a Aoena
hirfitltr, &c., são as que mais comniumente se encontram.
Os baldios siio os terrenos que pela difficuldade do seu
ainanlio, pela siia altitude c ausencia dc certas condições de
abrigo tem escapado ;í ciiltura. IIoje é urgente melhorar estes
terrenos qiic podcráo depois dc povoados d'arvoredos con-
tinuar a prestar o seu concurso á pecuaria do Districto.

Entre as questões transcendentes que justaaente praocir-


pam o espirito das populurões dos paizes montanhosos nenhu-
ma tão iniportante conio o problema da propagação e conser-
vilcão dos arvoredos nas suas serranias.
Sas localidades scnielliantementc dispostas, as arvores
sustentanl e amparam com as siias raizes os declives c ladei-
ras. Os isamos e folliss rcparterii e divitlcm as aguas das chu-
vas e rctardarn assim a sua agglomerayão. Os expolios que
annualmentc depositam no tcrreno auxiliam este effeito pela
sua grande faculdade de absorpção, substituindo-se desta arte,
um escoaniento demorado a rapida forinacão de torrentes de
uiolentissimos effeitos.
É opinião de authorcs muito acreditados que o solo das
florestas bastante populosas possue unia faculdade de imhibi@o
superior ao volume d'agua produaido pelas chuvas mais tor-
renrines, ao passo que estas em serras calvas e fragueiras des-
penfiani-sc com violeneia dando logar a estragos incalculaveis.
São clles tão freq:~entesoa Madeira que a nlío se lha
acudir corn reiiiedio jirornpio c t.ncrgir.0 muito brere ter& de
&ntapse coni a periodikidàdc de' uni tal fldgello.
k sabido como as arvores reunidas ai11 grandes riinçsas
formam uma das maiores poten'cias da natureza. Iiiíiucm sobre
a temperatura das localidades, in tervem na distribuição c queda
das chuvas, promovem a brmação de nascentes e enicnderri
na sua coaserva@o e perenmdadc.
Bm um paiz onde a e s t a g o talorosa anda para aturar
dous terços do enno e as irrigaçúes são obrigadas u q u a i
todas as citlturas, a existcncia das florestas nao pode deixar
de considerar-se como a mais solida garaiitia da sua fertilida-
de c abiindsncia.
Quebram a violencia dos ventos e niodilicam as siias pro-
priedades; scmeadas ao longo das costas abrigam os terrenos
da invasiio esberelisadora das areias, que ti para a sua agri-
cultura um dos mais frequente3 contrateinpos.
E deste bom officio frizante exemplo o nosso pinhal dc
Leiria,,qiie, como todos sabem, s e deve a mente escla -
~ e c i d ad'Elrei D. Diniz.
Os arvoredos constituem um poderoso agente de fcrtiti-
sação, enriquecem os terrenos em que vivem com os despe-
jos que estão constantemente abandonando e são como taes
base do engenhoso systema d e Royer, posto em pratica coiii
muito resultado nus terras fracas da Bretanha pelo intellige~te
Agronomo daqiiella parte da França Mr. Rieffel.
Nos paizes desprovidos de conibustiaeis Cosscis a con-
sersa$io e desenuolviniento das fiorestas toma logar entre os
interesses sociaes de primeira ordem.
O uso frequente que sc faz das madeiras em todo o ge-
nero de construc~õcs, o imnienso valor de certos proditctos
destinados j. marinha, em lini as necessidades sempre cres-
centes do millinrcs de industrias, asseguram ás producgões ílo-
cstaeç todas as vantagens de iim avultado lucro.
Portugal importa annualmente unia grande quantidade
dc madeiras de diversas apyilic.ac;ões.
Em 1851, scgundo vejo eni uni exeellente trabalho do
111r.u antigo c distioeto mestre o sr. João de Andrado Corvo,

u valor destas imprtaçõcs foi de 566:108$689 rs.


Deste valor 360: 1236332 rs. representa madeiras para
a taunoaria, aduellas e arcos, -105: 6 0 0 6 3 8 4 rs., tabuado
para construcções civis e maritirnas.
Estas são ainda muito limitadas entre abs, mas não po-
dem certaniente deixar de acompanhar o desenvolvimento de
todas as outras industrias e o progressivo melhoramento das
nosss colonias.
Nos quatro annos de 18tiO a 1864 construiram-se nof
iiossos estaleiros 174 navios, cuja lotação andou por e6,543
toneladas.
Mas ai rida para este limitadissimo numero de construcções,
niio chcgiini as madciras do Reino, e temos de recorrer ao
estrangeiro.
Não fallamos ainda no extraordinario consumo doa cami-
nhos de ferro, só para os quaes precisamos povoar de arvoredo
todas as nossas charnecas.
Em cada kilometro deste systema de viação empregam-
se 1:000 travcssasde madeira falquejada, de um volume
igual a iim decimo de metro cubico para cada via. Asim os
nossos 697 kilometros de caminho de ferro actualmente em
~xplorafio, gastaram na sua construcção 69:700 metros cu-
bicos de madeira, e o seu entretenimento suppõe um consu-
IWJ nnnual de 6:970 metros cubicos.

E note-se que o desen~~olvimento das obras publicas, e


das construcçõ;os civis começa apenas agora a manifestar-se
A lande, a castanha, a baga dos differci;ics loureiros, o
fructo da faia, o qucrcilron, a corti~a,os cni:-c-cascos de di-
F-mas arvores, difkrcntcs resinas, o assucar ti ) Acer .sttchnri-
?riu,c varias outras materias, que fora longo ( i tar, consiitiieni
taiiibeni rcxljmcntos importantes dosta ind,usti ia.
A caça qu.e se crip qos terrenos arbrisados nZo pbb
igualmente deixar dc ntcncionar-se, quando sc trncta dc flo-
restas e .dos interesses qiie lhes andam nnncsos.
A Madeira foi cm outros tempos aífamada pela cxlenyáo
das suas florestas c pcln varicdadc c valor dasessencías que as
coiiipi~nliaiii. Iloje florrsias c mattns 60palavras poiiro n~odes-
9s que ninl cnbeiii aos pcqiienos c raros riiacissos dc vcllio rir-
voredo qiic 11.1 netiinli(l:i(lc se encolitrani cspnlhados pcln Illin.
o que o ferro c o fogo (10 cnrvoci~-ocão dinrisn-cntc dcsbastan-
do, ou alguns plantios de mui moderna fundaçso, para os
quacs o dente dos gados vagabundos @o 6 mais indulgente..
1Pennitta;se-nos que chamemos em mo auxilio a penna
acreditada da engenheiro Oudioot, que fez sobre o objecto
ipportantcs observa~6es.-((Nesta ilha &o se r&mais que as-
pcrrimos montes separados por intervallos qiie mais parccew
abysmos do que valles. Apenas sc descobre alçuiiia arvore no
pliiz que deve n siia dcnoti~inagão cis niagx~ilicas n~attaçque
cobriam sua supcrfiric c dc quc não restam vestigios senão
cin alguin precipício inaccessirel a seus barbaros C estupidoç
destruidores. »
Escrevia o citado cngcnliciro debaixo da iinpressão da
terrivel ailuvião do dia 9 de outubro de 18.03.
E era ja U o grande a falta de madeira ncsta cpoclia que,
querendo algumas facbinu com que diz teria facilmente ala1ha-
da as miaas do Funchal naquelles dias de dcsola~ão,náo pUdc
bavebas, ~endo-seol~rigadou deixar tudo á mercê do accaso.
h5 scrras da Sadcira que erani ciii oiitro tenipo cubertas
de arvoredo foram pouco a pouco sendo despojadas d'elle, e
estão hoje redusidas a escalvados estereis, só mui pnrcanicn-
tc vestidos dc algum rasteiro ointto ou dc rnagrissinia relva
qiic o continuo pastar dos gados eni coniaium, não deixa
niediar, nfio podendo pela niesrna razão desenvol~~cr-se algu-
ma planta arboreu qiic unia ou outra vez brota enpontanea-
~iientedo terreno.
fi
para baiso das terras sujeitas ao coinpnscuo que pela
niaior parte vigoram algumas novas plantaçúes, ou se coaser-
vam restas dos velhos arvoredos, que, tendo resistido a injuria
dos tempos, vão todos os dias suaumbindo aos vexames e
dovastaçóes de uma popuiaflo iinprevidente.
As n~nttasda Madeira ou pertencem aos munieipios ou
S ~ Oposse de particulares.

Aciiani-sc niiii tas em estado dc yro-inilz~liso, c acerca de


uina grande parte d'ellas ha contestacócs sobre a legitiniida-
de dos seus possuidores.
As priucipacs que ainda se conservain siis as do Rikiro
Frio no Concellio de Sant'Anna, propriedade da Camara a d e
differentes particulares; ar da serra das Fonduras, do Conce-
lho de Machico, as da scna de Saota Cruz, ar do R&@ o
da Ribeira da Janella.
A flora florestal da Madeira é niaito rica .e variada
L

A situação privilegiada desta Ilha e a conformação das


suas montanhas permittem que se encontrem aqui todas as gra-
duaçóes de temperatura, e sem gosar d'aquelles extremos de
calor e humidade, qcie prodosem as Imoosas ostentações dos
tropicos, C todavia rapido o dcsenvolvirncnto da vegetaciio c
grande a diversidade das arvores senipre verdcs.
Eis aqui o catalogo das principaes riqiiesns florestaes des-
te paiz. Como verenios, muitas dellas siío esscniins indigena;
da ilha, outras t c e a ido pouco a pouco naturalissndo-se
e aquilatando neste fecundissimo torráo as qualidades que
trouxeram do seu paiz natal.

ESPECIES POLHOSAS

TIL-- Laurus / ~ / e n- s Ait.- Indigena. Grande arvore


wgetando até uma altitude de 1:830 inc8tros,skgundo Lowe,
sempre vcrdc, retine a um porte el(bgante c a um desc~avol-
vimento rapido a propriedatlc dc fornecer riqui.isinias madei-
ras de bt'llii cdr preta c dc unin aplilicayii~muito tailtnjosa na
marcenaria. Esta art ore enrontra-se principalmente nos recos-
tos dos montes, escolhendo os logares frescos. O seu fructo e
aproveitado na fabricação de oleo para illumiaação.
Vnat~r~co DAS iLaAs -Laurus Indica -Spreng.-Indi-
gana. $ igualmente uma grande arvore que chega tambem
4 altitulle da 1:830.' Fornece madeira muito eatiniada que
se empregava anteriormente nas conc;t:ur.cõcs, 1aria:)aria e
marinha, e qLe hoje pela sua raridade é qiiasi cxclusir ameq-
te aproveitada pelos marceneiros. A casca tcnl applicações
para os cortomes. Esta essencia vive nos logares huniidos,
e produz friirtos que se applicam, como os do til na confec-
çgo de olcos.

-
LOURO Laurus Canari ensis-Webb.- Vai como os
seus congeneres ate a altura de 1:830m, e a s.ia madeira,
com quanto não seja tão estimada como a das arvores preee-
dentes, tem igualmente applicoções uteis. É pouco densa,
de c6r clara, e de fraca resistencia. O louro 6 tambem in-
digena.
ses ; prodiiz madeira de bastante estimaytío.

URSEARDOREA-Erlcaarb~rea-Linn.- Especie robusta


que adquire um grande desenvolvimento. E indigena e cara-
cteristica como dicemos da zona de vegetação muito notavel
que abrange os terrenos montanhosos e incultos numa altura
de 833" a 1:830m sobre o nivel do mar. A siia madeira 6
dura, fina e enccllentementc accommodãda i marcenaria.

-
UESE couuuu - Erica scopnria Lhn.- Vive iias
niesmas condiçùcs da sua congenere. fi desta eçpecie a maior
parte do combustirel qiie se consome no Districto. E indige-
na como a preccdentc.

PERADO -Ilex parado - Ait.- Variedade do asevinho,


indigena da Madeira. Não se dá em altitiides superiores a
830 metros.
A sua madeira é muito estimada na marcenaria, espe-
cialmente para embutidos, e outras pequenas obras de igual
natureza. É a madeira branca que se encontra vulgarmente
nas pequenas caixas, mesas, estojos, etc., que se confeccio-
nam na ilha.

FUSTETE-RIIUScotivtus -Linn.- Arbusto indigena que


prodiiz uma madeira ámarella muito procurada pelos niarce-
neiros. As folhas, a casca, e a tintura amarella que se estratle
da sua madeira, tcm grande applica$io no curtimento e c b
rágem dos couros.
PIORNO -Gt?fii$t~monosperma - Lamk.- É outro ar-
busto que toma na ilha um grande desenvolvimento, e cilja
madeira 6 náo só procurada para eombi~stivel,mas tem igiial-
mente emprego na znarcenaria,
- -
Z A M B L G ~ E ~ R OOlea oienstet. Linn. - Tndigena. Di
n~adeira milito resistente mas de facil trabalho. Tem muita,
npplira$io para dentes de rodas e outras pecas d e macbinas.
veiadn de escuro, c faz u m bello effeito, posta cm obra cic
I ~ I ~ \ ~ C C I ~ ~ ~ I ' ~ ~ ~ .

h l - \ r t ~ i ~ ~- 1)1 t:)'irt u laaa - to\l;e. - Ar-


. i s o4Stjd~ro.rilo~t
busto indigcníi qiic çc ciicoiitra gcralnicnte ati! tinia iiltitudc
J e 230." Teni a1t;ilm emprego na marci'naria.

S,i~ccixrio- Banui~tsglaadulosa -Ait.- Pcq iiena ar-


vore quc se encontra atc unia aitura dc 830" sobre o ni-
.c1 do mar. A sua rnadcira é branca c i~iacin. As cinsas po-
dem utilisar-se ria fabricnciio da polvora, c o carvão no depu-
ramento dos alcliools.

SEI\O- Suli.i: c n ~ i ( o ~ i c ~ -
t s i (o).-
i Iudigeua, madei-
rn ligeiranicntc atiiarellada, niaciri c dc facil traballio, e em-
pregada principalmente cin enibiitidoç c outras obras dc
uiarcenaria.

M o c ~ s s i ~ o -líisnea mocn~iera-Linn,-E outro arbiis-


h? indigcna que se encontra nas montanhas da Madeira.

MURTE~BA-M~T~US communis.-Linn.-lndigena, bas-


tante estimada pela sua bella madeira, de griio denso, pe-
sada, dura, de bonita cor, e muito prestadia para o torno. A
sua raiz veiada de escuro produz um bello elfeito cm al-
gumas pequeiias obras de marcenaria.

SIBCGFEIEO -
S C I ~ ~ ~ I I C~)~~lde~~e~~si~-Lowc.-Pcquenr?
~IS
a1.\ore indigciia, mais importante pela produecilo das no-
~ C Sq i i e tcm npplica~50 frerjucntr ria iilcdecinl;, c pelo
fructo que hoje se esta empregando em gr. escala na
cbragem dos vinhos, do que pela sua n ~ a dira cujos uoos
sso limitados.

M AÇAROCO- Echium candicans. -Linn. -Arbusto in-


digena, da familia das Borragineas e de folhas persistentes.
Vive nas montanhas e adquire um desenvol~imrntode 2"' ou
pouco mais de altura. Tem limitado emprego na marcenaria.
UVE~BA DA SERRA- Vaccinizlna mudercnsis.-Li nn. - En-
contra-se como a espeeie precedente em quasi todas as serras
da ilha. Fornece uma grande parte do combustirel que sc COCO
some no Districto, tanto no estado natural, como transformado
em carvão. O seu fructo tem algum emprego conservado em
doce.
Gresrn - Genislo uergata. -Ait.- Arbusto muito abun-
dante em quasi todos os pontos da ilha. Fornece bom rom-
bustivel para os fgrnos; são de verga de giesta muitos dos
pequenos cestos e outros artefactos do mesmo gcnero que se
manufacturam nos campos da Madeira. Esta planta 6 cultiva-
da em grande parte do Districto para extrumes.
ASEVINHO-Jlex canariewi~.-Poir.-Pequena arvore
indigena cuja madeira tem alguma applicação na marcenaria.
C A S T A N E E ~ R O . = F castanea.-Linn.-Naturaliçada
~~US ;
antigamente muito abundante na Madeira, especialmente no
Norte, onde se cultivava associada a Vide, constituindo a
cuitura lucrativa conhecida pelo nome de balaeiras daquel-
ias localidades.
A16m do fructo que 6 consumido no paiz fornece csta
planta boas madeiras de varidissimas e muito conhccidas ap-
olicações. O Castanheira encontra-se na Ilha até a altura de
630" sobre o mar e forma neste ponto uma cowo &ehq
para baixo da qual u neve nunca dura mais de poucas h*
rns (Lowc).
Esta arvore chega a adquirir mais de O metros de cird
ctimfcrencia.
Na hfatleira h n algiinias destas arvores de uma enorma
groscura quc sc diz screni contemporaneas dos primeiros
habitantes da Ilha.
A produr~áodn castanlia em 1063 foi de õ:4C8 hecto-
litros.
CARVALHO A L Y A R I W U O - Q I ~pedtinctilafn.-~lrh.-É
~~C~U
iima arvore muito espalhada na Ilha; encontra-se dssonibro-
;indo as riias de q~iasitodas 3s quintas, e mesmo ein algu-.
mas pratas da cidade, oiitrns vezes forniando extensas
~~lanteçùce.É de um cresrii~~rritorapido c muito abun-
tlante em friirta, qiic se approvcita vantajosainentc. na alimen-
tnçzo dos animacs domcsticos de todas as espccies.
A sua madeira tem senipre applicações que lhe asse-
giram uma ex trarrGo facil e lucrativa. As conslrucções
maritimas, as rodas hydraulicas. diversas machinas, a tanoa-
ria, fazem uso frequente do carvalho. E alem disso um ma-
gnifico cambustivel, ou seja como lenha, ou transformado em
carvão.
De todas as cspecies de qttercus, é a que se cultiva
na Ilha, a que mais facilmente se presta á exploração por ta-
ihadio, que em muitos casos pode ser grandemente lucrativa.

SOBREIRO- QUBÍ'CZ(S silbber.- Linn.-Está muito pouca


gcncralisada no Districto esta productiva arvore que devia
desenvolver-se com facilidade nas faldas das serras até a
uma grande altura. A l i i i ! ~conviniin n sua propagação, pof
que os seus numerosos e importantes produetos tornam-na
uma das arvores mais rendosas com que se póde dotar qual-
quer paiz.
Todos sabem o immenso valor da cortiça, a vantajosa
applicação da lande no alimento dos gados, principalmenti?
da erpecie saina. A 8UP madeira O rija, duraùora e pesada o
coairtjtiie um bom combustivel. O entrecasco, é um dos ad-
skingentes mais activos que se podem empregar no cortumc
do$ COiirO6.
~INUEIRO-QuercusIlex.- Linn.-Tambem se encon-
tra Da ilha em pequena quantidade. É igualmente uma ar-
vow de boa madcira para variados usos c o seu fructo convc-
aiente corno o da especic precedente na ceva da maioria
doo animaes.
A ~ ~ ~ ~ ~ o ~ ~ ~ a r - C s si2iqua.-Linn.-Appareconi
ratonia
alguns individuos desta especie no litoral da ilha especial-
mente na vertente do sul. Todavia é h t a n b rara a sua
cultura supposto que o clima se preste perfeitamente ás exi-
gencias do seu desenvolvimento.

T ~ n f ~ a a v e i u -Tanaryx gollica.- linn .-E principal-.


mentc na ilha do Porto Sancto que se v& com frequencin
este arbusto, que alli é empregado em sebes espccialmcnte
nas visinhancas do mar.
A sua madeira p6de ser uiilisada como eoml>ustivel ç
para cama de gado, extrume etc.
TRAMASEIRA-Pyrusaucupnria.-Gmrt.-Arvore que se
encontra na zona de vegetacão caracterisada pelas Unes i:
Louros.
A sua madeira tem alguma applicação RI marcenaria
e é um combus~ivelde segunda ordem.

Bcso -Birrw seniperrircns.-Acha-se em grande quan-


tidade pelos campos e adquire bastante desenvolvimento. A
stiii niadeira tem variadas npplicasiies c 6 sempre yrocurada.

E c c . i ~~rcs-Est~i
r ainda muito pouco espalhadd no Dis-
t rirto csta i~nportnntc cspeeie da Aiistralia. Encontram-s e
apenas enl algumas quintas, c lias prayas da cidade do
Funchal , cscmplares das especies (E'ucalptus robusta ?)
c (resini/'era ?) Estas arvores cliegam a adquirir uma altura
de mais de 50m, e a sua madeira é imcomparavel de f o i y
c de elasticidade.
E no sul da Australia que ellas occupnm uma mais ex-
tensa rcgiào. O terreno eni que rivem e geralmente pobre.
Parece-nie que a propagacão desta bella csscncia seria fa-
cii na >ladeira, e vantajosissiriia.
Estas arvores SZO conhecidas na illia pelo nome d e vi-
rihatico do Brazil.
A madeira que eu tive logar de examinar era de uma
cGr avcrmclhada, muito similhante á do viahaticú,

N o ~ v ~ r n ~ - h g l a n regia.-
s Linn.-lfuito commum no
norte da ilha. Execllentc madeira para marcenaria que es-
t i actualmente tendo muita extracçilo. É tambem optimo
combustivel.
S U U . A G R E - ~coriaria-Linn,-Arbusto
~~UG muito abun-
dante na Madeira, cujas folhas se empregam no cortume
dos couros. Exportava-se antigamente unia grande quan-
tiiladc deste producto, mas hoje esta inteiramente parado
este comnicrcio.
Ka illin lia 6 1 oficinas de cortumes que consomep
annualmeiite 639 hectolitros de sumagre. (Est.' da com-
missão de pesos c medidas.)
PLATANO-Platctntrs 0rientalis.-Linn. -Encontra-se
muito frequentemente na ilha com especialidade em quin-
tas, jardins, alamedas c praças publicas. Chega a uni
grande desenvolvimento em pouco tempo. É de facil propa-
ga~ãoe fornece excellente madlira.

FALSA ~ c h c ~ b - ~ o b i npisae u d ~acacia.-linn.-Tam hm


apparece muito nas quintas, especialmente dos arredores do
Funehal. É hoje unia esseneia muito estim ida pela dura-
@o e rijesa da sua madzira, que esta tendo applicayiio nos
caminhos de ferro, nas machinas de different industrias e
n a marcenaria.
A facilidade com que s e desenvolve nos terrenos n:ais
aridos, a a rapidez do seu crescimento, tornam descjavel i1
sua propagtiçh,

~ Y # Q M O RB~ - A S T A R D O - ~ ~ ~ asederac.?.
~~~ -@ta
arv or c
que se encontra com freqoencia nas quintas e janiias to-
ma na ilha proporgões muito superiores i s q u ~gtralmvnte
osteata na Europcr.
TULIPEIRO
DE V r n ~ r ~ ~ ~ - ~ i r z o d e r ntulipifern.
dron -1 inn.
-Ha nas immediagões do Funchal magnificos exemplares Li esta
especie da America septemtrional. E uma bella arvore de
30 a 4P d'altura com uni dianietro proporcionado, que f i ~ r -
nem madeira muito approveitavel nu marcenaria. ma-
deira meia, toma um excellentc polido, c tem pouco r i i i i : ~
ou gaea9a a cor da do iimcreiro.
F I ~ E I PnEA Gon- Ficus tenjatriina.-linn .- fi ii:ii:

arvore indigena da Asia, e do mesmo genero que a'


figueiras gigantes dc Beiigala (Ficus Bengaleosisj c da AUS-
tralia (Ficris ? \ , que pelo vigor da sua vrjetatão, pela sua
cstatiira e pela bisarria das suas formas, são das mais co-
riosas eipec.ies do reino vcjctal. A figueira dc Goa qiic
sc v$ frcqiicntenicntc nos sirburbioç do Funciial, 6 uma
grande arvore c dc um rapido crcscinicnto, de folha-
gcm opulenta e cuja madeira penso que ter$, como a
das siias congcncrcs, utilissin~asapplicações.
Algumas estradas do litoral da ilha poderiam vanta-
josamcnte ser giiaraecidas desta formosissima espeeie.
- Eryllrrina corallodendron.-Linn.- Esta
CORALEIR.,.
arvore da Giiiana, dc qiie ha bastantes excmplarcs no Fun-
cIial, da uma madeira dura e compacta.
, n-~ l i * t i , ~cnrnphora. -Linn.-Especie
C . ~ P I I O R E I RiO in-
diçcrin (10 Jaliiio, qiic $e v4 em alguns jardins do Frincha1
ciii pttrfeito estado tld tlr!scn~olviiuetito. Podia ser vantajo.
saniente cultitado para a cstracyâo da campliora,
Ar~~sruo-Ayliznthtis y/írndulosa.-Desf.-O aylanto
e uma arvore de primeira graudesa, originario da China, que
se desenvolve rapidammtr nos terrenos mais aridos e que
produz madeira snlida de cdr avermelhada, suscoptivel de
adquirir um exrellente poliment~, e muito propria para a
marcenaria e outras industrias,
O aylant'no 6 , pele fiicilidnA~:com que se renova da ce-
pa, e pela rapidez do seu crcsrimento, uiila das arvores mais
proprins par,\ scrcni aproveitadas em talhadios.
Ttlmbcni para o povoamwfa das clareiras é esta planta
um precioso recurso, porqiie argosta imprineniente com a som-
brp protIuz1iI~ pelas arvores ricinhas, c multiplica-se pelos re-
nfiws que rch:iniam das raizes, de fórma gue duas OU t r ~ ç
plantas vcstcm cni pouco tempo qualquer raleiro.
Nos baldios o aylanlo é a unica espe( ie euja propa-
gação seja possivel, porque os anirnacs rcjt~itania sua fi:-
Iliagc!n.

LooÃo ou AGREIRA- Celtis auslrn2is.-Linn.-Encontram-


$c bellas arvores dcsta cspecie na Ilha, mas ainda cm niriitn
pouca qriantidadc.
A marleira do I,odão é csccllcnte para a taniioaria, c,
sendo a cultura da vinlia tão geral cm toJo o IIistriclo, pn-
rcce que conviria bastante gcneralisar esta iiiilissitiia arvorc.
Os prodiictos leniiosos do lodio são Y ~ ~ I ~ ; I ~ C S C~111-
.II~CII~C
pregados cm militas oiitraç induçlrias. -1si13 riladeira c ela%-
lica, resistente c compacta.
ksta arvorc aconimoda-se facilmente nos tcrrcrios mais
tiridos,

ESPINIIEIRODO NORTE - C1c:lif:in Irincnnfhoa. - Linn.


--Madeira veinda d e vermelho, resistente, elastica, d e griio
íii~oc apertado, com uteis applicacYcs cni diferentes indris-
trias. É uma arvore de rrcscimcnio rapi~loe dc facil propn-
gayãg. Encontra-se cspecialmeiitc eiii alguns arredores do
Ft~ncl~al.
Fn~1~o--I-'rctxit22rse.rcelsior.- 1,inn.- 0 fri3i\;o n2o h
comniiim na illin, coni quaiito esta Grvorc se desenvol-
iiiiiito

va vantajosnmcnte no Districto, e a i~euldadeda sua propu-


gacão, as qiialidades da sua madeira, e atb iiiesmo a bcllcsa
da sua folhagem, devcini animar a siia ciiltura. O freixo
é uma arvore d e primeira grandeza de niadcira bastante du-
ra c muito elastica.
Açtsxos-Popztltis,--Yeem-se por quasi toda a ilha trcs vri-
ricdades do alemo, o Popitliis ,r igra, o P. alba e o P. fasligialn.
Estas arvorcs ~ i v e m ,pela maior parte, nos logares fresw
cos, c í: nas inargens dos ribeiros qric adqiiircm maior e mais
rnpido dcsciirol~iiiicnto. A sua madcira tcin muita applica7
(20 c o m qiianto 1150 seja de superior qualidade.

S,~~cvrsi~os-Srtlix--h especie t-ltlirn i! a mais abilii-


rlrintc e é delln que se tiram as varas e estacas, com q u c SI:
ciiipam annualmentc as vinhas do Distrirto. Supponbo qiic
6 tnrnbcm desta variedade a verga dos ntimerosos cestos, ca-
tlciras e outros objecto$ que, com muito engenho, se corri-
í'cccionarn em algumas freguezias do sul da Ilha.
ESPECIES BESINOSAS

CEDRODE G O A - C U ~ ~ S S U$ ZSU U C ~ . -Está bastante gC-


iieralisada esta importante resinosa, e miii to co~rvinhapro-
pagal-a Inrgaiiiente em todo o solo florestal de Madeira, por.
que os scus produrtos tem grande valor, i! de tini cresci-
mento precoz, e accomoclada á maioria dos terrenos.
CEDRODA MADEIRA- Juniperus OX~C(C~~'Z~.S.-Linn.- Esta
bella arvore indigena da ilha produz madeira resinosa de cor
acastanhada, e duma longa duração. Encontra-se com frequen-
cia nas antigas eonstri~qõesdo paiz, e semprc em perfeito
estado d e conserva~;ião.Tem serventia etn milliares de indus-
triaç, e vale hoje, pela siia raridade, avliltado preço.

CEDRODO LIBANO-Pinus cedrzcs.- Linn.- Parece que


esta preciosa essencia cra antigamente muito abundante iia
ilha; como, porém, se tcnliam succcssivamcntc cortnclo para
a niârcenaria estas arvores, sem se cuidar ds sua pi'opaga!;ão,
4 muito de receiar qiic a especie destipparc;n ciii ps~ico
tempo das florestas da hiladcira.
Informam-mc qiie sc encontra tambc :!i no Districto
p r d i n s do Funchal), a especie da Asia- Ce:'~.rrsDeodani-
que me gnrccc seria muito ro~vcniente gcn; ralisar dcl~ai.uo
h ponto dc vista florestal.

ph@nicsa.-linn.-Arbusta
ZIMBREI~O-Ju~tiperus indi-.
gcna que produz eacellentc madeira milito similhantc ;;
cio cedro.

TEIXO-T(txtrs bue6aio.- Brot .- É Iitni liciii iiidigcna


da ilha esta í'ormosissima arvore. AJquirc f , ~ s ttc~ ngrossii-
rri, rião chpg;tndo poreiii o scii cirescimcnto a mais dc 13"
dc altura. Fornece niiiito boa madeira, incorrriptivel, de grGo
ii~!o, dura, pesada e de uni verrlielbo carregado. Ton:a uni
cxccllcntt: polido, e 6 muito empregada em obras dc mar-
cenaria, embutidos, e tcm outros usos.

- -
Lnatço Pinits kízirig. - Linn. Esta especie é rara
ao Districto, assim como o Rnus abies, que tan~bem se cri-
contra; - sáo arvorcs importantes pelo valor e qualidade dos
seus productos, c pela sua rusticidade, chamadas nat~irnlmen-
te a ocriipar os logarvs das serranias, em que outrzs csscn-
cias não pode111 desenvolver-se.

Pr~uc~- -
n o P i n z r s . Linil. Encontram-se na ilha 1.n-
rias especicç de pinheiros, pertencendo ao Pinzis maritimn e
~.ilvestrisprincipalmente, as plantac6es qiii: formam os gran-
des macissos dcste arvoredo na Madeira.
Da primeira especie envioii em 1862 o Governo de Sua
Magcstade para este Districto 80 moios de semente, que foi
distribitida por preço muito commodo aos differentcs culii-
vadores, c de que ha ja hoje csperanfosns sementeiras.
\'eiii-se ,jtiin~hciii, posto qiie mais raramente, o Piittrs
,V.robrrs c ~ # e n s i s . (* )

j.) Para a })ou applica~áoda semente i.nl inda pelo C o -


,it;i!v~ c.ste Distrieto en, 1 8 6 2 , dirigiiiios aos agriciil torcs
d o pai3 as indicacões que se segucnl :
O pinliciro I ) i ~ r oaeommoda-sc aos terrenos mais ingratos
c r:ospkrn c111sitiincúcs inliospitns para outra qualquer espe-
cie vcgct;il. A siia cilltura ofircce um nicio scgiiro de tirar
partido de siiiiiltiantes condic~õcs.
Ra hfadcira, paiz abundante cin essencias ílokstaes d e
niiiito n o t a ~ l~ a l o r ,a siia p r o p q a ~ á odevo circumscrcver-se
otrictanicnte (iqilellas circumstancias.
O tcrrcno destinado á sementeira do psnisco deve ser
cavado, ou lavrado a uiiia pequena profundidade. Senipre que
cstc amaiiho se podér eflcctaar com arado, é convenieiite fa--
zcl-o seguir d u n ~ agradngem.
Se o tcrrcno for coberto de matto convem que este seja
completmcntc arrancado ii enxada ou cnxadão ordinario, c
disposto em montes que não difficulteni a sementeira.
A epoclia mais proprin de lançar á terra esta semente
estende-se d e outubro a dezembro, cm que as terras liumedc-
cidas pelas cliuvas do outono conservnin ainda o calor do verão.
A cada hectare de terra devem Iancar-se tres alqueires
de semente, n8o limpa ou coni a asa. A semente privada da
asa é mais dificil de dividir com regularidade pelo tcrreno.
A quantidade a empregar neste caso 8 de dois alqucircs por
hectare.
A semente enterra-se a enxada, e com uma camada de
terra de meia pollegada de espessura. Tambem pôde cobrir-
se fazendo arrastar pelo tcrreno scirnciido, um feixe de matto
carregado com algumas pedras.
Depois de coberta a semente, se por ventura se timr
arrancado aEgum matlo-, on se houver a facilidade de o al-
cancar perto, é muito conveniente espalhar sobre a ter'ra
semeada, uma leve cama& de rama miuda, o que offerece a
lcntagem de impe&x quc os raios do sol incidindo directa-
i:icilic sobre os pinheiros recem-nascidos os queime, ou qae
as c liuvas os desarreigueni, quebrem o11 arrastem d'envoRa
r i ni a terra mcchida.
Esta operacão póde substituir-se ate certo ponto com a
Além das espccics que ficam enumeradas a illia possue
muitas outras qiic por menos importantes deixamos de con-

mesmo resiiltado, lançando ao terreno a semente duma planta


annuiil cujo rapido crescimento offereça aos pinheiros, àuran-
t9 o seu primeiro desenvo:vimento, o desejado abrigo.
As gramincss são as plantas que aprcsentani melhores
condições para este effeito, e dentre estas a aveia c o cen-
teio as mais rasoavelniente empregadas.
A scrnenteira de qualquer destas plantas devc preceder
a do pmnisco. Deve semear-se ralo para que o cereal não
roube a luz e o ar aos pinheiros que queremos beneficiar.
Só depois de enterrada a semcntc graminea sc procc-
deri á distribuicão do pe?zisco.
Não deve contar-se com a colheita do cereal qiie e pre-
fciivcl sacrificar, para que os segadores não pisem os pinbei-
ros no acto da ceifa.
Tenham-se pois em rista na sementeira desta planta as
seguintes considerações:
1."uc os lombos das serras, as encostas, c altos pc-
dregosos das inontqnhas, e os logares faltos d'agua satisfazcni
as modestas exigencias do pinheiro.
9." Que o preparo da terra escolhida para esta semen-
teira reduz-se, ao arranque do matto, e ao seu remechitliento
superficial, por nicio da enxada ou com o arado, succedido
pela grade, e a ultima operação quando a terra for limpa.
3." Que lia conveniencia em usar da semente com asa,
porquc se obtem mais igualdade na sua distribuicão.
4.' Qtie seis alqucires de penisco com asa povoam um
hectare dc terra.
6.a Que os pinhcirinhos, sentindo muito na priniavera,
cpociia do seu desenvolvimento, a accão do calor, convem
não só serem semcadas no inverno, mas ainda abrigados, ou
revestindo a terra duma camada dc rama, ou protegendo-os
com a sementeira duma planta dc rripido crescirnerito como
a aveia ou o centeio.
6." Quc n sementeira da planta protectora e a do pcais-
so devem fazer-se, cada iima por sua vez, precedendo a plan-
ta cereal, devem estender-se separadamente, tendo cuidado
(íuc a primeira seja muito rala.
signar, e por vcniera nlgiimas de quc r30 Iicuvcmos conhe:
cimento.
Te~iiosdado, no entanto, iridica~6cs que poderão ser
ponto dc partida para fiituras e mais ~~~ii~ueiosas
investigaqões
sobrc este interestanle cissumpto.
Por vezes mandou o Scnlior Rei D. Joiío VI para esta
ilha, sementes de varias arvores tanto da India, como do Brn-
zil. Em 30 de dezembro de 180 1 vieram com grande rc-
commenda~ão scnientcs de teca, - Tectona grnndis -C de
outras diversas plantas. Mais tarde em 29 de outubro dc
1800 vieram sementes das plantas da America, constantes da
seguinte curiosa relação : -iüiriccr cerifera, Czrpre88trs
Thriyoides - Cupresstt~Distica, Acer Sacharinits -Junipe-
*irs Virgininna - Fraximtts Nigrn --Rux toxlcodendroii
- Robinin pseudo nccacia - Pi~tus Abies Americana -
Pinus Strobus - Pinzis Abies Cunadensis - Pinus Abies
Bnlsamica - Jlespilus usarolus maior - Betula alnrcs ?:i-
qra - Vaccinttrn (?) - Sorbzcs Amerieana - Sidun Thym
i folium.
A sollicitude com que se repetiam estas remessas intro-
duzia rapidamente na ilha as riquezas florestaes de gsasi to-
dos os pontos do globo, e a ter a sua propagação e cultura
merecido mais cuidado, seria ella hoje uma das suas mais im-
portantes producções, e dc muita singularidade o ver em tão
:imitada superficie a numerosa collecçiio de qiiasi todos os vc-
getaes arboreos do glabo.
Muito se tem legislado sobre florestas entre nós, mas n
'igislagão florestal composta de retalhos c fuudida nos dif-
ferentcs principios que vigoravam nas diversas cpochas a que
aquellas medidas se referem, apresenta um corpo informe de
leis, muitas das quaes obnoxias, na actualidade, ao progresso
e descnvolvimcnto das riquezas ílorestaeç, e outras, se bem
clue aproveitaveis, ineficazes sempre que não forem comple-
tadas pela seric de medidas que o assumpto requer e que es-
tiio em practica nos paizes onde este ramo de administracão
se acha exemplarmente montado.
As mattas da Madeira foram sempre regidas por leis cs-
poeiaes. Do tempo de D. Maaoel data o primeiro reyinienfo
destinado a conter a devastay80 dos arvoredos a qual ja cn-
I'ío inspirava reccios,
Mais tarde, porque aquelic rcginiento não bastasse para
suster os estragos que pouco a pouco iam la~raudoa ruina
das riquissimas florestas da ilha, deu I). Sebastiáo novo rc-
gimcnto, mais rigoroso e severo na parte penal, mas real-
mcntc pouco fcrtil em disposi~õesque podcsscnl promover o
augmento progressivo das rnattas do paiz.
A indoie destas leis, como a de quasi todas as daquellc
tcmpo, era sugcitar a iniciativa individual á interferencia
quasi constante da auctoridadc.
E assim que o 2." do regimento d e 1JG3 estatuia
pcnas severas para todos os qiic cortassem madeiras seiii li-
cenca da Caniara respectiva, que, como bem 6 de suppor, nzo
estaria mais habilitada do que o proprictario a julgar da op-
portunidadc e convenieiicin daquella operacão.
Vedar rigorosamente toda a exportaçáo, fi 1E, prohibir
o reparo e conslrucção de navios, $ 18, e até inesmo impe-
dir o comprar lenhas para revender, $ 16, -sáo disposifUes
daquelle Regulamento.
Com o sentido de promover a creayiío de noros arvore-
dos determinava o Regulaniento qiic os Iiereos das terras
adjacentes a ribeiras plantassem todos os annos as testadas
dnquellas, de arvores apropriadas na proporyiio da terra qiie
cada uni tivesse, e até pleno povoamento das mesmas.
Todas as outras medidas são pela maior parte disposi-
+cs policiaes, e referem-se a desbastes de arvoredo juncto
dc fontes, rios, tornos d'agus, &c., c a esmoutados, fogos,
carvoarias, &c.
Posturas municipaes desta n~csmafeicão secundam aquel-
ias niedidas. Puncni o corte de madeiras acima do bardo, o
abatimento de arvores juncto de fontes, o derrubar lenha
verde na serra, o uso de lenhas que não sejam de pinho, e
finalmente a introducçiío de lenhas de vinbatico c louro.
Si10 manifestos os vicios de uma legislação em que a
auctoridade apparecc sempre a manietar a iniciativa do pro-
prietario seni lhe assegurar pela intervencão de agentes de
conhecin~entosespeciaes a nicllior exploracão da sua propric-
dade, nem lhe garantir por tinia policia conveniente a con-
servacio dos seus arvorcclos.
O Consellio de Districto tem resolvido por vezes suspen-
der a coiiccssão de liceqas para o cbrte de madeiras, com o
fim de oppor uma barreira á destrrii$io completa dùs arvore-
dos, mas longc de ser esta uma medida de qiie haja de ti-
rar-se algum resultado, muito no nosso entender ha de con-
correr não só para a mais breve ruína das florestas, mas
igualmente para criar uma justa antipathia, a um genero de
propriedade em que o possuidor é espoliado dc ulna boa par-
ec dos seus direitos.
Todos sabemos que a drira~ãodas arvores tein um lin~i-
[c, e quc o seu pcrfeito c completo aprovcitaiiiento coincidc
com iiilia certa idade.
A sciencia do siloicnlfor csti hoje em iim grande esta-
do de adiantamento e dispõe de elementos adqiiiridos eiii
expcriencias reiteradas c perseverantes invcstiga~ões,para o
calculo da idade e outras condições a que dcrc sujeitar-se o
eórte das florestas, para que dellas se tire tod.) o produeto.
O Conselho dc Districto e as Camaras, prohibindo e to-
lhendo o corte dos arvoredos, sem que nesta sua determina-
cÃo intervenham os nocessarios conhecimciitos florcstaes,
condemnam h ruina e ao desaproveitamento muitos arryoredos
que queriam conservar, e que perecem de vetustez, arrashqn-
do muitas vezes na sua queda uma parte das arvores circum-
visishas.
A existencia das arvores velhas e caducas no interior
das florestas 6 tambem prejudicial, porque ellas sao colito i:
guarida de numerosos insectos que nas cpochas yroprids
sahem a dirigir os seus ataques aos fruçtos o arvores pro-
ximas.
Ve-se muito bem que todo o interesse do proprietario
consiste em limpar a tena dum pejarnento que o impede de
exercer a totalidade dos seus direitos, e gosar da sua pro-
priedade em toda a sua plenitude e extensão, e será elle o
primeiro a promover a extincção das arvores que tão pre-
cariamente lhe pertencem.
Como bem se póde vêr a legislação que descrevemos
e que ainda hoje govcrna as mattas da Madeira, c o pri-
nieiro cmbaraço para a sua regular exploração, mesmo que
os proprietarios florestaes quiscsscm intental-a conforme 9s
súos principias da silvicu1t~ira.
As arvores florestaes ou são exploradas a longos pra-
sos para madeiras de construcção civil e niaritima, sendo
cortadas em idades muito avan~adas,e multiplicando-se de
sementes, ou se aproveitam em revolnções periodicas, de
extensão limitada, dando cortes repetidos e regenerando-se
successivcnlente da cepa, e fornecem combtistivel, ripa e
outras madeiras nieudas.
No primeiro ccso são conhecidas pelo nome de futaiar,
no segundo designam-se por talhadios.
As especies folhosas prestam-se quasi todas u qual-
qiier destas formas dc approveitamento.
As resinosas nào tcem a faculdade de se reprodusireni
dt: poldras o11 rebentões, c constituem albm disso, pela
(lualidade dos seus productos, pela idade a que chegam c
110r diffcrentes circumstancias da sua vegetaçiio, as especies
iiiais proprias para a segunda fórma de approreitamento.
No Districto, nas florestas de castanheiros e pinhei-
ros a quc ilegislação felizmente nHo attendeu, que são
as que tomam algum incremento, não ha pleno regular da
approvei tamen to.
Os csstanheiros são explorados por talhadios quasi sem-
pre dc cortes frequentes, inixto de futaias, mas sem pla-
no ou pensamento previamente concebido, e sem a pro-
por$ão que O consumo vai exigindo.
Nos pinhacs da-se o mesmo caso.
Nas especies que descrevemos, são as segitiotes ar-
vores aquellas a que melhor convem o approveitamento
per talhadio.
~cnlrr,:ToD A S
CEPAS (4) CEPAS

Vinhatico v.... ...


Til + ......... ...
Carvallia.. .... 1FiO. a 420 Gylantho. .....
Freixo ....... 80 a I 2 0 Agreira.. .....
Adernoa. ..... 80 8 120 Salgueiro.. ....
CdSianheiro.-. .. 80 a 60 Saoguinho * ...
Akmo........ 40 a 60 Diffcr. arbustos./

A explorar50 em futaias prestam-se cr;pecinlmeiitc a í ci-.


~ ) C C ~ Cque
S se scgueoi :

.----- e----- -.

( IDADE PARA O 1
SEU MAIOR AP- SEU MAIOR AI'-(
ESPECIES ESPCGTES
PROYEITA-
BIESTO

Vinhatico. .... C,edro da Ilha.. I


Til ..........,
Ilarbusano .... /
Cedro de Goa..
Cedro do Libaao
iI
Cestanheiro ....I 30 a 1 2 0 Pinbeiro bravo. 100 a 1 2 0 i
~ a r v a l l i o....
, .II 1 4 0 a 160 silvestre ;O 80 I
Aderno ....... laricc!. .
Agreira. ...... I ((

Sobreiro ......
Freixo ....... .....
Platano ....... Accacia. ...... I
(*) A duracào das cepas foi extraliida de um cxccllen-
&c livro do Sr. Dr. Breuil. Para as arvores marcadas com um
Os produrtos flarestacs crescem com a idade dos ar-
I aredos quc os produsem nuiiia progressão que se aproni-
nta dos q~iadradosdos numcros naturacs.
Conclue-se desta lei, que 6 no approveitamento a longo
prriso que se ùcvc rollicr urn producto absoluto mais avul-
tar]~.
Contestam porem niuitos silvicultores os lucros cffecti-
vos das florestas siniilhantenientc exploradas, e asseguram
que a vegetaçáo niais opiilcnta, não poderia nunca se-
guír a marcha do crcscinicnto do capital pela progressiva
n~ultiylicaçãodos juros.
Destas consiàera~ões ja facilmente se deduz que esta
forma de approseiiamento mal sc comprar com o espirilo de
empresas particulares que n5o se abalançam ao cu9loso adi-
antamento dc capitaes de recmbnlso tão demorado.
Tombem pelos conlicciniciitos scientificos pouco vulga-
res, que, em geral, exige a exploração deste ramo de in-
ùustria, c pelas prescrip~õeç a que a conveniencia publica
tem neressarianiente de sujeitar os que a practicam, a
propriedade florestal convem pouco a proprietarios nvidos de
realisar lucros em periodos menos remotos.
Ao influencias que atribuimos as florestas refferem-se
principalmente aos arvoredos explorados a longos prasos;
são estes, quando reunidos em grandes massas, que deter-
niinarn a regularidaae das chuvas, que espalham sobre os io-
garcs circumvisinbos os benclirios salutareç que descreve-.
MOS.

asterisco-deve aquelin indicaçzo ser ton;i,$c com rc.i;:>r:,


porque fui calculada por con~paracõcs qur y a d e i ~rer me: L
c

exactas.
Por outro lado a dificuldade do transporte de grandes
peças de madeira, do interior das montanhas paraos portos da
ilha, havia de contribuir para que as maties particiilares
fossem exclusivamente exploradas em talhadios de cortes
frequentes, que vão sucessivarnente enfraquecendo as cepas,
reduzindo-as a um desaparecimento precoz, e raleando pou-
co ia p a m a vegetação.
h UIU paiz onde a eaistencia das florestas é especi-
~ImePlorequerida debaixo do ponto de vista das influencias
que tsie activa potencia exerce na meteoorole~ia,vb-se pois
que a administração e grangeio do solo florestal devem ser
urna atribuição do Estado.
É esta hoje uma opinião muito geralmente seguida en-
tre os economistas, e aconselhada pelos que teem tractado
mais profundamente este assurnpto.
Seja-nos licito transportar para aqui algumas palavras
de uma interessante memoria que tivemos logar de estudar.
((Seria pra desejar que fosse o estado o possuidor (dete?&-
tear) de bdas as florestas cuja conservação tivesse sido jul-
gada necessaria debaixo do ponto de vista do clima, da
salubridade, do regimen das aguas, OU de abrigo pa-
ra o terreno, porque os servicos que ellãs prestaui .nestas
circumstancias interessam á sociedade toda, e não unicamente
aos proprietarios,- e demais não é justo exigir do um indi-
viduo no interesse geral, a conservacão de um terrcno em
estado de floresta, se elle entende de maior conveniencia su-
jcital-o a qualquer outra cultura.
A propriedade florestal não encontra alem disso ga-
:antiás de conservação nas mãos dos particulares cuja ne-
clessidadc iiiimediata de goso não se concilia de fórma algunla
- o n o tempo que exigem os productos lenhosos, para adqui-
rirem qualidades vendaveis.
Na Madeira 6 urgente submctter a um regimcn espe-
cial a zona arborisavet, e a ideia qiie apresentamos é tanto
iiiais piausivel, quando que, sendo certo ser esta faxa pro-
priedade de municipios que não tirain della rendimento al-
gum, ou de particulares pouco firmes na sua posse, c collo-
cados nas mesmas condicõcs das Camaras, a sua execução se
torna muito mais facil.
Com effeito uma grande parte destes terrenos de que
diversos indivjduos se dizem proprictarias, foram dados de
sr.~mariupelos antigos donatarios aos possuidores dos predios
aqacentes com a cocdi$ío expressa de os tornarem mansos e
caroaveis a cultura no espaço de cinco annos,
Ora esta circumstancia não se tendo prehenchido, pare-
co que assiste ao governo o direito de rcvindicar aquellas
propriedades, mas para não difficiiltar, com litigios a realisa-
cão deste importante projecto, coiiio tambem para não chocar
interesses constituidos desde muito, melhor seria adquirir es-
ses terrenos expropriando-os a titulo de utilidade priblica,
operação que se tornara facil pelo modico valor que clles re-
ptesentam, e que anda em termo medio por 6000 rbis
o hectare.
Resta ainda a considerar uma outra ordem de in-
teresses respeitaveis pela sua importancia, e que, a não
serem devidamente attendidos, ocrasionarão transtornos grm-
des á agricultura do paiz.
Fallamos dos gados que se criam na serra: clles cons-
tifilem uma das grandes riquesas da Ilha, c como taes
dc~ciiitomar-se na mais séria consideração. Julgamos pois
qiie seria conveniente distribuir os trabalhos por iim nu-
niero determinado de annos, procedendo t i arhorisagiio do
uma parte da serra cm cada um dos referidos yeriodos,
de fórma que, quando os gados fbsseni obrigados a eva-
cuar a ultima estaçâo, podcssern entrar na priineira sem
perigo do arvoredo.
Calculou-se que a soperficie a arborisar, mede aproxima-
damente 29: 498 hectares. Dcdusindo os leitos de ribeiras, ro-
chas inacccssiveis e terrenos não approveitaveis, fica esta
cifra rcdusida a 20:000 hectares, dos quacs é ainda nc-
cessario diminuir algunias terras rcalcngas. O pcrimetro
desta siiperficic vai pouco mais ou menos pela linha das
tres grandes levadas, Rahacal, Fdjiia dos Vinhaticos, c Juo,
cal e Furado, e aproxirnadaiuente a uma altura de 900
metros acima do nivel do mar.
Neste terreno lia urna parto ja povoada d e arvoredo ,
outra que só pode vestir-se por meio de sementeiras artifi-
ciaes c plantações, e algum que s e arborisa por si mesmo,
sempre que esteja defendido dos gados. O que se acaba nes-
tas condições fica pela maior parte situado ao norte da
ilha; póde a sua superficie, com a parte ja povoada, cal-
cular-se cm 10:000 hectares.
Por estes dados 6 facil fazer-se com certa approxí-
niaçso o orpmento do capital que o governo teria de dis-
pender para l e ~ a ra cabo este importante melhoramento.
Com etreito tiiihamos para a compra de 4?10:000 Iiecta?
res de terra ao preço dc 6:000 rs ao hectare. 120:0004$000
Pelas despesas de arborisação de 10: 000
hectares a 10: 000 rs. o hectare. . . .. . .
, . 100:000&000
------
Total 220:000$000
Ora, planeando a arborisa~ão total das montanhas da
Madeira para um periodo de quinze anoos, fazendo a acqui-
sição do tcrrcno em lotes correspondentes a cxben@o an-
nua1 dos tral)aiiios, teriamos para cada aano sima tlelspesa
de 14:6GC)$000
Collocar ri5 florestas c as levadas debaixo de uma ad-
ii~inisti'aqãoconirritini, tornar siiiiilltanca a poliiaia das aguas c
das ~ l ~ t t t a spart'~'Illll-tl)e
, prnsarncntos approveitaveis para a
econoi~iia e ~.oiivt~iiit~nti- explorapio destas diias interessantes
riquezai.
O Govtlrtin Fratit~cztern prcscBnya das vicissitudes por-
que estava pa-sciiido uma griindi! parte dos terrenos situa-
dos nas abas das serras, apresentou ao corpo Icgislativo um
projecto de lei para rearborisaciío das tnontanh;is, que foi
approrado na ee5são de 1 8 de jullio dt: 1800. Para obra
de tanta magnitudc tractou o goierno de aproveitar os es-
forces de todos, dandr, cairipo li iniciativa dos parliculares,
promovendo-a cSoni siihvcn~6cs, i: aniii~ando-acom uma pro-
tectora intervpnc;?o. Nào julgdinos [[rio oiiiro tanto sc pos-
sa fazer na Jiodcira, onde os nliiriicipios adorineceni numa
Icthal desaniinacào, c os particiilares adoecem de urna
apathia nào njrnos prejudicial.
Indicamos grosseiramente o meio que entendeluos se
ófferece mais facil e desembaraçado; o estudo mais deti-
do da queâfiío e das suas relacões, fortificado no conhe-
cimento profundo da localidade, indicara as condições de
applica$ío da ideia que apresentamos.

IIORTAS , POMARES, E AMOREIRAS

0 s productos da horticuitur~,desta arte, em que o


engeriho e a actividade do cultivador tem operado verdadei-
~3 prodigios, nem appalccem com abundancia nos mer-
cados do Funchal, nem a sua qualidade revcla grande ap-
plicaçso c conhecimento da maneira de os cultivar.
Não se encontram com effeito aqui muitas das hor-
taliças finas que concorrem aos bons merfados, supposto
que nacionaes e estrangeiros offereçam ao productor todas
as garantias de um prompfo commo,
4 carencia de boas sementes, os poucos ou neuhuns
cuidados que presidem i soa escolha: a iodifferenca na in-
troducção de novas variedades, a falta de curiosidade oni
conservar as boas especies, e em generalisar e introduzir
noras plantas, slbin da completa ignora~cia dos recursos
desta arte, em que o artificio e engenho do operador en-
tram com uma parte quasi tão poderosa como a da natureza,
tornam esta producção pouco variada e de inferior quaii-
dade.
É isto muito para notar em um clima 60doce em que
o cultivador não tem de luctar com os frios, geadas e ne-
ves, que sáo em outras localidades inimigos poderosos, e
onde até mesmo são frequentissimos os logares abrigados
dos ventos.
A abundancia das aguas, que 8 uma das condiciies En-
dispensaveis para a prosperidade dos vegetaes hortonses.
tambem não falta e deve-se considerar como natural incen-
tivo para esta cultura.
As plantas hortenses cultivadas no districto, são as
que peIa sua rusticidade, se desenvolvem facilmente, sem a
frequencia de cuidados e intelligencia do hortelão ; são as
plantas asulgares que ministram com raras excepcões os prin-
eipats elementos da sustenta@io das classes menos abastadas,
o qiw designaremos em seguida pela ordem que occupani na
horticuliura do paiz. Couves, batatas de Demerara e dr Yadei-
ra, s e a i k , aboboras, alguns nabos, ervilhas, e feijóes para
comer em verde, repolhos, favas, couves de flor de mes-
quinho volume, cebòlas, tomatos, espinafres, &. Não se eu19
tivam muitas das melhores variedades de couves, desco-
nhecem-se as mostardas de Pekin e de folha de couve, não
se encontram os espargos, e a alcaciiofra, nem muitas das
hortaliças finas e delicadas, que nJuma cidade populosa c
visitada por tantos estrangeiros abastados, Iioviam de certo
tcr prompto consumo e dar muito lucro aos hortel0es.

PLANTAS TEXTIS.-Cultivam-se no districto o linho ordina-


rio, e em mui pequena escala, o canhamo e o linho de
Riga. É mesmo muito limitada a cultura do linho ordina-
rio e os seus productos satisfazem apenas, a uma mui pe-
quena parte das necessidades da população do paiz. Culti-
va-se por assim dizer a retalho e só para consumo casei-
ro, Cada familia manufactura, por processos grosseiros e de-
morados, a sua teia. Como muito bem diz Jl'orscau de Jon-
nes, as culturas industriaes siio como a industria manufacto-
reira, não prosperam senão quando concentradas em uma
localidade: isto explica sem duvida o mesquinho desenvoI-
vimento da cultora do linho na Nadeira e a pequena im-
portancia da industria a que ella dá logar.
O Canhamo cultiva-se tambem muito limitadamente
em algumas freguezias do No~te, mais como curiosidade do
algum cultivador menos rotineiro, do que como eultura
verdadeiramente já introduzida. O linho de Riga, introduziT
do ha pouco, tem dado a quasi todos os que ensaiaram a
sua cultura os mais prosperos resultados. A diminuta quan-
tidade de semente que veio para esta ilha, é a causa
dos lentos progressos da siia gencralisa ylic .
filuito conviria pois que pela Rt1i>;irtili o roiiipetente
viesse para estc Districto unia iioa qiian!id;: ?e d e stbmentc
desta planta, que da todas as csperanfns dc ser cni brc-
vc uma valiosa cultura.
A piteira cresce e dcsenvolvc-se em uma giandc pnrttl
da ilha, 0 com oç seus filamentos cortfecci~nam-sealguns
pequenos wbffirtos, que sáo uma industria especial do paiz.

POMARES.-N'CS~~ ramo d c cultura o 1)istricto i i ~ o


está mais adiantado que em outros, cujo atrazo já larnen-
támoe. Encontram-se todos os fructos da Europa, nias szo
geralmente aqui d e sabor menos egquisito e de qualida-
des menos variadas. Com estes confuntlem-se e cultiram-.
se simultaneamente no mesmo terrcno muitos da Africa, da
America, e da Asia.
Só muito raramente appaicecem algumas porc;ões de
terreno cultivado regularrnentc de uma unica especic de
arvores, constitiiiodo poniares, e recebendo a especialidade
de tratamento que B peculiar a esta cultura. Pravticam-se
raramcntc os etixcrtos, - é geral a impropriedade das po-
das,--e são pela maior parte desconliecidos os incios de
melhorar, apressar, e variar a fructificagiio.
As laranjeiras, tangerinas, limões, cidras e limas? como
muitas outras especies e variedades da familia das Airríin-
timeas, são, especialoiente no norte da Illia , da nielhor qun-
lidade, mas a falta de viação torna a sua exportação pouco
facil, e impõe certos limites á sua cultura, que, a não ser
aquella causa, tomaria grande incremento e constituiria um
bom ramo de commerçio. A exportarão d'estes fruc60s foi
a seguinte no anno de 1862 :
Laranja . .. . . 70 m i l h e i t ~s meio
Cidra e n t v e r d e .. . . 99 ))

Dittaemmoira . . . . 7 »e7EiOcidias
Em oittro tempo foi a esportafRo da laranja muito maior :
a j molestias que te111 atac.ada rillinianiente a laranjeira
c a maior parte das ws corigencres reduziram de muito a
1 iiittiira, seni que teiilin hn\ ido a coni'enicnte eoastan-

na appiira$ío dos meios indi(ts<los, para combater o ma],


liem se tenha eniprcgndo a devida a t t e n ~ ã o em fazer novas
plantaçóes que hajam com o tempo de substituir as velhas,
para as quacs a molcstia foi in0exiuel. Não faltam, porbm,
na ilha condições para O estabelecimento de pomares de e$-
pinho, os quaes prosperam na maior parte dos terrenos, que,
abrigados do Norte e Nordeste c srisceptiveis de boas irriga-
tGes, não estão sitiiados a tinia altura sobre o nivel do mar
tlc mais de 266 mctros.
As cidieiras sobre tiitlo descn~olrem-se com rapidez,
propagam-se com facilidade, fructifirnm teinliorss, e os seus
frilctos acham sctliprc num-rnsos compradores que os procu-
rem com empenho para exportar para Inglaterra. Estas plan-
tas encontram-se gcralmentc eni todos os concelhos.
AS laranjas são menos volumosas que as dos Açores e de
Setubal, e egualmente de qiialidade menos apriaoradas.
limoeiros niâis ramosos, dc friictos niiiito abundantes e de
iiiaior viilio.
0s poniares de pcvidc são formados da algumas
variedades de macieiras e pereiras pela maior p~tede qoali-
t l d e inferior ás do continente. Os seus fructos ou servem
para o consuirio local, ou veiii abastecer os mercados do Fun-
ckal.
Uma grande parte é convertida em bebidas fermenta-
das, que constituiriam uma iniportanle iodustrin para o paiz, a
não ser (como s e diz no Relatorio da cxposieão agricola do
Funchal dc 1801) o alfcrro c o a qi19 tractam d e imitar, com
cllcs, eousa impossivel, o antigo vinho da Madeira.
Com effcito a tercm aproveitado tão salutares indicacõcs,
e a liavercria os fabricantes destas bebidas deixado de imitar
os viut~osda bfadcira, para confeccionar boas cidras conio as
da Normandia, e as de grande parte da Allemanha, tcriaiii
assegurado a esta industria um futuro quc a rcgcncração dos
vinlios iiunco podcria prejudicar, porque as clnsscs menus
abastadas liai iam d:: ciicontrar riella iiiiia beditla Inrata, SG-
dia c fresca, igualiiiciitc acconiniúdada tis cxigelicias da bol-
sa, como apropriadi ao ciiiila do pniz.
Esta inciustria muito tcin coiicorrido para O d c s e ~ ~ ~ o l ~ i -
iiiento da cullura dos pomares de pevide, cootinuando, pa-
réni, grande incuria na scleccáo das cspccies e variedades
iiiuis succosas, e ja conhecidas como as mais proprias paia
este fim.
Qs concelhos do Funclial, Camara d c Lobos, Slinc~s
Cruz, Porto do Moniz e S a n c t ' h n a , são os niais productivos
cni fructos de pevide.
As culturas arboresccntcs, s5o (luasi scniprc as mais lu-
crativrrs dos pnizcs qiientcs, niorinctite quando encontram na
'iidustria uin consumidor certo para os seus productos. Os
poir~ares,ja d e si iniportantes neste Districto, c que seriani
ninis se os seus culiivadores priiiiasscm na csco!lin dos prti-
ccssos ciiltiiraes, podeni rir a ser uiii rumo d c niuita conside-
racio, se cultivadores e industriaes pcniarcni uin pouco sobre
o que deixamos cxpcndido.

h o n ~ i n ~-sA. cultiira da ninorcii~a, e ü industria que


h e eoli annera, iinportanfissiinas nos paizes nieridionaei, e
gne deviam ser de niuito interesse na Madeira, quasi náo
passam neste paiz de um obscuro ensaio.
Parcce cjue cni outro tempo fòra o cultivo desta planta
ri~aiscstcnsa, e, segundo affirmani, o seu producto era dc
c\c.cllcntc qiralidade.
Encontram-çc anioreiras pretas e brdncas nos concelhos
clc Sanct'Anna, Camara dc Lobos, Ponta do Sol e Funchrtl
eiii perfeito estado de vegeta~iio. Tamhem prospera e se de-
scnvolve eni c~uari todo o Districto o muEticatlle.
Ka actualidade a ctiltura destas plantas foi votada ao
;il)andono, a criacão dos bichos 6 apenas ot~jectode simples
c+iiriosidadc, applicando se quasi gcralniente as folhas da amo-
rcira c do rnulticaulc i alimcnta$io do gado vaccum.
A rissistcn:ia in telligcnte c os cuidados niinuciosos qiie
exigem tanto a cultura dcstns pliintas como a criacão do lii-
t l!q, e que só umri pop1la.50 ndcstrada por uina longa pra-

ctira pode prestar-lllcs, dão talvez logar ao inimerecido dcscre-


dito que n condenina na Jladcira onde a circumstancin de sc
desenvolverem as semcntcs antes do abroltiar das amorciras,
concorre, sem dlívida para os pretendidos desenganos de que
muitos assegyram ter sido victimas. O primeiro inconvenien-
te attcnua-se seguindo com paciencia, e mu<itapreseveranca
e attencão as indicagões dos bons livros e substituindo a
falta de practica por um trabalho mais assiduo e desvelado.
Muito conviria qiic nos asylos desta cidadc principal-
mente n'aquclles eni que se rccolhem velhos e orphãos
houvesse um pequeno esta belccimcn to dc sericicultura
ryie com forncccr oi.cupa$io leve c uppropriada áquellcs
iI:!Ii:lJuos, introdtizissc pouco a pouco o conliecimento e ha-
hito pxra o iracto do bicho, c uni certo gosto por estia in-
clzictria.
N'um paiz como a bladrira abundante em terrenos
qiic por falta de nguas se tornam irnprolirios para a cultura
das plantas licrbaceas, n amorcira era um grande reciirso n
aproveitar. E n'estes tcrrcnos que a amoreira produz folliai
mais qacharinris e rnucil<lginosas.
O desenrolvimcnto temporão da semente é facil dc cvi-
tar proporcionando a esta uma certa hybcrnasiio.
A cultura d a amoreira tem ainda n vantagem dc intro-
duzir uma industria que api*oveita o trabalho dos velhos, das
niullieres, e das criancas, bracos ordinariamente inuteis.
O bicho de seda originario dos paizcs amenos da Azia, e
fiecitando perfcitanici~te quasi todas as locnliilades o ~ d cas
transicòcs rapidas da teinpcratura n3o são frcqiientes, liaviu
dc dar-se táo hcm na Madeira c o i ~ o nas Canarins onde a
sua cultura sc practica com ccrto sucesso.

A falta da agoas de irrigacão é tinja das circurnstancili;


que mais poderosamente influem para o pouco desenvolvi-
mento da ciiltrrra hortense nos arredores ao Eordcste c
sueste do Funchal.
Nas povoações do interior tIa Ilha a cultura tfns hor-
tas não pode ir além do limite que Ilic irilpcie o consii-
mo local, porque a falta de bons meios de via.30 torna
aquella exportacão immensamenle cara: e nrretlila~iios mcs-
mo que para o consumo do Funclinl, não será nccessa-
rio nunca recorrer aos concellios visinhos. N'tstc concclllu
deveriam as hortas ter maior drsenvolvimeirto, e a sua
cirltura fazer-se com mais conliccinicnto, visto que ellas t c n ~
aqui o incentivo de um prompto consumo e de bom preso
pare os seas produetos. O eoiitracto de colonia 6 um gran-
de estorvo para esta como para todas as culturas. O co!o-
no e rotineiro, afftlrrado a certas fortnas de cultivar e ri
dcterminadns plantar, c só a i i i dillieilmente capitula com
os conselhos do ecnl~orio.
.i falta dc coiilii*(~iriitxntodos prinripios mais riidimen-
tnrcs da prniica da .\pri.tiltrirn, a cnrrri,.sin da boas se,
nicntcs, a t i r i l i r n i cni adoptar nletbo-
dos ninis rai.innnos si> porqiic sr1j;im novos no pniz, sao
as causas principlics da airaso de qunsi todos os ramas de
ciiltiira. O cultivatlor tln Madeira, trabnlliador inrtinsavel,
esgota a s forças n'iitna lurta qiic por falta tlc algiima 1112
sc torna muitas vezes qiiasi improduc~tiua.
Os pomares de cspinho que prospcrani táo bem no
Xortc da 111ia riiiiito devem dcsrnvolvcr-sc com a abertu-
ra de portos c coni;triic1y50 d'cstradas qiic perniiliam fncil
cttracc8o dos seus fr~ic3tc)spara o Fi~n(.Iiíil aonde accudi-
riaiii 1lt1sdc logo niitios a cspnrinl-os para o estrangeiro. O
consiiniiiio do. fiiictos clc pevide liadc augiiicritnr conside-
~.avclinrntese curarem dc introduzircni melhores qrialidades,
o11 de melhorar conl bons processos d c cultiira as existentes.
Pio tratamento destes pomares ha niuito a desejar na Madeira.
Por vezes se tem apresentado ao Governo de Sua Ma-
gestade a cooveniencia do cstabeleeimeato d'uma quinta que
fosse simultaneamenic modblo para certas culturas, campo de
ensaios para outras &. O exemplo do que alli se passasse havia
porico a pouco fazer uma salutarrevolu~ãoem todas as culturas.
Para promover a cultura da amoreira e a criação
do bicho dc seda, seria tini ponto de partida, a plan-
t 3 ~ ã 0de amoreiras nos rocios, praças, phsseios e estradas,
m i m como premios peci~iiiariosés melhores creaqões, 6.
O oirlitina tucheri quc dcsde o a r n o de 1852
~ssolavairnplacavelme~~te as vinlias da AIadei:.n, reduzindo-as
a uma producrão niesquinha, como se vê do mappa qi~c da-
mos abaixo, e fazendo abandooar quasi ccmpleIamenie crn
todo o Districto a sua cultura, começa a desapparecer c as
plantações nascentes crgiieni-se espcrancosas por quasi toda
a ilha para substituir os antigos vinhedos.
Produccdo de vinho <ias ilhas rla Jíaíleirn e.
Porlo Sanc!o, ncs ulinos de 1853 a 155'3 :

A declinacão sensivel do mal, o enthusiasmo tradicional


por esta cultiira no Districto, a e6cacia da enxofracão, com9
meio preventivo, o uso ja vulgar deste processo em toda a
jllia, tudo nos faz crer que em pouco tempo a Madeira poderá
utTerecer novan~enteao mercado vinhos da primitiva qualidade.
A crise, pela qual acaba de passar este Districto, não foi
exclusivamente devida á molestia que tão violentamente atta-
wu os seus vinhedos.
De ha muito qnc ella se preparava, pelo descredito que
as vinhos desta ilha foram pouco a pouco grangeando no cs-
trangcir~. com o abuso inconsiderado das estufas.
Com o fim de conimunicar, artificialmente, aos vinhos
qualidades que só o tempo Ihes pódc dar, iotroduzio-se na
ilha, no principio deste seciilo, o processo de sujeitar os vi-
nhos de prodace30 recente, a altas ternpcraturas (60' ao mais)
por cspaco de alguns niezcs, cni casas ou cslufas preparadas
para esse fim. (*)
Por esta practies Ianpil-sc i~iipriidentcrnente nos mer-
cados estrangeiros uma grande porcáo de vinhos, muitos dos
c p c s nial preparados, e estas duas circrinistancias provocaralu
as dcsconfian~asdos consumidores, tliiiiinuirain a procura c
accarretaraiii uma haixa scnsivel no preco deste genero.
Como os vinlios fossem a fonte exclusiva de receita par~i
este Districto, faltarani quasí repentinaniente os mcios de dar á
ciiltura da videira a assiduidade c perfeição de amanhos que cI-
Ia requcria, c a prodriccào baisou numa progressão assustadora.
Conl effeito era 1813 produziu a illia 99:218 hectolitros
d c vinho; dcpois desta epoclia chegou ainda a prodtizir
1 2 6 : 0 0 0 hectolitros. Dc 1817 a 1853 (apparecimento da
mangra) a produccào decrcsceii siicccssivaniente como se v$
do mappa seguiptc :

ANNOS I HECTOLITROS

1847 ........................1 81:846

(*) Relatorio apprcsentado ri Academia Real das Scicn-


elas pelo Sr. João d'bndradc Corvo.
Com a baixa de preco c falta de produccio, diniiiiuiii it
crporla~áo,e esta que parece Tora ainda em 1809 para mais
de 57:960 Iiectolitros, c que chcgiia aind3 cm 182:i a
Ii3:76S hectolitros, não passou desde cntào du 30:000 hccto-
Iitros, como se veríi da tabella seguinte :

1888. , 37: I86 hectolitros


1 8 9 9 . . 31:327 ))

1 8 3 0 . . 21:250 ))

1 8 3 1 . . 21:381 n
1 8 3 2 , . 27:667 1)

1 8 3 3 . . 33:ti53 ))

1 8 3 8 . . 3G:659
1 8 3 5 . . 29:868 v
1 8 3 6 . . 30:5?6 ))

1837..31:388 u
1838.. 37:976 1)

2888,. 3 4 ~ 9 4 8 3

Os valores que estes vinhos deixavam na ilha erari]


eonsideraveis, mas pela forma porque ce fazia O seu comnlcr,
cio cabiam clIcs qucsi exclusivmeritc aos cstraogeiros, cni
cujas mãos estava monopalisado.
Na epocha d a colheita o vii~lioem mosto era vendido,
por precos baixos, as casas inglczas estabelecidas na ilha.
que o preparavam e embarcavam depois, para os differentcs
mercados de seu consumo, deixando aos proprietarios nin-
grissúnos lucros.
A grande escala em que estas casas negociavam toriia-
va wdmeidast. as suas firmas nos differentes mercados e es-
cluia d ~ commercio
e os proprieiarios, que só des~antajosa-
-te podiam luctar com a concorrencia daquelles.,
A adulterapo dos vinhos,, e a sophisticago dos bom,
processos de melhorar este gentro, de que por infelicidade
se tem abusado, tornavam ainda menos accessiveis aos viti-
cultores, lucros, que elles nunca deveriam ter deixado sa&r
das suas mãos.
Hoje que a cultura da videira promette vir a ser nora-
aente uma fonte de riqueza e de prosperidade para esta
terra, deviam os preprietarios pensar nos meiosde haver para
si o cornrnerc$ dos vinhos e 4s vantagens que lhe são.
inherentes.
A associação dos viticultores em uma companhia para o
comrnercio dos vinhos para o estrangeiro, uma gerencia inteb.
ligente que classificasse devidamente os produetos viniroler
do districto, que conquistasse a confiança e o credito dos
dos mercados, assegurando aos consummidores a genuidade
do gcnero offferecido, lograria de certo este proveitoso intento.
Xão cabe aqui o desenvolvimento deste pensamento que
julgo aproveitavel e cujo alcance bem poderiio os leitores.
avaiiar.
A crise que a agriciaura deite paiz acaba de attra~
vessar foi tanto mais grave, quanto que o maior e melhor
dos seus terrenos, fôra rotado imprevidentemsn@ w cativo
da vinha.
Hoje é necessario que os cultivadores se náo hwem de
aovo á cultura exclusiva da videira, é mister v e qão alar-
guem á custa de outras culturas valiosas, a área da probpçãa
1inicola.

O Districto perdeu muito com a falta de seus vi-.


nhos e com o dercredito que as bebidas artificiaeç, alcaah*
das com o titulo de vinho da Madeira, lhe foram grwgea~
no estrangeiro; mas é tambem verdade que melhorou a sor-
te do colono, tomou a agricultura um caminho mais proviùeii-
UaI, e sobre tudo o mal não 6 tão grande como se quiz
suppor, nem é irremediavel.
A inboducção dos vinhos de Portugal, que muitos tem
querido venha estabelecer o equilibrio entre a cultura dos
vinhas c as outras producçóes da agricultura, matando os vi-
nhas de inferior qualidade, e mantendo apenas as que po-
dcsscm existir com a livre concorrencia, seria hoje um não
pequeno mal : a industria das vinhas está novamente na sua
infancia, e 4 necessario proporcionarmos-lhe alguma protec-
950. Mais tarde, quando de todo tiver desapparecido a mo-
lestia, quando as vinhas, agora plantadas, tiverem chegado
ao auge da sua produccão, serA opportunidade de lan~armos
no mercado vinhos dc Portugal, e pôr nas condic6os de igual-
dade com as outras industrias a produccãu vinicota madei-
rense. Hoje protecção á cultura nascente, que desenvolven-
do-se deve de novo chamar o commercio e OS capitaes a es-
te porto.
A falta de baccllo limitou este anno consideravelmente
a plantação. Bom seria que na prosirna cpocha o Governo
fizesse vir para este Districto u m a porção dc plantas das cas-
tas mais selectas dos vidonhos do Continente,
A cultura da vinha faz-se no Districto de diias f0rmas
clifferentes; em balseiras, ou embarrados, na região do norte;
c cm latadas e corredores na parte do sul.
Nos embarrados a videira sustenta-se e enlata-se sobre
arvores dispostas para esse fim : neste systema a producção
8 abundante, mas pouco qualificada, porqrie as uvas raras
v e m chegam a uma completa maturação, j a porque não re-
cebem a reverberação dos raios calorificos, ja porqne as ar-
vores não são podadas convenientemente.
hs arvores que no Districto se encontram associadas ;i
wdeira. sáo o castanheiro, o carvalho, a faia e o louro.
O unico tractamento que recebem aqui as balseiras, é
(lesfolha das arvores quando as uvas estão proximas da ma-
tiiração, e alguma lirnpesa tanto nas varas superabundan-
tos da videira, como nos ramos da planta que as sustenta.
Os vidonhos que se cultivam de einbarrado são, pela
maior parte, Verdelho, Sercial, e Tinta. Julgo que esta cuL
tura 6 susceptivel de grande melhoramento, e para elle en-
trego á appreciação competente dos agricultores deste paiz,
as indiçaçaes que se seguem :
-
I.+ Empregar nos embarrados a robusta variedade
americana, conhecida pelo nome de Isabelle, enxertando-a
riqois cm qualquer das castas, verdelho, sercial e tinta, que
até hoje se empregavam para o mesmo fim.
Parece-me que por esta práctica devem obter-se indivi-
duos que conciliem o vigor de vegetação da primeira especie.
com a produccão qualificada das ultimas.
9.'- Escolher para amparo das videiras arvores fructi-
feras e pouco folhosas, como o castanheiro, o carvalho, e a
freixo, cujas folhas são uma excellente forragem.
O habito de enlatar a vinha sobre arvoFes fie folhas
persistentes, como o loiiro e a faia, 6 altamente condernnave~,
yoruqe estas arvores entretem no ambiente uma superabun-
dancia de humidade que provoca um grande luafi fnlha,
pem á custa da fructificaçãe. Tambem a desfolha destas ar7
vorcs 6 mais dispendiosa, o que não deve perder-se da vista.
3."- As arvores convem que sejam dispostas a uma tal
distancia, que o sol possa pcnetrar por entre ellas em todas aa
direcções para que os cachos sejam menos assombrados c pos
çam amadurecer menos imperfeitamente.
4.0- Nos logares desamparados c expostos aos ventos
irias, as videiras devem encostar-se a arvore do lado do meio
dia,-nas situações temperadas ao poente, e ao norte só ex-
cepcionalmente, nos casos de uma grande insolação e calor
muito intensivo.
5.'-As arvores descabeçam-se a quatro ou cinco me-
tros de altura, e os bacellos devem acompanhalm at8 este
ponto.
6.'- As arvores ou devem ser podadas de maneira a
ficarem unicamente com quatro ou cinco ramos lateraes, ou
em fórma dc cupula ou vaso arredondado.
No primeiro caso os braços da videira enlatam-se nos
ramos por toda a sua extensão, e passam-se de umas a ou-
tras arvores, formando festões ou grinaldas, de um effeito
admiravel.
No segundo cingem-se em roda da copa da arvore eni
espiraes mais ou mepos perfeitas e acompanhando esta em
toda a sua altura.
7 .'- - As balseiras devem ser cuidadosamente podadas
todos os aonos para que as uvas sejam mais gradas e o vi-
nho de melhor qoalidade.
Os vinhos do norte servem para lotar os da região do
sul, que se melhoram com esta mistura, e que se tornam
mais baratos, porque, como vimos, a producçfio das balseiras
6 abundante e o seu grangeio facil e econornico.
As balseiras podem tambem por si só, dar vinhos fracos
de muita estimação, no genero do clarete e do Rheno, sem-
pre que elles forem tractados convenientemente.
Ra regigo do norte, são os vinhos de Ponta Delgada
do Porto da Cruz os mais reputados.
Nas vinhos do sul a cultura 6 conduzida com bastante
perfeiliio.
As vinhas desta região situadas, pela maior parte, nos
declives das montanhas em socaleos laboriosamente constrni-
dos, com destino a approvcitar cuidadosamente toda a super-
ficie do tnrrcno e sustenta1-o contra as aguas das chuvas,
exigem para o seu grangeio custosos amanhos e cuidados r e
petidos, que tornam excessivamente caros os seus productos.
A duração destas vilihás limita-se ao pequeno espaço
de quinze aonos : a circumstancia de seram os bacellos plan-
tados muito perto uns dos outros, e o genero de poda a
que a videira é snbmettida no paiz, determinam o definbe~en-
io precoz destn planta e a sua curta vida.
Parece, porhm, que uma e outra practiea se justificam,
em raiz50 da necessidade que hã de reprimir a excessiva ve-
geta$~ que a videira tomaria neste clima, collocada em ou-
iras ciri.urnstancias.
A ~iotla cumprida é, 30 qiie dizem os agriciiltores, exi-
gida gillas especialidades c modo de vegetar das castas cul-
tivadas na ilha.
Pelas razões qiie deixo indicadas, e não tendo um
brofundn conhecimento das vinhas deste paiz, náo me atre-
lo a condemnar qualquer dapuclles usos.
As vinhas desta região sso cegadas como as de algiimas
situações da Andaluzia, c esIe beneficio não é aqui dos me-
nos dispendiosos.
Do que temos dito v$çe que os vinhedos do sul dei4
xam aos agricultores pradrictoç cncrados de tão custosos
adiantatnentos que só um Freio rxcepcional póde devida-
,:
mente retribuir. Assinl a rizit3lr;i ~ i n h a nesta parte da
ilha deve limitar-se ao; 10g3wi1 i ,
:giado- :11 que se pro-
@-em as especialidades inimitaveis dos seus vinhos, qua
tem em toda a parte um grande valor.
Os vidonbos que formam as virhas do sul da Aladeira
d o conhecidos pelos seguintes noaes :

Bulul.-Prod~z o vinho estimado conhecido por este M -


me. Parece que este vidonho fôra importado de Bucellar.
S ~ n c i u . - É, segundo o Sr. João d'Andrade Corvo, cor
d e c i d a na AIlernanha esta variedade pelo nome dc lIocheirri.
Dá origem a um dos vinhos mais qualilicados da Madeira.
Mn~vrsrn.- Enamtram-se deste vidonho differentes vu-
riedades. Foi introduzida na ilha pelo Infante D. Henrique,
em 1865.
$ ama das castas mais estimadas da Madeira pelo perfume
e delicadesa dos seus productos. Esta variedade foi importada
de Caadia. Dá-se apenas nos logares abrigados s pouco altcts.
A Fajã dos Padres, e o Paul do Mar eram aEarnador
pela exeellencia da sua mahasia.
VERDELHO.-Variedade que sobe a grande altura. É
muito productiva c dá o vinho conhecido por aquelle nome,
que, quando velho, é de grande estimação,
Suppoaho que esta variedade é conhecida no reino pelo
nome de Gouueio.
BASTARDO RRANCO.- PERIXGO.- CARÃODE MOÇA.- GAB-
CHEIRA.- VERMEJOLHO.-BARRETEDE G L E R I G O SABRA. . -
LUTRIO.-Estas variedades são muito menos estimadas que
as p d e n t e s , e concorrem com ellas na factura dos vinhos
de Iùlamos, mas são particularmente a base do ~ i n h o
c~&eCidosimplesmente pelo nome de Illadeira.
Alem destas encontram-se tambem o Yuscatel b r a ~ o ,
c o Alicante, que se consomem nas mesa..

XEGRAYOLLE.- TIXTA.- destas diias variedades que


sc extrahe o vinho conhecido pelo nomede Tinta da iiladeira.
SEGRINHA OU TIKTA DE BAGO PEQUENO.-Uvas d e muito

inferior qualidade c de difficil maturacão.


PRETO,- Uva muito adocicada e de bastante
BASTARDO
perfume.
T~a~niirés.-Bago roxo escuro, de boa qualidade.
E CASTELLÃO.-Variedadespouco estimadas.
MAROTO
ISABELLE.-Variedade muito rustica e vigorosa, impor-
tada da America.
ROXO.-ALICIANTEncrxo.- Cul tivr;-
F c i i n , i r , . ~IL'SCATEL
das só para consumo das mesas.
Além destas encontram-se tambem nas novas plantações
iauitas variedades de Portugal que se devem á importação
do bacello que depois da invasão da molestia se tem feito do
continente.
Com quanto algumas destas especieç, como o Arinto, a.
Tinta do Padre Antonio e outras, sejam dc boa qualidade c
convenham conservar-se, julgo, porém, que os viticultores
deste paiz devem exforçar-se em multiplicar as castas anti-
gas dos seus vidonhos, sujeitando a uma vigorosa enxertia
todas as outras cepas nienos qualificadas para conservar o
antigo cunho dos seus vinhos, que a introducção d e outros
elementos poderia transtornar.
O Estreito, o Paul do liar e o Jardim da Serra,
passam por ser os logares onde se colhem os vinhos mais fie.
pos da região do Sul.

A cultura dos cereaes na lfadeiga foi por muito


tempo bastante liuiitada. Por longo periodo s cultura
cemalifera cedeu o passo aos lucros da viticultura, industria
que estava mais em harmonia com a constitui$ío e modo de
ser da propriedade desta Ilha. Já a fome de 1.847 produzi-
ra grandes embaraços e mostrara a urgencia de alargar a
esphera da producção das subsistencias de primeira neces-
sidade. A molestia das vinhas restringindo os meios com.
que anteriormente se importavam os cereaes estrangeiros, que
alimentavam durante mais de metade do anno a população
da Ilha, espalhando a fome e a desolação por todo o Districto,
condusio a attenção para a cultura dos cereaes, como a uni-
ca qae podesse substituir a cultura arbustisa da vide e af
frontar como esta, a seccara de c e r m situações. Infeliz-
mente não foi este movimento acompanhado da desejada es-.
colha de methodos e aperfeiçoamento de cultura: estendeu-
se, e verdade, a área desta pioducção mas desprezaram-se
pela maior parte os meios de sollicitar a terra a uma maior
productividade. Preferio-se o emprego das forças naturaes,
e despresou-se a via racional e activa dos adubos; coodem-
aou-se a term á producção inemterrompida de cereaes, sys-
tema que tem trasido comsigo todo o seu cortejo de per-
niciosas consequencias, e as terras da Madeira que, segundo
os primeiros chronistas da ilha, improvisaram maravilhas de
feeundidade, estão hoje reduzidas a reproducção mesquinha
dc cinco a seis sementes em termo qiédip.,
Xos systemas de cultura baseados sobre o approveitci
mento das f q a s naturaes tem-se, para ser bem succedido,
de lancar miio das indiaçõcs da sciencia, ja quando se tracta
dos meios a enipregnr, ja mesmo para espreitar e conhecer a
opportunidadc de certas opcrtacúes, &c,- mas aqui rcpellem-
se os cons~lliosmais racionaes para se lançarem no caminho
scguido do empirismo e da rotina.
Terrenos ha ncsta ilha onde desde a primitiva se tem
semeado ronstantemrnte trigo. dirijinuindo siiccessivameate a
repr?dur~áoa ponto de nHo oílerecer mais que uma mesqui-
nlia rtitribuicáo a terra P ao !as-adnr.
Eqic.; tt.ri<ha~. <ytju prildui$ii) anda por 8 hectolitros ao
~~~,.:.;:-,
r :'t;.?,,,~ $i: .-c Bp.:oar. (!a r ~ . l m f : ! ~ g rnatural,
m que pela
C O I ~ ~ ~il:';t
, T ~ ~ 1 3;1u C:: r:.:rrt? tz3,is cs invernos, dos logares
eIci.aj1 - 5 ..; t .:$4,.a : ~ ~ \ ; i titar.:
r: q u : Ihc estão inferiores. Sã0
33 :::',*%,as
( I t i ~L t ~ u t Ou ~v ~ h i c u l i , ~ U transporta
P snnualmcnte,
d'umas para C ~ ; : T ~terras, S muitos elementos tcrrosos mine-
racs, e es~oliosvegetaes de todas as ordens, com que se
entretem mcsquinhamcnte a producção de muitos logarcs da
ilha.
$ assim que rupposto ser muito importante o incremento
que esta cultura tem tomado desde a moles ti^ das ~.@has,
eila está longe de setisfazer as necessidades do p i z .
-- -. . .----------- - -*- e
_ _ _ - -- --

i a ?cereaes no Didrrcto do Funchat


P r ~ d & ~ ;de fios 6 anaos de 1897 a 1851.
I
A*Nos

1847
TRIGO
IllrrnLITlOs

20.774,7
1 j IllLilO
o , 1 HEDIA
CENTEIO
(IIECTtILIIIIII / / CKVADA
IIIIYLIIIIIs

61.1 67.3
1
1848 10.1 74,1 3.81 3,á
1819 26.633,s al.~eg,h 1. 2.670,O 4.86131
1
i850 ã3.361,h 1 4.fi6.8
I 1851 26 503,6 1.432.5 2.844 13.718,$
-e--- ----- -A--- -----
107.667,3 4.434,1 14.353,1 58.116,&

O mappa quc ahi deiximus mostra a prodticcão de cereaes aonos d e 1847 a 1851, assim a
média que resulta da cifra total, para cada um destes aanos.
Vezse que a colheita do millio era sobretudo escacissima.
Foi no anno de 1859 que o oidiua se manifestou ber clmmeirce. Euao fÔra a seguiute e prodneç&o
destas sementes :
Trigo ............ 91:862hectolitros.
Milho ........... %:i05
Centeio ......,... 8:380 R

Cevada.. ......... 9:337

Prùducfdo de cereaes no Disfricto do Funchal nos


cinco annos de 1853 a 1857.

I
I

I
w
i
Annos

1853
I Hectolitros

e .í ,ao
Media Augmento
por '10

185l 28.9ti0,8
1 1805 29.1 85,7 28,398 31,9
i 18S6 04.330.9
1 1857 34.663.5

MILHO
--
Annos Hectolitros Media Augmento

1853 5.447,9
18 5.4 4.304,9
1853 11.917 , 4 5.377.6 ti06
1856 ti.983,9
1857 6,236,1
------c

26.887,s
I CE STEIO i

Annos Bccto1iti.o~ Media Augmento /


por "I. ;

Temos nos m a ppas aro teccden tes os annos de 1 853 a t 8 6 7


com as respectivas cifras dc producção, media para c s t 2 pe-
riodo, e calculo do augmcnto que hoiivera por cada 1011
do que era primitivamente. Foi de 5 4 por 100 o augmc.iti+
40 trigo, cresceu a colheita do milho &O&, elevandc-se igurii
mento as de centeio e cevada a 35 e 76 por cento. Foi, co-
mo se vê, grande o desenvolvimento que tomou a ~ulttir;i
destas gramineas, especialmente a do milho, que atC entif-
o curiosidade dc poucos, apezar de quanta
era n ~ ~ n n p o i ida
para a sua grneralisação, tra bal harnin o sa bio Perfeito Mousi-
nbo d'klbuquerque, cr sr. José Siluestre Ribeiro e o sr.
huriarino Pr~riciscoda Citmara Falcão.
Ko segiiiaie period.3 (12 1858 a 1862 a mbdia de trigo
para cada anoo conservou-se q w s i a mesma, offereçendo, ain-
da a d ù milho notavel Micrsinento.
Prsduccão de cereaes no Districto h Funchal nos
cinco annos de 1858 a 2862.

-1

MILLIQ

Ann 1s Hectolitros Media Augrnento

i
1858 9.1 0 4 , 4
1899 8.498,3
181iO 4.784,d 7.342,1 36,5
1861 7.263,3 I
1862 7,163,3
---A---

~-- -
36.710,fi -. --- -f
r

i CENTEIO
i

- - . I

I I
CEVADA I
AI

Annos Hectolitros -Media Augrnento


por "i*
18BS 1 1.919.8
1869 10.776,e
1860 5.965,7 9.238,3
3 861 9.026,B
1863 8.510.4 '
--
I
---v-

46.191.6 t

A iirea destinada a riiltura dos cercacs póde ainda di-


latar-se e por muito, mas .iniporta mais mclhorar a actual,
4entrando na via racional da alternaçáo e abandonando o sya-
tema de semear cereaes sobre cereaeq os qr;nes muitas ve-
res nem sequer sgo mediados de um bom a l q i ~ h i v e .
As gramiaeas, plantas de pequenas f~lhas, absorvtndo
poticm elementos da atrnosphera, a o podem impunciíante
rep~tir-scno mesmo terreno. sem que uma depaupraça. Fd-.
tal sc nào siga a este prejudicialissimo erro.
O systrma dos afolhanieatos, esta eogenlioki determina-
940 de 1 t . k de riiltura que 110s perrnj4tc elevar o solo a rima
prodiit c30 vnnstnnte póde, e deve ser o camidio a seguir
para quth O pi~izIIUO t('n1ia de pagar o t r i l ~ i ~ t ao que est5a
condvn!n;iilas todas as regioes que dcdicani as suas terras
a c ~ i t u r acac lusiva dayur~iias scineetes.
UC-se pois na geographia agricola do pai2 um logar
Os forreginosas, entrelai:e-se e prenda-se em intima alliaoçr
r iodustria peruaria a cultura rerealilers. e os resuikdas !db
se farão espcrat.
São estas, como diz Lucoutrrm, as duas m i w prigei-
paes de siibstancius alimei\lares, E se a dos cereacs parece
o mais fiicil dc cnplosar, n5o esquey2mos que a outra é &
salvaguarda tlo ftiluro da fertklidadc do solo.
h c.ii1liii.a d s ccrcacs faz-se no Districto a braços, crn;
poqu niisiii~asparrellas, deteriiiinadas unias vezes. pela ex-
traordinaria dit isão da terra ciitre os colonos, outras, peja
conformcçào do terreno, qu. eni n~uitos casos não comporta
o uso de inst~umentosaratorios.
Em ponto maior exerce-se, aonde quer que aqnellas cit-,
ciirnstancias não apparecem, com o auxilio de anhaes e
de iostruinentos singellos, e por wimdi zer r&~ontares de
lavrar.
1Jmq e wtra cultura são w e p t i v e b &e Beneficiar-se, s
diligenciarei pôr os priwipios para consegai~este intento,
Como dicernos, a produc.ão pecuarir e u adop~go d i
afolhnmentos consoaates a esta condifão, constituem a ala-
vmca que convem pôr em acção para similhante fim.
A CCV) de gado para expodação, 9 criucão e eptreterii'
meato de vaccas para maiitciga, O preparo convpnicnte desta
qenero para facilitar a sua conserua~ão e poder exportar-se
com srguratiça, são o descnrolrimi:nto de uma das faces em
que naturalmente se desdobra a nosia ideia.
Adoptar uma suecessá0 de eullura~em que pe c o n r i l i e ~
vantajosamente as forragens que devem ser simultaneamente
preparo tla terra, e fiador d o sei1 conieniente estado de ler-
tilid~depara a riiltnra cereal. é o s u e o m p l e m e n t ~
Estes *o prin ipioq on,rnii!ic: a ariii);~sos systcmas.
Além da natu, t+s;.i .i(, r; r i I 13 sí!;n i i ? ~ i f ? i 3e do clima,
&rcumstanc.ias p~iwa!*i:is, :;tii n agr;(iilinr rlt.v? ter em \ isf3
para formular o seu rifdh:imt ntn, 011 rotaiât2, c,oiiteii) quc a
cscolhli das plantas iiitcr,.aliu*es seja dett*rnnin:idli eiu ordem
as seguintes inclicaçces :
1 .'- Quc pela forliia especial da sua rultura dtlixcm o
terreno bt~mpreparado para o ccreal que as deve seguir.
2.@- Que não sejam cxgotantes, cxiepto quando pelo
seu valor,na aliqqntacão do gabo se possa contar, qtte d a S ~
lagar a uma protliiíb-50 de atluhos, bastante para compensar
as perdas que pnr si oct.asiotiarão no terreno, R mais o ne-
cessario para o clniisiirnirin do c c r ~ a que
l te1n dc stircedrir-lhe&
Eiii conforniitiatfr com o qüc deixo exposto, proporei
aos agric.riltores do paiz as seguintes fórnias de afolhamcnta,
que me parece se rasani com o que acabei de ponderar:
1." amo,- batata5 bem extruniadas.
3.' amo,- trigo, trevo.
3." anno,- trevo, para enterrar depois do segundo córte*
@ta rotação é practicada em algumas localidades com
.mcellente resuitado.
Effectivamente as batatas (smih) como plantas sacha-
das deiram o temerio convenientementepraparado para o trigo.
Como estas requerem extrunies pouco curtidos deixam
na terra muitos elementos qiie o trigo absorve depois vanta-
josamente.
AS colheitas dos cereúeç qiie sr seguem ii cultura da-
quelle tuberculo são qunsi seiiiprc abunùantissin~as.
0 s trigos enrontrnni nos tcrrcnos preparados pela planta
precedente, não só um solo perfciinincnte anianhado, mas ri-
co dos muitos espùiii:~qir: clla abandona, além de adubos
ja dispostos para .;:~,r: Ca, - '. 1 pc'a clnbora~ão denio-
rada que soffrrr;ll
As bat~:,i . -i13 i ~ . ! I ~ : ~ ~ ~prestam-se
~i!i á alimenta$ão
de t c zr,ii-ad, .-
-t-

A r.- .ira folha occupada por uma segunda sementeira


+;

de trevo, dá um excellente prado, que depois do segundo


córte se enterra deixando o solo muito nielhorado e fertil. O
trevo não podendo porém repetir-se no mesmo terreno, sem
o intcrvallo de um maior espaco de tempo deve substituir-se
successivaniente por outras forragens.
A ervilhaca, o cardo, a sulla, a pímpinclla podem pro-
-ler áquella substituisão.
Outro exemplo :
1 amo.- Ray-grass-turriepos-
.O

2." amo.- trigo serodeo.


3.' amo.- trevo.
Escolhemos expressamente rotações trienaes pela sua,
simplicidade, e pelas julgar mais facilmente accommodadas a
mnioria dos terenos occupados pela cultura cereal no Distri-
cto. Uma vez neste caniinho o agricultor, pelo conhecimento
da localidade e dos recursos de que dispõe, tem mil meios
de variar estas conihinações e de as adequar ao seu inte-
resse. Nos terrenos irrigaveis as maravilhas de fertilidade*
eersivamente a irnprlllgão do estrangeiro.
O mappa seguinte que mostra o rendimento do impos-
to sobre cereaes estrangeiros desde 1843 n i 86% e desta
epocha a 1861 da uma ideo bstanle clara sobre a reduc-
$tio apontada,

ceteues estrangeiro8 durante um periodo d8 1 8 an-


aor de julho de 1813 a junho de 1831.

IYPORTANCIA DO IY-
POSTO SQBRE CEREAES
VIWBO EXPORTADO ESTRARGEIROS EM
HECTOLiTROS CORFORMIDADE DA CAR-
TA DE LEI DE % DE
AGOGTO DE 1839
I Reducção a meio I 1 I
( direito do consumo
I I i
por carta de lei de
S7 dc m i o de 1843 I
De julho de 1843
239:383,40 155:l512,289
a junho de 185%

-
Falhou a produe-. I 1
i1 ção das vinhas.
Dr julhodo 185%
a juolio de 1861
8:473,14
I
1
98:272,068
De 1854 a 1860 foi a importação como se vb do map-
pa presente.

GERE AES
I PARIS IIAS
I

Brsduziodo a farinha a trigo, temos que s total da impor-


t a @ ~ nos referidos sete amos seria de 138:'?96 hectolitros e
de 69:68Fi hectolitros a media para cada anno.
Sendo a media annual da produccão cereal no Iiistricto
(1853 a 1887) da importancin de 47:885 fiectoiitros tcrenios
que o consumo destes gcncro3 nas ilhas da liadeira e Porta
Sancto seria de 101: 540 hectolitros.
%a certamente grave defleito na apreciacão das cifras
de produeção appresentadas pelas respectivas repartirõcç, par
quanto supposto ser pobrissimo o reginien alimentici~ das
classes menos abastadas deste Distrit to, e notavelaicir~telinii-
tado o consumo do pão, não p o m todavia accrcditar que
dia se reduoa a menos de um hectolitro como se deduz do
calculo que se segue :
Media amua1 de producção cereal. 47: 888 hectditkos
Media da importação . . . 63:683 o
LI
- .
- -

Totalgeral. . .110:&70 a
Calculando para a reproduct$o uma
quantidade de . 9:õ77 n
---v

fica para o consumo de homens


e animaes . . . 100:993 a
A população do Districto anda por 101:420 almas.
A producção d e cereaes que apresentBmos, está pois
muito abaixo da verdade, mas d certo, que a alimentaç50 das
classes pobres é miseravel, e que a populacáo do Districto
esta exposta a frequentissimas crises. Urge por isso alargar e
melhorar a cultura destas sementes.
h .+[i produccào por hectare será hoje de 8 hectolitros;
pÓdi ' ; a 1( hcgar a 14.
a

O r:~liiiodos cereaes além das applic-a@es geraes que


tem ein vutros paizes entretem na Madeira uma pequena in-
dustria que é exercida pelo sexo feminino, em algumas fre-
guezias ruraes dosta ilha, e que contribue para dar ti sua
pogrlsgiío rn certo bem estar. & a confeçcão de tecidos de
palha em chapeus ou simplesmente em transas cuja expor-
tação é ja hoje importante, e que promette maiores desen-
volviinentos.
As habitações ruraes de toda a ilha são pela maior
parte cubertas de colmo, o que contribie tambem para avul-
tar o valor deste prodticto.
RAIZES
As mais cultivadas no Districto são as batatas do
Demerara e da Madeira, da familia das conuoluulaceas, c
a semilha ou batata de Parmentiar, que são simultaneamente
alimento economico para homens e aaimaes.
muito extensa a cultura da batata de Demerara que,
8 urna grande producção, junta a propriedade de ser muito
precoce, o que a faz preferir a sua congenere, que e toda-
via d e qualidade muito aprimorada. Uma e outra querem
r y a e vegetam unicamente ate uma certa altura acima do
pivel do mar. Nisto lhe leva a vantagem a sua rival da A me-
rica, r remilba que vsi, sempre generosa, retribuir o triibalbo
do lavrador até nos logares mais altos, com tanto que cncron-
tre t e m fofa e adubos abiindantes que facilitem o deserivol-
rimento das suas raizes..
A semilha tem sido atacada de uma terrivel tri::t;lstia,
e por isso a sua produccão é hoje menos abundante.
Além destas raizes cultiva-se ainda o inhame, planta
fmpical, que aproveita as terras rnargiaaes das rib%iriis, e os
t w r e s pantanosos, pouco susceptioeis de ouira cultura r que
pari esta plant&apresentam as melhores condições. E abun-
drntissima iIOI piodocção e muito geral a saa eulturq no,
Districto.
Com aa raizes entretêm-se homens e aniriiaes, e a sua
Belh folhagem 6 aproveitada na alimcntapo dos porcos,

CULTURAS DIVERSAS

CANSADE ASSUCAR.- Esta planta, importada da Sicilia


para r Madeira pelos cuidados do principe D. Ifcnrique,
cònstituio em pouco tempo a mais importante cultura da ilha,
ergttrndtm Ioga em seguida a sua introducção varios enge-
~ h mh , e pela anno de 1E00 lavraram ja para mais de
%f!Q%;906k-ibsde amuear.
Funclial . . . 5.?373:200 ))

1lxIiic.o . . . . . . . 4.07li:Bit );

Ponta iio Sol. . 1 .iGS:800 )I

Porto &o Xoi~i;; . . . . . i:2?3 >)

Sant'bnna . . . . . . GGO:960 )?

Sancta Criiz. . . . . . 220:380

Total. . . . 14.688:043 »
Estes 14.655:0 13 kilogrammas de canna andam para
i~roduzir8k.018,98 Iieclolitros de gampa, que representam
um capital de 17:;: 039&i;'i0 reis. Calcula-se que ca'ds 18,8
litros produzcin, tcrnia rnctlio, 2,7l l kilogrammas de assuear,
dc fórma qitc a scr aqirclla ~ransforniada inteiran~ente neste
prcdi:çto, scriq cela prcc?iics50 Cc 3.377::311 ki!ogramnias, e
subiria o geii valor s 31 6:781 &:i330 ~ - c j r .
A euItura de csnn.1 i! ;;er'aliiicnlc pr.nc.ti:~ida conl imper-
feiçiío : sobre este ponto e por ordenl do chefe supcri
Districto, redigimos um succinto relatorio com o fim d
caminhar OS cultivadbrcs a ' practieas kiais racionaes,
o entendermos opporttino a cste objecto, o damos junc
--.I-

( ~ Ill.""
j e Eu."'" Srir.-- iJ:rn ~atist'azer as ordens de
V. E procedi ao rmmc dc : i I p n.;s f!~ntar<iesde can-
na ds assucar dos arrcdorcs dto: :. *-.c sdc. t. colhi as se-
tes observaç6es que irr! +- ' .' ~ ! ~ l n ~ tát econsi-
r
rlcracão de V. Ex."
A cultura d a canm 61' r . > r t í t ar C na actualidade uma das
mais importantes da Madeira, occupa proximamente uma su-
perfirio de 357 licitares e o seu pmdiirto brlilo annual
CAFPEEIRO.-Ocaffeeiro 4 uma planta delicada, e exige
condiçbes taes do abrigo que a sua cultara é muito limitada.

anda pela-quantia-de t39:690&000 rs. 0 s processos de cal-,


tura empregados no paiz apresentam notaveis impropriedades
que desatendem as condições e modo de vegetar da
planta, e sacrificam anaualmente um rendimento importante.
A imperfeigo no preparo da terra, a pouca profundidade
das vallas de plantação, a distribuição mal calculada das es-
W a s , a expt-bração simultaoea be culturas intercalares, as
repetidas esfolhas, fóra da sasão competente, e a colheita ex-
tetnporanea, constituem, a meu ver, os dcfeitos principaes da
cultura do paiz. A. sua influencia nas producção é mais im-
portante do que parecerá a primeira vista, como vamos de-
monstrar, e as modificações que proponho, que vem, de res-
to, consignadas em todos os livros que tractam deste as-
sumpto e. que acodem mesmo á primeira observação des-
preocupada de prejuizos, e isenta de preconceitos, são muito
faceis de p6r em practica.
PGparo da Irna. -A caspa, sendo uma planta voraz
que em condições favoráveis de grangeio dura de dez a doze
anaos, correspondendo com um producto abundante 4 solli-
eitnde do c.ultivador, 6 justamente exigente em -to ao
prepara da terra em que tem de regetar. A s.u;i d~mçiioe pro-
dudo de diversos factores, e dentre estes o preparo da terra
em que a planta ha de beher os elementos da sua regene-
racão, durante os dez amos de laboriosa existencia, b sem
duvida um dos mais importantes. Uma surriba de 4," 9.0
de profundidade é indispensavel, e a inversão das camadas
do terreno passando as inferiores á stiperficíe, e vicevem,
igualmente necessaria. Note-se que a camada snperiar do
terreno mais curtido dos gases da atmosphera , mais curada
do tempo e dos amanhos, convem singularmente como meio
onde hajam de desenvolver-se as estacas ou plantas, para que
o abrolhar das radiculas encontre, desde. logo, terra repa-
radora que promova o seu crescin~ento, e bastante fofa
que permitta a sua irradiação em todas as direcções.-Tam-
Bem r terra do subsolo exposta d acção nieteorologica do ar,
xai COMWp, tornando-se mais caroavel para a cultura. MBo
w procries, no entsato, geralmente assim na Madeira, c
rncntc dos (10 riiiiiilrante do Sorte ; é niuito prejudicada pela
-- --
o liiii d e toriinr os despesas de iosiaiaçáo mcnos pcsadas,
siniplificani-se estes trabalhos, o que abre\ ia a cxistencia da
pliiritn, e dcferiiiina uma dirniniiigão no prodiicto liquido hn-
r i ~ i a l , bisto qrie o capital c juros empregados na plantação
tcii~neste caso de dividir-se por um nunlero mcrior tlc arincs,
- A b ida da planta fica reduzida em virtude desta c. por-
vcntiira, de outras circumstancias, a uin t c r p , c o capital
de i u s t a l l c ? ~não~ ~ baixa nunca a um incio. A desproporcão é
bem manifesta.-Tanibem inconvenientemente se faz liso dc
estrumes animaes nial curtidos, que prejudicani cspecial-
mente esta pJanla, e a preterencia entre estes c os de com-
posiciío vegetal nem sempre, é determinada segrindo as razõcs
que aconselhani uns ou outros.
Os primeiros convem ,?s terras Icvcse porosas:os segun-
dos auxiliam a dísagregação do solo o facilitan, a sua mobi-
lisafão.
-
Plantacão. A canna de assucar tem, como quasi to-
das as plantas gramirieas, i ~ m atendencia irianií'esta para lan-
çar raizes acreas; por outro lado as repetidas scc.êes practica-
das annualmente na occasião da colheita pranmvcm jiincto de
si uma grande excitacão, dando logar ao deeenvolviniento
de multiplicadas raizes q iie, por mais energicas e vivazes, cha-
mam a si e vão suc.cessi\antrnte entretendo toda a activida-
de do systema iadicu1ur.-Este modo de vegetar da planta
indica a ne.c.cssidade de a(-ompanhar com amontoas de atter-
ramentos frequt ntt2!: o de. envolv imento destes orgãos e pres-
tar-lhes todos os *I< rrirntos de nutriçgo. l$ por estas razões
que a disposiçâo das plantas costuma fazer-se em vallas d e
certa profundidade, para facilidade dos atterramentos, e com-
patibilidade das regas. A cava menos profunda, importa com-
sigo ou a pouca profundidade das vallas, ou a plantação das
estacas, em terra não amanhada. No entanto estas conaide-
rações são raras vezes tomadas em linha de conta pelo ciil-
tivador do paiz que trndo começado por forrar-se ás despesas
dum bom trabalho preparatorio, mal pode dar a esta segunda
operação o indispensavel seguimento de condicóes. E 6 as-
sim que os colonos abrem vallas superriciaes, não deixando a
tetra necessaria para ;i. ~i i i e l i 0 nyravam o plantan-
riiai
do muitas vezes dua3 I.:.: - r ' 1 - .. c?., valla. Os
c i : ~ cada
atterramentos d e ~ e m:;cr c ~ J ! ! : ~ ,: .,~ , 1:(,c 111;i;i cn:nndn de ter-
ra de Om,írD de esyessrirr . . ' i , i , , i : , : (!,i,. v n r . 1 ~deve ser
de Om,6 para qut: . . '~iinusR tzrisa esteja com-
pfg&rmeote nivel;idti. .I i, , : .,r ii I seíi,lo (I? O ;',$ e o ca-
artathão guardando as m g ~ ~ . i ~ . , i ~ siio : s . dos 20
7 %lini
aanos pode inverteis-5 a ord. ,i; i: : opcra+er. nijrirido as
vallas nos logares aiitorioririt*rri;l +J . :lti,idii~pc1o.s c>n!ria121ões
e explorando assim com igudlti:t,l~ ;i tcriS,i. cin t d n a sua
extensão. As dimensões qiie apùnt~~ii:).;o !;, s;in gel-niinente
seguidas e é frequente o despreso dcsta rc,nr;i condemnando
as plantas a viver em iim espaco acuiiriliado dc terra, ii-rsiif-
ficieote para o desen~olvimcntodas siias raizes e ntig menos
para e crescimento dos caiiles c fclttias que exigciii n ctccão
franca do ar e da luz,
Culturas intwcallares. -A practica de interntcdiar as
pliiotagões de canna de outras culturas, táes como, setrtilhns,
batatas, lei#!&, milho, &c., B, muito nociva. porque a canna
á todas -as plantas industriaeç, a1tarncnte tks;;ntrifit~i:
difiuhs-se em terra empobrecida por outros vegtatacs. O qys-
terna toliar desta planta mostra por outro Indo qiic a ssa
alimentacão t! principalmente operada por intcrreny;io das
raizes, ás qilacs é assim indispensnvel propnrcionar terra rica
e adiibada, O assornbrean?cnto prodrizido por aq!icllas plan-
tas favorece a formação dos p r ~ n ~ i p i uaquosos, s r, prornovc o
nascimento de rebentos inferiores, verdadeiros ladrões que
derivam em seu proveito uma porção de alimentos que devia
noerter a favor das partes uteis da planta.
8sfotha.-As folhas tem a sua origem juncto de cada nó
a quem fornecem os materiaes da sua organiSa@o, e que rcs-
guafdam. da aqão do ar e da luz nas primeiras epoclia~~do
$4 desenvolvimento. A privação das folbas antes dellas fc-
reqa ,desempenhadv completamente estas funcções, paralisa o
&Rsehv~lvirnenio dos nós, amesquinha o crescimeuto da plan-
M,.pdiat~lh,a perfeita elaboragáo dos succoe- 0 uso de
Cnrccc dc regas ireqilliiitcs c s i i pbtle iltserrvolucr-sc
Pár-
em sitiiatcies aqliccidas por urna alta tcriiperc~turape por is-
---
esgalhar as folhas, dcsprovindo os nós do abrigo c resguardo
que elhs lhe proporcionavam 6 ;gualmenta prcjudirial, porq ile
a accão do sol c do ar promovem a forrnac.20 rlas partes le-
qhosas á custa dos tecidos que eontcm o licluido sacharino.
E mesmo a natureza queiii nos indica a oppgrtunidade de
colher as folhas. Estes orgãos aprcsentan~cffectivamentc uma
eôr pallida e desvanecida que sc torna suecessivamente ama-
rella, a proporção que ráo sendo condernnados i iaa:~áo. Para
que o arranque violento daafolha nào produça os inconveni-
entes que citamos, dever-se-6a proceder a esta opcraç-ao ar-
mado de um instrumento cortante, pritcticando a seccão aci-
nia dos n6s da planta.
$ tão notavel o prejiiizo que resulta da mntravençiio
deste preceito que as cannas, sujeitas a semelhante pftcti-
c3 são em cgualdade de peso menos rendosas em garapo, apre-
sentando da mesma fórma urna diffcrcn~adc d e ~ s i d a d ede 1
a 1 e incio.

t7olheifn c,r.íe,tr,;:ornjl~il.- 0 s inrofivcnicn tcs de retardar


o11 antecipar a coIlieita da pl,iiita, dcçprcsaiido a çasRo pro-
pria de effectuar cstns opzsnc;ies, s5o ii;ii;iliiiciiite perigosos.
Com effeito se a colficitcl se deiliora e as plantas c o m c ~ a m : a
florescer, a seiva vai rapidamente entornando para aquellds
orgãos os mais ricos elementos da sua composição ;c a hande-
na RO cottisador um liquido muito aquoso e diphcit &li &i
ter. Tdmbem a9 raizes por esta forina fv~am.Iobrigadhs 'a
um trabalho iaittil, e o terreno perdeu os inaterbes q t c&: ~
deu para aqueile crescimento superabuiidante.
Quando ao contrario se antecipa o recolhimento, 03
liqiiidos seivosos não tendo ainda soffrido os traliafh~sde uma
elaboração demorada, mostram menos 1 a 2 gratas de den-
sidade, o que por outra fbrrna se traduz em timn differenp
de 0,229 a 0,459 kilos de assuear por cada 16,95 l i t r y da
garapa. Calcule+seo desperdicio enorme a quc dá 1ogar.hirrefl*
ctièa práclica de colher as cannas nos meees de jsneiro e
fevereiro, como t :m algumas vezes t+co~ecide,- A .@rapa
procedente destas cannas mostra apenas 10 graus. Os cultivn-
M a i r em~ que csia cuiiura p6de prosperar na U,dcira;
6 muito circumscriptn.

c 0s seri-. prr;:fti: to3 it. ' I ~ P iL.; ' ., :,iirirl;;iir~*s,r ivnli:-i;nt em-
qoalidades com o tal% iie ...! < i r, 3! T!id
Parece qtícú se:^ rre. i i i : t l i ~ i o c at;[~i 1iii.i.- qne

le Imperio.
A facilidade de crear por n:eio dc allrigos d'outnsp l a e
tan, expori~õesiavaraseis ao r l ~ ~ . i i \ c ,i ml .i t ; ! r i do call'eeiro, o
alto preto tio seu producto e ; I ; :e <lu" @

ssigilhantc í i q i -. 2,: ::: - -


5 .. da Iarangeira,
tem desaainiado c; r-:. . . r : , ' ; ! . Sada se eiiipre-
ga ainda contra a t e tci::: . !',., :. .. .:; ; S;*cirossuccumhem
---
dores que se querem c ~ i j i i; i; ; r i(; -I., :!:ias destcl uso tãg
t-1,::%3

rondemnavcl, mal podeul l'ci~t'l-o.r i d r . . í1:is tl~iinnoçconsb1

deraveis que os animacs dc todas as i*spcc*icbs fariam nas


plantações assim isoladas. - Aos si*nli::riot nmpittia o prohk 1

bit aos seus caseiros o córte da carrna a n t ~s f a lta I r:nipr;4- 1.f: I

tente.-Procedendo de accôrdo ncstc iihj . t i ' i!:it*--~r-his


que ficassem plantacbes fora do tla ollt i ta
eitlj < ? t ; i - as
devastações dos homens e dos aniri~acs.
Tendo indicado os diffèrentes puntc~s ttnl arte a 11%Q
ver, a cultura da canna é defeituosa t) nial . ot:d!izic!.i i. ?B
ilha, e havendo apontado as rnodifir-a~õoç <fuiA;t t ;iz, f - , ~ -
hhada pela leitura do que se passa enl outras I: uiiglr.; ii
aconrelba, jolgo ter dado cumprimento ás ordens quc I-.
h.'re servio expedir-me.
m a l 9 de fevereiro de 1863.-0 Agronorno addidp
U BVIIWO Civil, Bd*sdo Grande.
todos os dias, sem que se tenlia teoliltlo qualquer applieagãa;
$ o lanientavel fatalismo que preside a todos os actos da ri?
da agricola deste paiz. Bem puderam nos individuos rocen-
temente atacados amputar cuidadosamente os orgáos affecta-
dos, corrigir o solo de alguma humidade, dispor o terreno
em cirçumstancias de excitar menos a vegetação da planta
diminuindo convenientemente a fertilidade, c em fim estudar
o andamento da iuolestia, e as situações em que ella se de.
senvolve de preferencia, mas não é para isso o espirito dos
aossos cultivadores que lançam as mais das vezes ao cuidada
da Providencia o que Ilies fora dado a etles fazer.

So~orío.- O so r : ; cpnxl3 Tf'aswc?~ do Norte d&


China cultiva-se com ;is , . ;. . t s i :;os concelhos ile

São Vicente e Sanct'Anna.


Mcnos esgotante qlvT .:I r -, -:!;: (';.; urzr c alirontando
vai~tajosament!~,..' . : : i,. r.\, ,,, ,,rcs;nin uma precocida-
de dc (*si:% f i . 3:; r, )".i;.a tic vcgcta~iio que
lhe dão boiis ,. (0 .,
ai - ., ,.: 1 . Coni cffcito clcva-se
a uma altura de quatro e mais nicíiss eulirindo-se de folhas
que os gados comem com avidez. O seu rendimento em ga-
rapa é importante.
COCBO::ILHA.- A cultsra 1?0 Wopal, foi introduzida na
Madeira na ~ p o c h aem q u e os cslmgos do oidium irapose-
ram a necessidade dc ic:p- k 3 ; . n r x ç fontes de producctío.
O que se passava nas Czoai inc, os ::i(*rosq : ~ noq:icllas
r ilhas
se auferiam da cochonilha, e as cIrcumsianciaç criticas ik
occasião, levaram naturalrneiitc a attm$Zo para uma planta
que por muito rustica e propria para supportar a avidez dos
terrenos seceos c altos parecia ser uma digna sirccedanca da.
videira, c desiiriatja a reparar cru breve a? pi.irnci3iJ- , j i i ~s
crise da prodric~fiovi:iicola troiiscrn coiiisigo.
Com a videira tcnl ainda o Sopa1 a a::n!ogia ctc psc>du-
zir um gencro exportrircl de siibido valor no c~tr,iri:~ciro,c
que, sempre muito procur~do,prornettia rcalnientc os mais
auspiciosos resultades. Foram no entanto nial siicccdid3.; todos
08 ensaias: ainda que o Nopnl c a figueira Tunn sc dCio I~cm

errt todo .O littoral da ilha, c até mesmo numa altura tIc 150"
acima do nivel do mar, todavia as chuvas frcqucntes e
niuitas vezes torrenriacs que siiccedcm neste clima, dcslicin
as foll.ias, da serncntc, oii arrastm rncsrno o iiisecto. ja crca-
do. É assim que foi sendo suceessirnrnente abandonado cstc
ramo dc cultura quc tinha ainda a Iiictar com o prcro
a que baixou de repente a cochonilha com a introdricg.iio
dc novas, e muitas, economicas substancias tinctrireacs na iii-
dustria.
Se, porém, a producçiio da cochonilha e a cultura do
Naplil náo podem pelas circumstancias apontadas convir a este
paiz, muito deve todavia interessar a cultura das niiniemsosss
variedades de opuntzas, ris quaes produzeni um friicto sabo-
roso, que, como diz Cnsparin, 6 para muitas situagões o
mesmo quc a bananeira para os pnizcs eqiiinociaes e a arvo-
re do pão para as illias do Oceario Pacilico.
A conserva dos seus fructoa 6 igualmente irnporlaiite, o
della consta em grande parte o rcgimeii alimenticio da popu-
laçáo da Sicilia. Tanibcrn em Argel se faz uso das folhas na
a&n@ntafão das vaccas c porco;.

Alem das plantas enumeradas cultivam-se como curiosi?


dadc o eha, a canella, a pimenta, o gingibrc, o liiiho da
N U ~ 2r J :, ~ ~ i l i ' ni , r2hr+ndiocri,o lupulo, o algodão c oiitras ;
crc:. ciii 1 :\po~.:rinesi~iente a ruiva, o lirio, 3 curcuiua, O atggt(rc
i., ,~,tiu~~cinln arl:ii:lijincea), o tabaco c muitas mais de m.
1i;~::,.5 iaportaricia.

Do cliá npparcccram na crposição algumas plr~trs,mk


siiii como O scii prcdiicto tri?coiro se appresenta no comm,er-

cio. ,ilostraram-se alli b c ~ ucnrncterisadas tres qualidades, o


(11iverde o cl!a preto, c o chá Bolrra. A preparayão deste
prodaclo 6 tão trabalhosa e exigente que seria obra de muito
tciiipo e de dificuldades ngo vulgares plantar entre a popu-
la@o da ilha, o habito, e as practicas miauciosas que eilc
rerliier.
As trcs amostras que concorreram a exposição estavam
longe de igualar os bons productos da Asin, mas 6 certo que
aquella tentativa rcvelava a facilidade de introduzir na ilha
esta importante cultura.
As plantas que appareceram na exposigão tinham sido
creadas po Jardim da Serra a 840" a c i m do nivel do mar.
Fôra o seu introductor o fallccido consul inglez, Henrique
Yeitch.
A circumstancia desta planta se desenvolver em al-
turas consideraveis, e as condigões commerciaes do seu
producto, tornam de~ejarelo proseguimento de novas e-&.
A cultura do algodoeiro foi ja tentada aa MltdeBa-peb
esforgos do Capitão General D. Jose Manoel da Camara.
Em um officio de 20 de março de I809 Ibe fazia aa-
bsr o então mieistro D. Rodrigo de Sousa Coutinko, que o
Rcgente cmhectra com muita satisfação dos progressos da-
quellu cultura. Ignoramos o que deu loghr a que ella não
passakse de um obscuro cncaia,
A's grandes. especiw arhreseentss não podem certamen-
te c o ~ v i rna Madeira porque exigem U:ESBO@detemperatara
média, para o seu completo derenvo?vimento. Em Argel re-
cebem ar variedades caltivadas alii, urna somma de tempera-
tai~ medias de 4:150° pouco mais ou menos, a partir de
19,% miniaui de calor de que eóta planta carece.
SsgiiBdo as aiueroações tbermometricas de Roberto
Wbih effectuaârd e 1868 a 1861 aquella temperatura pódr
contar-se na Madeira desde 16 de abril, proximamente como.
se vi! da tabella que se segue :

Medias temperaturas para os ultimos quinze


dias de abril, segundo White.
DIM I GUUS csnrio. D~AS sun o m i o . 1 TOTAL

ir3 aro,% e3 si,¶!


16 ao,& sd 30,o
.7I 19,lt 915 30,)
18 20,O 036 t0,9 2P9,7
?0,8 27 213
?2,0

92 1 90,3 30 1 20,9

Cresccndo sucoesçieamente a temperatura nos mezes


sabçequentcs como se v&das seguintes medias mtrnsaw do-
icmiaadar: pelo mesmo observador :
Julho I
i
i Septembro ' 21,11
.outubro 1 %1,43 -----

terá o algodoeiro roriebido iwtfim dio mez de outubro


uma coloração de 4:0õg0, podendo assim fazer-se a colheita
passadas os primeiros dias de novembro.
Suerede, porem, e muito frequentemente, que as esta-
,ções correm . mais rjgorosas e que a sementeira não possa
lerame - staiio em meiado de maio, o que atrasa conside~av+
mente a vegetrçiio e tornará muito contingente a colheita.
Tendo o Governo de Sua Magestade enviado ultima- *
mente para w t e Distrirto uma porção de sernenteg' de algo-
r r
b e i r o , foram convidadas as eamaras a receber uma parte
dacPI sementes. e a rbamar a attemçiio dos sow ~ ~ n e t t u i ~ -
tm sobre as vantagens que proviriam para o paiz da aclima-
ta#& de orna planta tão interessante.
aedigimos nesta occasião umas instrucções que boit?h~
8cm de servir de norte aos que quizessem enaiu a
.do algodoeiro, e que. dsmk em seguida p i a eomplelPr %ata
bkveaotieia. (+)

(.) Entre todas as plinias tcxtis nenhuma como o algo-


doeire offereee á industria fabril, uma nateria prima de
msis facil e economic(i preparação.-Tambri nenhuma ou-
----
I ;i. CliOcni*ij; (1.3 (.'.tn-*':!t i ;1 IlhllAi i í ! l 0 ~ 2d9-
ri[rdadc de aia.ji,lnra:: ;i.: f )riria5 d~ infinita variedade que a
@roam propria a maioria dos usos.-Em condições de h?-
giene $ de eommodidade pousas h a w a que possam Con-
amcr com as d o algodoeiro, pelo que 0s seti'. tecidos
comam pwpioc e aeeommodados aos poros dc todos 0s cli-
mu e &o de uso geral.
k mim que uma das industrias fabris que dá occu-
pa@o a um maior numero de bra~osem toda a Europa é
a que se incumbe dc transformar os produetos do algodo-
eiro ags tecidos variados que vestem e abrigam todos os
poros do mundo.
A America c especialmente os Estados Unidos eram a
sede priaeipal da produeção desta materia textil e ainda ha
tra eh por qainhentos milhões d e kilo-
4 tirava a Inglaterra quasi na sua tota-
aham a actividade de uma
Os acontecimentos que teem agitado e continuam a
complicar a riiua~iio daquelle paiz, distt~hindoos braços
da ruifura 633 campo-, tornando premia a prodacgo agri-
cala e paralysando as relaç4es com o estrangeiro, tem dr-
terminado eontiogencias gnves, nos paizes industriaes, can-
&amando :i incrcia ~iliiittis fabricas c a miseria mi-
Biam de fsmilias laboriosas. que iralialhavani naquelles es-
kbeleimtotas. Esias circtirnstanc ias Icrararn, espccialae -
' 0 goWno ioglez, a proniovcr e generalisar a cuttura
do Algodoeiro de fórina qtic as Indias, a Aiistralia e nma
õnnde p.ír.c da Cosia d'Africa fieuram já com importancia
íaQ1opo dds regiões exportadoras de algodáo. O gùverno
de Sua .Uagesiade niio despresou a opportunidade de in-
i r ~ d ~ r ier arreiear a cultura do Algodoeiro nas nossas pos-
~~Ç Arricanas, e para esse effeito dimanarnm do- -&&-
brio CQf~petentcalgarnts n1:didas de cuja eficaciu co!iie-
Oim 1 atifdrir-sc $5 inei ~ O ~ Presu!lados.
I ' AquelIa planta

eowm em a l ~ c l ~d e3 b~s con~liy$es a p p r o p r i ~ d i s r i ~c~ ~ ,


WA3 tpie ahi t9.n de aiira5ic p r si ~6 hlel..
4 - 1

c proíicuidadc que
as entrar no caninlio de ndiantaniento
em inãos menos descuriosas Ihes estava natiiratmo~tc ga-
rantido. O governo acaba de enviar para cstc diatricto
uma porçiio du semente dos Algodoeiros ditos viilgarmente
-Algodiso Eyypeiano-Seu Islnad e Up Lnnd-para que
os particulares possam intentar alguns ensaios sobre a sua
cultura e julgar da conveaiencia da introdiic~áo dcsta planta
na Madeira.
Pnra facilitar estes ensaios coordenâmos dos melhores
awtorcs as s e g u i ~ t e sirrlicagúes que podem servir d e guia
aos que quizerem entregar-se & referidas experiencias.
Escolha do fewsno.-0 Algodoeiro. planta originaria
dw paizes quenlcs, tem a concorrer nesta illta coiii os sul-
turaç lucrativas que vivem na zona mais rica do territorio
madeireuse, na região da bananeira, faxn litoral que se es-
tende apenas 910." acioia do nivel do mar. Com effeito o
Algodoeiro coineca a vegetar a uma tenipentura de 19.6 c
exige para o soir total desenvolvimento uma caloracão 4 3 t i O . O
Quer-se em terrenos fundaveis c soltos para que a sua raiz
apumada n5o encontre em barricos 30 seu niitiiral cresci-
mento. Conscm-llie uma certa fsesciirri, c nppraz-sc niliito
visivelmente nas visinlianças do mar, cuja athmosplicra fa;
vorece com especialidade o q a crescimento. Vão-llic per-
feitamente os terrenos ruIcanices de mediocre fertilidade por
qiie d i g a m :b luxo de vegebçgo, para o qual esta plan-
ta tem *maGndentia natural tom qrie illude por vezes o~
rrittivadores iaexperientes. As tcrras niuito pedregosas não
deixam alottgctr convenicntemeatc o espigZo e dão logar ao
deseni.olsímenlo d e pcqtienas raizcs lateraes que distraheir
a vegetacão da p!arita dos orgãos prineipacs e compromct-
tcrn o seu futuro.
Prepclracdi, clo terrctto.--Escolliido o terreno con~ as
condicõcs indicadas, procede-se á siia niobilisacão e linipesa
por meio de cavas ou lavores profundos, conforme as circums-
iaacias o permittirern, notando sempre que o 'deseovotvirnen-
to e producção da planta é afora outras influencias na ra-
záo directa da profuadidadc a que aitinptrn as siias raizes.
p r c p de 260 rr. o kilograniiiia. i*)
O t,ibocù cncuutra-se crescendo exponiantamc lite crii
---
A extrnrção cuidadosa de todos os gerniens que possarri dc
futuro determinar o nascimento dc hervas ruins, e indis-
yensalrl para qiic pelo correr da cultura as mondas, ssclias e
outros aninnlios não tenham de repetir-se coni tanta f r c í l u ~ n -
ria. K a s terras menos curtidas da cultura C mesmo conve-
niente que a preparacão do terreno se f'a por meio dt: ~ I I U
alqutire tompleto de ires a quatro lavores, develido pra-
cticar-se iim em as primeiras aguas do outono, proct.dezl-
do no segundo em janeiro, e finalmente appiicatidi, o ul-
timo, ncs principios da primarera. As terras que ria ilha
podem comportar a cultura do Algodoeiro, andaiii pela
maior parte, táo amanhadas, que so muito raramciite exi-
girão um processo de preparac;ão tão demorado. O Algcdc-
eiro aoffre com mais facilidade a falta de estrumes, que
qualquer outra planta. A constituiciío do terreno. as ccndi-
çóes e naturesa dns culturas anteriores, são as bases a tcr
em attenção para calcular a distribuição dos adubos, atten-
Ùendo sempre a que as terras muito ricas communicam a
esta lanta um ltixo de folhagem inconveniente.
fndepelidemiemenic d i s considerações que subordinam
a escolha das adubos 6 naturesa do terreno e que por se-
rem regras geraes deixlmos de.mencionar, e tendo a n t e s
em conta o8 que mais directamente farorecem o crescimen-
to do Algodoeiro, recomeadaremos conforme o que vemos
cscripto, os estrumes ligeiros puIvurulentos taes cQmo os cha-
niados conapostos o lodo das levadas c tanques etc.
Stntenleira-epocha e maneira de a practicar.-A cpc-
clis da sementeira varia cQm os differentes climas: na Europa
o receio das geado~ impede de lançar a semente á ter-
r3 antes de maio, e a colheita neste caso tem logar em ou-
tubro ou novembro, perdendo-se muitas vezes uma g r a n d e
parte da producção, com as chuvas que sobrevhm frequen-
temente nestes niezes. Na Madeira onde a benignidade do
jnverno perrnilte que n sementeira seja mais temporaã, n ã ~
. deveria perder-se esta boa circumsiancia, e importa m u i f ~
(*) Estatistifa da Repartisão dei~esose Medidas.
muitos Iogares da illir.
A cultura desta planta tona eu, todos os paizes onde as

v erifiear aquctla operaciio do meiada de abril at6 o princi-


cio de maio.
A sementeira póde fazer-se a lanço ou em covas S p -
metFicamenle dispostas. Na sementeira a lanço despcrdiça-
se mais semente c as plantas ficam muito irregul~rrnente
dispostas, o que difficulta os amanhos ulteriores torna mais
difficil a rega, e impede que se aproveite devidamente a
acção solar. E pois muito preferivel fazer a sementeira em
covas alinhadas, que derem guardari entre, si a distancia
de 0,66 e cuja profundidade será de 0,192.-As liohss de-
vem ser dirigidas de norte a sul para que as plantas se-.
jam mais regularmente aquecidw pelos raios solares. Em
cada cova deverão deitar-se tres a quatro sementes distribu-
indo depois sobre elias ama pequena camada de terra. A
semente conserva po: muito tempo a sua faculdade gerrni-
nativa, mas a dureza da sua casca, torna difficil c Iabo-
rioso a trabalho d a sua germinação. Reconimenda-se por isso
que a semente antes do ser lançada á terra esteja dc mde
lho durante algum tempo (38 horas). Algumas variedades
do Algodoeiro tem a semente coberta duma felpa espessa s
muitos livros recomrnondam a convcnioncia dc dcspil-a da-
quclle tegurnento antes de a confiar ao terreno. Isto conse-
gue-se lançando-a cm egua por algumas horas c esfregando-
a com areia grma.
-
Amanlios 6 terra durante a cultura. Duas ou tres
semanas depois da sementeira, deve dar-se a terra a primeira
çacha. Pelo tempo adiante c quanda a dureza do terreno e o
aparecimelito de noras hervas o indicarew, applica-ç2 u m
segunda.-Nesta occasião desbastam-se as plantas do Algo-
doeiro, deixando apenas uma cm cada cova que deva snr aem-
pra das mais vigorosas. As sachas repetem-se, á pr3p.irNo que
se for reconhecendo a necessidade delias, até B floraflo. A
cntrada no interior da cultura, logo que a planta cJrn2r;a a
florescer é inconveniente, por que as f l m s d~sprendem-se
com muita facilidade.
Supressão de algumar partes da planta.- Nos paizes
onde o Algodoeiro encontra sempre um calor superabundante,
r o o d i ~ i i cclima!ericts
~ lhe não riío adverr;:~; progrc'pi: r dc.
senrolvimcnto.
---
c supres~Eodas esirt i ~ i i d $ d(10s
~~i:.6G.i, e a exfrz < C ? (I( +
bolijrs e inutil çcn$o prrjudicial. Ocdc pi,ri;tn o cliiiin for
inais temperado, t'slas ojteracócs sáo ~nntnjoslispara í n n . cri-
Irar a seiva enl u a rnc;nor nUniero de ~rgàoi;,e uIili:i;it tc,d,t
a forca gcradora deste liquido, coni o q ~ i esc obtem I:;:I~sc
melhores fruclos e sc conserva a planta. Estas opcrayCci pa-
recem-me applicaveis rio clima da Nadeira e prafirzr-.;c-1180
pela fbrma scguii~te: Uni mez depois da planta nascid;~ s:ip-
prirneni-se todos os roniinl~oscluc Iiroiareni da parte inlii~ior
do caule deixando apenas sobre a estreniidade dcstc i!iii pe-
qi;eno tufo. Esta operarão deve repetir-se a proporcfio qiie o
caule sc for vestindo dc novos ramos. li suppresuão (Ics go-
MOS faz-se quando os fructos corncgain a engrossar. Taiiibrm
nesta eccasião se despontam os ramos com os fructos c florcs
que se julgar i;go poderem chegar a maturacão.
Rcyas.-Estas são indispensavcis para o bom succrisso
da cultura, mas divergem sobre a sua distribuicão os diffe-
rentes escriptores e referem as incertezas, ern que a este
respeito fluetua o espirito dos cultiuadores. Thury que escre-
veu sobre O estado da cultura do Algcdoeiro na Argelia, re,
gulando-se pelo que respectivamente ao objecto, traz um li-
vro arabe, aconsetiia que se os mezes de abril e maio corre-
rem szccos, se proporcionem á terra irrigações abundantes,
poucas cni junho, muito frequeates em julho e agosto, e ra-
ras em septembro c outubro.
Colheita. - A maturacão dos fructos não é uniforme c
por isso tem a colheita de fazer-se por duas ou tres vezes,
extrahindo as flores que sahern fóra das valaulas e deixando
a capsula adherente ao ramo. A demora do fructo depois de
maduro sobre a planta e inconveniente, porque dá logar ;r
que a felpa se manche, &c.
TrabaIhos depois da colheita.-A cultura do Algodoei-
ro nos climas menos appropriados á regetacão desta plaata,
C annual ; mas nas localidades favorecidas por uma tempe-
ratura mais elevada, ella dura em bom estado de producção
por seis e mais annos. Neste caso, depois da colheita. a terra
iieetmiir ser mobilirada por uma boa cava. A planta requer
Em Argel montou..a colhoita de 1849 a 179!:865 ki-
logrammas: em 1843 subiu a 1:640:310.
Kote-se que a Madeira offerece para esta planta condi-
files mais vantajosas que a região de que fallamos.
Cit iii cfiti to a temperatura média das differentes cstaçóes

8 alli a seguinte :
Inverno............. i!&,&
Primavera........... 17,9
Esfio............... 93,6
Outot~o ............. %1,4
Na Madeira póde computar-se, segundo um exaeihM
f i iro do sr. Dr. Bnrral, nos numeros que se segaem :

Invcrno. ............ 37 , l
Primavera ........... 38
Estio ............... P1,6
Outono.. ............ 21.9
A qualidade do tabaco é produeto da doig factores: a-
lar e assiduidade de amanhos. Na Madeira a eona de
terreno prciprio para esta cultura d o póde ser muito extensa.
Ao menos da .produ@ío de tabaco fino s6 é susceptitel
o litoral da ilba.
'Poder4 esta cultura .entrar em eoncorrencia com a can-
na de assucar e com a vinha? Não possuo dados bastantes
para responder a esta questão.

tambem a amputação de todos os ramos secos, c mal nasci-


dos, afeiçoando-a pouco a pouco á fórma de uma pequena
arvore. Em algumas partes sujeiiam o arbusto a uma póda ri-
gorosa, muito semelhante á da vinha, e que póùe condu~ir~se
pelas ragras que dirigem a daquella planta.
Funchal 8 de março de 1863,-0 Agronomo addido.as
Governo Civil do Funchal, E(lurrrdo Grande.
Em aigumis localidades-da Pnnp a prdueçia por
hectare C de 16,66 quinta- metricor que se vendem pela
)rego medio da 1L@OQ n. o quintal. .
d certo qw o valor da taheo produzido na Madeira
excederia de muito o colhido naqucllas localidades, mas é
necsruio do se deixar lesar pela ideia de que a qualidade
deute ptoducb ppwinda de ama esmerada e trabalham cul-
kur,
A IoIh dP ~ b r e oque craux bnria e sem amanhos, é
b e t b , rwde, fraca e sem aroma.

HTRODUCÇAO DkS PLANTAS DA QUINA NkYbDEIRA:

Tinha ja eaoerradò ale tcabaltio quando uma pul>lica-


@ reoente me veio sugerir o pensamento de investigar a
poacibilidade de introduzir na U í r a as planías qoe produ-
zem a quina.
Com qwnb +euDBO pmua todo6 os elementos para fa-
zer u estudo com* sobre este interessante objecto, p&
rweu-me todevia qpe era ja uni bom serviçu chamar a atten-
ção das pessoas competentes a um trabalho mais fundamena-
do e aitrahir as sympaihias do Governo para qualquer (en-
tbGvd.
É ocioso encarecer todo o interesse que rosol(sria p m
este paiz da aquisição daquelles preciosos vegebes. Basmá
dizer-se que as plantas que produzem o celebre medicamento,
crescem em uma limitada região da America, e gue o syste-
ma imprevidente de exploraçgo, vai successivamente dimi-
miado P proii~eçiio.
la quÍw, arvores e arbustos scmpre verdss, do geae-
ro Ciathoot, curciarium um reiao boianico- especial das
vinte e dois em que Schow dividiu O Globo.
Crescem em ama parte das regiòes elevadas da Amèci-
ca do Sul, comprehendida na zona tonida entre 10" de Iatd
hde norte, e 19" de latitude sul.
' Esta! partc! dah America tem dido 'ebjeeto do estudos C
'

ohervaç6es *nieicordogicas-de muito valor. Humboldti La


bndaaine; Bonssingault, rWedelI e outros, (iaeram investiga-
$es! d a grande interesse sobre aquellas regiões. Não pude
haver á mão os ira balbos daquelles naturalistas terei pois
;L

soccorrer-mo ás breves ihdicaç6es da pabliea~ãoa que al-


ludi no principio deste artigo, e a differentes dados avukos
qiic colhi em diversos livros.
As cinchonas vegetam nas vertentes dos Andes a -al€u-
ras que, segundo o Snr;' Bemardina de Barros variam de 890
a' 3 600" acima' do niqel- do.mar e a nma.distanciade 80 a 6 0
e mais leguab do' oceano Pacifico para. e.+~intbriori.do
-.~ceéoi&
ncnte.
É claro que nesta relativamente dilathda região consti-
tuida por terrenos tão accidentados, em que as montanhas
se elevam -oWabruptamente, -ora em declives suaves e8*gra-
duados, umas vezes influenciadas pelas proximidades dobOce-
ano, outras ja f6ra' da ac@o daqtielle agente,abraçando alti-
tudes consideraueis, as cohdições meteotologicas, devem se
variadas, e e sem duvida nas diversas e~taç6esque estas,ci*
cumstancias admittem que se'dispõem vaPPadamente- as~digec
rentes especies do genero cinchma.
Os Ahdes óãerecem, como a maior parte' das serranias
qae se ~elevarna grahdes' altitudes, o aspeeto das variadas
regiões botanicas do globo. Nas fdldas desta -extensa cordi-
lheira de 900 a 1:800m acima do nivel do mar, cncontrarn-
rn a- cassava, o cacau, o-iudigo, o alg;o&o, o assucar e o ca-
M. Algumas destas plantas, como o cacau c a cassava, exi-
gem rirui temperatnra mtidia de 5?3,80. O milho, que tam-
bem. se encontra nesta zona, sobe até a. uma. altitude de
%700m.
A 1800" apparecem todos os grãos da Europa e alguns
delles (cevada) cultivam-se até á altura de 3: 2 50". O carva-
Iho qae começa a agperecer a uma altitude de 1 6 0 m che-
ga pioximamente a E:760m De 2:0009 para cima desappa-.
recem as grandes arvores.
De 4:000a a 4:500" o solo encontra-se constantemente
vestido de relva. Acima desta altnra vem-se apenas os licbens-
que cobrem a supedcie. das rochas e parecem, penetrar por
baixo da neve.
Por esta, embora imperfeitissha noticia da-.distribuição
b wgeiaes pelas diversas altitudes dos Andes, v&se que
com as einchonas se devem encontrar plantas de climas muito
diversos, vi$@ que aquellas abcaçam na sua habitação altu-
@@w~is. Cem eiieito encontram-se vivendo com
6 m i m e a cane'lla, no Peru, com o carvalho, o alamo e
outras especies europeap, no Plató de Chifa, com algumas li-
dia~eqa,e diversas cucolBarzas, em outros differentes pontos.

@&..Om -
Segundo o Sr. Bernardinos de Barros a s terqeraturas
medias naais elevada destas regiões, são inteiramente com-
p~areisas *deLisboa, Açores, ou Madeira, e descem at6 9
nrpiores alturas das montanhas onde as cinchonas
ainda-vegetam. Rfas as variqões da temperatura são muito
diyeysas das nossas regibes, não 3ifferindo as medias mensaes
umas das outras de mais de um a dois graus nps proximi-
lades 40 Egsador e pouco podendo a* ma variiçáo exceder
§-%O ~ a a sdtimos eonfios austraes da vegetação da qoina.~
A'r.Plm.a Granada, em Santa Fé de Bogotá, solar d e -
uma abundante producção de quiea vermelha, a uma altur*
de 2 : 6 8 I m sobre o mar, são as seguintes as temperaturas
wdias das differentes estaqões :
Igverno. ............ 16,l-
Primavera ........... 15,3 .
Estio ............... 1tj,3
Outono .......,..... 14,5
Media aanual.. ....... l5,O
k quantidade de chuva que cahe an~ualrnen@nesta. I&
calidade anda por 1:00 4 millimetros, segundg as obqervaçqes
d e Humbololt.,
Para o assumpto de que tractimos importava.ma$ o c*.
nhecimcnto da distribuição das chuvas pelos dias das diffe-.
rentes esta@es do anpo ; mas não pudem~shaver esta indi-
sação. É certo que aMm da quantidade de chuva que des;
crevemos, disfructa esta parte, como geralmente toda a região
ande crescem as cinchonas, de orvalhos frequentes que tem
banhada, em uma perpetua humidadc, a vegetação que cobre
o solo daquelias localidades.
« Camadas de nuvens formam-se e dissolvem-se m u i b
vezes no BBPBÇQ d8 uma bom, jogo rapido da a tmosphera
que earaetmisa em.geral~os platóç e os paramos dos An-
des. n (Hi~mboldt).
Ha alli, como no nosso clima, uma estação secca, P,
uma estação humida, e ao que parece chuvas superiores &
que caheru neste Districto.
aolianda e*pela
As quinas teem sido introduzidas ,pela%.
Inglaterra nas suas colonias.
O Sr. Bernardino de Barros descreve, meudamente na
sua memoria as diligencids e sacrificios que aquelles paizes
tivereram de fazer para importarem estes preciosos vcgetaes
para as suas possessões ulttamarinas. Foram muitos os arares
deste tentativa e só a perseverança daquelles governos, . a
dedicação e intelligencia dos seus agentes, conseguiram te-
var a cabo tão importante eommettimento. Hoje póde di-
zer-se estabelecida a cultura da quina'em Java e ao que pa-
rece em Ceylão.
Direi resumidamente, e extrahindo da memoria do a-
genheiro que citamos acin~a, as condições da regitio em
qua os holandezes fizeram os s:us ensaios com tão prospc-
sos resultados.
A cultura da quina foi a principio estabelecida na co-
Ionia holandeza em tertenos de 1320." de elevação, na re-
giHo do cafeeiro e anteriormente occupados por grandes flo-
restas de liquidambar hltigiann, e outras especies tropicaes.
Como porem os resultados não fossem satisfatorios fi-
zeram-se importantes e felizes transplantaçíies e organisarani-
se novos viveiros em maiores alturas e com amanhos mais
circunotanciados.
A região escolhida para estas novas tentativas é habi-
tada por grandes arvores especialmente dos generos quwnrs
e Podocarpus e eleva-se a uma altura de 100." sobre o ai-
vel do mar. Aqui osucesso foi completo: as plantas infesadas e
de vagaroso. crescimento dos antigos viveiros, começaram a
mhr e d desenvolver-se vigorosamente s ao findar o anno
da 1866 achava-se a cultura da quina ao dizer do sr. Beic
dsrdino' dd Barros btal)elecidaOemlarga e brilhante escala
India. Holandesa.
O clima desta eolonia 6 computado segundo o mesmo
fuctor peQs seguintes obseryações feitas a 11ò3." sobre' o
mar.
Temperatura média. Dias de chuva
Ilezem bro
Janeiro. .. 19,79, 59
Fevereiro

I
Narco
Abril .... 31O., 1E 66
Maio

I
Janho
Julho .... 39,3&.
Agosto
Setembro
Outubro.. .
Novembro )
Variação mensal maxima.............. 1°,39
........ 2 8",3
Maxima temperatura observada.
Ninima ........................... 7",8
Variação niasima ................... 10°,S
Maximo numero de dias de chuva por mez. 27
Minimo.. ......................... 7
O Sr. Bemardino de Barros julga. qye a tempergtura m4-
dia .da região onde em Java se acha' installada a cultura da
guina deve. andar de 15." parn menos.
Do que levamos ditto, deduzimos as conclus0cs seguin-
tes, qiie nos serviram de termo comparativo ao que se passa
neste Districto :
i.."- Q u e as montanhas de grmde elevaçzo devem ser
consideradas como um$ das condigões indispensaveis para a
faeil accommoda~áodas differcntes espeeies do genero cin-
chonae
$4."- Que as quinas se encontram associadas a formas
de vegetação variadas, desde os bambôos, fetos arborescen-
tes, caffeeiro, e cacoeiro, ate as especies europeas, carvalhas,
pinheiros salgueiros, etc.
3."- Que as temperaturas medias mais elevadas da re-
giéo da quina são comparaveis ás do nosso paiz, e devem
andar por 94." a 95.' sendo poróm caraeleristico daquelle clima
muito pouco avultadas ~ariaçõesde temperatura (1." a 2."
mas proximidades do Equador; 62-7." nos ultimos confins
austraes da vegetação da quina.
4."- Que o paiz habitado, por aquelles vegetaes disfru-
cta uma estação humida, e uma cstaflo secca, com grande
frequeineia de orvalhos, abuodancia do chuvas, muitos neva-
eiros e grande humidade.
Posto isto entremos agora no exame das circumrtancias
que concorrem nesta ilha c que nos determinaram a indicar a
probabilidade de successo, da introducção das plantas da quina.
A Madeira 6 constituida por uma cordilheira de monta-
nhas que se estende de Leste ao-Oeste em tabo o compri-
mento da ilha, offerecendo elevações considenveis de %816.1,
mas correndo em geral a uma altura media de I%OO."'De
variado relevo, estas moetanhas apresentam aceidentes Ire-
quentes, e geralmente declives rapidos, determinando esta iiI-
tima disp~sigãosensiveis i alteraçées;+de clima por pequem
differengas' de ni~el:
Em ordem a estas cireumstaneias dispõem-se os ~ e j e t m s
em regiões que vão succedendo-se pelas' diversas alturas das
montanhas em facbas ou zonas, que segundo o Revd." Padre
Lowe, naturalista distincto a quem este paiz deve importan-
tes trabalhos seieotiíicos, se podem reduzir a quatro bem za-
racteriieadas.
A 11riili~ir3que O iliustre botanieo earacterisou em a
riisirncis do Cacto Cda bananeira, é a faeha litoral que
sai ti3 costa até a altura da 210." 8 a região que podemos
denominar maritima ou quente e que se distingue pelu
plantas seguintes: bananeira, palmeira, canna de assuear, Ar-
F~W-root(niaraiita nruadinacea) Anona (anona squamosa) Gc-
aialia, (Psidiuni pomiferum) Bamboo, Alfarrobeira, Coraleira,
(Erythrinn) Puinscttia, Euphorbia. etc.
9."- Qnc deiiominoii temperada c de que são caractc-
risticos a vinha c o castanlieiro; distinguem-se nesta regiáo as
plantas que se seguem. Vinha, Cereaes, Carvalho, Castaohei-
TO, Larangeira, Romeira, Figueira, Amendoeira$ diflerentes
Fuchsias, Acacias da Ausirnlia, Eucalyptos, etc.
Esta regifio estende-se de 150 a 750" sobre o nivel
do mar.
3.'-Regiiio do Loureiro e da Urze - Montanhas in-
cultas onde sc encontram os restos das antigas florestas
da Ilha, que podemos denominar região florestal, onde alem
das ùiflcrcntcs Erica~ se cncontrani as diversas Iaurineas
indigenas ds Madeira, e a maior parte das suas essencias
florestaes corno o Clethra arborea, Picconia excelsa, Heber-
denia excelsa etc.
Esta zona abrange os terrenos da Ilha desde os li-
mites supciiores da rcgiào antecedente até ma altura de
1650."
$."-Finalmente a9 sumidades das montanhas, os es-
carpados Yestidos pela urse (Erica cinereo) c por algumas
gramineas constitaem a ultima zona cujo limite superior anda
pouro maís ou n~enospela altura de 1800.'
A3 temperaturas medias do Funchal aeliam-se devidamen-
te determinadas pelas repetidas observasóes que alguns es-
tmgeiros tem feito nesta ilha em diversas epochas. O sr. dr.
Barral colligiu na sua obra, Nolicia robre o clima do Fun-
chal, os trabalhos dos differentes observadores e deduzi0 os
seguintes resultados, que se podem tornar como a os pressão
mais exacta desta parte da meteorologia na ilha da Madeira.
Segundo este distincto escriptor as temperaturas medias
das dificrentcs estações no Fu~chal~, são as qucr se seguem:

Tcrnperatur~média Dias dc chuva (Heynekrn.)


Dezembro
Janeiro.. .
Fevereiro
Margo
Abril. ...
Maio
Junho
Julho. ...
Agosto
Setembro
Outubro..
Novembro

Variação mensal1 maxima.............. 2,2 6


Maxima temperatura observada......... 29, PY
Minima ........................... 1 0,O0
Variacão uiaxirxa .................... 19,45
Maximo numero de dias de chuva por niez. ?:
!
hfinimo ........................... ))

bpeseptam cstcs uunicros 3 t ~ i l l l i ~ i ' i l t l l dr)


~a Fun4:Iia i;
cc!ii ti i r r , r :itu;iCito tcw eslrci13 analogia todo o litoral do ~ P I
. t l i i Iliik:.--lio impcrnni wf iiiariamcnte ventos mais fres-
iiot tc

cos a iiisolacào é nieaos actikrt, a vejetqão mais frequen-


te e haverá scm d u ~ i d apara aquella parte da Ilha um
p~<:i:ciiui!iCti'en~a em aquellas quantidades.

R'iinia c oiitrn or:enta~Bo deste a tcinperatiira a pro-


]';lrrlio que nos c'lcvamos pclos declives das (~~oi~tanhns: : :1
].,i para csin a r i a ~ a olei culali~lccida, só por dl,sc\t\ ;i:-! 3
loraes c qii:rodo iiienos por induccão coni .ouii.us paizes eiii
i~oridições analogns se pode chegar a uma roiirlusão sati~fa-
toria. Parcce-aie que toniando 1 centigrado conto o
.O

~loiitlcntcao abnixanlento dc temperatura produsido por iimn


dincrenta do niwl dc 200." não andaremos niuito I o n ~ cda
~erdadc.
As cliiivn9 iiidicadas por Ueineken, tanibem não podciii
rcr toilindas, t . o t ~ i on esyressão da frcquencia deste incteoro
,110 i::terior da Aladeira.
&o Fiiii~l~al, pela manhan, observa-se ordiiiai~iaiiièiiieu
iiuiizuiite do uiiir coberto da uma extensa faua de uiivens de
fornias variadas, nlasquasi sempre, nirtdrzcs, cirrus e cunlulus;
-pouco a pouco os .ventos-do Oceano aenl impelindo sobre
a terra aquellas nuvens que se escoam pelos flaneos das mon-
tanhas onde se lixam até que novos ventos venham desloca-
las, ou o que frequentemente acontece, que pelo rcsfriaiiienlo
da -athmosphera produaido pela dilatarão subitn do ar eiii
v i ~ l u d ede qualquer corrente ascendente, se rcsolvnni eiii
chuvas, que por este facto são an~eudtidasnos Iiigares cic-
vados da Madeira.
Além das chuvas outra causa quasi constante cntrctcilt
p'aij~<.l ias situaçoes uma pernimente hiimidade. São OS IW-
voeiros o os orralbos, ~ L uo C alto dos inoiites a 360 O U 609.'"
sobre o nivel do mar, se condeosam e precepitam rapida-
Iiiisnbe.
.O Sr. Barra1 referindo-se á temperada humidade que se
esperimenta na atbmosphera do Funchal diz: a Não aconte-
ce o mesmo na parte superior da ilha no alto dos montes
1300 ou 2000 pés acima do nivcl do mar, ondc a humidadc
é muito apreciarei porque em uma athmosphera mais satu-
nda de vapores aquosos, com uma temperatura que ajuda
menos a conservação da agua no estado vaporoso e diaphano,
esta toma a fórma dc nevoas, nevoeiros e orvalhos, sentindo-
se manifestamente a sua condensacão c precipitacjo. n
Das circumtancias que acabo de expor parece-me poder
formular conclusões satisfatorias para o fim a que nos propo-
serames.
AS refleçõcs que vou ainda fazer, tornaram mais proce-
dente esta minha asserflo.
Umadas condições que se julga indispeusavel para a pros-
pera iniroduNo das plantas da quina em qualquer localida-
de, é a conformação montanhosa do terreno. As cinehonas
niesmo as que se encontram com o cacoeiro o outras plantas
tmpicaes, crian-se já em logares de bastante e1cva~ão.-Em
Bataoia os primeiros ensaios, não tiveram o sucesso que se
esperava e julgou-se e muito bem, que a pouca altura da situa-
ção eni que estavam colocados os viveiros lhe fora dcirfavo-
rwel; estas conjecturas foram plenamente conrirniadas como
vimos, pela remoção das culturas primitivas, para situa-
çõcs de maior eleracão.
A pratica parece tambcm tcr niostrndo que as qui-
nas mais ricas s50 3s cxlraidas das ejpcrics que se criam em
cansideravcis clcvacõcs.
Aleni da conhrma$io da terreno i~l(licadajulga-sç ta*,-
bem condiqão muito vantajosa, se não de primeira neces-
sidade para a aclimataç50 das cinchonas, a existencia das flo-
restas nas localidades onde tenha de estabelecer-se a cultura
daquellas plantas.
Por entre rnaitos virgens que na Ameriea Austral sc
cnconlram 0s mais espessos macissos de cinchonas, e os mais
validos c robustos individuos deste genero. Como vimos, é
tambem entre florestas dc grande arvoredo que se acham
instalados os prosperos viveiros da colonia hollandeza e em
parte atribuiu-se a falta de sombra o mau sucesso das primei-
ras tentativas executadas naquelle paiz.
As montanhas da ilha da Madeira offerccem, como já
tivemos logar de ver, elevações que não sào inferiores aos li-
mites da região da quina nos Andes, nem tiio poiico aos da
situacão em que se acha estabelecida a cultura desta planta
e m Java.
Parece-me poreiii, qiic u introdiizireni-sc na Madeira, 35
cinchonas, devem occnpar unia zona inferior, porque pela dif-
fercnca de latituctc, as iiicsnias altitudes nos ilois paizes, tem
condigões muito diversas.
A meu ver i: a partc mais clevada da zona da vinha
c do castrinliciro, com tuda a região da urzc e do loureiro,
&to 6 dc 7 0 0 a 1GOO.", a situacão mais appropriada ii cultu-
r a das q u i ~ ~ anas 11ad~ira.
A frcquenria das cliuvas, os orrallios, e huniidadc que
disfriitant os terrenos da illia eni estas altitudes, a circunis-
~ancja, d e ser esta n zona niais natiiraliiiente apptopriada a
florestal, c dc sc cnconkuwn ainda nesta si111açii0
0 s restos dos antigos arvoredos que povoavani as serras da

ilha. todas cíins condi.6~~nie levtini a indiral-a coiiio a regiao


~ UIU eusjio sobre a acliirato-r o das cinrliuoas.
Y r O P F ipdril
A media temperatura annual deve ser ncsh altura $r:
IS", isto é it mesma que o sr. Bernardino de Barros suppcz
para a região das quinas em Java, e a que diccinos observar-
se no bello plato de Sancta P6 de Bogotá, onde se criam ai-
gymas das mais ricas especies do genero cinchona.
Em grande parte da região das quinas as variacoes men-
saes da temperatura são quasi insensiveis, visto que niio ex-
cedem 1 a 4", mas com como tambem dicemos nos iilti-
mos confins aiistraes dá vegetação dequelias plantas r11c-
jam a 7." Pelo que sabemos do clima: do Fiinchd.
as variações mensaes da temperatura, não devem a l c a n ç ~ r
aquelle numero, mesmo na altitude da ilha que indicnnior
como mais appropriada á aelimata~ãodas cinchonas.
As serras arborisadas do Porto do hloniz e alguns pon-
tos do concelho de S. Vicentc são, segundo o meu modo dr
ver, as localidades mais proprias para iim ensaio.
Em algumas situaçóes do concelho do Funchal poderia
timbem fazer-se uma tentativa, e aqui pelos processos segui-
dos nas colo~bsinglezas, e .com o caracler mais horticolg
que naquelles paizes se lhe tem dado.
Noti, A.- Pag. 38.-- F U S T ~ T E .É- impropriniii~ntcrc-
nhecido por este nome na illia da Sladeira o Bcrleris cirlya-
r i s - Espinheiro vinheto - uija madeira tem geralmente ap-
plicação na tinturaria, e apresenta uma notavcl scmellian~a
com a do Rhus cotinus. Esius circumstancias levaram-me a
commetter o e r m a que esta nota serviri dc rert~ficaçiio.
R'ota B.- Pag. 71.- h adultençáo dos rinlios da Ela-
deira data ja de longos annoi, e concorreu com o abuso das
estufas, para o deseredito d a t e genero no estrangeiro.
Em 1785 ja o Capitão General D. Diogo Forjaz fez ex-
pedir tnandados que regulassem as desordenadas vindimas e
impedissem a prejudicialissma adulterasão dos vinhos.
Jíais tarde, comprovam tambem varios docurnenlas do
aano de 1814, e entre clles uma consulta dirigida pelo He-
gente ao Visconde de Torre Bella, imporlalite proprietario,
nesta ilha, que a imperí'eicão na cultura Pra grande, os pro-
cessos da vinificayão andavam muito dcscurados e a sopliisti-
ração dos vinhos era bastante frequente.

Nota C.- Pag. 73.- O pensaniento de uma associaç5@


entre os viticultores da Madeira, para por si explorarem a s
vantagens ccmcrciaes dos productos ~inicolasdesta ilha, fbra-
tasibem alvitrado pelo Snr. Josb Silvestre Ribeiro na sua ze-
losa íulministracão neste Districto.
PA~. Leia-se
6 3i!:780,800 32:680,800.
9!:816:966,832 2:816,996,833
!2:848:777,632 2:889:677,632
e 569,755 569,935
27 rigorosos vigorasos
a candellico caudelico
1 9 simental semental
20 regente Regente
93 em termo medi0
a adirnentação
33 representa representam
36 1830 1650
a 1830 1650
a 1830 1650
37 833 e 1830 750 a 1650
Q 830 750
38 830 750
39 830 750
a alcbool alcohol
19 Alpensis
66 per
bâ, Dr. Breuil
58 desaparecimento definhamento
59 quando quanto
63 tomatos tomates
(( manofactoreira manufactureira
66 hedida bebida
71 sociedade academia
74 conducões condicões
t( epocba epocha
75 poruque porque
77 defintiamenio definhamento
79 vigorosa rigorosa
87 assin~dizer assim dizer
« beneficiar-se boni ficar-se
107 soiis seus
1 1 3 ragras regras
116 Bernardinos Bcrnardina
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