ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

“Então, para simplificar, aconteceu tudo ao mesmo tempo, a mulher do

médico anunciou em altas vozes que estavam livres, o telhado da ala
esquerda veio-se abaixo com medonho estrondo, esparrilhando labaredas
por todos os lados, os cegos precipitaram-se para a cerca gritando, alguns
não conseguiram, ficaram lá dentro, esmagados contra as paredes, outros
foram pisados até se transformarem numa massa sanguinolenta, o fogo que
de repente alastrou fará de tudo isto cinzas. O portão está aberto de par
em par, os loucos saem.”

Este filme retrata a vida de algumas pessoas de todas as classes

sociais que ficaram com uma epidemia misteriosa chamada a “cegueira
branca”.
Estas pessoas foram ajudadas por uma mulher que não estava cega e
que acompanhou o marido e era os olhos dela que os ajudava.
Um sonho uma realidade estava prestes a acontecer.
O grito, consciente, inconsciente, que imperava o medo de não saber o
que iria acontecer nos próximos minutos, o pânico de não saber exactamente
até que ponto estavam seguros, a fome, porque nem sempre tinham
alimentos para todos. A violência que eram obrigados a cumprir, regras de
homens violentos, sem regras, o fogo que por fracção de segundos eram
queimados os chefes da violência e muitos inocentes, o desespero de não
saberem quem de facto conseguia sobreviver ao incêndio, queimava-se a
violência, a prostituição, a morte, a fome. A incerteza do incerto, restavam
cinzas de um lugar desconhecido, obscuro, jamais visto pelos ocupantes.
Os loucos saem, o que os esperava lá fora? A certeza que tinham era
ter sobrevivido a todos os obstáculos de um mundo para a qual não estavam
preparados.

Trabalho realizado por: Marinalva e Cecília

CLC: Formadora: Catarina Fernandes

Dezembro 2008

Reflexão:

Este trabalho foi feito com base no filme de Fernando Meireles que se
baseou no livro do escritor português José Saramago.

É um filme maravilhoso, está cheio de uma carga emocional muito forte. Foi
para mim muito difícil ver o filme, pois não contava que este estivesse tão
bem feito, tendo em conta que as obras de Saramago são bastante difíceis
de interpretar, houve partes do filme que quase me sentia também cega. De
uma forma geral as pessoas vivem apenas a olhar o exterior, e raramente se
vê o que existe de melhor nas pessoas, durante grande parte em que estive
a ver o filme, sentia-me cega com algumas imagens
É um filme ensível e ao mesmo tempo perturbador com uma forte critica às relações humanas. Uma
obra que pretende avaliar a fragilidade da sociedade em que vivemos, e todos os julgamentos que
fazemos quando não estamos na pele dos outros.