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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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escrevinhação n.º 742


CONSIDERAÇÕES NADA PEDAGÓGICAS
Redigido em 28 de janeiro de 2009, dia de Santo Tomás de
Aquino.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Cada momento vale um tesouro para a


eternidade”. (Sto. Afonso de Ligório)

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Muitos são os sinais de crise na educação.

Infelizmente, a maioria destes sinais, que são apontados

pelos meios de mídia e “debatidos” nos meios letrados, se

referem a aspectos secundários desta crise que não é apenas

da educação, mas de toda a Civilização. Os problemas mais

urgentes ao ver deste indigno missivista são justamente

aqueles que se apresentam de maneira sutil, quase que de

modo despercebido, por estarem justamente na base de toda

ação humana (pedagógica, neste caso) que é tida como

válida, dando sustentação aos desatinos que invadem o

cotidiano das Instituições de Ensino de nosso País similar

a um vírus que enferma um corpo debilitado.

Neste breve libelo desejo chamar atenção apenas

para a importância da palavra dita, falada, e do precípuo

papel de seus anunciadores no magistério, de seus atores

principais que são os professores. Por isso, permitam-me

contar uma breve passagem de minha vida. Certa feita estava

eu em uma palestra sobre avaliação, palestra esta que


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estava sendo ministrada por uma pedagoga renomada e

respeitada no universo acadêmico. Esta, ao tecer suas

considerações sobre o ato de avaliar, comentou que não

entendia como que alguém poderia conceber o ensino através

de uma “aula tradicional” (aula expositiva) e indagava-se

como alguém era capaz de aprender unicamente através da uma

preleção. E ainda a referida palestrante ironizou dizendo:

“por onde que entra o conhecimento? Em uma aula expositiva,

como isso acontece?” Confesso que fiquei tentado a

responder, mas minha parca educação impediu que minha

língua ultrapassa-se os limites impostos pelo bom senso.

Poxa vida, uma sociedade onde o principal

instrumento de ensino, que é a palavra falada de um mestre

em sala de aula, não é mais tida como um meio válido de

ensino é uma sociedade que não mais compreende o que é a

educação, qual o sentido da sua existência e que, por essa

mesma razão, não deseja mais ser realmente educada apesar

de a todo momento estar-se falando nisso aos quatro ventos.

E aí entra o outro lado da moeda. Uma sociedade

que desdenha a audição de uma instrução é uma sociedade que

não se vê pré-disposta a aceitar a real necessidade de

aprender, mas apenas de mimetizar o que já se tornou

ordinário através da superexposição a repetição de cacoetes

mentais que são apresentados pelo ambiente massificado da

sociedade hodierna. Trocando em miúdos: se todos fazem é o


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que eu devo fazer, como uma legitima “Maria vai com as

outras” raitec.

Todos querem ter direito ao uso da palavra,

porém ninguém quer ter o dever de ouvir e meditar sobre o

que está sendo dito. Todos desejam falar, mesmo que não

tenham nada de relevante a dizer e aqueles que teriam algo

de relevante a ser dito são silenciados pelo falatório

ululante das multidões que não sabe ouvir e não desejam

silenciar o eco que fica a brandir a sua alma desordenada.

Veja bem, não estamos nem afirmando ou

discutindo a capacidade do professor “A” ou do professor

“B”, mas sim, meditando simplesmente sobre este quesito

sutil que é a pré-disposição dos indivíduos a não

silenciarem o seu íntimo para ouvir outrem e mesmo a

concordância do próprio sistema educacional e de muitos

setores dos meios letrados com isso, visto que, ter que
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calar-se para ouvir alguém, é muito chato, como dizem os

garotos.

É isso mesmo, mas assim o é devido justamente a

este constante estímulo que somos alvo. Estímulo este que

unicamente nos dá impressões vagas que nos movem a nos

deleitar com imagens e ruídos que nos transmitem uma

sensação de dispersão da realidade e, quando é exigido a

este que se coloque em um ambiente que rompe com essa

constante presença dispersiva tudo se torna “chato”.

E, por estarmos sempre imersos neste silumacro

moderno passamos a crer que problemas de qualquer ordem são

mais importantes que a ausência do cultivo do silêncio

interior. Hoje se afirma de maneira atávica que um dos

maiores problemas que nosso sistema educacional possui são

os de ordem social. Se tomarmos em mãos as discussões sobre

esta seara, grande parte dela versa sobre este quesito.

Ora, se este é o grande problema como que Jesuítas como

José de Anchieta catequizaram tribos inteiras? Se este é o

grande problema como podemos explicar as experiências

exitosas como as escolas anarquistas do começo do século XX

no Brasil? Como explicar a escola de São Vitor no século

XII?

Não é o dinheiro o fator mais importante para o

ato de aprender, mas sim, o desejo profundo de querer

aprender algo e, a primeira demonstração da vivência deste


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desejo é a capacidade de nos silenciar, não apenas

externamente, mas, fundamentalmente, em nosso íntimo.

Poderá o amigo dizer-me que tal intento é uma

quimera, que na sociedade atual isso é algo muito difícil e

que agindo assim estaríamos nadando contra a maré.

Exatamente. Somos plenamente cientes de que tal meta

apresenta infindáveis obstáculos para sua realização.

Sabemos que na sociedade hodierna afirmar que devemos falar

menos e silenciar nosso íntimo para realmente ouvir e

compreender tornou-se uma quimera quase que irrealizável e,

principalmente, somos cônscios de que tal atitude vai

contra tudo o que a sociedade desde século se tornou.

Todavia, em nome de todos os séculos, este esforço faz-se

necessário.
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Ora, para que um médico possa realizar sua arte

com maestria o paciente deve submeter-se ao tratamento

proposto e não o tratamento se submeter às exigências o

indivíduo enfermo. Para que uma pessoa emagreça esta deve

se submeter à dieta e não a dieta a sua fome irascível.

Para que um indivíduo possa vir a ser um bom atleta ele

deve submeter-se ao condicionamento físico e ao

treinamento, e não estes a nossa disposição.

Porém, quando o assunto são as questões de

ordem maior (de ordem intelectual e espiritual) a regra é

outra, não é mesmo? Não é o aprendiz que deve se submeter à

lição de seu mestre, mas o mestre que deve se travestir de

qualquer coisa para mendigar uma migalha de atenção

fingida.

Detalhe: não estamos falando em concordância

passiva para com tudo o que o professor “A” ou o professor

“B” diz ou desdiz, mas sim, simplesmente que, ao menos, ele

possa ser ouvido, com franqueza, não apenas de modo

dissimulado como tudo o mais em nossa sociedade imerso na

apatia do espetáculo, mas com o mínimo da dignidade que

todo ser humano é merecedor.

Pax et bonum
http://professordartagnan.tk

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