No seguimento da reunião geral de professores da Escola Secundária/3 Camilo
Castelo Branco de Vila Real, que teve lugar no dia 21 de Outubro de 2008, foi elaborado um documento, posteriormente enviado ao Ministério da Educação, do qual constavam uma série de questões relativas ao modelo de Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente as quais, na opinião dos signatários, eram lesivas não só de aspectos específicos do Código do Procedimento Administrativo em vigor, mas também de direitos fundamentais consagrados na Constituição Portuguesa. Nessa altura, e por estas razões, noventa e dois por cento dos professores desta escola manifestaram a intenção de não entregar os Objectivos Individuais e suspender o processo de avaliação do desempenho docente. Com a publicação do Decreto Regulamentar nº 1 – A/ 2009, de 5 de Janeiro, apenas foram corrigidas, e apenas para este ano lectivo, três das reivindicações deste corpo docente, a saber: 1. o definido na alínea a) do ponto 2 do artigo 9º do Decreto Regulamentar nº 2/ 2008, de 10 de Janeiro; 2. o definido na alínea b) do ponto 2 do artigo 9º do Decreto Regulamentar nº 2/ 2008, de 10 de Janeiro; 3. a possibilidade de um docente poder ser avaliado por um professor titular da área da especialidade.
Com a publicação do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, mantém-se:
1. a necessidade dos docentes apresentarem objectivos individuais, um procedimento sem sentido no âmbito de um serviço de utilidade pública, com objectivos bem definidos no Sistema Educativo e com operacionalização a nível institucional _ escolas com PE’s aprovados. Este ponto discrimina de forma negativa os professores relativamente à restante Função Pública, a que foram equiparados, e cujo modelo de avaliação não contempla a formulação de objectivos individuais. 2. a complexa burocracia deste modelo de avaliação (nenhuma das grelhas foi alterada); 3. as quotas para as menções de Excelente e Muito Bom (o que provoca constrangimentos que, pela perversidade de que enferma todo o modelo, em nada contribuem para a melhoria da Escola Pública); 4. a influência, na avaliação a cargo do Presidente do Conselho Executivo/Director Executivo, das faltas consideradas justificadas e equiparadas a serviço efectivo (por nojo, urgência hospitalar…); 5. a necessidade de cumprir com o estipulado no ponto quatro, do artigo 45º, do Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro, para obtenção da menção qualitativa de Excelente.
Se o modelo proposto pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, já
criava muitas injustiças e denotava falta de equidade na avaliação dos docentes, o Decreto Regulamentar supracitado, conhecido como “Simplex 2”, agudiza estas realidades, em aspectos como: 1. enquanto uns professores necessitam de solicitar a avaliação científico- pedagógica para obtenção das menções de Excelente e Muito Bom, outros, pelos cargos que desempenham, já não precisam de o fazer. Face a esta profunda desigualdade, que credibilidade pode apresentar este processo simplificado de avaliação dos docentes? Terão o mérito e a excelência, tão enfatizados pelo Ministério da Educação, dois pesos e duas medidas? 2. o “Simplex 2” reconhece o direito dos docentes à avaliação por parte de um avaliador da mesma área, que poderá ser recrutado numa bolsa existente ao nível das Direcções Regionais, caso não exista na escola, mas, tendo em conta os critérios de acesso ao 1º Concurso de Professor Titular, sujeito à existência de quotas, não é líquido que os docentes dessa bolsa possuam as qualidades científico-pedagógicas e a experiência necessárias para proceder à avaliação.
Face ao exposto, os professores abaixo assinados:
1. exigem o direito inalienável de serem avaliados por um modelo justo, exequível e credível; 2. reiteram a sua intenção de não entregarem os Objectivos Individuais; 3. suspendem este modelo de avaliação enquanto não for implementado o exigido no ponto 1.