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Os limites do possivel: notas sobre balango de pagamentos e industria nos anos 70 * Rucis Bonen ** Pepko $. Matan ** 1 — Introdugéo 0 desequilibrio no balango de pagamentos e 0 recrudescimento do Process inflaciondrio, suas causas, conseqiiéncias © alternativas de politica econdmica tém dominado boa parte da controvérsia re cente sobre probiemas econdmicos no Brasil, Hoje, como no. passa do, a maioria dos economistas continua interpretande esses. dois problemas — recorrentes na experigneia brasileira de desenvolvi- mento — em termos das conseqiténcias de maior ou menor “eficién cia” na gestio da politica econdmica de curto prazo (monetitia, fiscal, salarial © comercial) . Desequilibrios estruturais pelo lado da oferta, desenvolvimentos ciclicos de carter endégeno e relagdes com lama situagio internacional em mutagio tm sido escassan tegrados — ainda que tentativamente — nas aniilises de desequi de cunto prazo, € nas sugestaes de politi 4 avangudas para discussio. Nao temos a pretensio de preencher 0 vicuo com estas notas, apenas a de estimular esforcos de reflexio e pesquisa nessa direcio. Este artigo tem por objetivo retomar alguns dos pontos centrais apresentados em documento anterior! ¢ examinar 0 papel do setor * Este sitigo esti baseado em datos preliminares de projeto em andamente 0 INPES whe o tema Indusivalzaggo ¢ Setor Externo, Os autores agrade ‘em 4 colaboracio de Tuls Arruda Villela na elaboragio deste tabstho ++ Do Instituto de Pewqutas do IPEA, 3 Ver P. §, Malan, "Notas sobre 0 Problema Recente do Balango de Page mentan” (Rio de Janeizo: IPEAJINPES, dexembro de 1974), mimeo. Peaq, Plan. Econ, Rio de Jaueivo, 6) «NS a WS ago. TTB jndustial tanto no processo recente de erescimento quanto em aleu- amas alternativas de politica que agora se esbogam. © recxame destas questdes se faz necessirio 3 luz dos dados sobre a desaccleragio da economia e extensfo do desequilbrio do balango de pagamentos cm 1975 que indicaram: (@) uma queda da taxa de crescimento do produto real a cerca da metade da taxa média experimentada nos ‘lkimos anos; (b) um deficit no balango de pagamentos em conta- corrente aproximadamente da mesma magnitude que o de 1974 (US$ 7 hilhoes) © que representa, de novo, @ maior proporgio do PIB dentre as observadas internacionalmente; (@) wma taxa de aumento de pregos da ordem de 29% em 1975, wm pouco menor ‘que 08 349, de 1974 mas, ainda assim, bem superior & média obser- vada no periodo de accleragio 1967/73 20% a0 ano); (@) para uma desaceleragio do ceescimento industial em 1975 a uma taxa cerca de um quarto da observada no periodo de boom industrial.* A par disto, & necessirio ainda examinar as possiveis implica des das recentes medias governamentais com vistas 2 corregio dos desequilibrios no balango de pagamentos. Referimo-nos aqui, especificamente: (a) Aquclas anunciadas no discurso presidencial de 9/10/1973, destinadas a procurar encaminhar uma solugio de longo pravo para o problema do petrdleo e, simultaneamente, a tentar estimular, a custo prazo, novos ingressos de capitais externos de riseo € empréstimo via opgio por contratos de servico para explor. gio de petrélen em cliusula de risco; e, prineipalmente, (b) as medidas contempladas pelo “pacote” de Decretos ¢ Resolugies. de 3/12/1975, acbes estas voltadas para um rigoroso ~ © pouco seletive = controle das importagBes em 1976 € no perlodo seguinte © corolirio dessas observagoes & a necessidade de substanciais re- vises de algumas das expectativas excessivamente otimistas do I PND para o restamte da década de 70, como por exemplo: 2 Conforme dados de dewmbro de cada ano do {nice Geral de Pree ol 1, de Conjunture Feondnica 4 Para 1076, estes problemas continuam presentes: as estimatitus slo de que o deficit do talango de pagamentos en cantacorente deve superar os USS 50 Dilbdes, 2 taxa de inflagio deve cheqar aos 40% © a taxa de erescimento do produto real na indistria deve ficar eam torno da wietade da taxa nédia ‘observada entre 1967 © 1975, aot ey. Pla, Econ, 02) ago. 1976 (a) taxas médias de crescimento (indicativas) do produto real de 10% a0 ano até 1979; (b) uma taxa (implicita) da inflagio es peraca da ordem de 15% em 1975; (©) taxas médias de cresci- mento das importacées e exportagdes dla ordem de 20% a0 ano até 1979.4 Nosso propésito explicito, portanto, é tio-somente tentar con- tribuir para uma compreensio anais adequada acerca de como che- gamos 4 problemitica atwal, levantar algumas implicagées sobre que recentemente se fer — base necessiria para discutir © que fazer em futuro préximo — bem como alertar para determinadlos riscos, Limieacoes € incerteras associadas a caminhos alternatives de expan. sto future A parte principal deste artigo est organizada em duas seqdes que, com suas respectivas subdivises, procuram abordar duas face- las especificas da situago econdmica em meados da década de |. bem como suas interrelagdes. Assim & que a Secio 2 pro: cura watar, brevemente ¢ a nivel agregado, de duas questdes que, « nosso ver, ainda estio por merecer tratamento adequado: a da interpretagio do processo pelo qual se chegou & situagio atual ca das alternativas de politica econdmica, algumas ainds em aberto, para lidar com os necessérios reajustes nos miveis € nas cstruturas de produgio, precos e dispéndio Na Seglo § procuramos levantar para discussio alguns problemas especiticos do setor industrial nesta fase de transigio com rede: finigio da estrutura produtiva ~ entendida esta como incluindo a nova etapa de substituicio de importacoes pela qual se diz dever pasar a economia brasileira, Em particular, sugerimos que no deve ser perdidas de vista as raizes endégenas do periodo atwal de dificuldades e que estas podem ser estudadas de diversos ngulos, dos quais os lados da demanda — via efeitos da politica economica fortemente expansionista do perlode 1967/73 — e 0 da oferta — pelo desempenho ciclico do setor industrial associado as variagdes na gerucio de capacidade de producio e na producto efetiva — constituem dois dentre os mais relevantes. Procuramos também, de icaia, als, a manutencio do vabstancal deficit de 1974, de ceta ‘évoia de clahoragto do Plano, Ver Poojeta do PND, p. 38, e Quadro I, p67, Balanco de Pegamentos ¢ Indistria nos Anos 70 BS

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